30 de mar. de 2019

Mensagem Mediúnica Pelo Espirito de Ana Neri



Mensagem recebida dia 22\03\2019 numa reunião mediúnica do espírito de Ana Neri* ao povo brasileiro.
*Ana Neri foi percursora da Enfermagem no Brasil.
"Caríssimos irmãos, filhos eternos da Fonte.
É mister uma mensagem dos vossos mentores e guias de luz, neste momento em que avassaladoras conturbações fazem com que os corações dos irmãos andem suplicando por apoio, cuidado e esperança.
Mestres ascensionados, arcanjos, doutores que lidam com as vibrações curativas, legiões de trabalhadores estão sendo, nesse momento, convocados ao trabalho intenso no orbe terrestre, em favor da Nação Brasileira, cujos caminhos, nos próximos dias, exigem atenção e cuidado.
É necessário que os que estão sentindo em seus interiores um chamado ao posicionamento em uma vertente que almeja a luz estejam atentos, pois muito em breve este solo chamado Brasil demandará de todos os que escolheram aqui estar, nesse momento de tantas oportunidades de crescimento e aprendizado, muito esforço, equilíbrio e, acima de tudo, um olhar atento, para não se deixar desviar do caminho da bondade, do pacifismo, da esperança, da fé.
Trava-se, nas esferas acima de vossas cabeças, nesse momento, uma das maiores batalhas que os halos protetores desta Nação já presenciaram.
Hostes avessas ao trabalho edificante para consolidar a necessária jornada até a Fonte primordial de luz, energia criadora e impulsionadora estão, nesse momento, empenhadas em obscurecer mentes e almas.
Somente a união de vocês, de mãos dadas, mentes unidas e preces somadas, além da vigilância redobrada, poderão ajudar os trabalhadores do bem, que tanto vos querem ver progredir, conseguirem vencer este momento tão desafiador.
Vosso país atravessa um período de enfermidade.
Como um vírus, os capilares energéticos de vosso território estão sendo desafiados por forças avessas à luz transformadora.
Mas os remédios, a cura pra tudo isso vos é enviada todos os dias, das instâncias superiores.
Usem sua inteligência, sua intuição, sua força de vontade e, acima de tudo, o poder que lhes foi dado para se conectarem entre si e com a Divina Fonte de Bondade.
Rogamos a vós, com todo nosso amor incondicional de irmãos que creem em vocês, que fujam da tentação de cederem ao chamado para o embate.
Semeiem, por onde passarem, a esperança, a fé e a razão.
Não se esqueçam de que possuem a dádiva de serem aqueles a quem estas palavras chegaram, mas têm a responsabilidade de agirem com firmeza, no embate contra o desvario insano da maldade, da irracionalidade e da discórdia entre irmãos.
Assim como cada indivíduo tem seu livre-arbítrio e sobre ele seus irmãos de luz jamais poderão influenciar, cada grupo de almas aqui habitando sob a forma humana também possuem a liberdade de escolher entre o caminho da construção ou o caminho do rompimento com a Fonte.
Vossa Nação passa, nesse momento, por um momento onde a vigilância e a oração, mais do que nunca, devem andar acopladas, tal qual vossos fluidos às vossas artérias.
Existem chances severas de romperem-se laços já construídos de evolução, em níveis individuais e, o mais grave, no plano de coletividades inteiras.
Há riscos de sofrimentos físicos e morais, se cederem.
Sejam firmes.
Discordantes no que tange aos valores terrenos e suas lideranças, porém mantenham-se firmes em suas convicções espirituais e em suas intenções.
Se agirem em conformidade com a centelha da fonte divina que habita em vossos interiores, a tempestade se acalmará.
Estamos de prontidão, convocados que fomos para vossa proteção, inspiração, intuição e guia, sem interferir em vossas decisões mais importantes.
Porém, foi-nos permitido advertir para a imensa pressão das hostes contrárias, nos próximos trinta dias de vosso calendário.
Diversos canais estão recebendo mensagens semelhantes, nesta noite, com conteúdo semelhante.
Trabalhadores da saúde, do reparo, da assistência, foram demandados, dos incontáveis cantos do Universo, e estão sabedores de que talvez, em breve, terão que agir.
Mas estamos com nossas mãos dadas, em vigília, esperando que não nos seja dada a missão de trabalharmos, efetivamente.
Cremos no potencial de cada um de vocês, de não se deixarem cegar pelo ódio, pela mágoa.
Cada uma de vossas vidas tem a mesma importância, por ser a materialidade do milagre da Fonte em vocês.
Passamos, nesse momento, a cada um dos que lerem esta mensagem, um afago energético na alma, fortalecendo-os com vibrações trazidas por falanges angélicas e por espíritos que um dia escolheram ser também seus protetores especiais.
Em especial a grupos terrenos, operadores na luz, trabalhadores de casas de toda e qualquer denominação, convocamos para a elevação conjunta do pensamento, em turnos organizados.
Precisamos dessa conexão vibracional, para a efetiva criação de um halo fortalecido em torno de vós.
Aos que creem, reiteramos: há urgência.
Não há tempo para a ingenuidade, o vacilo e a distração.
Aos descrentes, estamos caminhando ao lado.
Familiares ancestrais de todos vós estão também se dirigindo ao orbe, repletos de bondade, proteção e cuidado.
Esperamos que este processo de transição de forças políticas terrenas caminhe sob esta proteção da luz, mas é necessário que criemos este Exército de corações conectados aos melhores propósitos.
Ainda que vocês se sintam minoria, vocês são canais, vias através das quais poderemos fluir pílulas de cura para estes vírus energéticos que teimam em querer trazer ainda mais dor aos seus espíritos e corpos.
Mentalizem seus protetores especiais, fortaleçam sua fé, criem um espaço em seus lares, espaços de trabalho, organizações.
Repetimos:
Afastem-se de tudo o que forem intuídos como tóxico, doente, destruidor.
Rogando ao Universo, ao seu Criador, à Fonte inspiradora e transformadora que ampare a todos vocês e os guiem pelos melhores caminhos, agradeço a oportunidade de me dirigir aos seus corações, em nome das falanges de luz."
Ana Justina Neri

 Centro De Estudos Espíritas Eça De Queirós.
22 de março às 11:12Lisboa, Portugal

Biografia: Ana Néri



Ana Néri (1814-1880) foi a pioneira da enfermagem no Brasil, prestou serviços voluntários, nos hospitais militares de Assunção, Corrientes e Humaitá, durante a Guerra do Paraguai.

