11 de dez. de 2016

Novas enfermidades, vícios antigos...

Atualmente vive-se o surgimento de novas doenças em uma velocidade espantosa. Zika vírus, chikungunya e outros males preocupam a sociedade. Alguns estudos apontam que o Zika vírus tem relação com a microcefalia, o que deixa muitos pais atônitos com a possibilidade de que seus rebentos venham nascer portadores do mal acima citado.

Recentemente um colega, grávido de trigêmeos, lotou as prateleiras de sua casa com repelentes para evitar que a esposa corresse o perigo de ser picada pelo mosquito aedes aegypt, transmissor do Zika. Pernas pra que te quero e repelente no corpo, disse ele. Fato é que as novidades, sejam em qualquer campo, causam curiosidade e, a priori, assustam, principalmente as novidades que dizem respeito à saúde do corpo, algo que todos prezam tanto.

Estima-se que o ser humano acumula atualmente um novo elemento patogênico por ano. E muitos fatores colaboram para isso. O homem mudou seu estilo de vida, hoje interage muito mais com os animais em seus ambientes, além das viagens internacionais, a globalização e, também, a criação de animais exóticos, tudo isso e mais outros fatores geram condições para que se desenvolvam novos elementos patogênicos.

Novas doenças, chance de o homem exercitar sua inteligência – Cada nova doença representa para o homem de ciência desafio ao seu intelecto e oportunidade de progresso, pois deve ele – o homem de ciência – entregar-se de corpo e alma ao estudo e pesquisa para oferecer à sociedade uma resposta. E essa entrega o leva a novas descobertas, ou ao menos abre caminho para que outros desbravem os horizontes da cura para os males do corpo.

Portanto, o trabalho duro em torno da cura de uma determinada doença afia a inteligência daqueles que se debruçam em estudá-la e os leva ao progresso. Como evoluiria o homem sem os desafios naturais que o convidam a pular sempre mais alto? É nas aparentes adversidades que Deus vai dando oportunidade para o crescimento de seus filhos.

Quando o tempo passa e olhamos para trás constatamos as conquistas advindas daquele embate contra esta ou aquela patologia e entendemos o salto que foi dado pelo ser humano a mostrar que mais uma etapa foi vencida.

Enfermidade educativa – Segundo o Espiritismo a Terra pertence à categoria de mundos de provas e expiações. Habitantes de planetas deste nível já tiveram algum progresso, basta observar os avanços, principalmente nas questões pertinentes à ciência e tecnologia, entretanto, o comportamento moral ainda atrasado demonstra uma inferioridade que deve, naturalmente, ser vencida.

Uma das formas de vencer a inferioridade moral, claro que não a única, é a provação por meio da enfermidade. A enfermidade não raro atua como um freio e, também, como um meio para educar o indivíduo.

Um fumante inveterado recebe o alerta médico de que é preciso parar com o vício, entretanto, faz ouvidos moucos. Então, pela lei de causa e efeito colhe um problema em seus pulmões; problema este que o educará mostrando que é necessário domar aquela inclinação ao tabaco. Seja este homem um teimoso e prossiga com seu vício, os apertos orgânicos serão ainda maiores a imputar-lhe dores e sofrimento, não com o objetivo de puni-lo, mas com o único intuito de fazê-lo compreender que o corpo físico é sagrado templo do Espírito imortal para suas vivências terrenas, logo, não pode ser massacrado pelo fumo.

Este homem lesará seu corpo espiritual e, por consequência da lesão no perispírito, seu corpo físico, em posterior existência (quando não na mesma), apresentará alguns problemas decorrentes de seu vício de outrora. Aprenderá, por meio dos dissabores que orientam, a tratar-se com o devido respeito.

Perceba, porém, que este é apenas um dos infinitos exemplos que podem ser citados para a ilustração de como a enfermidade tem o caráter de educar, mas não o de punir.

Entretanto, para crescer pela dor e pelas enfermidades não basta apenas estar portador delas, algo mais se faz necessário. É preciso ter resignação e aceitar a condição temporária do estar portador desta ou daquela doença. Eis a grande questão. A condição de enfermo é apenas temporária, jamais definitiva. Não somos Zika, estamos com Zika, não somos HIV positivo, estamos com HIV positivo. Tudo passa, e com as enfermidades não é diferente.

