17 de mar. de 2015

FECUNDAÇÃO: INÍCIO DA FORMAÇÃO DE UM NOVO SER



O ser humano sempre teve curiosidade sobre os mistérios da vida. Com as descobertas científicas, em particular a do microscópio, o homem foi capaz de vislumbrar o momento do encontro entre óvulo e espermatozóide, ao qual denominou fecundação. A explosão de vida que surge desse encontro surpreendeu e surpreende até hoje. O surgimento de um ser único e com identidade genética própria, a partir do simples encontro de duas pequenas células, é algo que deixa qualquer um deslumbrado.

Porém, informações que nos são dadas pela generosidade dos amigos do plano espiritual mostram que tal encontro não é tão simples assim. Inúmeros são os fatores que envolvem o retorno de um espírito ao corpo físico e para observá-los o homem ainda não foi capaz de desenvolver instrumentos adequados.
Falaremos sobre as gestações que envolvem um espírito reencarnante, deixando para abordar as fecundações sem espíritos quando comentarmos sobre as complicações da gravidez.

Não existe fórmula fixa para a reencarnação. André Luiz nos lembra que acreditar que existe uma técnica invariável no serviço reencarnatório seria a mesma coisa que dizer que a forma de morrer é única para todas as pessoas. A reencarnação pode envolver grandes planejamentos ou ocorrer de forma compulsória, dependendo da evolução e grau de merecimento do ser reencarnante. Em Entre a Terra e o Céu , o Ministro Clarêncio explica a André Luiz que milhares de renascimentos na Terra ocorrem de maneira automática, bastando para isso o magnetismo dos pais, aliado ao forte desejo do espírito reencarnante. 


Mas em que momento ocorre essa ligação? Em A Alma da Matéria, Dra Marlene Nobre ressalta que as orientações dos Espíritos Superiores não deixam dúvidas de que a união da alma com o corpo ocorre no instante da concepção. Isso demonstra a importância desse momento no processo reencarnatório. A partir daí, ao longo de toda gestação, o feto estará sujeito a influências físicas, mentais e espirituais provenientes de sua mãe e do meio ambiente.
Em Missionários da Luz, André Luiz nos fornece um relato detalhado sobre os mecanismos envolvidas na reencarnação de Segismundo. Destacaremos aqui as informações referentes à fecundação.

Em 1943, ano em que o livro foi psicografado, André Luiz nos explicava que o perispírito do reencarnante atua sobre o óvulo, dirigindo-o na seleção do espermatozóide, de modo a escolher o mais “útil” à programação reencarnatório. Essa informação só foi comprovada pela ciência em 1991, quando um estudo realizado em conjunto por cientista americanos e israelenses, demonstrou que uma substância produzida pelo óvulo ou por suas células vizinhas, era a responsável pela seleção do espermatozóide mais apto. Tal descoberta provoca uma mudança significativa nos estudos sobre fertilidade, uma vez que até então, acreditava-se que o espermatozóide “vencedor” seria o mais rápido.

Assim, passamos a entender um pouco melhor porque em alguns casos de anomalias cromossômicas, entre milhões de espermatozóides, aquele que fecunda o óvulo é “anormal”.

André Luiz prossegue seu relato descrevendo que o encontro entre os gametas dos pais gera um microscópico globo de luz, sobre o qual Alexandre ajustou a forma de Segismundo que se encontrava interpenetrada no perispírito de sua mãe. Quando isso ocorre ele nos conta que “essa vida latente começou a se movimentar”.
Através de relatos como os de André Luiz, podemos compreender melhor as emoções provocadas pela divisão celular aparentemente desordenada de um zigoto, capaz de gerar um novo ser. Não é o acaso que orienta sua formação, mas sim um espírito em busca de aprimoramento. A “construção” de seu corpo é apenas o primeiro passo de sua nova jornada. 

Dra. Cristiane Ribeiro Assis (AME-SP)
Ginecologista e obstetra, com especialização em Medicina Fetal

16 de mar. de 2015

POR QUE TANTO MEDO DA MORTE?



Para compreendermos melhor este tema temos que diferenciar medo da morte do medo de morrer.

O medo de morrer é um medo natural, espontâneo e necessário. Ele vem do nosso instinto de conservação que serve para a preservação da nossa vida. Este medo natural de morrer nos protege de situações arriscadas, como por exemplo, correr a 160km/h, aproximar-se de um precipício sem uma segurança, atravessar uma rua averiguando bem se vem algum veículo, etc. Este medo natural, então, é um mecanismo para a nossa proteção. Quando este medo torna-se exagerado, passa a ser um medo patológico, fóbico que merece tratamento especializado. Portanto, o medo de morrer é necessário, bom e útil dentro de um limite equilibrado.

