“Estudo, disciplina, trabalho e
amor ao próximo”
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INFORMATIVO
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Boletim informativo do Grupo Espírita Caminho de Damasco – Ano XIV nº167, setembro/outubro de 2012.
Editorial
Mais uma vez, por questões operacionais, o presente informativo será bimestral: setembro/outubro. Esperamos contornar as dificuldades para retorno à normalidade. De qualquer forma, importante é persistir no esforço, mesmo que singelo, no intuito de divulgar os preceitos esclarecedores do Espiritismo.
Esperamos contar com a compreensão de todos.
Boa leitura e Muita Paz!
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Homossexualismo é pecado?
José B. Campos
Ultimamente, temos recebido muitos e-mails, solicitando-nos esclarecimento acerca de como o Espiritismo encara as questões do homossexualismo e do pecado. Um deles, em especial, despertou a atenção, porque o amigo remetente, referindo-se à sua atração física por indivíduos do mesmo sexo, faz-nos as seguintes indagações:
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“É pecado ser homossexual?”; “Por que sou isso?”; “Que pecado cometi para sê-lo?”; “Até quando serei assim?”; “Se olhar para um rapaz, com carinho, estarei pecando?”; “Se eu gostar de um rapaz, com amor verdadeiro, serei pecador?”.
Na missiva eletrônica, ele acrescenta ter sido interno de um seminário, tempo em que andava sob forte depressão. E que teria abandonado a escola eclesiástica.
Dir-se-ia, pelas suas palavras sinceras e humildade, que o amigo foi um seminarista bom, mas não muito bom seminarista, porquanto não se fez clérigo nem sacerdote, e agora tornou-se espírita. Coisas do existir...
Diz-se que o pecado é a transgressão de preceito religioso (leia-se, dogma). Sendo aquele que o pratica, pecador e ou pecante. O pecador, tem certos defeitos ou vícios; e o pecante, é aquele que peca habitualmente ou que tem baldas (manias). Podendo, um e outro, pelo arrependimento e confissão de sua culpa, e através do ritual da penitência (sacrifícios), conseguir a remissão dos pecados e a comutação da pena eterna. A julgar por esse catecismo, pelo procedimento das pessoas atualmente, muitas penitências serão necessárias para a transformação moral da Humanidade.
Ainda, segundo a “interessante” cartilha cristã, há pecados para todos os gostos, conquanto haja punições ao gosto de todos os confessores e procuradores divinos.
Há os pecados veniais, considerados leves, perdoados sem a necessidade da Santa Comunhão (confissão), bastando, tão somente, que se reze um Ato de Contrição.
Há os pecados capitais: a soberba, a avareza, a luxúria, a ira, a gula, a inveja e a preguiça, que têm dado muito suor e trabalho a São Miguel Arcanjo, no Purgatório, para levar as almas sofredoras para o Céu. Estes, dependendo da vontade firme do praticante, podem se transformar em pecados mortais, para alegria do Maligno.
Há, finalmente, os temíveis pecados mortais, aqueles que afastam o pecador da Graça Divina, sem direito a indulgências. Dando-lhe, de imediato, passaporte carimbado para o inferno, cujo fogo eterno o queima sem o consumir (?), e causam-lhe a “morte espiritual”.
Cultuamos o hábito diário de ler a Bíblia há 35 anos. Ficamos impressionados com os pregadores da Bíblia como sendo a palavra de Deus, que a tudo condenam sem misericórdia. Parecem-nos molecotes analfabetos apregoando jornais, de cujo noticiário não se podem inteirar. O amor do próximo e a caridade não lhes interessam, a não ser como recurso extremo: a salvação.
Há hora em que devíamos ter o prazer pecaminoso de arremeter-nos contra eles a sapateá-los. Infelizmente, não podemos fazer sempre ao que aspiramos.
Parafraseando o imortal Tenório D’Albuquerque, perguntar não ofende: Em qual tabelionato foi reconhecida a firma, da assinatura de Deus, na procuração passada a esses pastores viperinos, para deliberarem sobre o destino das almas? Onde estarão aqueles religiosos que nos agrediram com gritos proclamadores da excelência desta ou daquela penitência? Extraordinária, a facilidade com que proferiram tantas tolices. Uma fertilidade incomparável! Ignorância imaculada.
O nosso estimado confrade, Divaldo Franco, certa feita, asseverou com muita propriedade: “Proibir e condenar, é sempre uma forma contraproducente de examinar uma questão existente, que merece orientação, educação e esclarecimento.”
Para a “Santa Igreja” e “evangélicos”, o pecado mortal do homossexualismo é um dos “imperdoáveis”, porque profana o corpo, que é o templo de Deus (1Cor, 3:9).
