“Estudo, disciplina, trabalho e amor ao próximo” | INFORMATIVO |
Boletim informativo do Grupo Espírita Caminho de Damasco – Ano XIV nº158, outubro de 2011.
Editorial Nosso informativo, como de costume, presta neste mês de outubro homenagem ao Codificador Allan Kardec, pseudónimo de Hippolyte Leon Denizard Rivail, nascido a 3 de outubro de 1804 em Lyon (França). Denominado "o bom senso encarnado" pelo célebre astrônomo Camille Flammarion, Allan Kardec desencarnou aos 65 anos, a 31 de março de 1869. Em seu túmulo, no cemitério de Père Lachaise (Paris), uma inscrição sintetiza a concepção evolucionista da Doutrina Espírita: "Nascer, Morrer, Renascer ainda e progredir sem cessar, tal é a lei". Neste número destacam-se também os artigos: “O verdadeiro espírita” “Curiosidades” e “Pensemos nisso”. Destacamos também a comemoração do “Dia das Crianças” a ser realizada na sede do GECAD no dia 15 do corrente mês, organizado pelo DIJ e DAPSE. Boa Leitura! | O VERDADEIRO ESPÍRITA José Benevides Cavalcante Um companheiro de doutrina me chamou a atenção para um artigo de Nazareno Tourinho, sob o título em epígrafe, objeto de acirrada discussão num grupo de estudo do centro. Ele se referiu, na ocasião, a um gesto costumeiro em nosso meio por parte das pessoas que afirmam que não são espíritas, mas estão tentando sê-lo. Achei a matéria interessante para reflexão, pois percebi nas entrelinhas um grande esforço do autor em despertar os espíritas para o perigo da interpretação literal dos textos que, neste caso, pode dar asas ao moralismo ou à intransigência dos que acham que, para ser espírita, a pessoa não pode ter defeitos; ou, então, o contrário, desde que tenha elevadas virtudes morais, já é espírita. Nem uma coisa, nem outra, com certeza. A expressão do pensamento, por mais elaborada, sempre esbarra na limitação da linguagem e, conseqüentemente, no emaranhado das interpretações, que seguem ao sabor das conveniências. Veja como Allan Kardec escreveu: "Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más".1 |
Entendemos que, ao dizer "verdadeiro espírita", Kardec estava se referindo ao ideal do Espiritismo, ou seja, à meta que o Espiritismo quer alcançar em relação aos seus adeptos, e essa meta ele a coloca no esforço em a pessoa se melhorar e nas transformações que ela quer atingir.2 E, ao comentar o tema: "Pecado por Pensamento e Adultério", no Evangelho,3 estabelece um interessante critério para se ter uma idéia do desenvolvimento moral das pessoas, ao afirmar: "A pessoa, que nem sequer concebe o mau pensamento, já realizou o progresso; aquela que ainda tem esse pensamento, mas o repele, está em vias de realizá-lo; e, por fim, aquele que tem esse pensamento e nela se compraz, ainda está sob toda a força do mal. Numa, o trabalho está feito; nas outras, está por fazer".
Esse é o caminho natural que nós, os espíritas, vamos percorrer, por força do ideal que abraçamos. Assim, Kardec entendia que, desde que uma pessoa se inteirasse da finalidade do Espiritismo, ela já teria motivos suficientes para iniciar essa caminhada. Para tanto, por um compromisso consigo mesma, passaria a se esforçar para se tornar melhor e contribuir, assim, para o melhoramento da humanidade.
Mas, entre a expectativa e a realidade há uma significativa distância. Nós, espíritas, não somos melhores ou superiores aos não-espíritas, só pelo fato de aceitarmos as idéias que o Espiritismo nos transmite. É preciso muito mais. No entanto, o fato de não correspondermos inteiramente ao ideal que abraçamos não nos tira o qualificativo de espíritas; apenas não nos dá a condição de bons espíritas ou espíritas verdadeiros, como quer Kardec. Espírita, na verdade, é toda pessoa que aceita os princípios básicos da doutrina, conforme as obras de Allan Kardec, mas não é necessariamente só aquele que aplica esses princípios em sua vida. Daí podermos dizer que, não havendo esforço em se fazer merecedor desse qualificativo, não se trata de um bom espírita.