Já o medo da morte é inadequado. É um medo quase sempre aprendido dentro da cultura onde vivemos. As pessoas não gostam de falar sobre a morte. A morte é um tabu. Quantas vezes ouvimos alguém dizer: “Tanta coisa para se falar, vamos falar justamente de morte? Vira esta boca prá lá?”
Evitar falar sobre a morte é uma das formas que utilizamos para nos defender ou nos pouparmos do sofrimento.

Falarmos sobre a morte nos incomoda, não é tão interessante. Por quê?
Porque atinge o ser humano em seus dois “medos básicos”: o medo da morte e o medo de ficar louco. Observe que ambos tem um significado de vazio, do nada, da não existência. E não existir, perder a personalidade, perder as funções mentais e cognitivas é o caos.
Então, o que nós vamos fazer com este medo da morte?

Procurar esclarecimentos, refletir, estudar, pois a causa do medo é o desconhecimento.
O Dr. Franklin Santana (Phd, médico geriatra) é um dos organizadores do curso de pós-graduação de Tanatologia, da USP-SP. A Tanatologia é uma ciência que vem ajudar muito o ser humano a vencer o medo da morte. Ele nos diz que falarmos da morte é fundamental para a construção do significado da vida.
O escritor francês Leon Dennis, grande pesquisador do assunto, também recomenda-nos: “Devíamos encarar a morte face a face. Desembaraçá-la das sombras e das quimeras que a envolvem para nos prepararmos melhor para este acontecimento natural e necessário no curso da vida.”

A Dra.Elizabeth Kulber Ross (Phd, médica psiquiatra suiça, radicada nos Estados Unidos, uma das maiores pesquisadoras do mundo sobre o tema) fala que o nosso inconsciente não admite a idéia da própria morte. Em nosso inconsciente acreditamos em nossa imortalidade.
De maneira bem simples, simbolicamente, o nosso inconsciente é um porão. E porão é um lugar onde se guarda um montão de coisas, um local escuro, um tanto fechado. Abrir janelas, permitir a luz do entendimento adentrar-se; tornar este conteúdo consciente vai atenuar bastante esse medo.

A Dra.Dora Incontri (Phd em Filosofia da Educação pela USP-SP) fala que este é um tema que deveria ser estudado nas escolas com naturalidade, numa visão plural e interdisciplinar.
Este era o velho sonho do escritor, professor e filósofo brasileiro José Herculano Pires que defendia a idéia de se instituir um curso regular sobre Educação para a Morte. Dizia: “Saber morrer é saber viver. Para morrer bem era preciso viver bem.”
Surge, então, uma questão:
Se o medo da morte atenua-se, alivia-se com o conhecimento lançado sobre ela, temos provas científicas da sobrevivência da nossa personalidade?


Há duas posições essenciais sobre a questão da morte. A primeira é de que existe alguma forma de continuidade da personalidade depois da morte. (Há vida depois da vida). A segunda, é a de que com fim da vida física, o ser não mais existe. (Morreu, acabou).

O Dr.Alexander Moreira (Phd, médico psiquiatra, professor da UFJF) fala que, para temas controversos, é natural que não haja uma resposta rápida e consensual, principalmente se basearmo-nos somente nos moldes da metodologia vigente, mas já temos vários cientistas sérios e respeitados que trabalham com a investigação empírica, trazendo importantes evidências sugestivas sobre o assunto.
Um destes pesquisadores foi o Dr.Ian Stevenson (Phd, médico psiquiatra canadense, professor da Universidade da Virgínia, Estados Unidos) que trabalhou com pacientes que passaram pelas EQMs-Experiências de Quase Morte, deixando grandes contribuições científicas.

À medida, então, que o ser humano reflete mais sobre a morte, compreende melhor o assunto e aproveita melhor a vida. Assim, sua preocupação com a morte diminui. Compreendendo melhor nossa missão aqui na Terra, e, vivendo a vida cada vez com melhor qualidade, esperaremos a morte com mais serenidade, calma, resignação e sem medo.

Conviver bem com a morte é descobrir os encantos da vida.
Muitos tem medo da morte porque não vivem a vida em plenitude. É como se estivessem em débito para consigo mesmos.
“Não tenho medo da morte. Tenho medo da vida não vivida.”

Você já ouviu esta expressão?

Rede Amigo Espírita

14 de mar. de 2015

ANGELITUDE DE ENFEITE! SER ESPÍRITA NÃO TE TORNA PERFEITO, TE DÁ FORÇAS PARA A LUTA INTERIOR!



