15 de jul. de 2016

Imortalidade.



No justo momento em que a técnica atinge as 
culminâncias, e o homem sofre aflições sem 
termo, somos convidados a recordar Jesus-Cristo 
exclamando: “Eu vendi o mundo!”
A ciência vaticinou, para o século corrente, a 
morte das doutrinas espiritualistas, tendo em 
vista a marcha natural do progresso intelectivo.
E em verdade, até à metade do século passado, a 
filosofia espiritualista não passava de um 
amontoado de informação místicas e de arranjos 
dogmáticos incapazes de competir com os 
sistemas filosóficos vigentes, resistindo aos 
descobrimentos da ciência investigadora.
Coube a Allan Kardec a inapreciável tarefa de 
demonstrar, pela pesquisa experimental, a 
realidade do fenômeno da imortalidade da alma. 
E, graças a isso, o Codificador da Doutrina 
Espírita se destaca entre os vates do pensamento 
universal, pelo gigantesco empreendimento de 
positivar, consoante os dados oficiais da 
indagação, a continuação da vida além da morte.
A tarefa era, a princípio, sob todos os aspectos 
intratável, considerando-se a posição da ciência 
ante os rudimentos da nascente Psicologia.
De um lado, o cientificismo pontificava arbitrário, 
e o empirismo, no outro extremo, ditava leis 
falseadas sobre a verdade.
Kardec, porém, embrenhou-se no matagal das 
informações.
Não foi somente um coligidor dos informes dos 
Espíritos. Foi, antes de tudo, um admirável 
garimpeiro da verdade, separando da ganga o 
ouro rebrilhante, na mensagem eterna.
De 1854 a 1869, pesquisou, selecionou, reparou, 
fez acréscimos, sopesou e apresentou uma 
doutrina que pudesse enfrentar o materialismo, 
justamente no momento em que Engels e Marx 
iriam desdobrar os conceitos hegelianos, 
favorecendo os aspectos dialético e histórico, já 
que o materialismo mecanicista não podia 
resolver o problema fundamental da imortalidade 
por lhe faltarem os elementos basilares para 
destruir a realidade da alma.
Com Hegel, o pensamento passou a ser uma 
função do cérebro, cuja atividade era pensar, 
controlando as manifestações nervosas da vida.
Allan Kardec se distinguiu pela tarefa de 
demonstrar que o pensamento não é apenas uma 
função do cérebro, sendo este a conseqüência de 
um pensamento anterior que nele atua através de 
um outro cérebro mais sutil, comando geral e 
força dinâmica mantenedora do equilíbrio: o 
psicossoma.
E acolitado por figuras da enfibratura de 
Crookes, Zölner, do caráter de Lombroso e de 
Lodge que vieram a público, posteriormente, 
apresentar o resultado das suas pesquisas, 
Kardec demonstrou, à saciedade, o sentido 
incontroverso da imortalidade da alma, em 
experiências que se tornaram notáveis, 
realizadas mais tarde, com o curso de médiuns 
do quilate de Florence Cook, Eusápia, Daniel 
Home...
A tarefa se avultava por estarem em jogo os 
sistemas do monismo e do dualismo.
Allan Kardec demonstrou também que o homem 
não é constituído apenas de duas peças: o corpo 
e alma. Mas é formado por uma tríade de 
elementos: o espírito, perispírito e matéria, 
sendo o perispírito encarregado de funções 
específicas na engrenagem harmoniosa da vida 
hominal.
E quando o materialismo ateu, no seu aspecto 
dialético, veio a campo combater a Doutrina 
Espírita, o Espiritismo, como escola filosófica, na 
sua feição dialética, apresentava “O Livro dos 
Espíritos” como protesto nobre ao abuso e à 
arbitrariedade das informações hegelianas, às 
doutrinas nele inspiradas, bem como às velhas 
fisolofias espiritualistas sem fundamentação 
científica.
E a previsão da ciência, que aguardava para o 
século presente a morte das doutrinas 
espiritualistas, faliu, porque o século XX, com os 
seus valiosos descobrimentos e tirocínios, não 
pode retificar um único conceito da doutrina 
postulada pelo gigante lionês que, na atualidade, 
se faz o maior antídoto aos grandes males que 
afligem a Humanidade.
Como o materialismo é um veneno letal, o 
Espiritismo é o seu anticorpo, preparado para 
diminuir ou dirimir os efeitos terríveis dos ódios 
organizados secularmente e agora disseminados 
pelo ateísmo existencialista.
Enquanto o homem avança pelas trilhas do 
prazer, outros homensaparecem como exegetas 
do trabalho e apóstolos da caridade, formando a 
mentalidade para o Terceiro Milênio que colocará 
bem alto o estandarte da luz cristã refletida na 
mensagem nobre da Doutrina Espírita.
E embora se previsse o soçobro das religiões no 
século XX, Allan Kardec, semelhante a Copérnico, 
que veio por cobro às fantasias a respeito do 
sistema solar, por também termos às 
superstições a respeito da imortalidade da alma, 
arracando-a do sobrenatural e do dogma, 
retificando a sua feição mística, graças à 
documentação experimental de que a bibliografia 
espírita é farta, enriquecendo a ciência 
espiritualista para competir e esclarecer a ciência 
atual, ajudando-a na busca da verdade.
Ante as dores que se acumulam inevitáveis para 
os próximos tempos, sem nos desejarmos 
transformar em Parcas a tecerem a túnica 
mortuária da Civilização, o Espiritismo é a grande 
esperança, porque afirma não ser a morte mais 
do que uma grande transição para o 
despertamento na verdadeira vida: a Vida 
Imortal.
Pontifiquemos, desse modo, com Nosso Senhor 
Jesus-Cristo, o herói da sepultura vazia, 
atendendo o programa da solidariedade 
universal, transferindo o sangue novo da fé para 
os corações esfacelados pelo medo e acendendo 
em toda a parte a lâmpada da convicção 
imortalista. Sigamos a trilha da verdade, 
cumprindo o nosso dever para, vitoriosos, 
atingirmos o porto da nossa gloriosa 
Imortalidade.
Autor: Vianna de Carvalho (espírito)