Ana Justina Ferreira Néri nasceu em Vila de Cachoeira do Paraguaçu, Bahia, no dia 13 de dezembro de 1814. Casou-se aos 23 anos com Isidoro Antônio Néri, capitão-de-fragata da Marinha, que estava sempre no mar. Ana Néri acostumou-se a ter a casa sob sua responsabilidade. Ficou viúva com 29 anos, quando em 1843, seu marido morreu a bordo do veleiro Três de Maio, no Maranhão.

Filhos

Ana Néri teve três filhos, que criou sozinha, após a morte do marido. O cadete Pedro Antônio Néri e os médicos Isidoro Antônio Néri Filho e Justiniano de Castro Rebelo. Em 1865, o Brasil integrou a Tríplice Aliança, que lutou na Guerra do Paraguai e os filhos de Ana Néri foram convocados para lutar no campo de batalha.

Voluntária na Guerra do Paraguai

Sensibilizada com a dor da separação dos filhos, no dia 8 de agosto, Ana Néri escreveu uma carta ao presidente da província oferecendo seus serviços de enfermeira para cuidar dos feridos de Guerra do Paraguai, enquanto o conflito durasse. Seu pedido foi aceito.
Em 1865, Ana Néri partiu de Salvador em direção ao Rio Grande do Sul, onde aprendeu noções de enfermagem com as irmãs de caridade de São Vicente de Paulo. Com 51 anos, foi incorporada ao Décimo Batalhão de Voluntários.
Ana Néri começou seu trabalho nos hospitais de Corrientes, onde havia, nessa época, cerca de seis mil soldados internados e algumas poucas freiras vicentinas realizando os trabalhos de enfermagem. Mais tarde, ajudou os feridos em hospitais de Salto, Humaitá e Assunção.

Enfermaria-modelo

Apesar da falta de condições, pouca higiene, falta de materiais e excesso de doentes, Ana Néri chamou a atenção, por sua dedicação ao trabalho como enfermeira, por todos os hospitais onde passou. Ana Néri, com seus próprios recursos, montou uma enfermaria-modelo em Assunção, capital paraguaia, sitiada pelo exército brasileiro. Ali, Ana Néri perdeu seu filho Justiniano.

Condecorações

No final da guerra, em 1870, Ana voltou ao Brasil com três órfãos de guerra para criar. Foi condecorada com as medalhas de prata Geral de Campanha e a Medalha Humanitária de Primeira Classe. Recebeu do imperador D. Pedro II, por decreto, uma pensão vitalícia com a qual educou sua família.
Ana Néri faleceu no Rio de Janeiro, no dia 20 de maio de 1880. A primeira escola oficial de enfermagem de alto padrão no Brasil foi fundada por Carlos Chagas em 1923 e em 1926 recebeu o nome de Ana Néri, em homenagem à primeira enfermeira brasileira. O dia do enfermeiro é comemorado em 20 de maio.

Por: 

Dilva Frazão

29 de mar. de 2019

Mandato Mediúnico


  Pelo tempo de atividade na causa do bem e pelos sacrifícios a que se consagrou, Ambrosina recebeu do plano superior um mandato de serviço mediúnico, merecendo, por isso, a responsabilidade de mais íntima associação com o instrutor que lhe preside as tarefas. Havendo crescido em influência, viu-se assoberbada por solicitações de múltiplos matizes. Inspirando fé e esperança a quantos se lhe aproximam do sacerdócio de fraternidade e compreensão, é, naturalmente, assediada pelos mais desconcertantes apelos. 

 — Um mandato mediúnico reclama ordem, segurança, eficiência. Uma delegação de autoridade humana envolve concessão de recursos da parte de quem a outorga. Não se pedirá cooperação sistemática do médium, sem oferecer-lhe as necessárias garantias.

 — Ah! sim, semelhantes serviços não se efetuam sem programa. O acaso é uma palavra inventada pelos homens para disfarçar o menor esforço. Gabriel e Ambrosina planejaram a experiência atual muito antes que ela se envolvesse nos densos fluidos da vida física. E por que dizer — continuei, lembrando ao assistente as suas próprias palavras — «quando o médium se destaca no serviço do bem recebe apoio de um amigo espiritual», se esse amigo espiritual e o médium já se encontram irmanados um ao outro desde muito tempo?

O instrutor fitou-me de frente e falou:

— Em qualquer cometimento, não seria lícito desvalorizar a liberdade de ação. Ambrosina comprometeu-se: isso, porém, não a impediria de cancelar o contrato de serviço, não obstante reconhecer-lhe a excelência e a magnitude. Poderia desejar imprimir novo rumo ao seu idealismo de mulher, embora adiando realizações sem as quais não se erguerá livremente do mundo. Os orientadores da Espiritualidade procuram companheiros, não escravos. O médium digno da missão do auxílio não é um animal subjugado à canga, mas sim um irmão da humanidade e um aspirante à sabedoria. 

Deve trabalhar e estudar por amor… É por isso que muitos começam a jornada e recuam. Livres para decidir quanto ao próprio destino, muitas vezes preferem estagiar com indesejáveis companhias, caindo em temíveis fascinações. Iniciam-se com entusiasmo na obra do bem, entretanto, em muitas circunstâncias dão ouvidos a elementos corruptores que os visitam pelas brechas da invigilância. E, assim, tropeçam e se estiram na cupidez, na preguiça, no personalismo destruidor ou na sexualidade delinqüente, transformando-se em joguetes dos adversários da luz, que lhes vampirizam as forças, aniquilando-lhes as melhores possibilidades. Isso é da experiência de todos os tempos e de todos os dias…

— Sim, sim… — concordei — mas não seria possível aos mentores espirituais a movimentação de medidas capazes de pôr cobro aos abusos, quando os abusos aparecem?

