24 de set. de 2012

Mais um pouco.



TEXTO PSICOGRAFADO POR CHICO XAVIER DO ESPÍRITO ANDRÉ LUIZ
Quando estiveres à beira da explosão na cólera, cala-te mais um pouco e o silêncio nos poupará enormes desgostos.

Quando fores tentado a examinar as consciências alheias, guarda os princípios do respeito e da fraternidade mais um pouco e a benevolência nos livrará de muitas complicações.

Quando o desânimo impuser a paralisação de tuas forças na tarefa a que foste chamado, prossegue agindo no dever que te cabe, exercitando a resistência mais um pouco e a obra realizada ser-nos-á bênção de luz.

Quando a revolta espicaçar-te o coração, usa a humildade e o entendimento mais um pouco e não sofreremos o remorso de haver ferido corações que devemos proteger e considerar.

Quando a lição oferecer dificuldades à tua mente, compelindo-te à desistência do progresso individual, aplica-te ao problema ou ao ensinamento mais um pouco e a solução será clara resposta à nossa expectativa.

Quando a idéia de repouso sugerir o adiamento da obra que te cabe fazer, persiste com a disciplina mais um pouco e o dever bem cumprido ser-nos-á alegria perene.

Quando o trabalho te parecer monótono e inexpressivo, guarda fidelidade aos compromissos assumidos mais um pouco e o estímulo voltará ao nosso campo de ação.


Quando a enfermidade do corpo trouxer pensamentos de inatividade, procurando imobilizar-te os braços e o coração, persevera com Jesus mais um pouco e prossegue auxiliando aos outros, agindo e servindo como puderes, porque o Divino Médico jamais nos recebe as rogativas em vão.

Em qualquer dificuldade ou impedimento, não te esqueças de usar um pouco mais de paciência, amor, renúncia e boa vontade, em favor de teu próprio bem-estar.

O segredo da vitória, em todos os setores da vida, permanece na arte do aprender, imaginar, esperar e fazer mais um pouco.
*   *   *
Xavier, Francisco Candido. Da obra: Apostilas da Vida.
Ditado pelo Espírito André Luiz.
5a edição. Araras, SP: IDE, 1993.
Espiritismo.

A escolha.


Conta ele que seu amigo sempre tinha algo positivo para dizer. Quando alguém perguntava: Como vai você?, ele prontamente respondia: Vou muito bem!

Jerry era gerente de uma cadeia de restaurantes. Todos os garçons seguiam seu exemplo porque ele era verdadeiramente motivador.

Seu lema era: Toda manhã, ao acordar, penso em que tenho duas escolhas. Viver muito bem o dia ou viver mal. Sempre que acontece algo desagradável, posso escolher ser vítima da situação ou aprender algo com isso. Sempre escolho aprender algo.

Certo dia, ele deixou a porta dos fundos aberta e foi rendido por três assaltantes armados.

Tentando abrir o cofre, sob a mira de armas, ele ficou nervoso e errou a combinação.

Os ladrões entraram em pânico, atiraram nele e fugiram.

Socorrido a tempo, depois de dezoito horas de cirurgia e algumas semanas de tratamento intensivo, Jerry foi liberado do hospital.

Um amigo foi visitá-lo e lhe perguntou o que é que passara por sua mente quando os ladrões invadiram o restaurante.

A primeira coisa que veio à minha cabeça foi que eu deveria ter trancado a porta dos fundos.

Depois, enquanto estava baleado no chão, lembro-me que tinha duas escolhas: eu podia escolher viver ou podia escolher morrer. Escolhi viver.

Os paramédicos foram excelentes e ficaram me dizendo que tudo ia dar certo.

Mas, quando cheguei à sala de cirurgia, vi as expressões no rosto dos médicos e das enfermeiras. Em todos eu lia: "Ele é um homem morto."

Fiquei com medo e sabia que tinha que fazer alguma coisa.

Foi então que uma enfermeira perguntou se eu era alérgico.

"Sim", foi a resposta imediata.

Os médicos e enfermeiras pararam imediatamente esperando pela complementação da resposta.

Respirei fundo e falei: "Sou alérgico a balas."

Enquanto todos riam, eu lhes disse: "Eu estou escolhendo viver. Operem-me como se eu estivesse vivo, e não morto."

Meses depois, apresentando fragmentos de balas pelo corpo e muitas cicatrizes, ele continuava a ser a imagem do otimismo.