Conforme narrado pelo espírito Ermance Dufaux no livro Reforma Íntima sem Martírio, psicografado pelo médium Wanderley Soares de Oliveira (MG), houve na dimensão espiritual, nas dependências do Hospital Esperança, situado no ambiente astral de Minas Gerais, um conclave de líderes espíritas para importantes assertivas e orientações, tendo em vista o terceiro período do Espiritismo, a iniciar-se com o novo milênio.
Para podermos repassar com mais fidelidade o que foi dito nessa reunião, vamos transcrever alguns trechos do livro acima citado:

“Faltavam apenas dez minutos para as duas horas. A madrugada revestia-se de intenso trabalho. Era a última semana do segundo milênio da era cristã. As expectativas criavam um clima psicológico na Terra de rara amplitude – uma “virada” na qual as esperanças se renovavam coroadas de júbilo e fé.
Cumprindo mais uma de nossas programações no Hospital Esperança, reunimos influente grupo encarnado de pouco mais de mil formadores de opinião no movimento espírita. Trouxemo-los para uma breve e oportuna advertência. Radialistas, unificadores, médiuns, escritores, oradores, dirigentes, apresentadores, jornalistas, expositores, diretores, estudiosos e muitos presidentes de centro espírita estavam sendo devidamente preparados há quase três dias para que pudessem cooperar com o desligamento perispiritual e ampliassem sua lucidez quanto ao tentame.
O professor Cícero Pereira foi encarregado a fazer os comentários em nome de Bezerra de Menezes e Eurípedes Barsanulfo.
Observávamos a chegada de cada um dos membros, todos em estado de emancipação e acompanhados de pelo menos três cooperadores que se revezavam em várias tarefas, junto a cada um deles. Alguns ofereciam dificuldade até para se assentarem nos lugares a eles reservados no salão, contudo, no horário previsto, tudo era calmaria e prontidão para o serviço da noite.
Aos dois para as duas horas, entraram Eurípedes e dona Maria Modesto Cravo, ladeando o amado Bezerra e o professor.”
(...) Dona Maria Modesto fez um sinal ao professor, o qual assumiu a tribuna:
- Declinarei de quaisquer detalhes que nos desaproximem do tema. Desejo que todos enriqueçam as almas nesse conclave com a paz e a esperança.

Constatamos um ascendente número de adeptos que têm desistido dos ideais de melhoria, em razão do ônus voluntário que carreiam para si mesmos ao conceberem reforma íntima como um compromisso de angelitude imediata. O momento exige autocrítica e vigilância. Além do ônus do martírio a que se impõem, ilusões lamentáveis têm povoado a mente de muitos espíritas sobre o porvir que os espera para além dos muros da morte, em razão dessa angelitude de adorno.” (Reforma Íntima sem Martírio, pág. 175, 176 e 177)


Essas palavras refletem a exata realidade, porque encontramos a cada passo companheiros muito preocupados com essa “angelitude de adorno”, ao entenderem que dirigentes, expositores, médiuns ou quaisquer trabalhadores da seara espírita precisam mostrar ao mundo que são melhores que os outros, em razão da doutrina esclarecedora que professam, ou que necessitam vestir-se com as vestes da santidade para serem recebidos nos planos superiores após a morte. Então, ouvimos nos meios espíritas frases assim: “Um espírita não pode ter raiva”; “O espírita tem que ser paciente, manso, humilde e perdoar sempre”; “O espírita não pode ter medo de morrer”; “não pode isso, não pode aquilo... tem que ser assim ou assado...” e por aí afora.

Mas será que alguém, pelo fato de ser espírita, é capaz de passar pelas injustiças que a vida muitas vezes impõe, pelas agressões, humilhações e demais situações revoltantes sem sentir raiva, embora possa controlá-la e livrar-se dela em maior ou menor espaço de tempo? Será que a maioria de nós é formada por pessoas pacientes, mansas, humildes e que sempre perdoam, sem restrições? Será que nenhum de nós sente medo de morrer?
Por que então ostentarmos qualidades que ainda não alcançamos, passando uma falsa ideia sobre nós mesmos?

Lembremos que, na codificação da Doutrina Espírita, se diz que é possível conhecer-se o verdadeiro espírita pelo esforço que faz em melhorar-se. (Item 4 do capítulo XVII de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”). E esse esforço é que deve ser a nossa bandeira, assim como os valores que já conseguimos vivenciar em profundidade.
Na verdade, as posturas delineadas para o espírita são muito difíceis de ser desenvolvidas e mantidas. Somos seres egressos de longos percursos através dos milênios, nos quais fomos aprendendo e vivenciando alguns valores positivos, mas também negativos, muitos deles completamente enraizados em nosso psiquismo. Quem cultivou a violência, o orgulho, a prepotência, o desamor, a vaidade e demais atitudes e ações negativas em suas jornadas reencarnatórias (e certamente todos nós já desenvolvemos essas culturas) precisará de muita força de vontade, esforço e persistência para transmutá-los definitivamente em valores positivos, e isto certamente demandará muito tempo, provavelmente várias encarnações. Assim, com um mínimo de reflexão, podemos perceber o quanto é utópico esse enfoque da “angelitude imediata”. No mínimo, será apenas de fachada, sem a profundidade necessária para enfrentar incólume as intempéries da vida e as situações adversas ou estimuladoras dos valores negativos enterrados no inconsciente e não completamente transmutados em positivos.