Meu interlocutor sorriu e obtemperou:

— Cada consciência marcha por si, apesar de serem numerosos os mestres do caminho. Devemos a nós mesmos a derrota ou a vitória. Almas e coletividades adquirem as experiências com que se redimem ou se elevam, ao preço do próprio esforço. O homem constrói, destrói e reconstrói destinos, como a humanidade faz e desfaz civilizações, buscando a melhor direção para responder aos chamamentos de Deus.

 É por isso que pesadas tribulações vagueiam no mundo, tais como a enfermidade e a aflição, a guerra e a decadência, despertando as almas para o discernimento justo. Cada qual vive no quadro das próprias conquistas ou dos próprios débitos. Assim considerando, vemos no planeta milhões de criaturas sob as teias da mediunidade torturante, milhares detendo possibilidades psíquicas apreciáveis, muitas tentando o desenvolvimento dos recursos dessa natureza e raras obtendo um mandato mediúnico para o trabalho da fraternidade e da luz. E, segundo reconhecemos, a mediunidade sublimada é serviço que devemos edificar, ainda que essa gloriosa aquisição nos custe muitos séculos.

— Mas ainda num mandato mediúnico o tarefeiro da condição de Dona Ambrosina pode cair?

— Como não? — acentuou o interlocutor — um mandato é uma delegação de poder obtida pelo crédito moral, sem ser um atestado de santificação. Com maiores ou menores responsabilidades, é imprescindível não esquecer nossas obrigações perante a Lei Divina, a fim de consolidar nossos títulos de merecimento na vida eterna.

E, com significativo tom de voz, acrescentou:

— Recordemos a palavra do Senhor: “muito se pedirá de quem muito recebeu”.
A conversação, à margem do serviço, oferecera-me suficiente material de meditação.
XAVIER, Francisco Cândido. Nos domínios da mediunidade. Pelo Espírito André Luiz. Brasília: FEB, 2018. Cap. 16.


Pelo Espirito André Luiz

27 de mar. de 2019

Almas Gêmeas existem?


“Carne e unha, alma gêmea…Bate coração, as metades da laranja. Dois amantes, dois irmãos…Duas forças que se atraem sonho lindo de viver…” (Fábio Junior, música Alma Gêmea)

Acredito que muitos que conhecem esta música leram o verso acima cantarolando em mente não é mesmo? Pois bem caros leitores, quando falamos em almas gêmeas, pensamos com romantismo em uma pessoa que veio para ser nosso companheiro, nossa metade, assim em algum momento da vida estaríamos “completos” e como nos contos de fadas “viveríamos felizes para sempre”.

Exageros românticos a parte, e para a tristeza de muitos, sinto em dizer que alma gêmea não existe, segundo essa concepção popular de que alma gêmea é a outra metade de alguém e que de certa forma seria resultado de um relacionamento às margens da perfeição.  A doutrina espírita nos traz alguns esclarecimentos sobre este assunto.

Em O Livro dos Espíritos, na questão 298, Kardec questiona aos espíritos:

298. As almas que devam unir-se estão, desde suas origens, predestinadas a essa união e cada um de nós tem, nalguma parte do Universo, sua metade, a que fatalmente um dia reunirá?

Não; não há união particular e fatal, de duas almas. A união que há é a de todos os Espíritos, mas em graus diversos, segundo a categoria que ocupam, isto é, segundo a perfeição que tenham adquirido. Quanto mais perfeitos, tanto mais unidos. Da discórdia nascem todos os males dos humanos; da concórdia resulta a completa felicidade.

Mas e a tal metade da laranja gente, como fica essa questão? Pois bem, nosso querido codificador também faz o seguinte questionamento e os espíritos nos apresentam um importante esclarecimento.

299. Em que sentido se deve entender a palavra metade, de que alguns Espíritos se servem para designar os Espíritos simpáticos?

A expressão é inexata. Se um Espírito fosse a metade do outro, separados os dois, estariam ambos incompletos.

Mas isso não significa que a doutrina espírita não acredita em amor, ao contrário. Apesar de não existam almas gêmeas,nesse contexto de espíritos que se completam, existe o que chamamos de almas afins, que são espíritos que sentem afinidades por outros.

Somos espíritos completos.

Assim, não somos metades de ninguém. Somos um espírito completo que reencarna para aprender, evoluir e ser feliz e que nessa jornada evolutiva está apto para encontrar (ou reencontrar) outro espírito em jornada e juntos viverem uma história de amor, da maneira que há de ser.

E para concluir o assunto, temos a questão 301:

301. Dois Espíritos simpáticos são complemento um do outro, ou a simpatia entre eles existente é resultado de identidade perfeita?

A simpatia que atrai um Espírito para outro resulta da perfeita concordância de seus pendores e instintos. Se um tivesse que completar o outro, perderia a sua individualidade.

Então, vamos viver a nossa individualidade e respeitar a individualidade do outro, e ter a consciência que um bom relacionamento é construído dia a dia, com alegrias, diversidades e muitos desafios. E viva o amor né gente?!

Elen Alarça

25 de mar. de 2019

Perante os filhinhos que retornam para o Além






Efetivamente, ninguém está preparado para receber a notícia de que o filho tem câncer, ainda mais quando se trata de uma criança. E nada é capaz de preparar um pai e uma mãe para ver essa criança perder a batalha. Em Lancashire, na Inglaterra, o menino Charles Proctor, de 5 anos, pediu “desculpas” à mãe antes de falecer em seus braços. Ele tinha um tipo raro de câncer e desencarnou no colo de sua mãe, Amber Schofield.