Ele sobreviveu, graças à habilidade dos médicos, mas também por sua atitude decidida.
*   *   *
A vida é a arte de bem escolher. A vida consiste em escolhas.

Quando tiramos todos os detalhes e enxugamos a situação, o que sobra são escolhas, decisões a serem tomadas.

Podemos escolher como reagir nas situações.

Podemos escolher estar felizes ou ficar tristes, calmos ou nervosos.

Podemos escolher como as pessoas irão ou não afetar o nosso dia, o nosso humor, a nossa disposição.

Em resumo, a escolha sempre é nossa. Podemos mergulhar em reclamações ou apontar o lado positivo da vida e viver melhor.

A melhor escolha é a de viver em plenitude, viver por completo, aproveitando as lições para crescer.
*   *   *
Redação do Momento Espírita, com base no texto Atitude é tudo, de autoria ignorada.
Em 13.01.2011.

"Se Allan Kardec tivesse escrito que 'fora do Espiritismo não há salvação', eu teria ido por outro caminho. Graças a Deus ele escreveu “Fora da Caridade”, ou seja, fora do Amor não há salvação...” (Chico Xavier)

O sol da esperança.


Nesses momentos amargos, em que a alma dolorida se volta para Deus e indaga “Por que passo por essas provações?”, é a hora em que devemos lembrar de uma palavra luminosa: a esperança.

Narra a tradição grega que uma jovem chamada Pandora recebeu uma bela caixa com a recomendação de jamais abri-la.

Mas Pandora era curiosa e desobediente. Ao abrir a caixa, ela liberou todos os males, misérias e sofrimentos no Mundo.

Desesperada, Pandora chorou. Mais tarde, viu que, após saírem todas as mazelas, havia ficado, no fundo da caixa, a esperança. Brilhava sozinha a esperança - um fiozinho de luz que pulsava. Mas que poder possuía!

O mito de Pandora deve ser refletido profundamente, em especial quando estamos atravessando momentos difíceis.

Observe que, na lenda grega, é um ato da própria Pandora que liberta os males do Mundo. Na nossa vida não é muito diferente: em geral, somos nós mesmos que, de alguma forma, provocamos muitos males que nos atingem.

Por isso, cada momento difícil é uma oportunidade de meditarmos e analisarmos qual foi a nossa contribuição para aquela situação.

No entanto, a lenda de Pandora vai além: ela mostra que – apesar da gravidade dos sofrimentos – não estamos completamente sós: há uma luz posta por Deus para nos consolar e devolver o brilho em nossos olhos.

Essa luz é a esperança.

Esperança que restaura as forças, reequilibra o coração, acalma as emoções.

A esperança é a mão generosa que acende a luz quando estamos mergulhados na treva profunda. É medicamento quando nos contorcemos em dores.

Esperança é canção suave, que nos acalenta quando nos sentimos desamparados. É um olhar de compaixão no instante em que o Mundo nos rejeita.

A esperança nasce de gestos de generosidade, de atitudes espontâneas, de palavras corretas.

Mas não se habitue apenas a esperar que a esperança venha gratuitamente se aninhar no seu coração. Abra as portas da alma para ela!

Para isso, é necessário educar o coração.

A esperança é como um visitante importante. Devemos nos preparar adequadamente para recebê-la. A primeira atitude é retirar a poeira do pessimismo.

Depois, varrer as sujeiras acumuladas pela mágoa. Essas sujeirinhas têm vários nomes: rancor, maledicência, desejo de vingança.

Em seguida, com a casa mental bem limpa, é hora de perfumá-la com bons pensamentos, sorrisos, serenidade e otimismo.

Então, quando menos se espera, eis que chega a esperança. Viaja em uma carruagem dourada, espalha flores pelo caminho e se instala no Espírito fazendo festa.

É uma presença tão forte, tão bela, que transforma de imediato o ambiente em que se hospeda: impregna a alma de coragem e de alegria.

Esperança é um sol que nasce após uma longa noite escura. Chega trazendo calor e a luz dourada de um dia cheio de boas realizações. Ela aponta, firme, para um futuro radioso. Basta recebê-la.
*   *   *
Equipe de Redação do Momento Espírita.
"O Espiritismo, que se funda no conhecimento de leis até agora incompreendidas, não vem destruir os fatos religiosos, porém sancioná-los, dando-lhes uma explicação racional." (Allan Kardec)

A fé e a esperança.

