31 de mai. de 2014

ALMAS SEM BOTOX


Realmente eu não sei como você está, nem sei exatamente quando esta mensagem será lida.

Pode ser que seja o momento mais feliz da sua vida, e eu te peço; saboreie esse momento, não se perca em bobagens, curta cada segunda desse instante mágico.

Mas, pode ser que você esteja na maior indecisão, naquele momento em que um dia, todos nós vivemos, onde nada parece fazer sentido, onde tudo parece levar ao fim, ao fim de um sonho,ao fim de uma experiência, ao fim de uma comodidade, de uma segurança.

Parece que o chão se abriu aos seus pés e você se sente caindo...
E eu te peço, acalme-se e busque forças nas POSSIBILIDADES.

Possibilidades, são dons que carregamos e nem sempre usamos, que quase sempre são despertos quando passamos por um aperto, parece que a dificuldade é uma grande usina geradora de forças, uma professora, ainda que meio rude, que ensina sem desanimar.

Possibilidades são chaves mágicas que abrem portas desconhecidas, no lugar mais desconhecido do próprio indivíduo: ele mesmo!

É na dificuldade que começamos a nos conhecer de verdade, sem mentiras, sem falsas aparências, e é nessa hora também, que reconhecemos nossos verdadeiros amigos, os parentes que estão realmente ligados em nossa história, é nesse momento estranho, de dor, de ressentimento, que desabrocham amizades eternas, e valores indestrutíveis.

Para a alma não há Botox, nem maquiagem definitiva, ela é o que é, sem adjetivos secundários.

É nela que residem as Possibilidades desconhecidas.


E a alma fala todos os dias com cada de um nós, seja na inspiração de uma receita, uma letra de música, uma nova fórmula para se fazer melhor o que quer que seja, seja na intuição ao indicar um caminho, aquele que normalmente você nem seguiria.

E é ali, bem na curva da vida, na esquina do tempo,
onde você já cansado de chorar para para respirar,
que o milagre das Possibilidades acontece, e você sente que tudo começa a mudar.

Seja você sempre!

Do jeitinho que é, com pequenas mudanças para melhor, sem querer ser o que não é para ser, nem transparecer o que não existe em você.

Você é único, divino, ser especial, DNA de Deus, razão de muitas vidas, que agora se unem em oração, pela sua vida, pela sua vitória, para que as POSSIBILIDADES se apresentem agora, e revelem ao mundo, o quanto você vale!

Tudo começa mudar nesse instante.

Creia!

Paulo Roberto Gaefke

30 de mai. de 2014

Carta aos leitores



Caros irmãos e irmãs:

O Grupo Espírita Caminho de Damasco criou este espaço para a divulgação dos princípios da Doutrina Espírita, observando e respeitando sempre os direitos daqueles que o acompanham e com ele colabora.
Não nos move, por princípios de fraternidade e da educação moral que buscamos como espíritas,  nenhuma intenção de ofender qualquer credo religioso diverso ao nosso, nem mesmo o desejo descabido de conversão religiosa através do discurso ofensivo e impertinente que, infelizmente, temos anotado por parte de alguns irmãos que acessam a nossa página.
Assim sendo, em respeito aos objetivos precípuos de nosso espaço de divulgação doutrinária, estamos negando acesso a todo aquele que se fizer invigilante e atentar contra nossos direitos com manifestações desrespeitosas ao Espiritismo ou a qualquer crença religiosa.
Muita Paz!

Diretoria GECAD.

Por que a população da Terra aumenta se os Espíritos que vão e vêm são os mesmos?


Toda vez que se fala em reencarnação alguém vem com a clássica pergunta: Se ela existe e os Espíritos são os mesmos que vão e vêm, como se explica o aumento da população do mundo?

É isto que vamos comentar.

A crença na reencarnação é uma das mais antigas da humanidade. A primeira referência documentada foi encontrada num papiro egípcio de 3.000 anos a.C.

O Espiritismo surgiu no século 19 e veio reafirmar esta crença e, além disso, esclarecer as regras às quais ela está submetida.

Dentre as explicações do Espiritismo, temos:

1. Espírito é o princípio inteligente do universo e Deus criou a todos, sem exceção, simples e ignorantes, porém com uma vontade enorme de progredir, digo evoluir.

2. A evolução se dá tanto no plano material como espiritual. Quanto mais primitivo o Espírito, mais ele precisa do plano material.

3. À medida que o Espírito vai se purificando, menos ele precisa deste nosso plano material.

4. O Espírito, quando no topo da evolução, não precisa reencarnar mais. São Espíritos puros.

5. Quanto às almas dos animais, por não estarem ainda desenvolvendo a inteligência racional (desenvolvem só a inteligência instintiva), a vida no plano material para elas é suficiente. A reencarnação pode ser de imediato (pode ser, não significa que é, depende da disponibilidade de corpos).

HÁ ESPÍRITOS QUE REENCARNAM DE IMEDIATO

6. Reencarnar é uma oportunidade abençoada em face da dificuldade pertinente à disponibilidade de corpos. Não há acessibilidade plena à reencarnação. Logo, há fila.

7. Há Espíritos que reencarnam de imediato e há outros que chegam a demorar séculos. Curva normal (Gauss)?

8. Há cerca de 3 a 4 Espíritos desencarnados para cada 1 encarnado. Isto foi dito há algum tempo, quando a população da Terra – número de encarnados – era cerca de 6 bilhões. Logo, o número de Espíritos, no total, seria de 24 a 30 bilhões de indivíduos.

9. A Terra, nem de longe, é o único planeta habitado no universo. Como disse Jesus: há muitas moradas na casa de meu pai.

10. Um Espírito pode ir a qualquer ponto do universo pela velocidade do pensamento, sendo que aos menos evoluídos muitas regiões lhes são interditadas.

11. Ao se deslocar de um orbe para outro, o Espírito deixa no orbe de origem seu perispírito, por este ser de uma matéria sutil e, por ser matéria, está submetido às leis da física. Um perispírito para se deslocar tem como limite a velocidade da luz, não podendo acompanhar o Espírito que se desloca na velocidade do pensamento. Assim, o Espírito toma no orbe de destino outro perispírito com a natureza da matéria de lá.

O CICLO REENCARNATÓRIO TERIA 280 ANOS

Daí podemos tirar algumas conclusões que são:

Tempos médios entre duas reencarnações:

No princípio da evolução, o homo sapiens, por ser muito próximo de um animal, podia reencarnar de imediato. Logo, se houvesse acessibilidade plena a corpos, seu tempo no plano espiritual, entre encarnações, seria próximo de zero.

No final da escala da evolução para os Espíritos puros, o tempo entre reencarnações é infinito.

Ciclo reencarnatório:

A relação de 4:1 só é válida para o ponto da escala evolutiva em que nos encontramos; assim, se a expectativa de vida, neste ponto, é de 70 anos, um Espírito espera na média 280 anos desencarnado para encarnar por 70 anos.

Isto totaliza 280 anos entre os estados de encarnado e desencarnado, a que estamos chamando de ciclo reencarnatório.

Nesse período de tempo estão somados os tempos da necessidade evolutiva e o de fila de espera pela falta de acessibilidade plena de corpos.

Para efeito de simplificação do modelo, vamos admitir que agora a acessibilidade seja plena e assim os 280 anos é a nossa média atual para um ciclo (encarnado e desencarnado).

Essa média assemelha-se à média de uma curva normal (Gauss) e, desta forma, nas extremidades da mesma existirá uma pequena percentagem de Espíritos que reencarnam quase de imediato, bem como outra que demora muito mais que a média. Também haverá uma quantidade muito grande de pontos intermediários.

A EVOLUÇÃO SE DÁ EM PEQUENOS PASSOS

No ano 1 da Era Cristã (nascimento de Jesus), segundo artigo publicado na revista Época, de 6 de junho de 2011, éramos 300 milhões de Espíritos encarnados.

Admitindo que o tempo de desencarnado era igual ao tempo de encarnado (relação 1:1) e ainda mantendo a acessibilidade plena, o número total de Espíritos no planeta era de 600 milhões.

Se a expectativa de vida fosse 35 anos, um ciclo reencarnatório durava 70 anos.