Essas posturas que foram erigidas como padrões de comportamento, conduzem muitos companheiros à acomodação, bastando-lhes aparentar as virtudes solicitadas por esses padrões para se sentirem quites com a doutrina que professam. Com isso, furtam-se às devidas avaliações de si mesmos, do que lhes vai no íntimo, perdendo valiosas oportunidades de crescimento. Essa é uma característica herdada das religiões tradicionais que se ocupam com o exterior, sem maiores compromissos com o interior, onde reside a verdade de cada um.


Nessa passarela de perfis adotados dentro da seara, além de uma “angelitude de adorno”, que agrega admiradores incautos em torno de quem a ostenta, ocorre também, com grande freqüência, o oposto, a marginalização daqueles que não conseguem dominar seus impulsos, não se adequando ao modelo que foi criado para um “verdadeiro espírita”. Quem se encontra em situação dessa natureza precisa de fraternidade e compreensão (não conivência), além do auxílio dos companheiros para não arrefecer em seus ideais, ante as dificuldades que enfrenta. Com poucas exceções, isso não acontece, ao contrário, tal pessoa vê-se logo excluída, tachada de obsediada e relegada ao abandono. 

12 de mar. de 2015

PÍLULA DO DIA SEGUINTE- VISÃO ESPÍRITA E VISÃO CIENTÍFICA!



Muitas mulheres, pretendendo evitar gravidez e imaginando que a concepção ocorre em aproximadamente 72 horas após a relação sexual, usam a “pílula do dia seguinte” julgando que ela não contém substância possível de desencadear o aborto.
Assim sendo, consideram que a pílula, para ter eficácia, tem que ser tomada até doze horas após a relação, ou seja, em período no qual, seguramente, ainda não houve concepção. Repetindo: assim pensam e acreditam que a pílula não é abortiva.

— Será?...

Em primeiro lugar, não há certeza, no mundo todo (dos cientistas-biólogos), de que a fecundação ocorra “em aproximadamente 72 horas após a relação sexual”. Na verdade, o tempo de percurso do espermatozóide para o encontro com o óvulo é indefinido, variável de caso a caso, tendo em vista que:
a. a motilidade do espermatozóide varia em razão da sua qualidade, isto é, da saúde da fonte (o homem). Considere-se, assim, que os milhões de espermatozóides de cada ejaculação têm variáveis velocidades de locomoção...
b. espermatozóides podem permanecer ativos no ambiente feminino por até 7 dias;
c. a fecundação subordina-se inexoravelmente à "disposição" do óvulo, isto é, se ele já está (pode estar) apto para o grande feito ou sequer ainda não se posicionou ad hoc;

Na primeira hipótese (óvulo já na "grande espera"), a fecundação pode ocorrer bem antes de decorridas 24 hs da ejaculação.
Na segunda (sequer há óvulo ou ele ainda está se dirigindo para o ponto de encontro), a fecundação pode demorar dias para ocorrer, dependendo de quando o óvulo vai "estar em condições de".

Do estrito ponto de vista científico, para alguns especialistas, a pílula do dia seguinte, cuja ação é impedir o sublime encontro espermatozóide+óvulo (por reações químicas e hormonais que não caberia aqui dissertar), não pode — a pílula — ser taxada, a priori, de abortiva. Isso porque gravidez, especificamente gravidez, demora para ocorrer: só quando o embrião está no útero. Consideram eles a ação da pílula, antes que a gravidez ocorra:

- se a fecundação ainda não aconteceu, o medicamento vai dificultar o encontro do espermatozoide com o óvulo;
- se a fecundação já tiver ocorrido, irá provocar uma descamação do útero, impedindo a implantação do ovo fecundado;
- caso o ovo já esteja implantado, ou seja, já tenha iniciado a gravidez, a pílula não tem efeito algum.