A fé e a esperança são amigas inseparáveis. Poderíamos dizer que a esperança está para a fé como o sol está para a lua.

A lua não tem luz própria: reflete aquela que recebe do sol. Daí porque a lua difunde raios pálidos e isentos de calor, enquanto o sol espalha raios intensos e fúlgidos que, além de iluminar, aquecem e vivificam.

O sol é a própria luz; a lua não é, reflete a luz recebida. Assim, a fé é como o sol. É força comunicativa que se irradia do coração de quem a tem e se reflete no coração de outrem, gerando nesse a esperança.

Jesus tinha fé. Seus discípulos tinham a esperança gerada pela fé exemplificada de Seu Mestre.

Assim também os corações que se aproximam de Jesus e estabelecem com Ele certa comunhão, iluminam-se com a luz patente do Seu Espírito.

A lua clareia os caminhos em noites escuras tal qual a esperança nos sustenta nas horas de trevas.

O sol ilumina e fecunda a estrada da vida, como a fé fortalece as fibras íntimas da alma, robustecendo-a na caminhada para Deus.

O sol é energia: movimenta, vivifica, ativa e produz.

A luz amortecida da lua mostra os obstáculos; a luz brilhante e vívida do sol distingue e remove os tropeços dos caminhos da vida.

A esperança faz nascer no coração do homem as boas e nobres aspirações; só a fé, porém, as realiza.

A esperança sugere, a fé concretiza.

A esperança desperta nos corações o anseio de possuir luz própria, conduzindo, portanto, as criaturas à fé.

Quem alimenta a esperança está, invariavelmente, sob o impulso da fé que lhe vem de alguém. A força da fé é eminentemente conquistadora.

Quem admira os exemplos e os feitos edificantes põe-se desde logo em harmonia com o poder de quem os realizou. Este projeta naqueles suas influências benfazejas: é o sol fazendo a lua refletir a sua luz, ou seja, a fé gerando a esperança.

Saulo de Tarso, doutor da Lei e membro do Sinédrio, após conhecer e absorver os ensinos do Sublime carpinteiro de Nazaré, passou a refletir com fidelidade as verdades da Boa Nova.

Contagiado pela fé dos discípulos singelos do meigo Rabi, chamados homens do caminho, dispõe-se a reformular sua vida, passando de perseguidor a defensor ardoroso das ideias cristãs, convertendo-se no grande pregador Paulo, também chamado Apóstolo do Gentios.

Foi refletindo a fé do Cristo que os primeiros cristãos se entregaram ao martírio de cabeça erguida e serenidade no olhar.

Bem-vinda seja a esperança! Bendita seja a fé!

Uma e outra espancam as trevas interiores.

Que seria da alma encarcerada na carne se não houvesse fé, nem esperança...
*   *   *
Se é doce ter esperança, é valor e virilidade ter fé.

Enquanto a esperança suaviza o sofrimento, a fé neutraliza seus efeitos depressivos.

Se a esperança nos sustenta nas lutas deste século, a fé nos assegura desde já a vitória da vida sobre a morte.

Pensemos nisso!
*   *   *
Redação do Momento Espírita com base no cap. Fé,
esperança e caridade, do livro Em torno do Mestre,
de Vinícius, ed. Feb.
Em 23.06.2010.
"Se Allan Kardec tivesse escrito que 'fora do Espiritismo não há salvação', eu teria ido por outro caminho. Graças a Deus ele escreveu “Fora da Caridade”, ou seja, fora do Amor não há salvação...” (Chico Xavier

Herança de imortalidade.