Se mantivermos o ciclo reencarnatório atual de 280 anos e acrescentarmos uma limitação de acessibilidade, esse número poderia ser aumentado em 4 vezes (4=280/70) o que aumenta o número total de Espíritos para 2,4 bilhões. Isto é, 10% dos 24 bilhões citados.

Para fechar a conta, o ciclo reencarnatório deveria ser de 2.800 anos o que significaria que pode haver ainda Espíritos do tempo de Jesus por reencarnar.

Chegamos aí a um absurdo, simplesmente comparando o grau de civilização de um homem daquela época com o de hoje. Absurdo porque isto representa um salto enorme na evolução, fato que o Espiritismo ensina que não ocorre.

A evolução se dá em pequenos passos, submetida, porém, a uma lei de crescimento exponencial, como começou a ocorrer nos últimos três séculos.

O artigo da revista citado traz dados da população global desde 200 mil anos a.C.

ESPÍRITOS MIGRARAM DE OUTROS ORBES PARA CÁ

A seguir, o resumo:

ano 200 mil a.C. – 10 mil (homo sapiens)

ano 10 mil a.C. – 1 milhão (início da agricultura)

Ano 1 – 300 milhões (início da Era Cristã)

ano 1.000 d.C. – 310 milhões

ano 1.500 d.C. – 500 milhões

ano 1.801 d.C. – 1 bilhão

ano 1.900 d.C. – 1,7 bilhão

ano 2.000 d.C. – 6 bilhões

ano 2.011 d.C. – 7 bilhões.

Se compararmos o ano 1 com o ano 1.800 (século 19), quando a população da Terra era de 1 bilhão de Espíritos encarnados, as contas já ficam aceitáveis.

Assim, nos três últimos séculos deve ter havido migração de Espíritos de outros pontos do universo para cá.

Por outro lado, se compararmos o ano 1 com 1.800, essa necessidade de migração apresenta-se bem reduzida, pois, atuando só nos parâmetros de redução do tempo de espera, expectativa de vida média e tempo médio no plano espiritual (erraticidade), o crescimento da população encarnada nos parece razoável.

Tivemos grandes saltos nos séculos 19, 20 e 21. O século 19 ficou marcado pelo início da expansão do conhecimento, o 20 pelo crescimento da indústria e o 21 pela tecnologia.

EVOLUIR É COMO FAZER DOCE DE LEITE...

Para fazer doce de leite (bão demais sô!) até chegar a querer dar o ponto, deve-se cozinhar um tanto. Vamos fazer de conta que evoluir é como fazer doce de leite... Quando um orbe passa de uma categoria para outra (de primitivo para prova e expiação e daí para regeneração), é porque chegou ao ponto.

Assim, do século 1 ao 17, a evolução foi muito pequena e nosso orbe estava, por assim dizer, cozinhando os Espíritos, que aqui viviam quase num sistema evolutivo fechado, sem muita interação migratória com outros orbes.

No final do século 18 fomos chegando até o ponto de começar a vislumbrar uma mudança de mundo de prova e expiação para regeneração.

Para chegar a este ponto, levamos dois mil séculos (200.000 anos), a contar do evento do homo sapiens. Se contarmos do início da formação da Terra, já serão 45 milhões de séculos ou 4,5 bilhões de anos.

Se cozinhar por 2 mil ou 45 milhões de séculos é dar o ponto, só em 2 séculos este ponto será um evento muito raro. Ele deve ser aproveitado por quem já estiver na condição para tal. Como a Terra, muitos outros orbes estão cozinhando também, porém sem chegar ao ponto, como conjunto.

Os Espíritos que isoladamente chegam “ao ponto” (minoria do braço superior da curva normal) têm que migrar para outro orbe onde a média já está no ponto. Como a nossa Terra está chegando “ao ponto”, muitos deles vêm para cá.

O Livro dos Espíritos explica que um Espírito pode migrar para qualquer ponto do universo na velocidade do pensamento. Para tal ele deixa seu perispírito no orbe de origem e toma outro perispírito no orbe de destino, já com a matéria de lá.

A CHAMADA RAÇA ADÂMICA VEIO DE OUTRO ORBE

Isso aconteceu com o que o Espiritismo chama de integrantes da raça adâmica, quando vieram para cá, vindos de outro orbe, no momento que passamos de mundo primitivo para provas e expiação. (1)

São poucos Espíritos de muitos orbes, o que na soma dá uma quantidade grande.

Agora, no século 21, somam-se a esses Espíritos outros que virão de orbes mais adiantados para ajudar no processo de transição que já se iniciou.

Assim, esse aumento da massa de Espíritos é explicável e deve ter uma redução quando finalizar a passagem de mundo de prova e expiação para regeneração, porque os Espíritos que permanecerem no braço inferior da curva normal não chegaram “ao ponto”. Terão que sair para um outro mundo que ainda está cozinhando no estágio de prova e expiação, ou entrando nele.

Se a maioria dos Espíritos que estão migrando para cá vem de mundo de provas e expiação, como uma oportunidade de melhorar, uma minoria vem de mundos mais adiantados, já no estágio de regeneração, para nos auxiliar nesta transição.

Esses Espíritos, somados aos daqui mesmo, que já alcançaram a ponta do braço superior da curva normal, são os missionários desta transição que já estamos passando, conforme citado no Apocalipse, um dos livros que compõem o Novo Testamento.


(1) Kardec ensina que a raça adâmica veio de outro orbe, há +- 6 mil anos, porém não a nomeia. Existem outros autores que ensinam que pertencem a um sistema evolutivo chamado Capela, que é composto de uma certa quantidade de orbes e que essa migração ocorreu há milhares de anos. A diferença entre Kardec e estes está no nome e na localização do ponto de origem, bem como no tempo em que isso ocorreu, e não no fato em si.

O fato comum a ambos é que um outro orbe, que não a Terra, passou da categoria de mundos de Prova e Expiação para mundo de Regeneração.

Quando isso se deu, alguns Espíritos não tinham condições evolutivas de lá continuar e tiveram de ser removidos. Logo, foram de lá exilados. Esses Espíritos vieram para a nossa Terra, que por aquela época estava evoluindo de Mundo Primitivo para Prova e Expiação.

Também existe a crença de que esses Espíritos exilados aqui receberam a denominação de raça adâmica, e o sentimento de Paraíso perdido se refere ao mundo do qual eles vieram.

A Terra de hoje, comparada com ela mesma, quando era primitiva, não pode ser considerada um paraíso?

PAULO ARTUR GONÇALVES

Transplantes de orgãos


Numa operação de transplante de órgãos (Coração, fígado, rim, pele, ossos, etc. - a medicina já está tentando até o transplante de cabeça -), é necessária a presença de duas equipes médicas: uma material e outra espiritual, cada uma executando a sua parte e, por assim dizer, complementando-se uma à outra.

Enquanto a equipe médica material trabalha nas ligações das estruturas dos tecidos do órgão doado ao corpo material do paciente receptor, a equipe médica espiritual providencia as conexões dos “fios fluídicos” do perispírito do transplantado, na região do órgão que foi doado, às respectivas células materiais do seu novo órgão. 

Se o perispírito do paciente transplantado não se adaptar convenientemente à nova porção de matéria do órgão que foi doado, haverá a rejeição, pois ele deixa de receber os influxos vitais irradiados pelo Espírito e transmitidos ao corpo carnal via perispírito.

O Espírito e o corpo carnal são de natureza totalmente opostas. O veículo físico de matéria palpável, não deixa de ser energia, mas é energia concentrada, pesada; já o Espírito, ser pensante, é sutil e embora ainda não conheçamos a sua estrutura íntima, percebemos que é algo como um foco irradiante, uma fonte poderosa de energia vibrátil.

Dois corpos tão diferentes na sua essência, só podem ser conectados por um outro de textura intermediária - O PERISPÍRITO -, constituído de fluido semi-material, geralmente mais fluídico do que material. O perispírito é como se fosse um conjunto enorme de pequenas “algemas fluídicas”, que aprisionam o Espírito à matéria, célula a célula, elemento a elemento, cuja libertação plena só acontece com o fenômeno da morte.

Os corpos carnais das diferentes pessoas são exatamente iguais, pois são compostos dos mesmos elementos químicos oriundos da terra(cálcio, ferro, alumínio,zinco, etc.), qualquer que seja a superioridade ou a inferioridade dos Espíritos que os habitam temporariamente.