Outros ginecologistas não consideram que a pílula do dia seguinte possa ser considerada nem como abortiva, menos ainda como não-abortiva, pois quanto à gravidez, têm como certeza científica que ela só ocorre quando o embrião está devidamente aninhado no útero. Ademais, mesmo que já tenha ocorrido a fecundação, o embrião se demora nas trompas até alcançar o pouso definitivo (no útero), e nesse caso, o descarte dele, antes desse pouso, não caracteriza aborto.
Vê-se que o tema se reveste de dubiedade, até para os estudiosos, sem “certezas”.
Aliás, prudente será relembrar que na história da Humanidade, muitas “certezas” sobre a vida, com o tempo, se mostraram equivocadas. Para não nos alongarmos, citamos uma dessas “certezas” que se esfarelaram: Louis Pasteur (1822-1895), químico e biologista francês, provando a absoluta improcedência da tese da geração espontânea.

Agora, do ponto de vista espírita, surge ardente dúvida se a pílula do dia seguinte seria ou não abortiva, tendo em vista premissas emanadas do Plano Maior:
- Em "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec, à questão 344 está registrado que “a união da alma e do corpo começa na concepção”.
- Na obra “Missionários da Luz”, de André Luiz, psicografia de Chico Xavier, há ampla dissertação no capítulo 13 (“Reencarnação”) sobre a magnitude da fecundação.


Segundo ambas as obras a ligação do Espírito reencarnante com um novo corpo físico se dá no preciso momento da fecundação. Nelas, não há referência, com precisão, a que tempo ocorre a fecundação, nem se em todos os casos de concepção o tempo é exatamente o mesmo. E aí, como também vimos na visão científica, ninguém no mundo pode precisar quando é que isso (a fecundação) acontece: se em horas, ou em dias.

O que se depreende e talvez possa ser sugerido ao casal é que, por uma questão de bom senso espírita, jamais arriscar ação que redunde involuntariamente em aborto: se o que se quer é evitar gravidez, prudente será evitar o uso da pílula, uma vez consumada a relação, vez que na fecundação ocorre a ligação alma-corpo. Ademais, a medicina já oferta outros métodos anticoncepcionais (abstenção nos períodos de fertilidade feminina é um deles).

Como informação complementar, que repasso apenas como nota, entrevistando um consagrado ginecologista, diretor-proprietário de um Centro de Reprodução Humana, deu-me ele a conhecer algo que eu jamais tinha ouvido falar: em vários exames de material de menstruação, são encontrados embriões, que de alguma forma não prosperaram, seja por fragilidade das células germinativas, seja por motivos outros, talvez físicos-hormonais, naquela fase em que o zigoto se formou, quem sabe?

Assim, discussão sobre toda a processualística da fecundação, seguida de gravidez ou aborto, espontâneo ou farmacológico (pela pílula), se houver, será sempre bizantina, isso porque, segundo o Espiritismo, só Deus e talvez os Espíritos elevados, aqueles que o autor espiritual André Luiz, no já citado capítulo da obra “Missionários da Luz”, denomina de "Construtores”, sabem quais são as respostas para tantas dúvidas...
Como adendo, só mais uma pitadinha nas incertezas humanas sobre o tema:
- Tanto Santo Agostinho (354-430), quanto São Tomás de Aquino (1225-1274), tinham como certeza teológica que a vida só começa dentro de quatro semanas após a fecundação. Isso não se deve a especulação, que poderia ser o tempo que medeia de uma a outra "não-menstruação" (cerca de 28 dias).
— Sim?
— Não!

Basearam-se ambos os "santos" - e a Igreja Católica defendeu isso até o século XVII, que só podia haver vida em algo com forma (justamente quando o embrião pode caracterizar forma do ser vivo);
- A partir do séc XVII, vamos encontrar o Papa Pio IX defendendo que a vida tem início na fecundação, e a partir daí, podemos verificar que isso passou quase a ser um novo dogma católico que atravessou três séculos e desembocou no papado de João Paulo II, substituído pelo Papa Bento 16, ambos concordes com a tese.
Verdade é que, mesmo no seio da Igreja Católica, houve opiniões conflitantes.
Porém, nisso de vida começar na fecundação, Espiritismo e Catolicismo caminham uníssonos.

Ainda bem. Graças a Deus!

Por Eurípedes Kuhl

9 de mar. de 2015

Dor e coragem

Na Terra todos temos inimigos. Todos, sem exceção. Até Jesus os teve. Mas isso não é importante. Importante é não ser inimigo de ninguém, tendo dentro da alma a dúlcida presença do incomparável Rabi, compreendendo que o nosso sentido psicológico é o de amar indefinidamente.

Estamos no processo da reencarnação para sublimar os sentimentos. Por necessidade da própria vida, a dor faz parte da jornada que nos levará ao triunfo.


É inevitável que experimentemos lágrimas e aflições. Mas elas constituem refrigério para os momentos de desafio. Filhos da alma, filhos do coração!