A morte prossegue a ser vista com horror e a vestir-se de negro. O que deveria ser um momento de reflexão e de prece transforma-se em grande lamentação.
Contudo, o mundo, com raras exceções, se diz espiritualista. O que equivale dizer que acredita no Espírito, que algo existe para além da tumba, sobrevivendo à morte do corpo.
Há mais de dois mil anos, um suave cantor, nas terras da Galileia, cantou a Imortalidade.
Mais do que conviver com os Espíritos, falar com eles, amá-los, o que atestam os escritos dos Evangelistas, Ele mesmo retornou após a morte.
Ele disse que, se destruído fosse o templo de Seu corpo, em três dias Ele retornaria. E O fez.
Esteve com os Seus apóstolos, entrando no cenáculo totalmente fechado. Sou Eu, não temais!
Permite que o incrédulo Lhe toque a chaga aberta no peito.
Aos discípulos que seguem a Emaús, igualmente Se identifica. Durante quarenta dias, esteve com eles, intensamente, em variados momentos.
E xortando-os à coragem, ao trabalho, ao dever.
Amigo incondicional, assegurou que onde houvesse duas ou mais pessoas, reunidas em Seu nome, Ele ali se faria presente.
E assim tem sido ao longo dos séculos que se dobraram, no tempo.
Ele, o Mestre, nos deu a lição imortalista, demonstrando que a morte não é o fim.
Vou à frente, preparar-vos o lugar, também prometeu. Que mais desejamos como prova?
*   *   *
Cabe-nos, então, reflexionar um tanto mais a respeito desse fenômeno  que a todos alcança, sem exceção alguma: a morte.
A morte que chega devagar, após enfermidades longas e dolorosas.
A morte que vem de rompante, levando os nossos amores.
A morte que não faz diferença entre raças, idade, posição social. A todos ela abraça.
Naturalmente, que sempre se terá a dor da separação. A partida já é a dor da antecipada saudade. A dor da ausência de quem parte.
No entanto, da mesma forma que nos despedimos no aeroporto, na rodoviária, nos lares, dos afetos que buscam outras terras, em férias, não cabe desespero.
Chora-se sim, pela ausência. Sem lamentar, no entanto.
Porque guardamos a certeza que logo mais voltaremos a nos encontrar.
Da mesma forma que vamos ao encontro de quem está em férias, depois de um período, também acontece com a morte.
Um dia, mais cedo ou mais tarde, tornaremos a nos encontrar. Quando partirmos, eles estarão nos aguardando na fronteira da Espiritualidade.
Na Terra, quando estamos distantes, vamos utilizando o correio, o telefone, o e.mail, e todas as demais formas de comunicação para arrefecer a saudade.
Quando os amores partem para a pátria espiritual, utilizemos os fios mentais da evocação dos tempos felizes juntos, a oração, para a comunicação.
E nos será, então bastante comum, sonharmos com os amores que se foram e continuam a nos amar.
Serão momentos gratificantes de abraços, de reencontros.
Momentos que irão envolvendo a nossa imensa saudade, em suaves lembranças.
Um dia, tornaremos a estar juntos, neste mundo ou no outro.
Somos imortais, filhos da Luz, herdeiros do Universo. Confiemos: ninguém morre. Todos retornamos à Casa do Pai, destino final de todos os que fomos criados pelo Seu amor soberanamente justo e bom.
Pensemos nisso e enxuguemos nossas lágrimas de revolta, deixando que escorram somente as da saudade, do amor, das lembranças de tantos momentos bem vividos.
Transformemos nossos adeuses em até breve!
Redação do Momento Espírita.


Em 29.03.2010.

Além da morte.

Aportam no plano espiritual, nem anjos, nem demônios.
São homens, almas em aprendizagem, despojadas da carne.
São os mesmos homens que eram antes da morte.
A desencarnação não lhes modifica hábitos, nem costumes.
Não lhes outorga títulos, nem conquistas.
Não lhes retira méritos, nem realizações.
Cada um se apresenta, após a morte, como sempre viveu.
Não ocorre nenhum milagre de transformação para aqueles que atingem o grande porto.
Raros são aqueles que despertam com a consciência livre, após a inevitável travessia.
A grande maioria, vinculada de forma intensa às sensações da matéria, demora-se, infeliz, ignorando a nova realidade.
Muitos agem como turistas confusos em visita à grande cidade, buscando incessantemente endereços que não conseguem localizar.
Sentem a alma visitada por aflições e remorsos, receios e ansiedades.
Se refletissem um pouco perceberiam que a vida prossegue sem grandes modificações.
Os escravos do prazer prosseguem inquietos.
Os servos do ódio demoram-se em aflição.
Os companheiros da ilusão permanecem enganados.
Os aficionados da mentira dementam-se sob imagens desordenadas.
Os amigos da ignorância continuam perturbados.
Além disso, a maior parte dos seres não é capaz de perceber o apoio dispensado pelos Espíritos superiores.
Sim, porque mesmo os seres mais infelizes e voltados ao mal não são esquecidos ou abandonados pelo auxílio divino.
Em toda parte e sem cessar, amigos espirituais amparam todos os seus irmãos, refletindo a paternal Providência Divina.
Morrer, longe de ser o descansar nas mansões celestes ou o expurgar sem remissão nas zonas infelizes, é, pura e simplesmente, recomeçar a viver.
A morte a todos aguarda.
Preparar-se para tal acontecimento é tarefa inadiável.
Apenas as almas esclarecidas e experimentadas na batalha redentora serão capazes de transpor a barreira do túmulo e caminhar em liberdade.
A reencarnação é uma bendita oportunidade de evolução.
A matéria em que nos encontramos imersos, por ora, é abençoado campo de luta e de aprimoramento pessoal.
Cada dia de que dispomos na carne é nova chance de recomeço.
Tal benefício deve ser aproveitado para aquisição dos verdadeiros valores que resistem à própria morte.
Na contabilidade divina a soma de ações nobres anula a coletânea equivalente de atos indignos.
Todo amor dedicado ao próximo, em serviço educativo à Humanidade, é degrau de ascensão.
*  *  *
Quando o véu da morte fechar os nossos olhos nesta existência, continuaremos vivendo, em outro plano e em condições diversas.
Estaremos, no entanto, imbuídos dos mesmos defeitos e das mesmas qualidades que nos movimentavam antes do transe da morte.
A adaptação a essa nova realidade dependerá da forma como nos tivermos preparado para ela.
Semeamos a partir de hoje a colheita de venturas, ou de desdita, do amanhã.
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita, com base nos caps. 1 e 16, do livro 
Além da morte, pelo Espírito Otília Gonçalves, psicografia de 
Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 09.02.2009.