Com o perispírito já não é assim. A natureza do envoltório fluídico do Espírito guarda uma relação íntima com o grau de adiantamento moral do Espírito. Para os Espíritos inferiores, seus perispíritos são tão grosseiros que chegam a ser confundidos com o próprio corpo carnal.
Os Espíritos mais elevados, no entanto, possuem os perispíritos bem mais purificados.

Como sabemos que o perispírito dos Espíritos não são iguais, variando de textura, de acordo com a sua pureza fluídica, em consonância com o adiantamento moral dos Espíritos, é fácil imaginar que poderá haver maior ou menor facilidade na adaptação do órgão transplantado ao corpo do receptor, na medida em que os perispíritos dos dois Espíritos( doador e receptor ) sejam mais ou menos semelhantes em grau de pureza.

Embora as ligações fluídicas perispirituais do doador do órgão já estejam desatadas, em conseqüência do fenômeno da morte, que recentemente ocorreu, é natural que as células materiais do órgão doado, guardem, por algum tempo, uma certa porção de fluidos, isto é, um certo reflexo da natureza fluídica do perispírito ao qual esteve até então jungido e ao receber agora uma fixação fluídica perispirítica de outra natureza, poderá ocorrer um choque, de maior ou menor intensidade, que perdurará por um certo tempo, até que sejam totalmente dissipadas do órgão doado, as influências residuais dos fluidos perispirituais do Espírito doador.

Tal situação pode se agravar, caso o Espírito do doador, seja mais materialista do que espiritualista e esteja ainda muito apegado à matéria, inclusive ao próprio corpo carnal. Neste caso o Espírito pode se revoltar ao ver os seus órgãos serem retirados do seu cadáver e transplantados para outras pessoas, podendo causar até mesmo angústia no desencarnado que, eventualmente, poderá repassar esta angústia para o paciente transplantado, que assim não passará bem.

Para os Espíritos desprendidos da matéria, já mais espiritualizados, a doação de seus órgãos materiais será melhor compreendida e mesmo entendida como uma caridade prestada aos seus Irmãos que passam a se beneficiar de alguns órgãos materiais que para o doador morto não têm mais nenhuma serventia.

A Ciência já vem pesquisando uma “estranha memória” das células dos órgãos transplantados, principalmente do coração. O médico americano Paul Pearsall, durante os últimos dez anos, vem colecionando e analisando depoimentos de pessoas transplantadas do coração, tendo selecionado cerca de 150 episódios daquelas que declararam ter experimentado alterações relacionadas, de algum modo, à pessoa do doador.

Há casos curiosos como o da professora de balé Claire Sylvia (relatado na Revista Galileu - Janeiro de 2000), que jamais havia bebido cerveja na vida, mas passando a ter no peito o coração de um jovem consumidor de álcool, surpreendeu a todos ao pedir uma cerveja, assim que despertou da cirurgia cardíaca. 

Dr. Pearsall explora a idéia de que todas as células possam ter uma “memória” e uma “energia sutil” capaz de fluir para todo o corpo e acionar dispositivos importantes dele.

Para o Espiritismo esta “estranha memória” das células e a “energia sutil”, podem estar ligadas às reminiscências fluídicas do perispírito do doador, que de alguma forma ficaram retidas nas estruturas celulares do órgão doado e encontraram condições propícias para se expandirem.

Nelson Oliveira e Souza 

29 de mai. de 2014

Transplantes na concepção espírita

Nas práticas médicas de todas as especialidades , o transplante de órgãos é a que demonstra com maior clareza a estreita relação entre a morte e a nova vida, o renascimento das cinzas como Fênix: o mitológico pássaro símbolo da renovação do tempo e da vida após a morte.(1)

A temática "doação de órgãos e transplantes" é bastante coetâneo no cenário terreno. Sobre o assunto as informações instrutivas dos Benfeitores Espirituais não são abundantes. O projeto genoma, as investigações sobre células-tronco embrionárias e outras sinalizam o alcance da ciência humana. Os transplantes , em épocas recuadas repletas de casos de rejeição, tornaram-se práticas hodiernas de recomposição orgânica. O esmero "in-vivo" de experiências visando regeneração de células e a perspectiva de melhoria de vida caminham adiante , em que pese às pesquisas ensaiarem, ainda, as iniciantes marchas. Isso torna auspiciosa a expectativa da ciência contemporânea. Contudo, o receio do desconhecido paira no imaginário de muitos.

Alguns espíritas recusam-se a autorizar, em vida, a doação de seus próprios órgãos após o desencarne, alegando que Chico Xavier não era favorável aos transplantes. Isso não é verdade! Mister esclarecer que Chico Xavier quando afirmou "a minha mediunidade, a minha vida, dediquei à minha família, aos meus amigos,ao povo. A minha morte é minha. Eu tenho este direito. Ninguém pode mexer em meu corpo; ele deve ir para a mãe Terra", fê-lo porque quando ainda encarnado Chico recebeu várias propostas [inoportunas] para que seu cérebro fosse estudado após sua desencarnação. Daí o compreensível receio de que seu corpo fosse profanado nesse sentido.

Não podemos esquecer que se hoje somos potenciais doadores, amanhã, poderemos ser ou nossos familiares e amigos potenciais receptores. "Para a maioria das pessoas, a questão da doação é tão remota e distante quanto à morte. Mas para quem está esperando um órgão para transplante, ela significa a única possibilidade de vida!"(2) Joanna de Angelis sabendo dessa importância ressalta "(...) Verdadeira bênção, o transplante de órgãos concede oportunidade de prosseguimento da existência física, na condição de moratória, através da qual o Espírito continua o périplo orgânico. Afinal, a vida no corpo é meio para a plenitude - que é a vida em si mesma, estuante e real" (3)

Em entrevista à TV Tupi em agosto de 1964, Francisco Cândido Xavier comenta que o transplante de órgãos, na opinião dos Espíritos sábios, é um problema da ciência muito legítimo, muito natural e deve ser levado adiante. Os Espíritos, segundo Chico Xavier, não acreditam que o transplante de órgãos seja contrário às leis naturais. Pois é muito natural que, ao nos desvencilharmos do corpo físico, venhamos a doar os órgãos prestantes a companheiros necessitados deles, que possam utilizá-los com proveito. (4)

A doação de órgãos para transplantes é perfeitamente legítima. Divaldo Franco certifica: se a misericórdia divina nos confere uma organização física sadia, é justo e válido, depois de nos havermos utilizado desse patrimônio, oferecê-lo, graças as conquistas valiosas da ciência e da tecnologia, aos que vieram em carência a fim de continuarem a jornada(5)

Não há, também, reflexos traumatizantes ou inibidores no corpo espiritual, em contrapartida à mutilação do corpo físico. O doador de olhos não retornará cego ao Além. Se assim fosse, que seria daqueles que têm o corpo consumido pelo fogo ou desintegrado numa explosão?(6)

Quando se pode precisar que uma pessoa esteja realmente morta? conforme a American Society of Neuroradiology morte encefálica é o estado irreversível de cessação de todo o encéfalo e funções neurais, resultante de edema e maciça destruição dos tecidos encefálicos apesar da atividade cardiopulmonar poder ser mantida por avançados sistemas de suporte vital e mecanismo e ventilação".(7)

A grande celeuma do assunto é a morte encefálica, na vigência da qual órgãos ou partes do corpo humano são removidos para utilização imediata em enfermos deles necessitados. Estar em morte encefálica é estar em uma condição de parada definitiva e irreversível do encéfalo, incompatível com a vida e da qual ninguém jamais se recupera.(8) Havendo morte cerebral, verificada por exames convencionais e também apoiada em recursos de moderna tecnologia, apenas aparelhos podem manter a vida vegetativa, por vezes por tempo indeterminado. É nesse estado que se verifica a possibilidade do doador de órgãos "morrer" e só então seus órgãos podem ser aproveitados - já que órgãos sem irrigação sangüínea não servem para transplantes. Seria a eutanásia? Evidentemente que caracterizar o fato como tal carece de argumentação científica (...) para condenarem o transplante de órgãos: a eutanásia de modo algum se encaixaria nesses casos de morte encefálica comprovada.(8)

A medicina, no mundo todo, tem como certeza que a morte encefálica, que inclui a morte do tronco cerebral(10), só terá constatação através de dois exames neurológicos, com intervalo de seis horas, e um complementar. Assim, quando for constatada cessação irreversível da função neural, esse paciente estará morto, para a unanimidade da literatura médica.