No mês de novembro de 2018, Schofield, 24 anos, segurava o pequeno Charles no colo, quando ele deu seu último suspiro. Em um post emocionado na página que criou no Facebook para contar a história do garoto e pedir ajuda financeira para que ele pudesse realizar um transplante nos Estados Unidos, ela relatou que, algumas horas antes de desencarnar, o menino disse a ela: “Mamãe, me desculpe por isso”. [1]

É dificílimo imaginar o tamanho da angústia pela qual passou Amber Schofield. Só quem viveu situações semelhantes pode descrever. Imaginemos a aflição da mãe ao ouvir o pedido de “desculpas” do filho, por uma situação da qual ele não tinha controle algum, apenas por vê-la sofrer. Todavia, a dignidade que Schofield experimentou, sem revolta e com humildade, demonstrou o quanto ela estava preparada para a situação.

Foi-se o corpo de Charles, não sua essência, o espírito imortal que o corpo habitava. Há muitas pessoas que passam por experiência análoga, porém revoltam-se e blasfemam.

No século XIX, Allan Kardec inquiriu aos espíritos: “qual a utilidade das mortes prematuras?”. E os Benfeitores responderam: que “a maioria das vezes servem como provação para os pais.” [2] Todavia, alguns insistem em dizer que é uma terrível tragédia ver uma vida, tão cheia de esperanças, ser ceifada prematuramente.

Pacifiquemos a consciência em vez de nos infelicitarmos quando for dos desígnios de Deus retirar um de nossos filhos deste planeta de provas e expiações. Concebemos que muitas situações chamadas de infelicidade, segundo apressadas interpretações, cessam com a vida física e encontram a sua compensação na vida além-túmulo.

Há casos de desencarnações precoces que não estão inseridos no processo de consequências naturais das escolhas do passado delinquente e configuram sim, ações meritórias de Espíritos missionários que renascem para viverem poucos anos em contato com a carne em função de tarefas espirituais relevantes. Sobre isso, o Espirito André Luiz escreveu o seguinte: “Conhecemos grandes almas que renasceram na Terra por brevíssimo prazo, simplesmente com o objetivo de acordar corações queridos para a aquisição de valores morais, recobrando, logo após o serviço levado a efeito, a respectiva apresentação que lhes era costumeira.” [3]

Emmanuel, com a nobre sensibilidade que lhe assinala o modo de ser, considera que “nenhum sofrimento, na Terra, será talvez comparável ao daquele coração que se debruça sobre outro coração regelado e querido que o ataúde transporta para o grande silêncio.” E acentua, convincente: “Digam aqueles que já estreitaram de encontro ao peito um filhinho transfigurado em anjo da agonia”. [4]

Porém, ante aqueles que demandam a Vida na Espiritualidade, o comportamento do espírita é algo diferente, ou pelo menos deve ser diferente, variando, contudo de pessoa a pessoa, com prevalência, evidentemente, de fatores ligados à fé e à emotividade. Chora, discreto, mas se fortalece na oração. Na certeza da Imortalidade Gloriosa, reprime o pranto que desliza na fisionomia sofrida, porém busca na Esperança uma das virtudes evangélicas, o bálsamo para a saudade justa.

O Espírita sincero jamais se confia ao desespero. “Não cede aos apelos da revolta, porque revolta é insubordinação ante a Vontade do Pai, que o espírita aprende a aceitar, paradoxal e estranhamente jubiloso, por dentro, vergado embora ao peso das mais agudas aflições.” [5]
Jorge Hessen

Referências Bibliográficas:
[1] Disponível em https://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/entretenimento/2018/11/13/garoto-de-5-anos-pede-desculpas-a-mae-ao-morrer-de-cancer-em-seus-bracos.htm?cmpid=copiaecola acesso em 25/11/2018
[2] KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2001 questão n° 346 a 347
[3] XAVIER, Francisco Cândido. Entre a Terra e o Céu, ditado pelo Espírito André Luiz, Rio de Janeiro: Ed FEB 1988 Xavier
[4] PARALVA, J. Martins. O PENSAMENTO DE EMMANUEL, RJ: Ed FEB, 1990
[5] Idem


24 de mar. de 2019

Porque a Reencarnação Passou a Ser Condenada Pela Igreja Católica



Até meados do século VI, todo o Cristianismo aceitava a Reencarnação que a cultura religiosa oriental já proclamava, milênios antes da era cristã, como fato incontestável, norteador dos princípios da Justiça Divina, que sempre dá oportunidade ao homem para rever seus erros e recomeçar o trabalho de sua regeneração, em nova existência.

Aconteceu, porém, que o segundo Concílio de Constantinopla, atual Istambul, na Turquia, em decisão política, para atender exigências do Império Bizantino, resolveu abolir tal convicção, cientificamente justificada, substituindo-a pela ressurreição, que contraria todos os princípios da ciência, pois admite a volta do ser, por ocasião de um suposto juízo final, no mesmo corpo já desintegrado em todos os seus elementos constitutivos.

É que Teodora, esposa do famoso Imperador Justiniano, escravocrata desumana e muito preconceituosa, temia retornar ao mundo, na pele de uma escrava negra e, por isso, desencadeou uma forte pressão sobre o papa da época, Virgílio, que subira ao poder através da criminosa intervenção do general Belisário, para quem os desejos de Teodora eram lei.

E assim, o Concílio realizado em Constantinopla, no ano de 553 D.C, resolveu rejeitar todo o pensamento de Orígenes de Alexandria, um dos maiores Teólogos que a Humanidade tem conhecimento. As decisões do Concílio condenaram, inclusive, a reencarnação admitida pelo próprio Cristo, em várias passagens do Evangelho, sobretudo quando identificou em João Batista o Espírito do profeta Elias, falecido séculos antes, e que deveria voltar como precursor do Messias  (Mateus 11:14 e Malaquias 4:5).

Agindo dessa maneira, como se fosse soberana em suas decisões, a assembléia dos bispos, reunidos no Segundo Concílio de Constantinopla, houve por bem afirmar que reencarnação não existe, tal como aconteceu na reunião dos vaga-lumes, conforme narração do ilustre filósofo e pensador cristão, Huberto Rohden, em seu livro ” Alegorias “, segundo a qual, os pirilampos aclamaram a seguinte sentença, ditada por seu Chefe D. Sapiêncio, em suntuoso trono dentro da mata, na calada da noite: ” Não há nada mais luminoso que nossos faróis, por isso não passa de mentira essa história da existência do Sol, inventada pelos que pretendem diminuir o nosso valor fosforescente “.