Além da vida.


Pessoas há que sequer ousam mencionar a palavra, como se isso fosse atrair o fato para si ou para os seus. Mas isso não impede que a morte chegue.
O medo de morrer está muito em função do desconhecimento de que para além da vida corporal existe a verdadeira, a vida espiritual.
Embora alguns ainda duvidem, é uma certeza. Dr. Raymond Moody Jr, com residência na Escola de Medicina da Universidade de Virgínia, nos Estados Unidos, possui larga experiência sobre o assunto.
Com vários livros publicados, ele relata os casos de pacientes que tiveram Experiências de Quase Morte.
Isto é, pessoas que sofreram problemas graves, que quase lhes assinalaram a morte e retornaram, contando o que lhes aconteceu naquele período.
Embora alguns tratem tais relatos como alucinação, não se pode conceber que ao retornarem ao corpo, após a morte aparente, tais criaturas relatem fatos, situações, quase sempre confirmados.
Mais recentemente, Dr. Moody passou a analisar o caso de crianças que sofreram morte aparente.
Porque, diz ele, se o adulto teve tempo para ser influenciado e modelado pelas experiências de sua vida e crenças religiosas, as crianças não estão profundamente influenciadas pelo ambiente cultural e nelas a experiência adquire um certo frescor.

É o caso da garota de sete anos que, ao atravessar um trecho congelado do rio, caiu e bateu a cabeça. Desmaiou e permaneceu inconsciente por doze horas.
Durante esse tempo, o médico não sabia se ela iria morrer ou viver.
A garota se viu em um jardim extraordinariamente belo, com flores semelhantes a dálias enormes.
Olhou em volta e viu um ser. Sentiu-se amada e acalentada pela sua presença. Foi uma sensação deliciosa, como jamais experimentara em sua vida.
O ser então lhe disse: Você vai voltar. E ela respondeu: Sim.
Ele perguntou porque ela queria retornar ao seu corpo e ela disse: Porque minha mãe precisa de mim.
Depois disso, sentiu-se descendo por um túnel. Acordou na cama, levantou-se e disse: Oi, mamãe.
Essa é uma boa evidência de que há vida depois da morte.
Prosseguiremos a viver sim, porque o Espírito é imortal e haverá de retornar, muitas vezes ainda, ao cenário da Terra, até sua completa depuração.
*   *   *
Quando as crianças relatam suas Experiências de Quase Morte, constata-se que um número surpreendente delas se vêem em corpos espirituais adultos.
Tal fato está levando expoentes da Psiquiatria, da Psicologia e da Psicanálise à conclusão de que o homem não é um ser físico, vivendo experiências espirituais, mas um ser espiritual, temporariamente ligado a um corpo físico.
É a Ciência levando o homem a reconhecer as verdades já propaladas desde a remota Antigüidade e vulgarizadas pelo Cristo.
Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no cap. 3 do livro A luz do além, de Raymond Moody, Jr., ed. Nórdica.
Espiritismo.