O Mestre Divino necessita de nós na razão direta em que necessitamos dEle. Não permitamos que se nos aloje no sentimento a presença famigerada da vingança ou dos seus áulicos: o ressentimento, o desejo de desforçar-se, as heranças macabras do egoísmo, da presunção, do narcisismo. Todos somos frágeis. Todos atravessamos os picos da glória mas, também, os abismos da dor.

Mantenhamo-nos vinculados a Jesus. Ele disse que o Seu fardo é leve, o Seu jugo é suave. Como nos julga Jesus? Julga-nos através da misericórdia e da compaixão.

E o Seu fardo é o esforço que devemos empreender para encontrar a plenitude.

Ide de retorno a vossos lares e levai no recôndito dos vossos corações a palavra libertadora do amor. Nunca revidar mal por mal. A qualquer ofensa, o perdão. A qualquer desafio, a dedicação fraternal. O Mestre espera que contribuamos em favor do mundo melhor, com um sorriso gentil, uma palavra amiga, um aperto de mão.

Há tanta dor no mundo, tanta balbúrdia para esconder a dor, tanta violência gerando a dor, que é resultado das dores íntimas...

Eis que Eu vos mando como ovelhas mansas ao meio de lobos rapaces, disse Jesus. Mas virá um dia, completamos nós outros, que a ovelha e o lobo beberão a mesma água do córrego, juntos, sem agressividade.

Nos dias em que o amor enflorescer no coração da Humanidade, então, não haverá abismo, nem sofrimento, nem ignorância, porque a paz que vem do conhecimento da Verdade tomará conta de nossas vidas e a plenitude nos estabelecerá o Reino dos Céus.

Que o Senhor vos abençoe , filhas e filhos do coração, são os votos do servidor humílimo e paternal, em nome dos Espíritos-espíritas que aqui estão participando deste encontro de fraternidade.


Muita paz, meus filhos, são os votos do velho amigo,


Bezerra.


Psicofonia de Divaldo Pereira Franco, em 25 de setembro de 2011, na Creche Amélia Rodrigues, em Santo André – SP. Em 13.02.2012.

Quaresma e Jejum no Espiritismo


Um amigo escreveu-nos, perguntando como nós espíritas nos comportamos no período de Quaresma, se também fazemos jejum como fazem algumas religiões.

O profundo respeito pelas religiões integra as diretrizes doutrinárias do Espiritismo, o que está de acordo com as disposições da nossa Constituição Federal. Com isto deixamos claro que vamos expor a posição da Doutrina Espírita em face do que nos foi perguntado, sem quaisquer laivos de críticas a esta ou aquela religião.

Quaresma é o período de 40 dias que vai da quarta-feira de cinzas até o domingo de Páscoa, sem inclusão dos domingos na contagem. Os religiosos que a reverenciam, católicos e anglicanos, praticam o jejum de carne no primeiro dia e na sexta-feira da paixão.

Segundo o dicionário de Aurélio os 40 dias são dedicados a penitências. O Site Wikipédia informa que, essencialmente, o período é um retiro espiritual voltado à reflexão, onde os religiosos se recolhem em oração e penitência para preparar o espírito para a acolhida do Cristo Vivo, Ressuscitado no Domingo de Páscoa.

O Espiritismo possui uma estrutura doutrinária própria, assenta-se num conjunto de princípios fundamentais e está exposto nas suas obras básicas e complementares. A sua prática não admite rituais, paramentos, ou utilização de símbolos e imagens. O seu culto é o interno, significando que o seu adepto deve realizar a autotransformação pelo esforço diuturno de domar as más inclinações, de abandonar vícios morais e materiais, adotando como código de conduta as regras morais reveladas por Jesus.

Na parábola do Bom Samaritano (Lc, 10:25-37) Jesus instrui um Doutor da Lei, que lhe pergunta sobre o que fazer para se ganhar a vida eterna. De forma resumida foi esta a resposta do Cristo: para ganhar a vida eterna vá e faça da mesma maneira como fez o Bom Samaritano.

O que fez o Bom Samaritano?

Consta da parábola que o mesmo praticou, por amor verdadeiro ao próximo, a caridade moral e material de maneira incondicional, completa, sem medir esforços, diante de um homem que fora encontrado meio morto, após assaltado e espancado.

Antes da atitude bondosa do Samaritano, um sacerdote e um levita (auxiliar do templo) passaram pelo homem caído e não lhe deram a mínima importância. Por quê? Possivelmente porque já haviam cumprido os deveres diários para com Deus nos rituais do Templo, porque eram insensíveis ante a dor alheia ou porque amar e ajudar o próximo não constituíssem atividades observadas por sua religião.