E os vaga-lumes dizendo amém, amém, ao supremo chefe, continuaram a vagar nas trevas, com suas luzinhas mortiças e talvez pensando – “se havia a tal coisa chamada Sol, deve agora ter morrido”. É o que deve ter acontecido com Teodora: ao invés de fazer sua reforma íntima e praticar o bem para merecer um melhor destino no futuro, preferiu continuar na ilusão de se poder fugir da verdade, só porque esta fora contestada pelos deuses do Olimpo, reunidos em majestoso conclave.

Vivaldo J. de Araújo é Professor e Procurador de Justiça do Estado de Goiás.

22 de mar. de 2019

Amanhã Eu Faço



Ele mesmo declarou que sua maior imperfeição moral era a preguiça. Ao final da existência, lamentou-se do péssimo hábito de tudo deixar para amanhã. Não levava adiante as providências em andamento, preferia adiar compromissos, sempre se atrasava em tudo e não percebia que seus atrasos prejudicavam terceiros, traziam aflições a quem dele dependia e que o maior lesionado de suas atitudes negligentes era ele mesmo.

Chamava-se João e o “amanhã” foi acrescentado como apelido. Ficou conhecido, pois, com o nome de João Amanhã. Todos conheciam aquele homem que sempre apresentava desculpas, muitas delas bem esfarrapadas, para justificar atrasos ou não cumprimento dos mais elementares deveres, o que trouxe muito sofrimento para seus pais, durante toda a vida. Na verdade, porém, os pais foram os maiores responsáveis pelo adulto negligente, pois não o corrigiram na infância, concordando com sua costumeira indolência.

A mãe tentou corrigi-lo na adolescência, entregando-o aos cuidados de um tio muito trabalhador e disciplinado que viajava muito. O rapaz o acompanhou, mas alguns meses depois recebeu comunicado da mãe para que voltasse, face à enfermidade que acometera o pai. O rapaz deixou para viajar no dia seguinte, como de hábito em tudo que fazia. Por força do adiamento, no dia seguinte, o veículo coletivo sofreu avaria causando considerável atraso na viagem. Indiferente com o reparo, resolveu adiar novamente a viagem, para o próximo dia. Quando conseguiu chegar o pai já havia morrido.

Mas não foi só. Um outro tio, solteiro, solicitou sua presença para cuidar de seus negócios – face a impedimento inesperado – e ele novamente viajou. Deixou a namorada e prometeu voltar assim que possível. Seis meses depois, em virtude de adiamentos sucessivos, quando tentou voltar, novamente perdeu o veículo coletivo que o traria de volta. No dia seguinte, quando viajaria, amanheceu enfermo e impossibilitado de viajar.

 Com isso, até se recuperar foram mais de três meses. Numa época em que ainda não havia telefones, ficou de escrever para a mãe e para a namorada, mas sempre deixava para o dia seguinte. A mãe a namorada acharam que ele tinha morrido, em face da ausência de notícias. A mãe enfermou e a namorada decidiu ir para o convento.

Quando chegou, um ano depois, a mãe havia morrido. A noiva, surpreendida pela volta do namorado, e agora já com votos religiosos, suicidou-se. Ele, por sua vez, por negligência contumaz, após a morte da mãe, foi sucessivamente perdendo os próprios bens e os recursos básicos de sobrevivência. Transformou-se num mendigo, passou fome e vivia da caridade alheia, sem movimentar-se para nada. Quando solicitava esmolas para comer, diziam-lhe: você não comeu hoje, comerá amanhã. Morreu de fome, abandonado. E até seu corpo ficou insepulto naquela noite, pois os coveiros – numa tarde de chuva torrencial – disseram uns para os outros: deixemos para amanhã, como ele sempre fazia…

A vida é dinâmica e pede iniciativa, providências contínuas que nos preservem de enfermidades e nos garantam o sustento e o equilíbrio da própria existência. Entregar-se a atitudes irresponsáveis como a preguiça é um grande mal.

Observemos se nossos comportamentos não geram aflição para os outros, se nossos adiamentos e atrasos não prejudicam outras iniciativas e decisões. Nossas costumeiras pendências, alimentadas e mantidas, não se enquadram no triste exemplo acima, guardadas as devidas proporções?

Quando nos atrasamos com compromissos, quando não respondemos a alguém que nos aguarda, quando não damos notícia ou quando mesmo não cumprimos nossos compromisso e deveres, estamos lesando alguém. Quando não respeitamos horários e permanecemos indiferentes com a série de obrigações diárias da simples convivência, não estaremos nós lesando a tranquilidade alheia e trazendo prejuízos ao bem geral?

Afinal quem somos para exigir benefícios pessoais em detrimento da harmonia do conjunto? Quem privilégio achamos que detemos acima de outras pessoas?

É algo para pensar, não é? Um bom convite a uma autoanálise sobre nós mesmos. Uma ótima oportunidade para pensar se não somos os velhos egoístas de sempre. Achar-se alguém superior a outrem é bem uma tola pretensão descabida. Ninguém é maior ou menor do que ninguém. Somos todos iguais, apesar das diferenças que possamos ter…

Autor: Orson Peter Carrara

20 de mar. de 2019

Ao fazer o bem, não Espere Facilidades


Fui assistir o filme de Irmã Dulce e sai da sala emocionado. Que vida linda foi a dela! Mesmo fazendo o bem encontrou adversários, opositores, aproveitadores e passou por humilhações variadas, porém ainda assim prosseguiu em sua missão.
Muitos de nós consideramos que o fato de fazermos o bem facilitará as coisas.
Alguns pensam: Meu Deus, ajudo tanta gente, mas recebo provas pesadas.
É assim mesmo que funciona, não adianta nos iludirmos. Estamos em um planeta de provas e expiações, sujeitos a situações e testes dos mais variados matizes. As provas não vem apenas para nós, mas para todos que estão encarnados em planetas na categoria de provas e expiações.