Em artigo da Revista Espírita, escrito em agosto de 1865, chamado: "O que ensina o Espiritismo", Kardec reconhece o quanto é difícil para nós alcançar uma só virtude numa encarnação. Mas, ele não desiste dessa pretensão; pelo contrário, acredita nela, e quer que os espíritas insistam nessa luta interior para o seu progresso moral, como vemos no item 350 de O Livro dos Médiuns: "De que serve acreditar na existência dos Espíritos, se essa crença não torna o homem melhor, mais benevolente e mais indulgente para com seus semelhantes, mais humilde, mais paciente na adversidade? (...) Todos os homens poderiam crer nas manifestações e a humanidade permanecer estacionária; mas tais não são os desígnios de Deus".
Logo, ao usar a expressão "verdadeiro espírita", Kardec se referia aos espíritas que já assumiram consigo mesmos o compromisso de se melhorar, o que não aconteceria quando aceitando, admirando e até divulgando a doutrina ainda não empregamos nenhum esforço naquele sentido.
1- O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVII, 4.
2- O Livro dos Espíritos, cap. III, 28.
3- O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VIII.
Texto publicado no jornal "Correio Fraterno"
CURIOSIDADES
Na 55ª SEMANA ESPÍRITA DE VITÓRIA DA CONQUISTA, ocorrida naquela próspera cidade baiana, no mês de setembro de 2008, o querido médium DIVALDO FRANCO, relatou de público fato verídico vivido por ele, que muito sensibilizou a quantos o ouviram naquela ocasião em que se estudara: REENCARNAÇÃO UMA QUESTÃO DE JUSTIÇA.... Quando perguntaram ao médium se ele acreditava na reeencarnação, disse que não acreditava nela, pois quê ia mais além - ele sabia que ela existia! E narrou-nos o seguinte episódio:
Divaldo há cerca de 40 anos foi por vez primeira à Paris, hospedando-se na residência de familiares de um casal amigo residente aqui no Rio de Janeiro, à época: Ligia e Emílio Ribeiro.
A primeira noite naquela capital foi-lhe tormentosa, não conseguindo conciliar o sono de modo algum e sendo vítima de atrozes fenômenos psíquicos.
Pela manhã, sentindo-se muito estranho, pediu permissão ao casal anfitrião para sair e dirigir-se a algum lugar que ele mesmo não sabia onde seria. O casal ficou perplexo, sem entender, como uma pessoa que jamais houvera ido àquela cidade pedia para sair sozinho, para ir não se sabia aonde... Ao demais eram 7 horas de uma segunda-feira, onde os monumentos históricos franceses não ficam abertos à visitação pública. Mas, Divaldo insistiu, afirmando-lhes que levaria o endereço deles no bolso e dizendo que qualquer coisa os avisaria por telefone ou pegaria um táxi. Eles anuíram.
Divaldo saiu a pé, depois pegou o metrô, depois um ônibus que começou a levá-lo para fora da cidade. Algum tempo se passou dentro do ônibus e o médium cada vez mais se sentindo noutra personalidade, essa muito endurecida, parecendo detestar tudo e todos à volta...
O ônibus começou a passar perto de certo bosque. Divaldo pediu ao motorista para descer do veículo, dirigindo-se a uma estrada de pedras, muito bem cuidada, uma estrada real, que terminava em frente a enorme Monastério também revestido de pedras, onde bela torre de igreja ao fundo predominava. Era uma ordem religiosa, de monjas enclausuradas, que datava do século XVII, fundada em 1606 por um frade capuchinho.
Divaldo cada vez mais entronizava aquela personalidade estranha para ele, sentia-se aturdido, mas dispôs-se a bater à porta do Monastério, onde sorridente monja-porteira lhe informou que o Monastério não estava aberto à visitação pública; que as monjas eram enclausuradas e só lhes era permitida uma única visita masculina - a do confessor da Instituição.