Questão que também amiudemente é levantada é a rejeição do organismo após a cirurgia. Chico Xavier nos vem ao auxílio, explicando: André Luiz considera a rejeição como um problema claramente compreensível, pois o órgão do corpo espiritual está presente no receptor. O órgão perispiritual provoca os elementos da defensiva do corpo, que os recursos imunológicos em futuro próximo, naturalmente, vão suster ou coibir.(11) Especialistas, a partir de 1967, desenvolveram várias drogas imunossupressoras (ciclosporina, azatiaprina e corticóides), para reduzir a possibilidade de rejeição, passando então os receptores de órgãos a terem uma maior sobrevida.(12) Estatisticamente, o que há é que a taxa de prolongamento de vida dos transplantes é extremamente elevada. Isso graças não só às técnicas médicas, sempre se aperfeiçoando, mas também pelos esquemas imunossupressores que se desenvolveram e se ampliaram consideravelmente, existindo atualmente esquemas que levam a zero por cento (0%) a rejeição celular aguda na fase inicial do transplante, que é quando ocorrem.(13)

André Luiz explica que quando a célula é retirada da sua estrutura formadora, no corpo humano, indo laboratorialmente para outro ambiente energético, ela perde o comando mental que a orientava e passa, dessa forma, a individualizar-se; ao ser implantada em outro organismo [por transplante, por exemplo], tenderá a adaptar-se ao novo comando [espiritual] que a revitalizará e a seguir coordenará sua trajetória.(14) Condição essa corroborada por Joanna de Angelis quando expõe: (...) transferido o órgão para outro corpo, automaticamente o perispírito do encarnado passa a influenciá-lo, moldando-o às suas necessidades, o que exigirá do paciente beneficiado a urgente transformação moral para melhor, a fim de que o seu mapa de provações seja também modificado pela sua renovação interior, gerando novas causas desencadeadoras para a felicidade que busca e talvez ainda não mereça.(15)

Os Espíritos afirmaram a Kardec que o desligamento do corpo físico é um processo altamente especializado e que pode demorar minutos, horas, dias, meses.(16) Embora com a morte física não haja mais qualquer vitalidade no corpo, ainda assim há casos em que o Espírito, cuja vida foi toda material, sensual, fica jungido aos despojos, pela afinidade dada por ele à matéria. (17) Todavia, recordemos de situação que ocorre todos os dias nas grandes cidades: a prática da necropsia, exigida por força da Lei, nos casos de morte violenta ou sem causa determinada: abre-se o cadáver, da região esternal até o baixo ventre, expondo-se-lhe as vísceras toracoabdominais.(18) Não se pode perder de vista a questão do mérito individual. Estaria o destino dos Espíritos desencarnados à mercê da decisão dos homens em retirar-lhes os órgãos para transplante, em cremar-lhes o corpo ou em retalhar-lhes as vísceras por ocasião da necropsia?! O bom senso e a razão gritam que isso não é possível, porquanto seria admitir a justiça do acaso e o acaso não existe!(19)

Em síntese, a doação de órgãos para transplantes não afetará o espírito do doador, exceto se acreditarmos ser injusta a Lei de Deus e estarmos no Orbe à deriva da Sua Vontade. Lembremos que nos Estatutos do Pai não há espaço para a injustiça e o transplante de órgãos (façanha da ciência humana) é valiosa oportunidade dentre tantas outras colocadas à nossa disposição para o exercício da amor.

JORGE HESSEN

FONTES:

1- Mário Abbud Filho Ex-Presidente da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos. Presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia de São José do Rio Preto.Membro da American Society Transplant Physician. Membro da International Transplantation Society, disponível acesso em 12/04/2005
2- In Doação de Órgãos e Transplantes de Wlademir Lisso / Cleusa M. Cardoso de Paiva, disponível acesso em 15/04/2004
3- Franco, Divaldo Pereira. Dias Gloriosos, Ditado pelo Espírito Joanna de Angelis. Salvador/Ba: Ed. LEAL, 1999, Cf. Cap. Transplantes de Órgãos
4- Publicada na Revista Espírita Allan Kardec, ano X, n°38
5- Franco, Divaldo Pereira. Seara de Luz, Salvador: Editora LEAL [o livro apresenta uma série de entrevistas ocorridas com Divaldo entre 1971 e 1990.]-
6- Simonetti, Richard. Quem tem medo da morte? - São Paulo /SP: Editora Lumini ,2001
7- In: "Dos transplantes de Órgãos à Clonagem", de Rita Maria P.Santos, Ed. Forense, Rio/RJ, 2000, p. 41
8- Bezerra, Evandro Noleto. Transplante de Órgãos na Visão Espírita, publicado na Revista Reformador- outubro/1998
9- Idem
10- O tronco cerebral, e não o coração, é reconhecido como o organizador e "comandante" de todos os processos vitais. Nele está alojada a capacidade neural para a respiração e batimentos cardíacos espontâneos; sem tronco ninguém respira por si só.
11- Cf. Revista Espírita, Allan Kardec, ano X, n°38
12- Folha de S.Paulo, A3, "Opinião", 15.Maio.2001
13- Entrevista com o Prof. Dr. Flávio Jota de Paula Médico da Unidade de Transplante Renal do HC/FMUSP. 1º Secretário da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). Diretor da I Mini Maratona de Transplantados de Órgãos do Brasil. Publicado em Prática Hospitalar ano IV n º 24 nov-dez/2002
14- Xavier, Francisco Cândido. Evolução em dois Mundos - Ditado pelo Espírito André Luiz. 5ª Ed. Rio de Janeiro, RJ: Ed FEB, 1972, cap. "Células e Corpo Espiritual"
15- Franco, Divaldo Pereira. Dias Gloriosos, Ditado pelo Espírito Joana de Angelis. Salvador: Ed. LEAL, 1999
16- Kardec, Allan,. O Livros dos Espíritos, RJ: Ed FEB/2003, questão n° 155, Cap. XI.
17- Kühl Eurípedes DOAÇÃO DE ÓRGÃOS TRANSPLANTES Entrevista Virtual disponível acesso em 24/04/2005
18- Cf. Bezerra, Evandro Noleto. Transplante de Órgãos na Visão Espírita, publicado na Revista Reformador- outubro/1998
19- Bezerra, Evandro Noleto. Transplante de Órgãos na Visão Espírita, publicado na Revista Reformador- outubro/1998

28 de mai. de 2014

A diferença

A reunião alcançava a parte final, e, na organização mediúnica, Bezerra de Menezes retinha a palavra.

O Benfeitor distribuía consolações, quando um companheiro o alvejou com azedume:

– Bezerra, não concordo com tanta máscara no ambiente espírita. Estou cansado de ser hipócrita. Falo contra mim mesmo. Posso, acaso, dizer que sou espírita-cristão?

Vejo-me fustigado por egoísmo e intolerância, avareza e ciúme; cometo desatenções e disparates; reconheço-me frequentemente caído em maledicência e cobiça; ainda não venci a desconfiança, nem a propensão para ressentir-me; quando menos espero, chafurdo-me nos erros da vaidade e do orgulho; involuntariamente, articulo ofensas contra o próximo; a ambição mora comigo e, por isso, agrido os meus semelhantes com toda a força de minha brutalidade; a crítica, o despeito, a maldade e a imperfeição me seguem constantemente.

Posso declarar-me espírita-cristão com tantos defeitos?

O venerável Bezerra de Menezes respondeu sereno:

– Eu também, meu amigo, ainda estou em meio de todas essas mazelas e sou espírita-cristão...

– Como assim? – revidou o consulente agitado.

– Perfeitamente – concluiu Bezerra de Menezes, sem alterar-se. – Todas essas qualidades negativas ainda me acompanham... Só existe, porém, um ponto, meu caro, que não posso esquecer. É que, antes de ser espírita-cristão, eu fazia força para correr atrás de todas elas e agora, que sou cristão e espírita, faço força para fugir delas todas...

E Bezerra de Menezes, sorrindo:

– Como vê meu amigo, há muita diferença.