O Samaritano, homem comum da Samaria, foi justamente quem praticou a Lei Maior: “amar o próximo como a si mesmo”, que, segundo Jesus, é equivalente a “amar a Deus sobre todas as coisas”.

Portanto Jesus propõe que para se alcançar a felicidade e a plenitude da paz o homem deve praticar o amor e a caridade em toda sua extensão, que são antídotos irresistíveis no combate às deficiências morais, como egoísmo, orgulho, vaidade, ódio, ambição, ou por outra, deve fazer jejum (abster-se) desses vícios que são os reais causadores das desgraças da Terra. Este deve ser o sentido verdadeiro de Jejum e, não, o de abster-se da ingestão de carne porque, em outra passagem do Evangelho, Jesus ensina:

“Não é o que entra pela boca que torna o homem impuro. O que sai da boca do homem é que o macula. O que sai da boca procede do coração e é o que torna impuro o homem: porquanto do coração é que partem os maus pensamentos, os assassínios, os adultérios, as fornicações, os latrocínios, as maledicências...” (Mt. 15:1-20).

O esforço de combate às más tendências deve se estender por todos os dias, semanas e meses do ano. “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más”. (Allan Kardec, Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. XVII, item 4).

Quanto ao consumo de carne, a Doutrina Espírita prescreve que em nosso atual estágio, a carne alimenta a carne, e que o homem tem necessidade de alimentar-se conforme reclame a sua organização (Questão 723, do Livro dos Espíritos), mas sem necessidade de abusar desse direito (Questão 734, Idem).

Entendemos que, com o progresso moral, a humanidade chegará a um ponto em que não terá mais necessidade de alimentar-se dos invólucros carnais dos animais, não só por amor a eles, como porque a tecnologia lhe oferecerá sucedâneos adequados à sua organização física. Alguém inclusive já disse, e com muito acerto, que “o homem não se torna bom porque deixa de comer carne, mas quando ele se torna bom, deixa naturalmente de ingeri-la”.

Osvaldo Ourive

7 de mar. de 2015

Sortilégios.

Havia um homem que tinha por hábito trazer sempre consigo uma foto dos filhos. Dizia que a foto era sua proteção, sua segurança.

Certo dia, esqueceu a foto em casa. Sofreu um acidente e morreu.

Ao saber disto, um outro homem resolveu colocar a foto dos filhos no painel do carro. Na primeira viagem que fez, se envolveu em um grande acidente e morreu.

Logo se entende que fotografias não têm poderes mágicos, nem protetores.

Contudo, existem pessoas que acreditam que determinados objetos podem salvá-las de perigos.

Isto nos recorda de um conto famoso que fala de uma jovem americana que contraiu pneumonia, durante um inverno gélido.

Da janela do seu quarto ela observava uma trepadeira que subia pela parede da casa vizinha.

Cada dia, graças à neve noturna, ela ía perdendo folhas. Pois a moça encasquetou que, quando caísse a última folha da trepadeira, ela morreria.

As folhas continuavam caindo. A jovem cada dia ficava mais fraca. De repente, aconteceu o inesperado. A última folha não caiu. Resistiu. A jovem se animou.

Com certeza, aquilo era um recado de Deus. Deus lhe estava dizendo que ela devia viver.

A moça reagiu. Fortaleceu-se. Curou-se.

Muito mais tarde, totalmente refeita, ela veio a saber que a folhinha resistente era apenas uma pintura feita por um artista que soubera da sua fixação e decidira ajudá-la.

A jovem fora salva por ela mesma, a partir do momento em que decidira que Deus não desejava sua morte.

A folhinha nada tinha a ver com a sua recuperação.

Da mesma forma, objeto algum tem virtude mágica. Figas, estatuetas, fitinhas são simplesmente o produto da nossa ignorância.

Afinal, por quanto tempo no nosso primitivismo estivemos adorando as pedras, a lua, as estrelas, as árvores, na crença de que elas nos protegiam e detinham poder?

Muitas das crenças e superstições do hoje são resquícios daquelas nossas vidas.

Contudo Jesus, há mais de dois mil anos, alertava que somos deuses, referindo-se ao nosso potencial interior.

Evitando condicionamentos a ritos e objetos poderemos desenvolver em plenitude as nossas potencialidades interiores e a nossa capacidade de nos ligarmos às forças do bem.

Como dizia o Apóstolo Paulo: "Se Deus estiver conosco, quem estará contra nós?"

Aprimorar a inteligência com o exercício da razão e fortalecer o sentimento, com a confiança em Deus, nos dará condições de superar grandes dificuldades.

Enfrentar a doença, o desamor, o abandono, a problemática financeira.