A palavra pecado tem origem no vocábulo grego “imartia”, que significa afastar-se da meta. Portanto, bem diferente de como é concebida pelas igrejas ditas cristãs.
Nós, espíritos, somos seres perfectíveis, dotados de inteligência e livre arbítrio, porém responsáveis diretos pelas conseqüências de nossas atitudes. Através da pluralidade das existências corpóreas, caminhamos rumo à meta imutável da lei divina: a perfeição. Quando nos afastamos do caminho, afastamo-nos dessa meta, gerando o que chamamos de mal. Todavia, quando retornamos ao caminho, pela mudança de conduta ou reparação das faltas cometidas, restabelece-se a harmonia e o mal deixa de existir. Onde haja o bem, o mal desaparece.
Muitos estudiosos afirmam que a homossexualidade é uma opção do ser humano. Alguns discordam, alegando que nenhuma pessoa se sentiria feliz por ser perseguida ou discriminada. Uns, asseveram que ela é orgânica, ou seja, a pessoa não teria outra alternativa. Já outros, apelam para o emocional: o homossexualismo seria efeito de algum trauma. E o Espiritismo, que diz?
O espírito não tem sexo. O mesmo espírito pode animar ora um corpo masculino, ora um corpo feminino. Cada sexo, como cada posição social, lhe proporciona o ensejo de adquirir experiência. O corpo não lhe é mais do que um invólucro perecível de que se serve para se esclarecer e se purificar. Sempre de modo progressivo, jamais regressivo. Desde que cessa a vida do corpo, ele o abandona e retorna à pátria legítima, o mundo invisível, ou mundo espiritual. Em um desses estágios, como homem ou mulher, o abuso que faça do uso das funções sexuais, acarretará o seu reingresso na lide carnal, no sexo oposto.
“Quando o homem, em muitas ocasiões, tiraniza a mulher, furtando-lhe os direitos e cometendo abusos, em nome de sua pretensa superioridade, desorganiza-se ele próprio a tal ponto que, inconsciente e desequilibrado, é conduzido pelos agentes da Lei Divina a renascimento doloroso, em corpo feminino, para que, no extremo desconforto íntimo, aprenda a venerar na mulher sua irmã e companheira, filha e mãe, diante de Deus. Ocorrendo idêntica situação à mulher criminosa que, depois de arrastar o homem à devassidão e à delinqüência, cria para si mesma terrível alienação mental para além do sepulcro, requisitando, quase sempre, a internação em corpo masculino, a fim de que, nas teias do infortúnio de sua emotividade, saiba edificar no seu ser o respeito que deve ao homem, perante o Senhor.”
Aparentemente, esse processo parece uma punição, mas não é. Deus não perdôa nem castiga. A iluminação dos sentimentos é que o exige. “A Humanidade progride, por meio dos indivíduos que pouco a pouco se melhoram e instruem”, já dissera Kardec.
A prática da homossexualidade não transforma o ser em pessoa abominável. Conhecemos homossexuais que se distinguem pela inteligência apurada, pela cultura aprimorada, pela educação exemplar, pela fraternidade cristã e, principalmente, pelo caráter reto. Conhecemos, também, heterossexuais que mais parecem uma gruta vazia e sombria. Grande e florida por fora, por dentro, um deserto de qualidades.
O homossexual, de ambos os sexos, tem sido condenado ao esquartejamento moral e violentado, psicológica e fisicamente, por gente maldosa, sem qualquer fundamento sério. Para nós, espíritas, serão sempre nossos irmãos amados, tanto quanto os demais, credores do nosso maior respeito e carinho. Dito isto, passamos a responder as indagações, do querido amigo:
“É pecado ser homossexual?”
Não. Também não é uma escolha ideal, mas o amigo não deve sujeitar-se ao jugo dogmático das igrejas.
“Por que sou isso?”
Por livre e espontânea vontade. Da mesma maneira que poderá deixar de ser.
“Que pecado cometi para sê-lo?”
Nenhum. O pecado, ou melhor, o sentimento de culpa só existe na consciência de quem se sente culpado.
“Até quando serei assim?”
Até quando quiser. Se se dispuser e puder controlar seus impulsos carnais, transferindo as energias sexuais para um trabalho de auto reeducação, melhor. Sua indômita força de vontade poderá vencer todos os obstáculos, superar todos os problemas, possibilitando-lhe uma vida saudável. A felicidade conquistada será o galardão de seus esforços. Deus instituiu leis que nos favorecem a todos, já dizia o nosso saudoso Chico Xavier.
“Se olhar para um rapaz, com carinho, estarei pecando?”
Não. Desde que esse olhar não seja de modo lascivo. Um olhar carinhoso, uma palavra fraterna, um sorriso sincero, uma ação solidária, são ingredientes que alimentam as verdadeiras amizades, tornando-as indesuníveis.