Redação do Blog Espiritismo Na Rede baseado no livro Momentos de Ouro, capítulo nº 12, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, de autoria de Espíritos diversos.

27 de mai. de 2014

Liberação da maconha: avanço ou retrocesso moral do planeta?


– Podem os Espíritos degenerar? “Não; à medida que avançam, compreendem o que os distancia da perfeição. Quando o Espírito finda uma prova, fica com o conhecimento que não esquece mais. Pode permanecer estacionário, mas não retrograda.” (O Livro dos Espíritos, n. 118.)

A revista VEJA, edição 2347 de 13 de novembro de 2013, páginas 116 a 124, traz uma reportagem sobre a liberação da maconha em muitos estados americanos. Vejamos: 

“A maconha é a substância ilícita mais popular do mundo. O número total de usuários chega a 200 milhões – o equivalente à população brasileira. O impacto da Cannabis na saúde humana é bem conhecido. O uso frequente da droga aumenta o risco de uma pessoa sofrer esquizofrenia, depressão, ansiedade e perda de memória, além de haver indícios de que esteja relacionada a diversos tipos de câncer. 

Metade das pessoas que fumam a maconha regularmente sente que ela atrapalha sua vida profissional e social. Mesmo admitindo esses efeitos negativos, as autoridades de muitos estados americanos e de países como o Uruguai tornaram legais sua produção, comercialização e uso.

 A justificativa para trazer à luz do sol toda a cadeia produtiva da maconha foi a de que essa medida tornaria o narcotráfico desnecessário e, assim, se daria um fim aos crimes associados àquela atividade. No ano passado, os eleitores dos estados do Colorado e de Washington, nos Estados Unidos, compraram essa tese e aprovaram em referendo a legalização do uso recreativo da maconha. A partir de 2014, quem tiver mais de 21 anos de idade poderá comprar cigarros, refrigerantes, concentrados, chás, barrinhas, biscoitos, bombons, limonadas e balas – tudo feito com maconha”.

A primeira dúvida que surge é como se dosa o uso “recreativo da maconha”? Qual a dose que para uma pessoa é recreativa e para outra não? Quem assumiria a venda da Cannabis? O que se fazer para evitar que a legalização não crie um tráfico legalizado quando um usuário não se sentir satisfeito com a tal “dose recreativa”?

Em um outro trecho da reportagem, encontramos alguns efeitos nocivos da maconha: eleva em 2,5 vezes o risco de câncer de boca ou garganta; em 8% a probabilidade de câncer de pulmão; em 5 vezes o risco de um ataque cardíaco na primeira hora após o uso; em 2 vezes a probabilidade de câncer de testículo; em 4 vezes a incidência de câncer de cérebro em crianças cuja mãe fumou durante a gravidez. Se acharam pouco, prestem atenção nesses outros números: a maconha aumenta em 3,5 vezes a probabilidade de esquizofrenia; em 2 vezes a incidência de depressão; em 5 vezes os transtornos de ansiedade e em 4,2 vezes a fobia social. Além disso, reduz a capacidade de concentração em 40% dos usuários; em 60%, a memória de curto prazo e, em 8 pontos, o QI do usuário.

Pergunto: a legalização modificaria todos esses efeitos deletérios mencionados? De que maneira? A tal de “dose recreativa” seria menos maléfica? De que forma? Apenas afastando o traficante e ficando com a mesma causa - Cannabis- de todos esses males?

Mas vamos à resposta ao título desse artigo: não, a humanidade não está regredindo. Os Espíritos não estão retrocedendo com essas decisões. Pelo menos aqueles que já atingiram algum esclarecimento. Então, o que ocorre para que se chegue à aprovação dessa legalização? Sabemos que mais de vinte bilhões de Espíritos estão vinculados à psicosfera da Terra. Sabemos também como demonstram os números que a população dos encarnados está aumentando. Da mesma forma conhecemos que a maioria dos Espíritos vinculados à escola da Terra é de pouca evolução. Do couro sai a correia. A população de encarnados aumenta à custa de Espíritos com essa pouca evolução. Em sendo maioria, pelo menos por enquanto, exercem a devida pressão para que seus objetivos inferiores sejam alcançados. A legalização da maconha é um deles.

A aprovação da lei do direito ao aborto por qualquer motivo é outro. E assim vamos caminhando. O mal ainda é buscado pela maioria que até mesmo luta por ele; se compraz com ele. A ele se entrega de corpo e de alma, como diz o ditado. A entrega do corpo origina os males acima descritos. A entrega da alma tem consequências que podem ser mencionadas nas sessões mediúnicas através dos diversos tipos de tortura moral que sofrem na dimensão espiritual da existência. Apesar de tudo, o livre-arbítrio permanece para que os responsáveis não possam fugir à responsabilidade de suas escolhas.

 A Codificação espírita permanece intocável, irrepreensível. Como nos ensina a resposta da questão 118, o Espírito fica com o conhecimento das provas pelas quais passa como consequência da colheita obrigatória da livre semeadura realizada. Semear Cannabis no solo da terra e na consciência do Espírito jamais proporcionará uma boa colheita, mesmo quando a legislação dos homens assim permitir...

RICARDO ORESTES FORNI

O ESPIRITISMO NÃO FAZ MILAGRES!


 

De maneira racional a Doutrina Espírita esclarece os "milagres" de acordo com as leis naturais
 
“(...) O Espiritismo vem, a seu turno, fazer o que
 cada ciência fez no seu advento: revelar
 novas leis e explicar os fenômenos
 na alçada dessas leis”.
 
Allan Kardec


Certa feita, um eclesiástico dirigiu a seguinte pergunta ao Mestre Lionês: “Todos aqueles que tiveram missão de Deus de ensinar a verdade aos homens, provaram sua missão por milagres. Por quais milagres provais a verdade de vosso ensinamento?”
A resposta de Kardec não se fez esperar 2:

“(...) Confessamos – humildemente -, que não temos o menor milagre a oferecer; dizemos mais: O Espiritismo não se apoia sobre nenhum fato miraculoso; seus adeptos nunca fizeram e não têm a pretensão de fazer nenhum milagre; não se creem bastante dignos para que, à sua voz, Deus mude a ordem eterna das coisas. O Espiritismo constata um fato material, o da manifestação das almas ou Espíritos. Esse fato é real, sim ou não? Aí está toda a questão; ora, nesse fato, admitindo como verdadeiro, nada há de miraculoso. Como as manifestações desse gênero, tais como as visões, aparições e outras, ocorreram em todos os tempos, assim como atestam as histórias, sagradas e profanas, e os livros de todas as religiões, outrora puderam passar por sobrenaturais; mas hoje que se lhes conhece a causa, que se sabe que se produzem em virtude de certas leis, sabe-se também que lhes falta o caráter essencial dos fatos miraculosos, o de fazer exceção à lei comum.

Essas manifestações, observadas em nossos dias com mais cuidado do que na antigüidade, observadas sobretudo sem prevenção, e com a ajuda de investigações tão minuciosas quanto as que se aplicam no estudo das ciências, têm por consequência provar, de maneira irrecusável, a existência de um princípio inteligente fora da matéria, sua sobrevivência aos corpos, sua individualidade depois da morte, sua imortalidade, seu futuro feliz ou infeliz, por conseguinte, a base de todas as religiões.
Se a verdade não fosse provada senão por milagres, poder-se-ia perguntar: Por que os sacerdotes do Egito, que estavam no erro, reproduziram diante do Faraó aquilo que Moisés fez? Por que Apolônio de Tiana, que era pagão, curava pelo toque, devolvia a visão aos cegos, a palavra aos mudos, predizia as coisas futuras e via o que se passava à distância? O próprio Cristo não disse: "Haverá falsos profetas que farão prodígios"? Um de nossos amigos, depois de uma fervorosa prece ao seu Espírito protetor, foi curado quase instantaneamente de uma enfermidade, muito grave e muito antiga, que resistia a todos os remédios; para ele o fato era verdadeiramente miraculoso; mas, como ele acreditava nos Espíritos, um cura, a quem contou a coisa, disse-lhe que o diabo também pode fazer milagres. "Nesse caso, disse esse amigo, se foi o diabo que me curou, é ao diabo que devo agradecer."
Os prodígios e os milagres não são, pois, o privilégio exclusivo da verdade, uma vez que o próprio diabo pode fazê-los.