Jesus disse: A verdade liberta. Pois sim, conhecendo a verdade, ou seja, que estamos num mundo de provas e expiações, saberemos que as aflições virão, mas é possível vencê-las.

Em O livro dos Espíritos Allan Kardec indaga aos mentores se podemos vencer as provações da existência. A resposta é clara. Dizem os sábios espirituais que podemos vencer qualquer desafio, mas é imperioso o esforço. E informam que poucos se empenham para vencer os desafios. Uma mensagem repleta de otimismo a dizer-nos:

Vão em frente, cresçam, prossigam, depende de vocês!

E nascemos para vencer e não para perder.

E as indagações, como não poderiam deixar de ser, na busca pela verdade, sucedem-se: Por que o homem está submetido a antigas e novas formas de doença? Por que alguns adoecem com mais facilidade do que outros?

Perguntas interessantes, mas que só terão resposta satisfatória quando analisadas sob o prisma da imortalidade da alma.

Submetido está a antigas e novas doenças porque vive num mundo de provas e expiações, em que por conta de seu pouco desenvolvimento moral ainda encontra-se subordinado a aprendizados, digamos, dolorosos.

Melhore o homem moralmente e suas existências ficarão mais leves, sem a pesada e densa equação da dor para resolver.

Quando o foco está apenas na existência atual, de fato as novas patologias chocam, pois demonstram estar reinando num mundo onde Deus deveria existir e, portanto, fazer-se soberano, haja vista seus atributos.

Mas quando mudamos o foco e enxergamos a imortalidade da alma e as existências sucessivas, a coisa muda de figura, e tudo faz sentido porque tem uma explicação palatável.

Basta, como ensinam os Espíritos, o homem fazer uma reflexão profunda das razões pelas quais determinada patologia o visita. Se ele for sincero e não encontrar razões nesta existência, fatalmente a causa estará no passado.

E se hoje ele passa por isso é porque Deus sabe que tem condições de resgatar esse débito e sair vencedor de sua jornada.

Oportunidade de exercitar o amor – Um outro ponto interessante a anotar é o de que as enfermidades, sejam elas novas ou antigas, servem para despertar no homem o amor pelo seu semelhante. Ao praticar a lei de amor e caridade o ser humano faz de tudo para suavizar as dores do próximo, não caminhando por ele, mas socorrendo-o diante da dolorosa provação da enfermidade física.

São os casos das famílias saudáveis fisicamente, mas que recebem em seu seio um indivíduo com graves problemas de saúde. Quando situações assim ocorrem vale lembrar que a prova é para toda a família e não apenas para um único indivíduo.

Ensinam os Espíritos que numa sociedade que pratica a lei de amor o forte ampara o fraco, portanto, o familiar com saúde debilitada é no momento alguém que se encontra fragilizado a requerer nossa atenção e cuidados.

Recordo-me de uma família composta por 3 filhos, marido e esposa, total de 5 pessoas. A mãe com os meninos ainda adolescentes teve trombose cerebral e ficou inválida na cama. Os papéis se inverteram, ao invés dela cuidar dos filhos, os filhos tiveram de, ainda jovens, abraçar a tarefa. Complicado, é verdade. Mas, não obstante suas limitações, todos encararam o dever e o cumpriram com zelo. Mais interessante: não viam a mãe como um fardo, mas, sim, como alguém necessitando ainda mais de amor.

O que está por trás disso?

Não sabemos no momento, contudo, é fato que o impossível é Deus errar, logo, há alguma causa razoável para esta provação e que neste instante escapa-nos a ciência.

A provação teve pouco mais de 27 anos de duração. Após o desencarne da mãe todos se sentiram liberados para tocarem suas vidas de maneira, digamos, um pouco mais livre.

A realidade é que tudo passa nesta vida e cabe-nos enfrentar toda e qualquer situação com coragem e certeza de que Deus não nos abandona jamais. Este, aliás, um grande alento saber que estamos sendo cuidados pela inteligência suprema. Não há nada mais competente do que isso.

