1 de set. de 2017

A mediunidade nos palcos


A faculdade mediúnica, mesmo quando restrita aos limites das manifestações físicas, não foi concedida para exibições de feira.” (Allan Kardec, item 308, de O Livro dos Médiuns.)

A comunicação existente entre aqueles que vivem na Terra e os que já demandaram a pátria espiritual é prática antiga que remonta aos primeiros tempos da humanidade, no entanto, após a codificação da Doutrina Espírita, por Allan Kardec, a partir de 1857, esse intercâmbio ganhou maior detalhamento, com disciplina, orientação e conhecimento de causa.

Somente Francisco Cândido Xavier publicou mais de 400 livros através da psicografia, trazendo à Terra as informações da vida espiritual. Dentre eles, uma grande quantidade versa sobre a comunicação de familiares que partiram deste mundo com os que ficaram.

A comunicabilidade com os Espíritos, hoje, com o aval de grandes setores da ciência e diante de profundos estudos efetuados pelas Universidades mais conceituadas dos Estados Unidos e Europa, é, incontestavelmente, uma realidade. A grande maioria da população brasileira sabe disso.

No entanto, esse intercâmbio entre os dois mundos não se dá de forma leviana, irresponsável e inconsequente. É fruto das Leis Universais, sábias e perfeitas, portanto, deve ser tratado com seriedade, responsabilidade, equilíbrio e, acima de tudo, com muita dignidade.

A mediunidade, embora seja uma faculdade inerente ao homem, carece de estudo, reflexão e experiência, para produzir o bem a que se destina, não podendo estar nas mãos dos vaidosos, orgulhosos e caçadores de projeção e fama, sem sérios prejuízos.

Allan Kardec, conhecendo como ninguém a personalidade humana, em “O Livro dos Médiuns”, advertiu: “a mediunidade não foi concedida para exibição de feira”, isto é, não veio ao mundo para ser vedete de palco e nem para servir de espetáculo, em atendimento aos interesses mesquinhos de médiuns e criaturas que apenas buscam a promoção pessoal.

E, esses desavisados, buscam com avidez, a mediunidade, para se apresentarem no meio artístico, na televisão, no rádio, no jornal etc, dando vazão à vaidade e ao orgulho que carregam no âmago.

Lamentamos profundamente que essa faculdade tão nobre, tão bela e que tantos serviços pode oferecer à humanidade, esteja sendo manuseada por apresentadores de programas televisivos, abrindo portas para que aventureiros adentrem nossos lares, com palavrórios vazios, mentirosos, ferindo criaturas e arrasando famílias que carregam a dor da separação de entes queridos.

Se aqui na Terra existem comentaristas do Governo que nada entendem de política, se existem os que discutem futebol sem nunca terem ido aos estádios, se existem os que falam de assistência social sem vontade de oferecer uma esmola, no Mundo Espiritual, obviamente, encontramos Espíritos que pouco entendem das coisas e também se lançam a falar, discutir e comentar o que não sabem. E, esses médiuns de plantão, muitos sem saberem, servem a esses Espíritos, esparramando asneiras e comprometendo estruturas familiares de forma leviana, sob a proteção de meios de comunicação de massa.

Allan Kardec, ainda em “O Livro dos Médiuns”, afirma, no item 308: “Quem pretender dispor de Espíritos às suas ordens para os exibir em público pode ser suspeito, com justiça, de charlatanismo ou de prática mais ou menos hábil de prestidigitação”.

Portanto, devemos saber sempre mais sobre o charlatanismo, mistificação, prestidigitação etc., para que não sejamos enganados por esses espertalhões de programas de auditórios.

Em “O Livro dos Espíritos”, na pergunta 163, Allan Kardec perguntou: “A alma, deixando o corpo, tem imediata consciência de si mesma? Obteve como resposta: “Consciência imediata, não é bem o termo. Ela passa algum tempo em estado de perturbação”.

Assim, caro leitor, como um Espírito recem-desencarnado, às vezes de forma traumatizante, pode se comunicar conosco momentos depois de seu desencarne?

E, se desejarmos conhecer mais sobre o assunto, pois que um artigo se torna insuficiente para destacar a abrangência do tema, consultemos “O Livro dos Espíritos” e o “O Livro dos Médiuns”, ambos de Allan Kardec, obras que versam sobre a mediunidade e relação de encarnados com desencarnados.