(...) Há no Espiritismo duas coisas: o fato da existência dos Espíritos e de suas manifestações, e a doutrina que disso decorre. O primeiro ponto não pode ser posto em dúvida senão por aqueles que não viram ou que não quiseram ver; quanto ao segundo, a questão é saber se essa doutrina é justa ou falsa: é um resultado de apreciação.

Os Espíritas não dizem, pois: "Eis uma doutrina saída da boca do próprio Deus, revelada a um único homem por meios prodigiosos, e que é preciso impor ao gênero humano." Eles dizem, ao contrário: "Eis uma doutrina que não é nossa, e da qual não reivindicamos o mérito; nós a adotamos porque a achamos racional. Atribuí-lhe a origem que quiserdes: de Deus, dos Espíritos ou dos homens; examinai-a; se ela vos convém, adotai-a; caso contrário, ponde-a de lado."
Não se pode ser menos absoluto!
O Espiritismo não vem, pois, intrometer-se na religião; ele não se impõe; não vem forçar a consciência, não mais dos católicos do que dos protestantes, dos judeus; ele se apresenta e diz: "Adotai-me, se me achais bom."
É culpa dos Espíritas se o acham bom? Se nele se encontra a solução do que se procurava em vão alhures? Se nele se haurem consolações que tornam felizes, que dissipam os terrores do futuro, acalmam as angústias da dúvida e dão coragem para o presente? Não se dirige àqueles a quem as crenças católicas ou outras bastam, mas àqueles que elas não satisfazem completamente, ou que desertaram; em lugar de não mais crer em nada, os conduz a crerem em alguma coisa, e a crer com fervor.
Pergunta-se sobre que milagre nós nos apoiamos para crer a Doutrina Espírita boa. Nós a cremos boa, não só porque é nossa opinião, mas porque milhões de outros pensam como nós; porque ela conduz a crer aqueles que não creem; dá coragem nas misérias da vida. O milagre?! É a rapidez de sua propagação, estranha nos fatos das doutrinas filosóficas; foi por ter, em alguns anos, feito a volta ao mundo, e estar implantada em todos os países e em todas as classes da sociedade; foi por ter progredido, apesar de tudo o que se fez para detê-la, de ultrapassar as barreiras que se lhe opôs; de encontrar um acréscimo de forças nas próprias barreiras. Está aí o caráter de uma utopia? Uma ideia falsa pode encontrar alguns partidários, mas nunca tem senão uma existência efêmera e circunscrita; perde terreno em lugar de ganhá-lo, ao passo que o Espiritismo ganha-o em lugar de perdê-lo. Quando é visto germinar por todas as partes, acolhido por toda a parte como um benefício da Providência, é que ali está o dedo da Providência; eis o verdadeiro milagre, e nós o cremos suficiente para assegurar o seu futuro.

(...) Considerai o Espiritismo, se o quiserdes, não como uma revelação divina, mas como a expressão de uma opinião pessoal, a tal ou tal Espírito, a questão é saber se ela é boa ou má, justa ou falsa, racional ou ilógica. A que se reportar para isso? É ao julgamento de um indivíduo? De alguns indivíduos mesmo? Não; porque, dominados pelos preconceitos, as ideias preconcebidas, ou os interesses pessoais, podem se enganar. O único, o verdadeiro juiz, é o público, porque ali não há o interesse de associação. Além disso, nas massas há um bom senso inato que não se engana. A lógica sã diz que a adoção de uma ideia, ou de um princípio, pela opinião geral, é uma prova de que ela repousa sobre um fundo de verdade.
(...) Em resumo: O Espiritismo, para se estabelecer, não reivindica a ação de nenhum milagre; não quer, em nada, mudar a ordem das coisas; procurou e encontrou a causa de certos fenômenos, erradamente reputados como sobrenaturais; em lugar de se apoiar no sobrenatural, repudia-o por sua própria conta; dirige-se ao coração e à razão; a lógica lhe abre o caminho”.

26 de mai. de 2014

A GRAVIDEZ DE MARIA SEGUNDO O ESPIRITISMO!!!





Maria de Nazaré é certamente uma das figuras mais emblemáticas e importantes da era cristã, não somente por receber a missão de trazer ao mundo Jesus, mas também pela forma com a qual conduziu o Mestre, sempre demonstrando amor, fé e sabedoria, mesmo durante o calvário de seu filho.


Boa parte dos cristãos enxerga Maria como uma santidade, outros, apenas a mulher que trouxe ao mundo o Messias. Em comum, há no mínimo um grande respeito pela personalidade mariana. Através de diversas manifestações de fé e religiosidade pelo mundo, Maria recebeu diferentes nomes, e é lembrada de diversas formas, tornando-a um grande vulto do Cristianismo.


A História de Maria


A história da genitora do Mestre de Nazaré, para muitos, é cercada de mistérios desde o período que antecede a seu próprio nascimento no plano físico. Segundo os registros contidos no Protoevangelho de Tiago, Maria era filha de Joaquim, um judeu de posses que vivia na região de Nazaré, o qual sempre oferecia doações aos pobres e oferendas aos templos. Tiago narra que, em certa feita, um sacerdote chamado Ruben proibiu Joaquim de realizar doações, pois o mesmo não havia gerado nenhum rebento em Israel, o que contrariava as leis judaicas. Joaquim, diante das circunstâncias, caiu em profunda tristeza e decidiu jejuar por 40 dias e 40 noites em uma montanha deserta, dizendo a si mesmo: "Não voltarei ao lar nem pra comer ou beber, até que o senhor venha visitar-me. As minhas orações me servirão de bebida e comida aqui no deserto".


Enquanto isso, em sua casa, Ana chorava a ausência do marido, dividida entre a dúvida da viuvez e a culpa da esterilidade. Até que um dia, em meio a suas súplicas, Ana recebe a visita de um "anjo" que lhe disse: "Ana, Ana, o senhor ouviu as tuas preces. Eis que conceberás e darás a luz a um filho. E o fruto do teu ventre será conhecido em todo mundo". No mesmo dia, Joaquim, ainda sobre a montanha, avista dois mensageiros de Deus que lhe dirigiram a palavra: "Joaquim, o senhor ouviu tuas preces, desce daqui e vai a Ana, tua mulher, porque ela conceberá em seu ventre". Desta forma, Joaquim retornou ao lar e, pouco tempo depois, Ana engravidou e deu a luz a uma menina, a qual recebeu o nome de Maria.


Ao completar 3 anos, Maria é levada por seus pais ao templo judaico e lá permanece sob a tutela dos sacerdotes até os 12 anos, idade em que deveria ser retirada do templo, antes do período de sua menarca. O problema é que, nessa época, Maria já havia se tornado órfã. Foi então que os sacerdotes reuniram os viúvos da região e, através da orientação de um "anjo", escolheram José para recebê-la.


Segundo o apócrifo atribuído a Tiago, José era um homem idoso, portanto, bem mais velho que Maria. Seu dever era proteger a jovem, que era considerada pelos representantes do judaísmo uma enviada de Deus, portanto, a mesma permaneceu intocada.


A Concepção da Virgem segundo a Tradição


O maior mistério atribuído a Maria, pelo menos para os mais religiosos, indubitavelmente é o que diz respeito à concepção virginal. Os evangelhos canônicos de Lucas e Mateus contam que Maria manteve-se virgem e que Jesus fora concebido pelo "Espírito Santo", ou seja, a fecundação de Maria aconteceu de forma "milagrosa", sem a participação de um pai natural.
De acordo com as escrituras sagradas, Maria recebeu a visita do anjo Gabriel, o qual anunciou à jovem sua concepção através da intervenção do "Espírito Santo". A partir de então, Maria fora acolhida por sua prima Isabel, mãe de João Batista, pois José tivera que se ausentar por um período para trabalhar. Ao retornar, o marido de Maria se deparou com a mesma, já no sexto mês de gravidez, não acreditando na fidelidade da virgem. Então, José é visitado por uma entidade angelical que lhe esclarece a situação. Depois deste evento, a mãe de Jesus segue tranquilamente sua gestação até o nascimento do enviado de Deus, que ocorreu através de um parto fisiológico, conforme a história que todos conhecem.