Portanto, em face de qualquer enfermidade, seja nova ou antiga, utilizemos do exercício da serenidade, este bem tão precioso que nos proporcionará passar por qualquer desafio existencial de forma mais leve.

Sem serenidade não se atravessa a rua, com serenidade damos a volta ao mundo.

Pois é, caro leitor, novas doenças, porém os vícios são antigos, ainda são os mesmos...


Pensemos nisso.

WELLINGTON BALBO

9 de dez. de 2016

A criança e o ensino religioso.


Responsabilidade das escolas?

Na década de 1940 havia nas escolas públicas do Ensino Fundamental um horário semanal destinado ao ensino religioso. Lembramo-nos, perfeitamente, dessa obrigatoriedade porque, como em nossa matrícula escolar constava a observação “espírita”, éramos levados para uma sala onde ficavam os alunos não católicos. Estes últimos constituíam, sem dúvida, a grande maioria e eram os únicos que recebiam, de fato, o ensino religioso, quase sempre ministrado por sacerdotes.

Recordamos que, em uma dessas oportunidades nas quais eram separados os alunos pertencentes a outras religiões (conforme declaração dos seus responsáveis), o diretor da escola identificou-nos como “espírita” e fez-nos o seguinte desafio: “Se você é espírita, faça com que nos apareça um Espírito”. O nosso acanhamento diante da suposta autoridade foi acompanhado pelas risadas dos presentes.

Decorrido mais de meio século, esse acontecimento não se repetiria, pois em nosso país desenvolveu-se grande respeito aos sentimentos e à compreensão religiosa de todos os cidadãos, ao lado de inequívoco avanço na divulgação da Doutrina Espírita. Nem mesmo nas escolas ditas religiosas haveria hoje ambiente favorável a semelhante e desrespeitosa atitude.

Permanece, entretanto, uma pergunta: deve o ensino religioso ser ministrado obrigatoriamente nas escolas? Orientam-nos os Mentores Espirituais que a resposta deve ser negativa. A moral religiosa é, primordialmente, de responsabilidade dos pais, sejam biológicos ou adotivos. Eis o que lemos em O Livro dos Espíritos, na questão 383: Qual é, para o Espírito [encarnado], a utilidade de passar pelo estado de infância?1

Resposta:

Encarnando com o objetivo de se aperfeiçoar, o Espírito, durante esse período, é mais acessível às impressões que recebe, e que podem auxiliar o seu adiantamento, para o qual devem contribuir os que estão encarregados de educá-lo.1

Referindo-se ainda à infância, continuam os Espíritos Superiores na resposta à questão 385, da obra citada, pois nessa fase:

[…] É quando se pode reformar o seu caráter e reprimir seus maus pendores. Esse é o dever que Deus confiou aos pais, missão sagrada pela qual terão que responder.1

Caberia aqui outra pergunta: o que dizer das aulas ministradas nas casas espíritas, identificadas como evangelização da criança? A resposta é simples: o trabalho de evangelização à luz do entendimento trazido pela Doutrina Espírita constitui importante contribuição complementar para a educação infantil, além de proporcionar orientação aos pais.

Lembra-nos a educadora espírita Martha Rios Guimarães, em artigo publicado pela Revista Internacional de Espiritismo:

O maior patrimônio que os pais podem oferecer aos seusfilhos é uma mensagem que esclareça, oriente e equilibre. Essa mensagem, ao contrário dos bens materiais que oferecemos, não é perecível, e passará a fazer parte da bagagem imortal do Espírito. Alguns pais espíritas alegam que seus filhos devem utilizar o “livre-arbítrio” para escolher [ou não] a religião ou doutrina que seguirão em suas vidas. Esquecem-se, porém, que estão oferecendo liberdade de escolha a quem ainda não está preparado para escolher.[1]

Como consequência da imortalidade e da reencarnação escreve-nos, em Reformador, o esclarecido articulista Ricardo Di Bernardi:

A criança, que recebemos em nosso lar, não é um bloco em branco onde podemos escrever qualquer mensagem ou ditar qualquer conteúdo; ao contrário, é um livro com inúmeros capítulos já escritos por ela mesma, vindo agora solicitar auxílio para que dê continuidade à história de sua vida […].[1]

São incontáveis as mensagens que nos chegam do Mundo dos Espíritos alertando-nos para a responsabilidade que nos cabe na educação da criança, que deve ser alicerçada na realidade espiritual da vida. É urgente a necessidade de empregarmos todo o esforço possível nas tarefas de aceleração da transição planetária para um mundo de regeneração. Esta realidade está sendo demonstrada pela encarnação, cada vez mais numerosa, de Espíritos amadurecidos no exercício da fraternidade.