Fiquemos alertas e reflitamos demoradamente em Jesus quando afirma: “Meus bem-amados, não acrediteis em todos os Espíritos, mas experimentai se os Espíritos são de Deus, porque vários falsos profetas se ergueram no mundo”. (João, 1ª Epístola, Cap. IV: V. 1).

Somente o estudo sério e a firmeza de caráter com o tempero da dignidade e lisura de comportamento nos mostrarão a verdade que nos libertará das peias da ignorância, destinando-nos ao rumo da angelitude.

Meditemos.

Waldenir A. Cuin

CONSTELAÇÃO FAMILIAR - NOVO CAMPO DE OBSERVAÇÃO DA PSICOLOGIA (JOANNA DE ÂNGELIS-DIVALDO FRANCO)





Há algumas décadas, psicólogos em todo mundo começaram a estudar um novo

campo de compreensão para alguns distúrbios de personalidade baseado na estrutura familiar do indivíduo. A esta técnica de observação e tratamento se dá o nome de Constelação Familiar.

E o que é Constelação Familiar?

Constelação Familiar, é uma técnica criada por Bert Hellinger, psicoterapeuta
alemão, que propõe reconstituir a árvore genealógica da pessoa, com o objetivo de
localizar e remover bloqueios do fluxo amoroso de qualquer geração ou membro da
família.
Muitas das dificuldades pessoais, assim como problemas de relacionamento atuais
do indivíduo, são resultados de confusões nos sistemas familiares.
Hellinger nos fala sobre ordens do amor referindo-se a três princípios norteadores do ser humano:

1 – A necessidade de pertencer ao grupo ou clã
2 – A necessidade de equilíbrio entre o dar e o receber nos relacionamentos
3 – A necessidade de hierarquia dentro do grupo ou clã.
Sabemos que quando um conhecimento novo chega ao plano material, ele provém
do plano espiritual. Como grande estudiosa da área de psicologia, a grande benfeitora Joanna de Ângelis tem elucidado bastante esta área de forma abrangente e inovadora.

O Conhecimento sobre a grande importância e influência da estrutura familiar em
nossa personalidade não poderia ser melhor colocado, nos trazendo a tona novas
elucidações sobre tema tão debatido e importante que resume o remédio para todos os males: o grande papel do Fluxo do Amor no desenvolvimento e saúde mental do

individuo.
Esse texto foi baseado no livro Constelação Familiar escrito pelo espírito 

, psicografado por Divaldo Pereira Franco.




A autora enfatiza repetidamente que a família é a base fundamental sobre a qual se
ergue o imenso edifício da sociedade. Quando falta um lar seguro os jovens buscam se organizar em tribos e reagem a tudo que os vincule à estrutura familiar, dando lugar a novos hábitos e a costumes próprios, matando as imagens ancestrais e construindo a própria identidade, agressiva e arrogante, estranha e especial.
O ser humano é estruturalmente constituído para viver em família, a fim de
desenvolver os sublimes conteúdos psíquicos que estão adormecidos. Através da
convivência do lares eles serão liberados de forma positiva.
Como espíritas sabemos que o agrupamento familiar não é um encontro casual no
mundo físico, mas sim uma programação espiritual entre os espíritos comprometidos,seja de forma positiva ou negativa, afim de que haja progresso para todos.

Em uma cultura social saudável, os primeiros relacionamentos afetivos têm por
finalidade a vivência do companheirismo, o desabrochar da humanidade, o amor
duradouro.
O namoro é o primeiro passo no caminho a percorrer afetivamente, quando há
respeito moral recíproco e quando há uma convivência positiva.
Embora a união sexual seja essencial, é fundamental o sentimento de amor que
pode resistir aos conflitos do relacionamento a dois e mais tarde com os espíritos
renascidos no corpo físico como filhos se faz o santuário doméstico.
A constelação familiar do namoro é importante para o futuro alicerce doméstico,
que deverá resistir às tormentas do cotidiano. E quando os problemas se apresentarem aos parceiros, a consciência do dever deve se encarregar de orientar bem o comportamento de ambos em favor do relacionamento e da futura família.

A formação familiar é um campo experimental de lutas íntimas e externas, uma
grande oportunidade para que o espírito evolua de forma pessoal.
O distúrbio de personalidade de um dos membros da família, afeta todo o grupo.
Nem sempre a responsabilidade do mal proceder de um filho é dos pais ou da família, pois a cada um é dado o livre arbítrio e cada um escolhe o quanto quer evoluir. Às vezes o espírito teve várias chances, nasceu em um lar equilibrado, religioso, com boas condições financeiras e mesmo assim optou pelo caminho contrário a luz. Cada pessoa tem sua responsabilidade!