Divaldo, muito pálido pediu que ela fosse chamar a monja-mestra e deu-se conta que estava falando em francês! Era um francês com um acento diferente...
Sem saber porque a moça aquiesceu, mandou-o entrar até o parlatório onde uma religiosa, de cerca de 60 anos, passou a lhe dizer da impossibilidade do intento por ele almejado. O médium mais pálido e suando muito disse que desejava uma entrevista com a Abadessa.
Veio a Abadessa, veneranda senhora belga de cerca de 70 anos, e passaram os dois a dialogar mais ou menos assim:
- Senhora, eu sou o fundador dessa Instituição, muito dura para com as jovens que aqui habitam, quando a instituí eu não me dava conta disso, mas hoje venho pedir-lhe para ser mais complacente com as monjas, aja com mais amor, com mais benevolência para com elas!
- Meu filho, você é tão jovem! Porque está falando em francês provençal? Meu filho, esta Instituição foi fundada no século XVII em 1625. Você está aturdido, vou providenciar levá-lo de volta. Onde se hospeda? Vá na companhia da irmã mestra e outra religiosa...
- Meu filho, você é tão jovem! Porque está falando em francês provençal? Meu filho, esta Instituição foi fundada no século XVII em 1625. Você está aturdido, vou providenciar levá-lo de volta. Onde se hospeda? Vá na companhia da irmã mestra e outra religiosa...
- Não antes que eu possa visitar a cela onde faleci.
- Como você sabe que nosso fundador morreu aqui?
- Irmã, eu sou ele! Eu vivia em orações contínuas, tanto que onde eu me ajoelhava, o piso de pedra-pome, ficou um pouco mais fundo que o restante do assoalho...A minha cela possuía uma gravura da Madona, que certo dia, após muitas preces, inadvertidamente,
queimei um pedaço com uma vela acessa.
- Como o senhor pode saber disso? Essas referências verídicas não constam em nenhuma de nossas publicações!
- Irmã eu sou ele! A Irmã diz que não posso visitar minha cela porque teria que passar pelo pátio interno, onde ficam as clausuras proibidas ao sexo masculino... Mas, se formos pelo altar-mor, atrás dele, há uma porta, que dá para uns degraus, que vão terminar num corredor, onde sem passar pela clausura, sem passar pelo átrio principal, chegaremos à minha cela, irmã! Vamos!
Já que insiste tanto e para acabarmos logo com isso, venha e mostre-nos o caminho que diz conhecer! E Divaldo foi à frente, mostrando o caminho, que reconhecia, com a Abadessa logo atrás dele, depois a irmã-mestra seguida pela monja-porteira. Como nos velhos tempos... O fundador à frente de todas...
Depois do desejo do médium ter sido concretizado e, Divaldo ter observado na cela a surrada vestimenta do sacerdote, ter visto o chão realmente amolgado perto do genuflexório, e de não ter visto mais a gravura da Madona que lá não estava mais, todos muito emocionados, retornaram pelo mesmo caminho...
A Abadessa pediu para que as outras duas se retirarem e lhe pergunta o que seria aquele fenômeno. Divaldo fala-lhe abertamente da reencarnação, da lei de causa e efeito e, promete mandar-lhe o EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO e O LIVRO DOS ESPÍRITOS em francês, logo que retornasse à Paris.
Já era hora do almoço e Divaldo, convidado, almoça na Instituição. Continuam a conversar o médium e a Abadessa. Ela, muito emocionada, expressa amargura por saber disso tudo “tão tarde”, ao que Divaldo lhe diz que não, que ela estava na plenitude das suas forças e que poderia com o novo conhecimento, usar do Amor Incondicional do Cristo para com as moças ali recolhidas. Convidado a lanchar, pois já eram 16 horas, ele declina do convite, mas aceita voltar com as referidas monjas para Paris onde por certo o casal amigo deveria estar preocupado com tão prolongada ausência.
No dia seguinte, refeito e feliz, ele próprio vai a uma livraria para comprar os dois livros de Kardec, que o seu anfitrião, gentilmente, entrega no Monastério.