Entre as mensagens a que nos referimos, destacamos o texto de Emmanuel trazido pela mediunidade de Francisco Cândido Xavier:

– A melhor escola ainda é o lar, onde a criatura deve receber as bases do sentimento e do caráter. Os estabelecimentos de ensino, propriamente do mundo, podem instruir, mas só o instituto da família pode educar. É por essa razão que a universidade poderá fazer o cidadão, mas somente o lar poderá edificar o homem.[1]

REFERÊNCIAS:
1 KARDEC, Allan. O livro dos Espíritos. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 4. ed. 2. imp. Brasília: FEB, 2014.
2 GUIMARÃES, Martha Rios. Educação espírita começa no lar. Revista Internacional de Espiritismo, p. 222, maio 2016.
3 DI BERNARDI, Ricardo. Educação infantil, sexualidade e espiritualidade. Reformador, ano 134, n. 2.242, p. 47(45)-48(46), jan. 2016.
4 XAVIER, Francisco C. O consolador.Pelo Espírito Emmanuel. 29. ed. 3. imp. Brasília: FEB, 2016. Q. 110.

7 de dez. de 2016

MORTES COLETIVAS! NUNCA DUVIDES DO AMOR E DA JUSTIÇA DIVINA!


Um avião cai repleto de jogadores de um time da cidade de Chapecó/SC, jornalistas e outros passageiros. Muitos desencarnes! Tristeza e dor se abate sobre o país, a internet e TV só falam disso, deixando as pessoas em um doloroso processo de comoção. Questionamentos e dúvidas surgem! Vamos tentar ajudar um pouco colocando a orientação  espírita sobre o assunto, sem sensacionalismo e apelações.   

Esses fatos nos remetem a refletir sobre as idéias dos cientistas materialistas que creem que a sobrevivência “não é uma questão de destino”, pois mais de 90% dos acidentes aéreos têm sobreviventes, hoje em dia, graças aos “avanços tecnológicos” (!!!...). Mas, a justificativa de “avanços tecnológicos” não explica as causas de uns morrerem e outros sobreviverem na mesma cena trágica.

Como se processa a convocação de encarnados para uma desencarnação coletiva? Qual a explicação espiritual para o fato de pessoas saírem ilesas das catástrofes, algumas, até mesmo, desistindo da viagem ou, então, perdendo o embarque, em transportes a serem acidentados? As respostas são baseadas nas premissas de que o acaso não pode reger fenômenos inteligentes e na certeza da infalibilidade da Lei Divina, agindo por conta de espíritos prepostos, sob a subordinação das entidades superiores. “A cada um será dado segundo as suas obras”. Ensinam os espíritos, mediante comparação simples, mas de forma altamente significativa, que justiça sem amor é como terra sem água. O pensamento da espiritualidade superior sobre o tema significa que a justiça é perfeita, porque Deus a fez assistida pelo amor, para que os endividados não sejam aniquilados.

A Doutrina dos Espíritos, embasada em O Livro dos Espíritos, não respalda a ideia de fatalidade, tratando especificamente do assunto, merecendo, por isso, leitura e reflexão. Então, qual a finalidade desses acidentes que causam a morte conjunta de várias pessoas? Como a Justiça Divina pode ser percebida nessas situações? Por que algumas pessoas escapam, como vimos acima? Lembrando que fatalidade, destino e azar são palavras sempre citadas em situações como essas, vejamos como os Espíritos nos esclarecem: “Fatalidade”, “Destino” e “Azar” são palavras que não combinam com a Doutrina Espírita, da mesma forma a palavra “sorte”, usada para aqueles que escapam desse tipo de situação. 