Quem não consegue amar aqueles com os quais convive, dificilmente poderá amar
aqueles outros que não conhece. Com o treinamento doméstico o espírito adquirirá a capacidade de amar com mais amplitude, alcançando a sociedade.


Sabemos que é no mundo espiritual que um casal decide formar um novo grupo

familiar, assumindo responsabilidades perante os futuros filhos, elaborando planos e projetos que devem concretizar na vida material .

Os guias espirituais apresentam aqueles que serão seus filhos, em cuja convivência
desenvolverão os sentimentos de amor, crescimento espiritual, no qual todos deverão atingir as metas que perseguem.

Os espíritos se reencontram e mais tarde há o casamento. Depois vem o primeiro
filho. Os cuidados que o recém nascido exige alteram completamente os hábitos do
casal, propondo novas condutas e atividades, nas quais a renúncia pessoal começa a impor-se em benefício do ser frágil e em desenvolvimento.

Infelizmente a imaturidade psicológica de muitos adultos que se tornam pais, leva-os a comportamentos infantis, procurando manter os mesmo hábitos que tinham antes da constituição da família. Pensam que só pelo fato de sustentarem o lar, já se sacrificam muito.

Muitas mães transferem para as filhas ainda pequenas as angústias e frustrações,
tornando-as modelos infantis, roubando-lhe a infância, precipitando a sensualidade, o desrespeito pelo corpo e pela vida.

Pais masculinos inescrupulosos iniciam os filhos nos vícios, condicionando eles ao
tabaco, álcool, à agressividade, ao desrespeito ao lar e às mulheres.
Outros tantos exibem os filhos como objetos, dessa forma exibem-se a si mesmos
através deles, chamando a atenção para a aparência sem maior preocupação com o
caráter e com a realização íntima.
Geralmente, quando há conflitos sérios entre pais e filhos, estes conflitos tiveram
inicio em outra existência.
A amante desprezada de ontem, retorna como filha rebelde, atormentada, tanto
quanto o filho ingrato e grosseiro é o pai da existência anterior, tendo nova oportunidade de se desculpar.

Sempre funciona a afinidade vibratória que identifica os indivíduos que se
encontram na mesma faixa de pensamento e de evolução, unindo-os e reunindo-os
conforme a necessidade da evolução.
Segundo os estudos de Constelação Familiar, para se manter uma estrutura saudável, os filhos devem sempre aos pais gratidão e respeito, mesmo quando estes não conseguem ter todo o compromisso necessário com os filhos, afinal, foram os pais que lhe deram a vida.

A convivência entre pais e filhos é recurso psicoterapêutico valioso, trabalhando o
inconsciente de ambos, de maneira a serem superados conflitos do passado,
programando a reconciliação e o bem estar através do amor incessante.


Os filhos que são descendentes de genitores negligentes ou inescrupulosos,
perversos ou cruéis, que os pais são mais enfermos do que maus, devem compreender que nesse lar, é que se encontram os mecanismos necessários à regularização do
passado infeliz, agradecendo mesmo assim aqueles que lhe concederam a vida, quando poderiam ter negado e não o fizeram.

Na infância já se pode notar a afinidade ou não existente entre os irmãos, através da
afeição constante ou através das birras e brigas contínuas e da implicância um com o outro.

 É natural que a medida que se vão estruturando e avançando os processos
biológicos, as agressões podem significar necessidade de chamar a atenção,
manifestação de ciúme por insegurança emocional, reações psicológicas que vem à
tona...
Esses comportamentos são passageiros, quando não são de ódios anteriores, gerando dificuldades nos relacionamentos passados.

Contudo, as atitudes negativas contínuas denunciam sentimentos infelizes que não
foram superados e ressurgem do inconsciente, devido a outras vidas.
A vigilância dos pais, especialmente nesse período se torna necessária, para que se
trabalhe em favor da harmonia e da compreensão entre todos.
A educadora italiana Maria Montessori quando consultada sobre a época em que se
deveria começar a educação dos filhos, teria dito que vinte anos antes do nascimento dos mesmos, isto é, quando os futuros pais deveriam começar a preparar-se, trabalhar-se emocionalmente para saberem como orientá-los.