A Concepção de Maria segundo o Espiritismo


O Espiritismo é uma ciência de observação e ao mesmo tempo uma doutrina filosófica de consequências religiosas, que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos e de suas relações com a vida material. Além disso, a Doutrina Espírita nos convida a desenvolver uma fé raciocinada, analisando os fatos de forma coerente, buscando compreender a razão daquilo que acreditamos. Allan Kardec defende que a religião deve caminhar em consonância com a ciência, de modo que a primeira não ignore a última e vice-versa. E é baseado nesses princípios que analisaremos a questão proposta neste artigo.


Para algumas religiões, a concepção de Maria é tida como um milagre, através da ação do "Espírito Santo". Este fato, explicaria uma fecundação assexuada. Já segundo a Doutrina Espírita, não existem milagres, todos os acontecimentos fazem parte da Lei Natural, criada por Deus em sua infinita perfeição, desta forma, não há a necessidade de o Criador realizar milagres para provar sua grandiosidade. A questão dos milagres para o Espiritismo é elucidada em "A Gênese", no tópico, "Faz Deus milagres?":
"Não sendo necessários os milagres para a glorificação de Deus, nada no Universo se produz fora do âmbito das leis gerais. Deus não faz milagres, porque, sendo como são perfeitas as suas leis, não lhe é necessário derrogá-las. Se há fatos que não compreendemos, é que ainda nos faltam os conhecimentos necessários".


O fato de Jesus ter sido gerado de forma milagrosa contraria as vias normais de reprodução, e para o Espiritismo esta é uma questão relevante, uma vez que a reprodução humana é uma consequência das Leis Naturais de Deus.


A doutrina codificada por Allan Kardec não nega a participação do "Espírito Santo" na concepção de Jesus, até porque sua reencarnação foi minimamente planejada pela espiritualidade superior (aqui entra a participação do "Espírito Santo"), entretanto, a fecundação de Maria se deu por vias normais, através de relação sexual entre ela e José, como acontece entre todos os casais.
Mas então, como surgiu o mito da virgindade de Maria?


Acredita-se que a Igreja tenha disseminado essa tese, a fim de diminuir a promiscuidade entre as pessoas. A prática sexual naquela época era permitida apenas com o intuito de procriação, isso para não provocar a extinção da raça humana. Quanto menor fosse a relação sexual entre os casais, menores seriam os seus pecados.
Jesus com o passar do tempo tornou-se uma figura mitológica e, como sendo um Deus, não poderia ter nascido do pecado original cometido por Adão e Eva. Apesar dessas considerações, o Novo Testamento utiliza o termo "O Filho do Homem" 88 vezes. Esse termo refere-se a Jesus como um ser humano, e como tal, seu nascimento só poderia ter acontecido de forma natural.


Nas epístolas de Paulo, que são os registros mais antigos contidos na Bíblia, não há evidências da virgindade de Maria; o apóstolo refere-se a ela apenas como a mãe de Jesus. Os evangelhos bíblicos reforçam ainda que Maria e José tiveram outros filhos, não podendo persistir a virgindade de Maria:
"Não é este o filho do carpinteiro? Não é Maria sua mãe? Não são seus irmãos Tiago, José Simão e Judas?" (Mateus 13, 55)


A grande diferença em tudo isso é que o Espiritismo não interpreta o ato sexual como um pecado. O que torna o sexo imoral é como as pessoas o praticam. Não devemos viver para a prática sexual, mas o sexo é importante para gerar a vida, sendo um mecanismo natural do ser humano.


A Visão do Espiritismo sobre Maria


É certo que Maria faz parte de um grupo de Espíritos evoluídos que vieram para preparar a chegada de Jesus. É um Espírito tão puro, que recebeu a missão nobre de conduzir o governador da Terra, modelo e guia da humanidade.
Maria é sinônimo de amor, prova disto foi a sua resignação ao presenciar o sofrimento de seu filho, em nome da salvação da humanidade. E é por isso que este Espírito desperta tanta simpatia e admiração entre as pessoas. Há quem acredite que pedir a intercessão de Maria é o método mais eficaz de se chegar a Jesus, pois um filho não negaria o pedido de uma mãe.


Na literatura espírita, encontramos vários registros sobre Maria na espiritualidade. O livro Memórias de um Suicida descreve as atividades da Legião dos Servos de Maria, um grupo de Espíritos especializados no resgate de suicidas nas zonas inferiores. Após o socorro dos réprobos, os mesmos são encaminhados ao Hospital Maria de Nazaré. Esta instituição é dirigida pela mãe de Jesus. Camilo Cândido Botelho, autor espiritual desta obra, relata que a tarefa de cuidar de Espíritos suicidas não poderia ser desempenhada por outro Espírito a não ser Maria, por ela ser a referência de amor e de dedicação fraternal.


Além disso, milhares de fiéis pelo mundo todo dedicam sua fé e devoção a Maria. Em virtude disso, existem Espíritos abnegados que trabalham em seu nome, recebendo os pedidos e as orações e auxiliando aqueles que sofrem.
É importante ressaltar que a Doutrina Espírita alimenta um profundo respeito a qualquer forma de convicção religiosa, mesmo posicionando-se de forma diferente. E sabemos que Maria é um Espírito de luz e trabalha ao lado de Jesus em benefício da humanidade.


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25 de mai. de 2014

PORQUE NOSSAS PRECES NÃO SÃO ATENDIDAS?





As grandes maiorias das pessoas só recorrem às orações quando estão com problemas de ordem material ou por motivo de doen­ça.

 E sempre aguardando passivamente uma solução imediata para aquilo que as afligem.

 Se o atendimento demora, se revoltam, não acreditando na eficácia da oração.

 Geralmente esperam por um milagre, e não desprendem um mínimo esforço para a realização do que foi solicitado.

 Em geral, só vemos o presente, o imediatismo.

 Não quere­mos e não gostamos de sofrer. Mas, se o sofri­mento é de uti­lidade para a nossa felicidade futura, com certeza Deus dei­xará sofrermos por algum tempo. Entretanto, os Benfeito­res Espirituais estarão do nosso lado nos dando força, confian­ça, coragem, paciência e a resignação, desde que a fé esteja abrigada em nossos corações.



Porque não oramos com frequência?



“Não tenho tempo. Ando muito cansado. Como posso orar dessa maneira?” E não orando, acabamos sendo vencidos pelo stress, pelo desânimo. A oração poderia nos ser útil para conseguirmos a energia necessária que nos falta para esses momentos.





“A oração é para os momentos difíceis e de provação”.   E quando vivenciamos a dor, dizemos: “Como posso orar com um sofrimento desses? Orem por mim!”.
A prece nos dá a sustentação necessária para suportar a dor com resignação e paciência, encarando este momento como um aprendizado. 





“Mas a oração é para ser feita nos momentos em que estamos bem. Assim a realizamos com mais eficácia”.     E por estarmos felizes, esquecemos ou não temos tempo para a prece.





Deus só entra em nossas vidas se assim O desejarmos e permitirmos. E este caminho é através da oração.



Quando nossas preces não são atendidas?



Para ilustrar este tópico, vamos exemplificar com 2 casos:



Caso (A): Um adolescente não estuda para a sua prova na escola. Ele reza para Deus para que alguém possa passar “cola”, ou que ele seja inspirado para ir bem no seu exame. Qual a chance desse adolescente em ser atendido em sua prece e ir bem na prova escolar?



Caso (B): Uma esposa está vivenciando um período muito ruim no relacionamento com seu marido. Ela reza para que o seu marido mude de postura e comportamento. Mas ela nada faz para mudar as suas atitudes e nem procura iniciar um diálogo de reconciliação. Qual a chance desse relacionamento dar certo?



No caso (A), se o adolescente tivesse realmente estudado para a prova, poderia pedir em suas orações para que os Bem­feitores Espirituais lhe proporcionasse a calma, e que pu­desse ter a inspiração para lembrar-se da matéria estudada.



No caso (B), a esposa deveria orar para pedir ao Plano Maior que ela tivesse mais calma e paciência, para aprender a aceitar as pessoas como elas são, para pedir inspiração para iniciar um diálogo de reconciliação, para que a Paz possa reinar no seu Lar.



As pessoas sempre ficam passivas esperando que os outros mudem e se adaptem aos seus gostos e caprichos. A mudança deve iniciar dentro de nós. Façamos as mudanças necessárias em nosso intimo, e por conseqüência, as mudanças ao nosso redor se efetuarão.