Psicografia de Divaldo Franco

A Missão do Brasil



Meus filhos:
Prossegue o Brasil na sua missão histórica de 
“Pátria do Evangelho” colocada no “Coração do 
Mundo”.
Nem a tempestade de pessimismo que avassala, 
nem a vaga de dúvida que açoita os corações da 
nacionalidade brasileira impedirão que se 
consume o vaticínio da Espiritualidade quanto ao 
seu destino espiritual. Apesar dos graves 
problemas que nos comprometem em relação ao 
porvir – não obstante o cepticismo que 
desgoverna as mentes em relação aos dias do 
amanhã – o Brasil será pulsante coração 
espiritual da Humanidade, encravado na palavra 
libertadora de Jesus, que fulge no Evangelho 
restaurado pelos Benfeitores da Humanidade.
Não se confunda missão histórica do País com a 
competição lamentável, em relação às 
megalópoles do mundo, que triunfam sobre as 
lágrimas das nações vencidas e escravizadas pela 
política financeira e econômica internacional.
Não se pretenda colocar o Brasil no comando 
intelectual do Orbe terrestre, através de 
celebrações privilegiadas que se encarreguem de 
deflagrar as guerras de aniquilamento da vida 
física.
Não se tenham em mente a construção de um 
povo, que se celebrize pelos triunfos do mundo 
exterior, caracterizando-se como primeiro no 
concerto das nações.
Consideremos a advertência de Jesus, quando se 
reporta que “os primeiros serão os últimos e 
estes serão os primeiros”.
Sem dúvida, o cinturão da miséria sócio-
econômica que envolve as grandes cidades 
brasileiras alarma a consciência nacional. A 
disputa pela venda de armas, que vem colocando 
o País na cabeceira da fila dos exportadores da 
morte, inquieta-nos. Inegável a nossa 
preocupação ante a onda crescente de violência e 
de agressividade urbana...
Sem dúvida, os fatores do desrespeito à 
consciência nacional e a maneira incorreta com 
que atuam alguns homens nas posições 
relevantes e representativas do País fazem que o 
vejamos, momentaneamente, em uma situação 
de derrocada irreversível.
Tenha-se, porém, em mente que vivemos uma 
hora de enfermidades graves em toda a Terra, na 
qual, o vírus da descrença gera as doenças do 
sofrimento individual e coletivo, chamando o 
homem a novas reflexões.
A História se repete!...
As grandes nações do passado, que 
escravizaram o mundo mediterrâneo, não se 
eximiram à derrocada das suas edificações, ao 
fracasso dos seus propósitos e programas; 
assírios e babilônios ficaram reduzidos a pó; 
egípcios e persas guardam, nos monumentos 
açoitados pelos ventos ardentes do deserto, as 
marcas da falência pomposa, das glórias de um 
dia; a Hélade, de circunferência em torno das 
suas ilhas, legou, à posteridade, o momento de 
ilusório poder, porém, milênios de fracassos 
bélicos e desgraças políticas.
As maravilhas da Humanidade reduziram-se a 
escombros: o Colosso de Rodes foi derrubado 
por um terremoto; o Túmulo de Mausolo 
arrebentou-se, passados os dias de Artemísia; o 
Santuário de Zeus, em Olímpia, e a estátua 
colossal foram reduzidos a poeira; os jardins 
suspensos de Semíramis arrebentaram-se e 
ficaram cobertos da sedimentação dos evos e das 
camadas de areia sucessivas da história. Assim, 
aconteceu com outros tantos monumentos que 
assinalaram uma época, porém foram fogos-
fátuos de um dia ou névoa que a ardência da 
sucessão dos séculos se encarregou de demitizar 
e de transformar. Mas, o Herói Silencioso da 
Cruz, de braços abertos, transformou o 
instrumento de flagício em asas para a libertação 
de todas as criaturas, e a luz fulgurou no topo da 
cruz converteu-se em perene madrugada para a 
Humanidade de todos os tempos.
O Brasil recebeu das Suas mãos, através de 
Ismael, a missão de implantar no seu solo virgem 
de carmas coletivos, com pequenas exceções, a 
cruz da libertação das consciências de onde o 
amor alçará o vôo para abraçar as nações 
cansadas de guerras, os povos trucidados pela 
violência desencadeada contra os seus irmãos, os 
corações vencidos nas pelejas e lutas da 
dominação argentaria, as mentes cansadas de 
perquirir e de negar, apontando o rumo novo do 