No entanto, importante lembrar que realizando o bem estaremos atraindo a nós a presença dos bons espíritos que nos auxiliarão a vencer nossas provações. Ademais, fazer o bem, cumprir as obrigações, ser honesto, correto, íntegro, enfim, praticar o evangelho, traz-nos o o que há de mais precioso neste mundo: a paz de consciência.

Paz de consciência que reflete na serenidade do espírito que sabe de suas limitações, todavia, também reconhece seus esforços por superar a si mesmo, e por isso está em paz com sua própria consciência.

Penso que o segredo é nos desapegarmos da ideia de que fazendo o bem receberemos de volta o bem. Se fazemos o bem pensando no que receberemos de volta fica um pouco complicado, uma espécie de moeda de troca com o universo, mais ou menos do tipo assim: Faço o bem hoje porque quero receber o bem amanhã. Contudo, nossa visão ainda limitada e imediatista não sabe realmente o que é o bem para nós. Não raro a situação complicada de hoje é o degrau para a felicidade do amanhã. Eis, então, que quando o que queremos não acontece vem a decepção e a frase: Poxa, faço o bem, cumpro com minhas obrigações, mas só recebo pedrada da vida.

Recordo-me de um grande amigo que trabalhava comigo. Homem correto e cumpridor de seus deveres. Criatura reta, trabalhadora e servidora de Jesus. Uma época ele estava decepcionado com a vida. Sentia-se injustiçado e não foram poucas as vezes que chorou em nossos diálogos. Afirmava: Poxa, rapaz, parece que não consigo comprar meu carro. Quero tanto, mas o financiamento nunca é aprovado pelo banco. Estranho que meu nome é limpíssimo e minha renda corresponde. Por que está empacado, me diz?

Eu dizia: Calma, meu caro, quem sabe o futuro reserva algo melhor para você.

Ele, ao ouvir, respondia: Quê nada! A vida se esqueceu de mim!

Eis, porém, que após uns 4 meses ele recebeu aumento salarial, em realidade uma polpuda comissão pela venda de um imóvel e pôde comprar o carro a vista, sem necessitar de qualquer tipo de financiamento.

Eu o parabenizei e disse: Olha só, a espera valeu a pena, meu amigo. Viu como a vida não se esqueceu de você.
O problema é que as coisas têm o seu próprio tempo, mas nós, apressados, queremos antecipar tudo.

Calma!

Nada de esperar “moleza” porque faz trabalho voluntário, ajuda os mais necessitados e coisas do gênero.
Não encontraremos facilidades em nada. E isso é bom, porque são as dificuldades que nos fazem exercitar as potencialidades do espírito.

Mesmo que nossos ideais sejam nobres devemos esquecer facilidades.

Se tenho um objetivo que eu o faça acontecer. Ocioso esperar do Céu se nossas mãos estão inertes.

A propósito, se algum dia encontrarmos numa dessas esquinas do universo Kardec, Ghandi, Irmã Dulce ou Madre Tereza, perguntemos a eles se encontraram facilidades em suas trajetórias.

Provavelmente a história narra a saga desses personagens de forma menos dramática do que realmente foi.

Mas eles prosseguiram.

E nós, vamos seguir a diante ou parar?

18 de mar. de 2019

Vencendo a Depressão de Final de Ano.



A depressão atinge hoje quase 7% da população mundial, são mais de 350 milhões de pessoas no mundo que sofrem de depressão segundo com a Organização Mundial da Saúde.

Dados mostram que em países mais ricos, os jovens apresentam mais chances de desenvolver a doença, já entre os de média e baixa renda, o risco aumenta com a idade. Este transtorno mental é caracterizado pela OMS por alguns sintomas comuns, entre eles, tristeza persistente, perda de interesse, ausência de prazer, distúrbios do sono ou do apetite, cansaço fácil, entre outros sinais de alerta importantes.

Com a aproximação das comemorações de final do ano, muitas pessoas ao invés de se sentirem felizes, acabam se sentindo deprimidas, associando esta época de festas e excesso de compromissos a sentimentos de cobrança, nostalgia e saudade dos entes queridos.

De acordo com a Adriana Rizzo, voluntária a dezessete anos do CVV- Centro de Valorização da Vida há um aumento médio de 20% nas últimas semanas de dezembro em comparação com os demais períodos do ano. Visando sensibilizar as pessoas com o problema e tentar reverter esta situação, a entidade lançou o Movimento Conte Comigo. “Nosso objetivo é ajudar as pessoas a aliviar suas tensões interiores, ganhando um fôlego para continuar adiante e clareando as ideias para tomar as melhores decisões. Doamos atenção para quem necessita”, relata.

Para o médico psiquiatra e supervisor do Hospital das Clínicas, Dr. Teng Chei Tung, embora os estudos mais consistentes não apresentem um real aumento da taxa de depressão natalina pelo fato da depressão já existir antes do natal, neste período ela se torna mais intensa devido aos fatores psicossociais associados tais como a necessidade de ficar feliz, a lembrança dos conflitos familiares, das frustrações ocorridas durante o ano e a lembrança de outras festas natalinas depressivas. 

O médico acrescenta: “Além do tratamento habitual com medicamentos e psicoterapia, precisaria englobar programas de apoio para evitar a solidão nesta fase do ano, com propostas de festas e atividades voltadas para os solitários”.

Além de uma série de sintomas físicos, existem também as razões espirituais que podem desencadear este transtorno. O Médico psiquiatra e comunicador da Rede Boa Nova de Rádio, Dr. João Lourenço explica que algumas vezes as pessoas trazem marcas no seu perispírito e muitas vezes lesões perispirituais causadas por monoideias ou comportamentos repetitivos e ao reencarnar pode ser que a pessoa se pré disponha a algum tipo de dificuldade, uma delas é a depressão.