Que conceitos estão por trás dessas palavras? O Livro dos Espíritos explica, dentre outras informações a respeito, que “a fatalidade só existe no tocante à escolha feita pelo Espírito, ao encarnar, de sofrer esta ou aquela prova; feita a escolha, ele traça, para si mesmo, uma espécie de destino, que é a própria conseqüência da posição em que se encontra. 


Em verdade, “fatal”, no verdadeiro sentido da palavra, só o instante da morte. Chegado esse momento, de uma forma ou de outra, a ele não podemos fugir”. Em chegando a hora de retornar ao Plano Espiritual, nada nos livrará e, inconscientemente, guardamos em nós o gênero de morte que nos aguarda, pois isso nos foi revelado quando fizemos a escolha desta ou daquela existência. Não nos esqueçamos de que somente os acontecimentos importantes, e capazes de influir nossa evolução moral, são previstos por Deus, porque são úteis à nossa purificação e à nossa instrução.

Nas mortes coletivas, como os casos tão dramáticos ocorridos nos recentes desastres aéreos, somente encontraremos uma justificativa lógica para os respectivos acontecimentos, se analisarmos, atentamente, as explicações que só a Doutrina Espírita nos fornece, para confirmar que, até mesmo nesses DESASTRES, a Lei de Justiça se faz presente, pois, como nos afirma o Codificador, não há efeito sem que haja uma causa que o justifique.

Todos os nossos irmãos que pereceram, em desastres aéreos, carregavam, na alma, motivos para se ajustarem com a Lei Maior, a fim de quitar seus débitos com a Justiça Divina, que não falha jamais, encontrando, aí, a oportunidade sublime do resgate libertador. “Salvo exceção, pode-se admitir, como regra geral, que todos aqueles que têm um compromisso em comum, reunidos numa existência, já viveram juntos para trabalharem pelo mesmo resultado, e se acharão reunidos ainda no futuro, até que tenham alcançado o objetivo, quer dizer, expiado o passado, ou cumprido a missão aceita”.

Vamos encontrar em o livro Chico Xavier Pede Licença, no capítulo 19, intitulado “Desencarnações Coletivas”, as sábias explicações para o fenômeno das mortes coletivas, quando o benfeitor Emmanuel responde pergunta endereçada a ele, por algumas dezenas de pessoas, em reunião pública, realizada na noite de 22/08/1972, em Uberaba, MG, e que aqui transcrevemos: “Sendo Deus a Bondade Infinita, por que permite a morte aflitiva de tantas pessoas enclausuradas e indefesas, como nos casos de incêndios (e de quedas de aeronaves)? Responde Emmanuel -” Realmente, reconhecemos em Deus o Perfeito Amor, aliado à Justiça Perfeita. “E o Homem, filho de Deus, crescendo em amor, traz consigo a Justiça imanente, convertendo-se, em razão disso, em qualquer situação, no mais severo julgador de si próprio”.

Como se processa a provação coletiva [resgate]? O mentor do Chico esclarece: “Na provação coletiva, verifica-se a convocação dos Espíritos encarnados, participantes do mesmo débito, com referência ao passado delituoso e obscuro. O mecanismo da justiça, na lei das compensações, funciona, então, espontaneamente, através dos prepostos do Cristo, que convocam os comparsas da dívida do pretérito para os resgates em comum, razão porque, muitas vezes, intitulais “doloroso caso” às circunstâncias que reúnem as criaturas mais díspares no mesmo acidente, que lhes ocasiona a morte do corpo físico ou as mais variadas mutilações, no quadro dos seus compromissos individuais”. 

Diante de tantos lúcidos esclarecimentos, não mais podemos ter quaisquer dúvidas de que a Justiça Divina exerce sua ação, exatamente, com todos aqueles que, em algum momento, contrariaram a harmonia da Lei de Amor e Caridade e, por isso mesmo, cedo ou tarde, defrontar-se-ão, inexoravelmente, com a Lei de Causa e Efeito, ou, se preferirem, com a máxima proferida pela sabedoria popular: “A semeadura é livre, mas, a colheita é obrigatória”.