Passam a se corresponder ele e a Abadessa Beatriz que dois anos depois é transferida para a Bélgica, por obrigações administrativas; na década de 80 Divaldo a visita, no referido país, nonagenária, lúcida, muito feliz com o reencontro, mostrando-lhe o EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, que tanto lia e relia, e aí o médium lhe conta da sua vida atual, das conferências, da Mansão do Caminho e demais atividades que lhe dizem respeito.
PENSEMOS NISSO!
Hoje em dia, grande parte dos pais se preocupa em conduzir seus filhos a um templo religioso, em virtude da situação conflitante por que passa a nossa sociedade.
Todavia, esses mesmos pais têm encontrado grande resistência por parte dos filhos, principalmente dos jovens e adolescentes.
Isso nos recorda uma experiência vivida por um casal de amigos.
Eles tinham um filho de 14 anos que não se interessava em freqüentar as reuniões religiosas junto com os pais, apesar de todos os esforços destes por persuadi-lo.
Eles tinham um filho de 14 anos que não se interessava em freqüentar as reuniões religiosas junto com os pais, apesar de todos os esforços destes por persuadi-lo.
Todas as vezes que os pais lhe falavam sobre a necessidade de se buscar a ajuda de Deus para enfrentar, com fé e confiança, as agruras da vida, o filho se mantinha calado, dedilhando sua guitarra, da qual poucas vezes se separava.
Um dia, já cansados de tentar convencê-lo, sem lograr êxito, os pais foram um pouco mais veementes.
Aproximaram-se do rapaz e começaram a lhe falar da importância de ele os acompanhar ao templo religioso.
O garoto, que até então estava calado, segurou as cordas da guitarra com uma das mãos, fitou-os nos olhos, e disse:
- Meus queridos pais, há quanto tempo vocês professam essa religião?
O pai imediatamente respondeu que já fazia 20 anos, e a mãe disse que a professava desde o berço.
O pai imediatamente respondeu que já fazia 20 anos, e a mãe disse que a professava desde o berço.
O jovem abaixou a cabeça e continuou a acariciar sua guitarra.
Mas os pais, inquietos, questionaram com impaciência:
- Filho, você está surdo? Por que não fala direito com os seus pais? Diga-nos, por favor, os seus motivos.
O rapaz levantou a cabeça novamente, olhou-os com um certo ar de tristeza e falou:
- Eu não queria magoá-los, mas, se vocês insistem...
Vocês acabaram de me dizer os anos que cada um freqüenta o templo religioso e eu, que na verdade já sabia disso, peço que me digam, com toda sinceridade: Para que serve a religião, se vocês vivem brigando dentro de casa?
De que adianta buscar um Deus que não consegue fazer com que vocês se entendam e se perdoem, ao invés de viverem aos gritos um com o outro? Respondam, com sinceridade, de que vale uma religião se de vez em quando eu vejo o pai dormindo no sofá e a mãe se debulhando em lágrimas, lá no quarto?
Será que vocês me acham tão infantil a ponto de me convencer que a sua religião é boa para mim, quando não consegue fazer vocês felizes?
Não! Eu realmente não perderei tempo com essas coisas que não são eficientes nem para vocês mesmos.
A história desses amigos vale como motivo de sérias reflexões para todos nós.
Esquecidos de que nossos filhos são portadores de inteligência e bom senso, queremos que acreditem no que falamos e não no que eles observam no cotidiano, portas adentro do lar.
Esquecidos de que nossos filhos são portadores de inteligência e bom senso, queremos que acreditem no que falamos e não no que eles observam no cotidiano, portas adentro do lar.
É importante que aprendamos a ensinar pelo exemplo e não tentar convencer com teorias vazias.
Pense nisso!
Geralmente os responsáveis pelo distanciamento dos jovens do Criador, são os pais, com sua falta de fé ou hipocrisia.
As religiões trazem, em seus postulados, as diretrizes que conduzem a Deus, mas os religiosos, ou os que se dizemos tais, é que não as entendemos ou as desvirtuamos.
Assim sendo, se quisermos, sinceramente, aproximar nossos jovens de Deus, aproximemo-nos dEle primeiro.
Pensemos nisso!
"I" Até a próxima!
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