Reflete Joana de Angelis pela psicografia do médium Divaldo Pereira Franco: “Em razão do largo processo da evolução, todos os seres conduzem reminiscências que necessitam ser trabalhadas incessantemente, liberando-se daquelas que se apresentam como melancolia, insegurança e receios infundados, desestabilizando-os. Ao mesmo tempo, estimulando-se a novas conquistas, enfrentando as dificuldades que o promovem quando vencidas, descobre todo o potencial de valores de que é portador e que necessitam ser despertados para as vivências enriquecedoras.”

Embora não se deva eximir a importância do tratamento médico nem mesmo psicológico, somar os recursos da prece e a conexão com Deus para tranqüilizar o coração e mudar a sintonia dos pensamentos pode ser de grande utilidade.

A partir de uma visão integral do ser recomenda Joana de Angelis: “O hábito saudável da boa leitura, da oração, em convivência e sintonia com o Psiquismo Divino, dos atos de beneficência e de amor, do relacionamento fraternal e da conversação edificante constituem psicoterapia profilática que deverá fazer parte da agenda diária de todas as pessoas”.

Recomenda o espírito Santo Agostinho no capítulo O Mal e o Remédio em O Evangelho Segundo o Espiritismo: “A fé é o remédio certo para o sofrimento. Ela aponta sempre os horizontes do infinito, ante os quais se esvaem os poucos dias de sombras do presente”.

Caso esteja vivenciando a depressão, não hesite em buscar ajuda, esse pode ser o primeiro passo para uma vida mais feliz.

16 de mar. de 2019

AS MOLÉSTIAS PROLONGADAS



Nas enfermidades prolongadas, existiria, para determinados espíritos, certo beneplácito quanto aos angustiantes momentos no purgatório carnal? De certa forma, essas horas de ansiedade para a libertação são realizadas por entidades responsáveis diretamente ligadas aos trâmites da desencarnação, mas segundo a disposição espiritual de cada um, desencarnante.

Vejamos o que padre Hipólito esclarece quanto ao assunto a André Luiz, pelo lápis do médium Chico Xavier no livro: Obreiros da Vida Eterna: “Os que se aproximam da desencarnação, nas moléstias prolongadas, comumente se ausentam do corpo, em ação quase mecânica”. De fato com os dias em maçantes agonias quanto ao restabelecimento de determinados moribundos em fase terminal, muitos familiares vão aos poucos cedendo aos imperativos do cansaço. Desta forma, fica mais fácil da Espiritualidade agir quanto ao desligamento carnal do parente em vigília.

Os servidores da Casa Transitória, trariam os espíritos de Albina, Adelaide, Dimas, Fábio e Cavalcante que iriam desencarnar por seus intermédios. E naquela noite, reuniriam todos nesta residência nos planos espirituais.

Cada uma dessas personagens citadas neste capítulo que iriam novamente se envolver nos decessos da morte tinha impressões variadas quanto à religiosidade de cada uma. Neste desligamento temporário através do fenômeno natural do sono e a caminho da Casa Transitória, um sentia estar chegando ao céu; outra em Marte; e mais outro, não estava preparado ainda por não ter recebido o Viático católico. Cada um tinha em si expressões de religiosidades que os auxiliariam naqueles momentos anteriores aos desligamentos finais.

Diante do exposto por mim colocado, vamos fortalecer esse meu pensamento através da intervenção de Jerônimo, que elucidaria algumas dúvidas de um dos componentes do grupo: “O plano impressivo da mente grava as imagens dos preconceitos e dogmas religiosos com singular consistência”. Diante de tal assertiva, devemos convir que todo desenlace natural se verificaria com certa cautela em que em nenhum momento poderia ser brusco, ocasionando assim, transtornos emocionais.

Devemos considerar que não será essa ou aquela religião que nos ditará a nossa sorte em planos mais superiores que o nosso se não estivermos com as mãos calejadas pelo trabalho fraterno. A sementeira do bem pelo esforço voluntário não é tarefa fácil como pensam muitos. Demandam horas de renúncia que não é qualquer um que se deixará levar pelo prazer do suor derramado.

A morte, tem “cartas na manga” para cada um que vem desligar-se do mundo em seus braços. A consciência ditará normas de merecimento segundo o que tivermos semeado enquanto envolvido num corpo físico. O Céu e o Inferno estão dentro de cada um de nós e, assim sendo, seremos atraídos para um ou para outro, segundo as nossas obras. 

Concorda comigo, Leitor Amigo?
 Aécio Emmanuel César

14 de mar. de 2019

O colorido das diferenças



Prestávamos muito a atenção quando a palestrante que fazia as reflexões de abertura dos trabalhos na casa espírita nos contava de um trabalhador antigo que quando descobria que alguém pensava diferente dele, fazia questão de sentar ao lado da pessoa e começar a refletir sobre as divergências. Ele achava estimulante e instrutivo porque ambos aprendiam um pouco e havia um mútuo respeito e admiração. Não havia lugar para desavença com aquele irmão, porque para ele o diferente era interessante.

Imagine se as flores fossem todas iguais, se o céu fosse da mesma cor que as árvores, se todas as pessoas tivessem a mesma cor de cabelos, a mesma opinião, que monotonia seria a vida. Ninguém iria aprender nada novo.

Mas Deus foi muito sábio. Colocou pessoas diferentes juntas para colorirem o planeta, cada uma com a sua vibração e colaboração, aprendendo umas com as outras. Colocou uma natureza que enche os olhos de tantas cores e vibrações.

Mas quando achamos que o outro precisa pensar igualzinho a nós, não aceitando o seu ponto de vista, acabamos gerando um duelo, demonstrando um profundo orgulho.

Quando éramos crianças, a mãe era “o juiz”, apaziguando os irmãos com as punições ou decidindo com quem estava a razão e fazendo com que o errado reconhecesse o seu erro e pedisse perdão.

Mas quando adultos, se divergimos dos amigos ou familiares, não teremos a mãe para resolver a polêmica.

Teremos que usar de bom senso e respeito, pois o pensamento humano é livre.