É importante destacar que, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, o mestre lionês assinala: "Não se deve crer, entretanto, que todo sofrimento, porque se passa neste mundo, seja, necessariamente, o indício de uma determinada falta: trata-se, freqüentemente, de simples provas escolhidas pelo Espírito para sua purificação, para acelerar o seu adiantamento”. Diante do exposto, afirmamos que a função da dor é ampliar horizontes, para, realmente, vislumbrarmos os concretos caminhos amorosos do equilíbrio. 

Por isso, diante dos compromissos “cármicos”, em expiações coletivas ou individuais, lembremo-nos sempre de que a finalidade da Lei de Deus é a perfeição do Espírito, e que estamos, a cada dia, caminhando nessa direção, onde o nosso esforço pessoal e a busca da paz estarão agindo a nosso favor, minimizando, ao máximo, o peso dos débitos do ontem.

5 de dez. de 2016

O BATISMO NA VISÃO ESPÍRITA!



Batismo - do grego bapto e baptismos significa ablução, imersão, banho. É o nome que designa os ritos de iniciação em diferentes religiões e crenças. O ritual do batismo era uma prática muito difundida na Palestina. Provinha dos antigos mistérios da Grécia, do Egito, dos Essênios etc. 
João Batista nada mais fazia do que usar esta prática para ajudar as pessoas a se modificarem. Usava a água em adultos, certo de que estes teriam compreensão para o arrependimento. Esse ato folclórico, simples e puro, foi transformado no culto cristão num processo mágico de purificação da alma, destinado a lavar a mancha do pecado original de Adão e Eva impregnada nas almas das crianças recém-nascidas. 
Esse rito de imersão praticado por João Batista é um símbolo de purificação e de renovação. Era conhecido nos meios essênios, mas também em outras religiões (que o associam aos ritos de passagem, especialmente aos de nascimento e morte) além do judaísmo e suas seitas. 
2. O TEXTO EVANGÉLICO
João Batista dá testemunho de Cristo. Ele diz: "Eu vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo". (Mateus, 3, 11.)
3. O BATISMO DE FOGO E DO ESPÍRITO SANTO
O batismo de fogo, pelo qual Jesus se mostrava ansioso, não era outra coisa senão a luta que os belos e nobres ideais do cristianismo precisou enfrentar, e continua enfrentando, para que os privilégios, a tirania e o fanatismo venham a desaparecer da face da Terra, cedendo lugar a uma ordem social fundada na justiça, na liberdade e na concórdia. 
O batismo do Espírito Santo é a assistência, a inspiração dos Espíritos purificados, concedidos pelo Cristo, em nome do Senhor, aos homens, que então as recebem mediunicamente e mesmo se comunicam com aqueles Espíritos nas condições e na proporção dos tipos de mediunidade que lhe são outorgados.  
Os discípulos receberam o batismo do Espírito Santo no dia de Pentecostes, no Cenáculo de Jerusalém, onde, segundo os Atos dos Apóstolos, pela primeira vez, se registrou esse grandioso fato da história do Cristianismo, em que houve derrame do Espírito  na forma de línguas de fogo sobre os Apóstolos. 
4. CONSIDERAÇÕES DO ESPÍRITO EMMANUEL
Pergunta 298 do livro O Consolador - Considerando que as religiões invocam o Evangelho de Mateus para justificar a necessidade do batismo em seus característicos cerimoniais, como deverá proceder o espiritista em face desse assunto? 
"Os espiritistas sinceros, na sagrada missão de paternidade, devem compreender que ao batismo, aludido no Evangelho, é o da invocação das bênçãos divinas para quantos a eles se reúnem no instituto santificado da família.
Longe de quaisquer cerimônias de natureza religiosa, que possam significar uma continuação dos fetichismos da Igreja Romana, que se aproveitou do símbolo evangélico para a chamada venda dos sacramentos, o espiritista deve entender o batismo como o apelo do seu coração ao Pai de Misericórdia, para que os seus esforços sejam santificados no instituto familiar, compreendendo, além do mais, que esse ato de amor e de compromisso divino deve ser continuado por toda a vida, na renúncia e no sacrifício, em favor da perfeita cristianização dos filhos, no apostolado do trabalho e da dedicação".