“Se eu gostar de um rapaz, com amor verdadeiro, serei pecador?”.
Já disséramos, anteriormente, que o pecado está condicionado à atitude mental de cada um, com base no sentimento de culpa. Quanto ao amor verdadeiro por outro alguém, requisitamos a palavra autorizada e benevolente do nosso irmão e Benfeitor Espiritual, cuja orientação bondosa serve para todos nós:
“Recomendar-lhe a castidade quando as pessoas se degradam em ligações clandestinas, nos braços de amantes, seria temeridade e hipocrisia. Você faria, dentro em pouco, o que elas fazem. Sobre a ignomínia da culpa, a ignomínia da mentira. Daí, a audácia do meu conselho. Se puder resistir à sua carne, aos seus nervos rebeldes, aos seus sentidos alarmados, resista. Será heróico e sublime. A tranqüilidade de sua velhice será o prêmio dessa renúncia na mocidade.
Se, porém, não encontrar na própria alma energias para vencer o corpo, eleja um cônjuge. Faça-o, entretanto, publicamente. Nada de subterfúgios, de mistérios, de clandestinidade. Funde, com ele, um lar. A noção da responsabilidade assumida em público fa-los-á, a um e a outro, cautelosos na escolha, assegurando-lhes, assim, a honestidade e a duração da ventura. Amores escondidos são amores transitórios. Amante que foge, é amante substituído. E quando alguém adota esse regime, o amor perdeu o seu nome. Chama-se prostituição.
O meu conselho é, como se vê, prudente e humano. Você é livre e quer ser feliz. Faltam-lhe as grandes forças interiores, as poderosas energias mentais, que neutralizam os gritos da carne e dos nervos, e elevam a pessoa acima do seu sexo, purificada da animalidade comum. Evite, todavia, em quaisquer circunstâncias, a pessoa que não quiser, em público, assumir os encargos do seu destino. A casa de família em que se entra escondido, deixa de ser um lar para ser um prostíbulo. E a pessoa, que vai encontrar-se secretamente com outra, perde o seu título de honrada para tomar o de meretriz. Aquela pessoa que não fizer um sacrifício igual ao seu, abandonando tudo, e tudo afrontando, para viver ao seu lado, deve ser tomada, simplesmente, como sedutora vulgar e covarde, semelhante aos rufiões que exploram as mulheres na sombra, desfrutando as vantagens e fugindo às responsabilidades. Repila, em suma, o amante. E aceite o cônjuge.
Para doença tão grave, era este, o remédio menos venenoso que havia em minha farmácia.
Humberto de Campos.”
Mais uma vez, parafraseando o grande Tenório: A beleza dos ensinamentos do Espiritismo é inexata, não se exprime por números, não se calcula matematicamente. É de tal magnitude que se torna incalculável, apenas a sentimos.
E, para encerrarmos, recomendamos a todos, permaneçamos no amor de Jesus, sem nos aventurarmos a discriminar ou denegrir o próximo. Permitir a liberdade plena é o fundamento maior do amor cristão, haurido na nossa Doutrina Espírita.
Muita paz,
José B. Campos
Uma pequena contribuição ao artigo
Observamos que o jovem ou a jovem homossexual, experimenta, assim como o heterossexual, a necessidade de vivenciar o afeto através do namoro. Ignorar tal fato é desconhecer a natureza humana e sua realidade como Espírito imortal e peregrino no caminho da perfeição, sujeito às vitórias e equívocos.
Diante do exposto no supracitado artigo, temos a acrescentar que não havendo por parte dos interessados numa relação sexual, condições psicológicas da atitude aconselhada, que ele se permita vivenciar sua sexualidade o mais serenamente possível, sem autopunição e, sobretudo o faça com equilíbrio, com respeito a si próprio e seu(a) parceiro(a), assim como se espera de uma relação heterossexual. O maior problema está, a nosso ver, no exercício promíscuo e egóico da sexualidade.
Lúcio Silva Cavaca
Homenagem a Kardec
Vamos render homenagem
Ao grande mestre lionês
Que com amor e coragem
Tantos enganos desfez.
Espírito laborioso
De grande discernimento
Trouxe a este mundo enganoso
A luz do entendimento.
Após trabalhos insanos
Mostrou ao mundo a verdade
Abriu os olhos humanos
A espiritual realidade.
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Jesus nos aponta a porta
Caminho da redenção
Kardec abre as comportas
Da grande revelação.
Jesus prometeu enviar
O Espírito da verdade
Que viria clarear
Os erros da humanidade.
Kardec com heroísmo
Num esforço desmedido
Revela no Espiritismo
O Consolador Prometido.
Arminda Cruz Paiva
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"I" Até a próxima!
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