Guardando a certeza que nada indevido nos haverá de atingir, porque conforme Jesus: "Nenhum fio de cabelo cai de nossa cabeça sem que o Pai o saiba", adquiriremos confiança maior para tudo enfrentar, como verdadeiros cristãos.

Crentes de que Deus vela por todos os Seus filhos, que Seu Amor nos sustenta e que Sua Providência não nos desampara, nos serviremos da oração para movimentar a vontade e vencer.

Tudo isso porque o cristão nasceu para ser um vencedor.

Existem muitas coisas que acreditamos miraculosas simplesmente porque desconhecemos sua origem.

Por exemplo, o maná que alimentou os hebreus no deserto, ao tempo de Moisés, existe até hoje, e poderá ser encontrado na lista de exportações da Península do Sinai.

Foi em 1923 que dois botânicos da Universidade Hebraica de Jerusalém trouxeram a confirmação de que o maná é produto de uma secreção das árvores e arbustos da tamargueira, picados por uma espécie de cochonilha, característica do Sinai.

Exatamente como diz na Bíblia, tem gostinho de mel de abelha velho e a forma e o tamanho da semente do coentro.



Redação do blog Espiritismo Na Rede, baseado  no cap. 36 do livro Rosângela, do Espírito homônimo, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter; do cap. 1 da 3ª. parte do livro E a bíblia tinha razão, de Werner Keller, ed. Melhoramentos e de texto intitulado Talismãs e sortilégios, de Richard Simonetti.

O aluno agressivo e o professor paciente


Havia um aluno muito agressivo e inquieto naquela escola.

Ele perturbava a classe e arrumava frequentes confusões com os colegas.

Era insolente e desacatava a todos.

Repetia os mesmos erros com frequência.

Parecia incorrigível.

Os professores não mais o suportavam.

Cogitaram até mesmo de expulsá-lo do colégio.

Antes disso, porém, entrou em cena um professor que resolveu investir naquele aluno.

Todos achavam que era perda de tempo, afinal, o jovem era um caso perdido.

Mesmo não tendo apoio de seus colegas, o professor começou a conversar com aquele jovem, nos intervalos das aulas.

No início era apenas um monólogo, só o professor falava.

Aos poucos, ele começou a envolver o aluno com suas próprias histórias de vida e com suas brincadeiras.

De modo gradativo, professor e aluno construíram uma ponte entre seus mundos.

O professor descobriu que o pai do rapaz era alcoólatra e espancava o garoto e sua mãe.

Compreendeu que o jovem, aparentemente insensível, já tinha chorado muito e, agora, suas lágrimas pareciam ter secado.

Entendeu que sua agressividade era uma reação desesperada de quem pedia ajuda.

Só que ninguém, até então, havia decifrado sua linguagem.

Era mais fácil julgá-lo do que entendê-lo.

O sofrimento da mãe e a violência do pai produziram zonas de conflito na memória do rapaz.

Sua agressividade era um eco da violência que recebia.

Ele não era réu, era vítima.

Seu mundo emocional não tinha cores.

Não lhe haviam dado o direito de brincar, de sorrir e de ver a vida com confiança.

Agora estava perdendo também o direito de estudar, de ter a única chance de progredir.

Estava para ser expulso do colégio.

Ao tomar consciência da real situação, o professor começou a conquistá-lo.

O jovem sentiu-se querido, apoiado e valorizado, pela primeira vez na vida.

O professor passou a educar-lhe as emoções.

Ele percebeu, logo nos primeiros dias, que por trás de cada aluno arredio, de cada jovem agressivo, há uma criança que precisa de afeto.

Em poucas semanas todos estavam espantados com a mudança ocorrida.

O rapaz revoltado começou a demonstrar respeito pelos outros.

Abandonou sua agressividade e passou a ser afetivo.

Cresceu e tornou-se um aluno extraordinário.

Tudo isso porque alguém não desistiu dele.

* * *

Professores ou pais, todos queremos educar jovens dóceis e receptivos.

Queremos ver brotar diante de nossos olhos as sementes que semeamos.

No entanto, são os jovens que nos desapontam, que testam nossa qualidade de educadores.

São filhos complicados que testam a grandeza do amor dos pais.

São os alunos insuportáveis que testam a capacidade de humanismo dos mestres.

Pais brilhantes e professores fascinantes não desistem dos jovens, mesmo que eles causem frustração e não lhes deem o retorno imediatamente esperado.

Paciência é o segredo.

A educação do afeto é a meta.

Os alunos que mais decepcionam hoje poderão ser aqueles que mais alegrias nos trarão no futuro.

Basta investir tempo e dedicação a eles.



Redação do blog Espiritismo Na Rede, baseado  no cap. 5 do Livro Pais brilhantes – professores fascinantes, de  Augusto Cury, ed. Sextante.