No Livro dos Espíritos, no capítulo X – Lei de Liberdade, dentro do subtítulo Liberdade de Consciência, temos a questão 833: Há no homem qualquer coisa que escape a todo o constrangimento, e pela qual ele goze de uma liberdade absoluta? – É pelo pensamento que o homem goza de uma liberdade sem limites, porque o pensamento não conhece entraves. Pode impedir-se a sua manifestação, mas não aniquilá-lo.

Graças a Deus temos a liberdade de pensarmos e decidirmos o que quisermos, então porque não respeitamos este direito do outro também?

Será que o errado somos nós? Ou, será que queremos impedir que o outro sofra, mas quem nos deu este poder? Será que não é o projeto dele de amadurecimento através do sofrimento? Somos os poderosos que e mudaremos o projeto reecarnatório dele? Será que o outro vai acreditar na nossa verdade? Será que apesar de termos fatos óbvios nas mãos não estamos querendo impor o nosso ponto de vista? É delicada a situação.

Aquela pessoa descrita no primeiro parágrafo, que gostava de falar com os que tinham opinião diferente, não era agressiva, era bem interessada e com a inocência de uma criança curiosa. Não invadia as pessoas, porque havia vestígios de tentativa de convencimento.

Porque será que as mães resolvem as brigas dos filhos, na maior parte dos casos? Não será porque os filhos a amam e acreditam nela?

Porque será que Cristo perguntava aos discípulos: Tu me amas?

Os que amavam a Cristo o escutavam, sabiam que Ele falava a verdade pela grandeza de Seu Espírito? Alguém ouviu falar de Cristo ter imposto alguma coisa?

Então, neste mundo cheio de gente pensando diferente, continuamos voltando à mesma tecla de Jesus que só nos pedia para que nos amássemos.

Quem fala com amor e respeito é escutado com respeito e amor. Se não concordar conosco, não tem problema. Todos somos diferentes mesmo. O nosso irmão é tão livre como nós.

O Jasmim branco exala um perfume diferente da rosa vermelha, que é linda também. Que lindo isso!

Maria Lúcia Garbini Gonçalves

12 de mar. de 2019

Existe Morte por Acidente?



Muitas mães, aflitas e saudosas, procuram a Casa Espírita para se informar a respeito das causas espirituais dos acidentes, notadamente com veículos, que vitimaram seus filhos.

– Foi inevitável? – meu filho tinha que partir mesmo? – havia programação espiritual para meu filho morrer?

Depende das circunstâncias e dos fatos que foram determinantes para a ocorrência do acidente.

A análise desse tema, sob a ótica espírita, não possui o condão de ser definitiva e abarcar todas as variáveis. Quem seria capaz de conhecer, em profundidade, os desígnios de Deus?

Vivemos num mundo de matéria muito grosseira onde qualquer acidente ou doença poderá levar à morte. Conclusivamente, a vida aqui na Terra, por si só, já é uma expiação para os Espíritos (ver questão 132 de O Livro dos Espíritos).

Denominamos de Suicídio Direto aquele que a pessoa que o pratica tem a intenção de acabar com a própria vida. Exemplos: enforcamento, uso de armas de fogo, ingestão de medicamentos e venenos, objetivando a morte do corpo físico.

De Suicídio Indireto aquele que a pessoa não tem a intenção de se matar, mas por imprudência, negligência, desrespeito ao corpo e à vida, age de forma irresponsável, desencarnando prematuramente. Exemplo: pessoa que, embriagada, dirige em alta velocidade, desrespeitando as normas do trânsito.

Muitos acidentes são provocados, isto é, são resultado de imprudência e irresponsabilidade das pessoas. Quando isso ocorre, não há como pensar que tal ocorrência estava prevista para acontecer nos planos divinos. Trata-se de suicídio indireto (da parte de quem provocou).

No entanto, temos que considerar que num acidente envolvendo outro veículo, quando a acontecer da batida provocar vítimas fatais no outro carro, para elas (as vítimas da imprudência do primeiro motorista), tratar-se-á de provação e talvez expiação, isto é, resgate de dívidas do passado, quando também malbarataram a própria vida. Claro que nesses casos não serão considerados suicidas indiretos.

Concluindo:

1- suicídio indireto no caso de imprudência do motorista (pessoa que passa num farol vermelho em alta velocidade, consciente do perigo a que se sujeita, e perde a vida, por exemplo);

2- provação ou expiação para aquele que é vítima da imprudência de outros motoristas. Por exemplo, um jovem passa em alta velocidade num cruzamento com farol vermelho e colide com outro veículo, levando seu condutor à morte.

De destacar que, não havendo INTENÇÃO de se matar, o Espírito desencarnado, vítima de si mesmo, terá abrandados seus sofrimentos com a ajuda espiritual que não lhe faltará – aliás, não faltará para ninguém. No caso do suicídio indireto, sempre haverá atenuantes para o sofrimento.

No trabalho mediúnico realizado em favor dos irmãos suicidas, realizados nas últimas sextas-feiras de cada mês, no Kardec*, já presenciamos a comunicação de muitos desses irmãos em desespero pelo acidente que os vitimou, provocando a morte prematura. O caminho de volta ao reequilíbrio é sempre doloroso, até porque se trata de uma morte violenta, inesperada.

Não há saída: terão que encarar a nova realidade em que se precipitaram e reconstruir suas vidas, com a ajuda e socorro dos Benfeitores Espirituais. Preces, aceitação, esforço próprio e confiança em Deus.

Não podemos nos esquecer, também, que cada caso é um caso. A situação de cada um após a desencarnação vai sempre depender de variáveis que estamos longe de conhecer em razão do nosso pouco entendimento. Uns sofrem mais, outros menos.

Queremos ajudar?

Incluamos em nossas preces diárias esses irmãos, envolvendo-os com amor e compreensão, respeitando a situação que atravessam, certos de que não temos direito nem condições de expressar qualquer julgamento depreciativo, haja vista que também somos vítimas de nós mesmos em várias situações das nossas vidas, em face das imperfeições que carregamos dentro de nós.

Fernando Rossit