Assim cabe aos pais, na saudável convivência com os filhos, observa-lhes as
imperfeições morais e a agressividade especialmente entre eles, corrigindo- lhes tais manifestações, dialogando com paciência e ternura, sem ceder ao comportamento negativo dos filhos.

É normal e até esperado que o pai ou a mãe tenham mais afinidade por um filho do
que por outro, devido a histórias passadas, mas não se deve excluir nenhum filho por outro.

 No episódio bíblico da aversão de Caim por Abel, que terminou por cometer
fratricídio, teria sido a preferência de Deus, que aceitava os sacrifícios do segundo em detrimento do outro, que se sentia desprezado.

A lição merece uma reflexão profunda, essa história se tornou um arquétipo apelando para a vigilância dos pais em relação aos filhos.

Muitos pais não educam os filhos em casa e acham que quem educa é a escola. A
escola é apenas um complemento, mas a educação começa em casa.


Além da educação no lar, é muito importante a amizade na família. Quando se
experiência a amizade na família, com muita facilidade ela se expande em relação a
outras fora do círculo biológico, favorecendo o enriquecimento da existência,
estimulando ao trabalho em benefício de todos.
Os pais são o exemplo dos filhos, por isso eles devem dar o exemplo em relação ao
trabalho também. O trabalho produz uma conexão entre o indivíduo e o progresso
sociocultural, estimulando mudança de hábitos, libertação de vícios, crescimento
interior e despertamento para ideais adormecidos e a preservação deles.
Também é muito importante o dialogo dentro do lar e a educação sexual deve
começar dentro de casa!
Desde quando o sexo foi estudado e discutido pela primeira vez pelo neurologista e
psiquiatra Freud, criador da psicanálise, houve uma libertação da ignorância em relação a isso.
Graças a visão espírita além do sexo ter suas funções orgânicas, desempenha
também um papel emocional muito significativo, pelo modo como é vivenciado.
Na atualidade, devido a muitos fatores sociológicos e educacionais, o sexo tornouse instrumento de fama, de poder e de domínio.
Tornou-se instrumento de comércio, foi montada toda uma indústria de perversão
e de permissividade, fascinando as pessoas atormentadas.
Nos lares sem dignidade, multiplicam-se os casos de pedofilia, que se espalham
pelas comunidades, estimuladas pelo turismo sexual infantil e pela internet.
A educação sexual deve fazer parte do programa familiar, as questões devem ser
abordadas com naturalidade, no dia-a-dia, sem precipitação nem atraso.
O que a criança não aprende no lar pode aprender em outros lugares e de uma
forma que não é a correta.
A maneira como cada um de nós vive a jornada terrestre irá estimular o nosso
crescimento espiritual ou necessidade de refazer o caminho através da recuperação que nos será proposta.

Como psicóloga tenho visto muito a terceirização na educação dos filhos e isso me
preocupa! Muitos pais não estão se colocando no lugar de pais, mas no lugar de ``
tios`` ou `` amigos``, confundindo assim a constelação correta de seu grupo familiar, trazendo consequências alarmantes na personalidade futura de seus filhos.

Existem pais que mal saem com seus filhos, quem sai são as babás, então elas
sabem com quem as crianças brincam, conhecem os pais das outras crianças, enquanto os próprios pais não sabem com quem a criança está tendo contato no seu dia-a-dia.


Recentemente me contaram a história de um casal que, devido a muitos
compromissos de trabalho e que tem uma boa condição financeira, pagavam uma babá para levar a filha na praia durante as suas férias. Ou seja, ao invés dos pais tirarem férias com a filha, mandavam a babá viajar com a filha uma vez ano ano, assim teriam até ``sossego``. E sendo que era a sua única filha.

É compreensível quando os pais trabalham e não podem passar o dia por conta dos
filhos. Nesse caso o recomendável é que a babá fique somente de dia e que depois do trabalho eles cuidem dos filhos, lhes deem atenção, conversem com eles, fiquem com eles até dormirem, lhes dando bastante atenção e amor.

O princípio básico da Constelação Familiar é que devemos honrar nossos
antepassados, respeitando a hierarquia, e nos posicionando no lugar correto que nos cabe, lugar de pai, mãe, filha, esposa e assim consecutivamente, sem inverter ou se colocar em um papel que não é o nosso.