A mediunidade nossa de todos os dias.

O fenômeno é dos mais antigos.

Recuando no tempo, encontramos registros em um dos livros primeiros da Humanidade, a Bíblia.

No versículo segundo, do capítulo primeiro do livro de Gênesis, se lê: As trevas cobriam a face do abismo e o Espírito de Deus movia-Se sobre as águas.

O homem pressentia a presença do Criador. O que quer dizer, o homem registra, desde sempre, o Mundo além da esfera física. O Mundo dos seres espirituais.

Paulo de Tarso, dando-se conta dessa percepção especial do ser humano a denominou dom.

E a respeito se estendeu em sua Epístola aos Coríntios, descrevendo as suas variedades.

Enquanto na Terra, o Homem de Nazaré deu provas múltiplas da inter-relação entre ambos os Mundos, físico e o espiritual.

Falou aos Espíritos atormentados e que se chamavam Legião, na cidade de Gadara; aos que agrediam o jovem que Lhe é trazido para ser curado.

Senhor dos Espíritos - assim O denominaram por descobrirem que os Espíritos Lhe obedeciam.

Seria somente no século XIX, no entanto, que este dom seria amplamente estudado e decodificado, pelo sábio Allan Kardec. E ele lhe deu nome específico: mediunidade.

A capacidade de ser intermediário entre um mundo e outro, entre uma e outra dimensão. Médium, ou intermediário.

Ainda hoje bastante incompreendida, é a mediunidade, contudo, uma faculdade inerente ao ser humano.

Dela quase todos os homens têm resquícios. Alguns mais, outros menos.

Mas, quem já não teve a impressão de ter alguém, incorpóreo, ao seu lado, velando por si, em horas dolorosas?

Quem já não se referiu à interferência de seres angélicos em momentos de grande dificuldade?

Quem não entregou o filho que parte para terras distantes aos cuidados de um ser que chama anjo de guarda, anjo guardião, protetor, orientador?

Quem já não ouviu o sussurrar de vozes imperceptíveis, no interior de si mesmo?

Dificilmente se encontrará alguém que disso tudo não tenha um mínimo registro, senão por si mesmo, por alguém de sua família.

Isso nos diz que o Mundo Espiritual se faz presente de forma constante no Mundo físico.

Pode-se dizer que há uma interpenetração de um e outro.

Movemo-nos na esfera física. Nossos atos e pensamentos repercutem na esfera espiritual.

Ninguém segue só. Como dizia o Apóstolo Paulo: Estamos rodeados por uma nuvem de testemunhas.

Sombras, Espíritos, guias. Não importa como os chamemos, eles são realidade.

E silenciosamente velam por nós. Discretamente nos orientam. Sutilmente nos vão dando notas de que têm sobre nós seus atentos olhares.
*   *   *
Quando estiver a ponto de desanimar por se acreditar só, abandonado, pense que alguém, da Espiritualidade, guarda a sua vida e vela por você.

Você pode não crer. Mas não importa. Mesmo assim, os que o amam estão com você.
*   *   *
Redação do Momento Espírita.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 12, ed. Fep.
Em 22.03.2010.
"A missão do Espiritismo é educar para salvar... Educar: eis o rumo a seguir, o programa do momento." (Vinicius, "Em torno do Mestre")

Humildade.

 
Foi no século dezenove. O arcebispo de Viena resolveu fazer uma visita a alguns dos seus fiéis.
Preparada sua comitiva aprestou-se para a viagem. O primeiro local que deveria visitar seria o castelo de Vivarais.
Os donos do castelo avisados antecipadamente passaram a aguardar o ilustre visitante, esmerando-se em detalhes, a fim de que tudo transcorresse sem qualquer transtorno.
Ao cair da tarde daquele mês de março apresentou-se no palácio um pobre sacerdote pedindo pousada.
Como todos os aposentos já se encontravam reservados para os visitantes, os donos do castelo pediram aos criados que conduzissem o pedinte a um dos alpendres, junto às cavalariças.
Algum tempo depois chegaram ao solar os vigários que constituíam a comitiva do arcebispo. Foram recebidos, regiamente, pelo fidalgo e família, mas logo se admiraram em não ver Sua Excelência.
Perguntando por ele, receberam dos senhores do castelo a resposta de que ele ainda não aparecera.