Sempre procuramos jogar os nossos problemas nas mãos de outras pessoas para que possam ser resolvidos. Estamos sempre esperando por soluções milagrosas, não assumimos as nossas devidas responsabilidades. Achamos que basta realizar determinado números de orações para que todos os nossos problemas sejam resolvidos. Se a solução não vem em curto prazo, achamos que Deus não atendeu as nossas preces e, portanto, não vale a pena rezar.



Nem sempre o que pedimos é o melhor para nós





Em certos casos, Deus pode momentaneamente dizer NÂO para certos pedidos. Talvez porque não estejamos suficiente­mente maduros e esclarecidos para arcar com o que estamos solicitando. Outras vezes, esta solicitação poderá trazer prejuízos para outras pessoas.

Vamos transpor o Nosso Deus Pai, para um pai terreno.



A título de exemplo, vamos supor que um filho de 9 anos de idade, procure seu pai, e peça a chave do carro para dar uma volta pela cidade. Um pai prudente com certeza não aten­derá este pedido. Esperaria o filho crescer, chegar na idade adequada, para adquirir a carteira de habilitação e aí poder dirigir o veículo.

    Assim age Nosso Pai Celestial com determinadas solicita­ções. Com sabedoria, aguarda o momento oportuno para nos atender.

    Existem determinadas Leis no Universo e estas devem ser respeitadas!

    Portanto, devemos sempre lembrar de dizer no final de nossas preces:

“Seja feita a Tua vontade Pai, e não a nossa!”





“Ajuda-te e o céu te ajudará”



O Homem recebeu de Deus a inteligência e o entendimento para que pudesse ser utilizado.

Se o Nosso Criador nos houvesse isentado do trabalho, do esforço e do desenvolvimento da vontade, nosso Espírito ain­da estaria na infância espiritual.

Deus assiste aos que se ajudam a si mesmos, e não aos que ficam esperando por um milagre, sem nada fazer para mu­dar as situações, a esperar pelo socorro.

Pela prece, podemos atrair os Bons Espíritos que nos vêm sustentar com bons pensamentos e conselhos, para assim adquirirmos a força necessária para vencermos as dificulda­des, pelo nosso próprio esforço.

Muita vezes reclamamos que nossas orações não são aten­didas. Acontece que vivemos num certo padrão mental e emocional, somos muito rígidos em nossos estilos de vida e em nossas atitudes, não encontrando, ou não querendo encontrar, a força de vontade para mudar o nosso interior. Se recusamos estas mudanças tão necessárias para a nossa evolução, como Deus poderá nos ajudar em outras coisas em nossas vidas?

Vamos supor que uma determinada pessoa teve uma vida de excessos, má alimentação e extravagâncias, prejudicando a sua saúde. Passa uma vida com grandes sofrimentos corporais, devidos as doenças que acumulou, em consequência da péssima vida que levou. Esta pessoa não pode reclamar de Deus pela situação em que está vivenciando. Se tivesse a prática cons­tante da oração, poderia ter encontrado a força necessária para resistir às tentações que a levaram ao estado de penú­ria do seu corpo.


 Para que serve a oração?



Não é só nas horas de aflição é que devemos recorrer a este recurso maravilhoso.

A prece pode ser feita todos os dias.

Pela manhã, agradecendo pelo descanso do nosso corpo fí­sico e pedindo a proteção para mais um dia de trabalho.

Ao anoitecer, antes de dormir, agradecendo pelo dia que tivemos, e pedir para que o nosso Espírito possa estar com nossos Amigos Espirituais, para buscar novos esclarecimentos e aprendizados.

Podemos utilizar a oração para pedir proteção, bons conselhos, as inspirações de nosso Guias Espirituais para a resolução de nossos problemas, a saúde e a energia para o nosso corpo físico.

Devemos orar, não só para pedir, mas também para agrade­cer pelas conquistas do dia-a-dia, e para emitir vibrações positivas para os nossos entes queridos que estejam doentes ou em dificuldades.

Oremos também, e isto mostra a nossa grandeza e elevação de nossa alma, para os nossos inimigos e por todos aqueles que nos desejam o mal. Vamos pedir às Entidades Benevolentes para que possam iluminar seus pensamentos para a prática de atos maia elevados.

Acima de tudo, oremos com muita fé!



Maneiras de orar

       
      Para orar não há necessidade de palavras decoradas, di­tas sem nenhum sentimento. Mais valem dez palavras expres­sadas com amor e devoção.

Muitos falam que não sabem rezar. Basta fazê-lo humilde­mente, com suas próprias palavras, acreditando que o que está sendo pedido será concretizado.

Inútil pedir à Deus para que abrevie as nossas provas, ou que nos dê a fortuna material. Devemos solicitar a re­signação, a fé e a paciência.

Na questão 658 de “O Livro dos Espíritos” diz que “a prece é sempre agradável a Deus quando é ditada pelo cora­ção, porque a intenção é tudo para Ele. A prece do coração é preferível a que podes ler, por mais bela que seja, se o le­res mais com os lábios do que com o pensamento. A prece é agradável a Deus quando é proferida com fé, com fervor e sinceridade”.

Mas, há em algumas situações em que a prece lida é de grande utilidade quando a pessoa se encontra desequilibrada e ela não encontra harmonia para fazer a oração, desde que se esforce para sentir o seu conteúdo, poderá aos poucos encontrando a sua calma, e encontrando a serenidade, poderá efetuar a sua sintonia com Deus.

Um dos objetivos da oração, e talvez o mais importante, é para fazer agradecimentos. Ficamos a maior parte do tempo só pedindo. Recebemos a graça do Pai Celestial e nem ao menos um “Muito Obrigado” dizemos.

Palavras que expressam graças, alegria ou gratidão, li­beram certas energias dentro e ao nosso redor. O ato de fa­zer agradecimento carrega nosssos pensamentos para uma atmosfera de fé e confiança.

“Agradeço ao Senhor, Pai Amado, pelas graças alcançadas” deve ser o nosso refrão constante.



Vigiai e orai

        
        “Vigiai e orai para que não entreis em tentação” (Mateus, 26:41).

Vigiemos os nossos atos, a nossa conduta, os nossos pen­samentos e as nossas palavras.

Oremos para pedir bons conselhos, a proteção espiritual e a força para vencer as nossas imperfeições.

Vamos pedir o despertar de nossa consciência para que possamos vencer a influência perturbadora dos Espíritos inferiores, que estão continuamente nos arrastando para a repetição dos equívocos de nosso pretérito, tentando nos desviar da seara do Cristo.

A oração é o pensamento do Homem em comunhão com Deus. É a chama necessária para iluminar a nossa alma.

A vigilância é o cuidado com os nossos pensamentos e reações, a fim de que, possamos agir tão logo percebemos as manobras da tentação.

Juntas, oração e vigilância, constituem o mais poderoso antídoto contra o mal.



O que os espíritos disseram a Allan Kardec



Extraímos as questões 660, 661 e 663 de “O Livro dos Espíritos” para nos esclarecer melhor no que tange sobre a prece:



[660]: A prece torna o homem melhor?

R: Sim, porque aquele que faz a prece com fervor e confiança se torna mais forte contra as tentações do mal, e Deus lhe envia bons Espíritos para o assistir. É um socorro jamais recusado, quando o pedimos com sinceridade.



[661]: Pode-se pedir eficazmente a Deus o perdão das faltas?

R: Deus sabe discernir o bem e o mal: a prece não oculta as faltas. Aquele que pede a Deus o perdão de suas faltas não o obtém se não mudar de conduta. As boas ações são a melhor prece, porque os atos valem mais do que as palavras.



[663]: As preces que fazemos por nós mesmos podem modificar a natureza das nossas provas e desviar-lhe o curso?

R: Vossas provas estão na mão de Deus e há as que devem ser suportadas até o fim, mas Deus leva sempre em conta a re­signação. A prece atrai a vós os bons Espíritos, que vos dão a força de as suportar com coragem. Então elas vos parecem menos duras. A prece nunca é inútil quando é bem feita, por­que dá força, o que já é um grande resultado. Ajuda-te a ti mesmo e o céu te ajudará.



Rubens Santini