amor para re restaurem no coração a esperança e 
a coragem para a luta de redenção.
Permaneçam confiantes, os espíritas do Brasil, na 
missão espiritual da “Pátria do Cruzeiro”, 
silenciando a vaga do pessimismo que grassa e 
não colocando o combustível da descrença, nem 
das informações malsãs, nas labaredas 
crepitantes deste fim de século prenunciador de 
uma madrugada de bênçãos que teremos ensejo 
de perlustrar.
Jesus, meus filhos, confia em nós e espera que 
cumpramos com o nosso dever de divulgá-lO, 
custe-nos o contributo do sofrimento silencioso 
e das noites indormidas em relação à dificuldade 
para preservar a pureza dos nossos ideais, ante 
as licenças morais perturbadoras que nos 
chegam, sutis e agressivas, conspirando contra 
nossos propósitos superiores.
Divulgá-lO, vivo e atuante, no espírito da 
Codificação Espírita, é compromisso 
impostergável, que cada um de nós deve realizar 
com perfeita consciência de dever, sem nos 
deixarmos perturbar pelos hábeis sofistas da 
negação e pelas arengas pseudo-intelectuais dos 
aranzéis apresentados pela ociosidade dourada e 
pela inutilidade aplaudida.
Em Jesus temos “o ser mais perfeito que Deus 
nos ofereceu para servir-nos de modelo e guia”; 
o meio para alcançar o Pai, Amorável e Bom; o 
exemplo de quem, renunciando-se a si mesmo, 
preferiu o madeiro de humilhação à convivência 
agradável com a insensatez; de quem, vindo para 
viver o amor, fê-lo de tal forma que toda a 
ingratidão de quase vinte séculos não lhe pôde 
modificar a pulcridade dos sentimentos e a 
excelsitude da mensagem. Ser espírita é ser 
cristão, viver religiosamente o Cristo de Deus em 
toda a intensidade do compromisso, caindo e 
levantando, desconjuntando os joelhos e 
retificando os passos, remendando as carnes 
dilaceradas e prosseguindo fiel em favor de si 
mesmo e da Era do Espírito Imortal.
Chamados para essa luta que começa no país da 
consciência e se exterioriza na 
indimensionalidade geográfica, além das 
fronteiras do lar, do grupo social, da Pátria, em 
direção do mundo, lutais para serdes escolhidos. 
Perseverai para receberdes a eleição de 
servidores fiéis que perderam tudo, menos a 
honra de servir; que padeceram, imolados na 
cruz invisível da renúncia, que vos erguerá aos 
páramos da plenitude.
Jesus, meus filhos – que prossegue crucificado 
pela ingratidão de muitos homens – é livre em 
nossos corações, caminha pelos nossos pés, 
afaga com nossas mãos, fala em nossas palavras 
gentis e só vê beleza pelos nossos olhos 
fulgurantes como estrelas luminíferas no silêncio 
da noite.
Levai esta bandeira luminosa: “Deus, Cristo e 
Caridade” insculpida em vossos sentimentos e 
trabalhai pela Era Melhor, que já se avizinha, 
divulgando o Espiritismo Libertador onde quer 
que vos encontreis, sem o fanatismo dissolvente, 
mas, sem a covardia conivente, que teme 
desvelar a verdade para não ficar mal colocada 
no grupo social da ilusão.
Agora, quando se abrem as portas para 
apresentar a mensagem do Cristo e de Kardec ao 
mundo, e logo mais, preparai-vos para que ela 
seja vista em vossa conduta, para que seja 
sentida em vossas realizações e para que seja 
experimentada nas Casas que 
momentaneamente administrais, mas que são 
dirigidas pelo Senhor de nossas vidas, através de 
vós, de todos nós.
O Brasil prossegue, meus filhos, com a sua 
missão histórica de “Coração do Mundo e Pátria 
do Evangelho”, mesmo que a descrença habitual, 
o cinismo rotulado de ironia, o sorriso em 
gargalhada estrídula e zombeteira tentem 
diminuir, em nome de ideologias materialistas 
travestidas de espiritualismo e destrutivas em 
nome da solidariedade.
Que nos abençoe Jesus, o Amigo de ontem – que 
já era antes de nós -, o Benfeitor de hoje – que 
permanece conosco -, e o Guia para amanhã – 
que nos convida a tomar do Seu fardo e receber 
o Seu jugo, únicos a nos darem a plenitude e a 
paz.
Muita paz, meus filhos!
São os votos do servidor humílimo e paternal de 
sempre,


Autor: Bezerra de Menezes (espírito)

Psicofonia de Divaldo Franco