Não é possível, falou um dos padres. Fomos obrigados a nos retardar um pouco e ele tomou a dianteira. Devia ter chegado à nossa frente.
Foi então que os anfitriões se recordaram do sacerdote recolhido próximo às cavalariças. Imaginando que ele poderia ter cruzado, em sua jornada, com o arcebispo, resolveram pedir aos criados que lhe fossem indagar a respeito.

Quando alguns dos integrantes da comitiva ouviram a referência a um outro sacerdote, perguntaram: quem é o religioso a quem se refere o nobre senhor?
Ora, respondeu o senhor de vivarais, é um sacerdote muito pobre que nos bateu à porta, pedindo agasalho por uma noite.
A um só tempo, falaram os vigários presentes: "é ele."
Verdadeiramente, o pobre recebido, por caridade, no luxuoso castelo não era outro senão o grande Daivan, o arcebispo de Viena.
Assim portava-se e tão humilde era, que não se apresentava jamais com seus títulos e roupas elegantes.
Os homens essencialmente grandes não se importam com honrarias, e suntuosidades. Delas não necessitam para mostrarem seu valor, porque que este é intrínseco e aflora, onde quer que se encontrem.
Assim Jesus, o Divino Mestre, escolheu a quietude de uma noite silenciosa para nascer, num estábulo, tendo como teto a abóbada celeste, como primeiras harmonias as vozes celestiais, e como primeiros visitantes os homens simples que pastoreavam no campo.
Nada que Lhe denunciasse a glória aos olhos humanos. E Ele era a luz, O Modelo, O Guia.
***

A humildade legítima não se deixa atingir pela vaidade dos elogios, nem se permite humilhar pela zombaria dos que não a entendem.
Por isso mesmo é inatingível pelo mal, de qualquer forma que este se apresente.
 (Baseado no livro: Lendas do Céu e da Terra, cap. Humildade)

Dinheiro e valores.


Podemos comprar uma casa confortável, por exemplo, mas não um lar ditoso.

Podemos comprar livros excelentes, mas não o conhecimento.

Adquirir os medicamentos mais eficientes, mas não podemos comprar a saúde.

Compramos um lugar de destaque entre os homens, mas não o verdadeiro afeto.

Com o dinheiro podemos pagar diversões sofisticadas, mas não compramos a felicidade real.

Podemos contratar advogados de renome, mas se somos culpados, não compraremos a isenção de culpa.

Com o dinheiro podemos subjugar pessoas, mas não compramos o respeito e a admiração.

O dinheiro pode pagar os melhores colégios, mas não nos isenta da educação informal.

Podemos comprar cama confortável e lençóis de luxo, mas não logramos comprar o sono.

Compramos alimentação requintada, mas o apetite não está à venda.

Enfim, podemos adquirir um lugar de destaque em cemitério luxuoso, mas não a paz de consciência no além-túmulo.

Como podemos perceber, o dinheiro é necessário, mas tem valor relativo e transitório.

Qual é o valor real do dinheiro? Não se sabe, porque em cada país ele tem um valor diferente.

Pensando assim, o bom senso nos diz que não devemos investir o tempo somente para fazer dinheiro, sob risco de ficarmos de mãos vazias nas horas mais difíceis.

Vale a pena investirmos um pouco do nosso tempo na conquista de valores imperecíveis que, no dizer de Jesus, nem a traça come, nem a ferrugem corrói.

E diríamos mais: nenhuma medida econômica desvaloriza.

Esses valores são a nossa cota de participação efetiva na construção de um lar harmonioso.

A leitura nobre e instrutiva que nos garanta a liberdade intelectual.

A aquisição de honestidade e fidelidade que nos propiciem a conquista de afetos verdadeiros.

A conquista de uma moral adequada que nos garanta, ao mesmo tempo, saúde física e paz de consciência.

Uma vivência digna que nos possibilite a entrada no outro plano da vida como homens de bem, e não como mendigos morais.
*   *   *
O homem vale pela sua expressão de sentimento e de consciência e é dentro desses valores profundos que precisamos viver, para a consecução das finalidades mais elevadas e mais puras.

Redação do Momento Espírita com base em frases de autoria ignorada
e no verbete Valor, do livro Dicionário da alma, por Espíritos diversos,
psicografado por Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.
Disponível no livro Momento Espírita, v. 3, ed. Fep.
Em 25.05.2009.
"A missão do Espiritismo é educar para salvar... Educar: eis o rumo a seguir, o programa do momento." (Vinicius, "Em torno do Mestre")