2 de dez. de 2013

O ALZHEIMER! QUAL A VISÃO ESPÍRITA?





Em geral, a doença começa a partir dos 65 anos, mas há vários casos de início precoce, isto é, a partir dos 45 anos.

Para entendermos bem as características e evolução dessa Doença é preciso tentar explicar o que se denomina LEI DA REGRESSÃO MNÊMICA DE RIBOT... Segundo esta, quando uma pessoa apresenta uma alteração mnêmica (da memória) orgânica, primeiramente é comprometida a memória de fixação  e memória de curto prazo, ou seja, a pessoa começa a se esquecer de acontecimentos ocorridos mais recentemente e, com o progredir da Doença, a memória para fatos mais antigos também será deteriorada. 


Outro aspecto da Lei de RIBOT é que as funções psíquicas mais complexas são afetadas, também, mais precocemente do que as funções mais simples.

É por isso que, no início da Doença de ALZHEIMER o paciente costuma se “perder” em via pública ou mesmo esquecer-se de fatos os mais corriqueiros, pois a memória recente estando comprometida, o paciente fica desorientado no tempo e no espaço; além disso, o paciente costuma apresentar alterações ético-sociais -, o pudor (que é uma função complexa) fica comprometido; consequentemente, não é raro indivíduos bem educados apresentarem sintomas como despir-se na frente de uma multidão de pessoas, não conseguindo ajuizar eticamente a sua conduta.

A propósito, certa vez, tratamos um paciente com Doença de ALZHEIMER cujo primeiro sintoma foi urinar em via pública, exibindo a genitália para os transeuntes, no entanto, era um Sr. com um passado de moral ilibada e muito responsável e elegante...

Enfim, a Doença de ALZHEIMER vai afetando, progressivamente, as funções corticais do paciente, pois o que acontece é que há uma ATROFIA DO CÉREBRO do paciente e, por isso mesmo, as funções cognitivas (intelectuais) e até motoras (de movimento)  são  deterioradas  pela  doença,  irreversivelmente,  porque   as  células cerebrais não se regeneram, uma vez atrofiadas não são substituídas por outras, íntegras; por isto, diz-se que o tecido cerebral é “tecido nobre”, isto é, as células lesionadas não são substituídas.

Visão espírita do “Mal de ALZHEIMER”

Na época do lançamento de O LIVRO DOS ESPÍRITOS (O LE), de ALLAN KARDEC (1857), não se conhecia a fisiopatologia da Doença de ALZHEIMER, por isso, a Codificação não se refere à Doença especificamente, porém, podemos extrair algum conhecimento sobre o que acontece com o Espírito da pessoa com essa Doença se analisarmos bem a resposta à questão 156 de OLE e, com tal análise, não podemos nos furtar a um melhor entendimento da natureza e propriedades do PERISPÍRITO e suas correlações com a MEMÓRIA e o TEMPO,,,

Assim, leiamos a questão 156 de OLE e a primeira parte da resposta:
“A separação definitiva entre a alma e o corpo pode verificar-se antes da cessação completa da vida orgânica?
R- Na agonia, às vezes, a alma já deixou o corpo, que nada mais tem do que a vida orgânica (...)”. 



MORTE CORPORAL E ESPÍRITO

O Espírito desliga-se definitivamente do corpo porque este está morto, masnão é o desligamento do Espírito que causa a morte do corpo Parece-nos, que nas doenças crônicas em geral, que afetam o cérebro (como é o caso da Doença de ALZHEIMER), estando este deteriorado, ele não mais reagiria ao comando do Espírito - a vida na doença de ALZHEIMER se resumiria, praticamente, à vida orgânica, vegetativa, “a alma já deixou o corpo”, embora não definitivamente, pois isto só ocorre na desencarnação...

Poderia, talvez, argumentar que um corpo não poderia viver sem alma, o que não seria verdade... O que mantém a vida corporal é o “fluido” vital e não o Espírito, a vida só se extingue pela exaustão dos órgãos e não pela ausência do Espírito (cf. resp. à questão 68 de O LE). É preciso que se repita: o Espírito desliga-se definitivamente do corpo porque este está morto, mas não é o desligamento do Espírito que causa a morte do corpo...

Obviamente, ainda há uma ligação, muito tênue, entre o Espírito e o corpo de uma pessoa com Doença de ALZHEIMER, mas o rompimento de tal ligação só não é definitivo porque a pessoa ainda não desencarnou, pois o Espírito nada mais tem a fazer estando o cérebro sem NENHUM controle seu... Sabemos que a alma desprende-se do corpo, pouco a pouco, gradativamente, nas doenças orgânicas, crônicas (cf. se depreende da resposta à questão 155-A de O LE) e, num grau avançado da Doença, acreditamos que a alma está quase totalmente liberta do corpo.

2 comentários:

  1. Perfeito. Adorei a argumentação. Minha vozinha tem Alzheimer, ela está com 86 anos, mas o estágio dela não é tão avançado, porém, observamos dia após dia que sua condição vem se deteriorando mais e mais.
    Irmãos, quero fazer-lhes uma indagação: é "melhor" desencarnar através do mal de Alzheimer, já que o espírito não tem mais controle sobre o ser encarnado?
    Paz e Luz, grata!

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    1. Querida irmã Ivana, rogamos a Deus para você e sua família as bençãos da paz e da saúde.
      Iniciamos nossas despretensiosas considerações sobre o tema em questão, lembrando que os espíritos responsáveis pela codificação, como não poderia deixar de ser, obedeceram o nível de entendimento da sociedade da época, até então pouco desenvolvida cientificamente em comparação aos dias atuais. Ciências como a medicina evoluíram muito de lá para cá. Hoje temos condições de entender melhor a questão da relação do espírito com seu organismo enfermo.
      Quanto maior o comprometimento das funções do cérebro enfermo, menos domínio do espírito sobre o corpo. De qualquer forma o desligamento total só se dá com a morte orgânica.
      Minha avó desencarnou com Alzheimer num estágio bastante avançado aos 92 anos.
      Algum tempo depois, ela comunicou-se em nossa casa espírita, agradecendo os cuidados dos parentes, e afirmando ter sido bastante proveitoso para o seu espírito o período de enfermidade.
      Ela estava ciente que toda enfermidade física é a somatização dos excessos cometidos pelo espírito inconsequente, na vida atual ou pregressa.
      Devemos todos lutar pelo restabelecimento da saúde, principalmente conscientizando-nos da necessidade de mantermos o espírito saudável.
      Sua avozinha, provavelmente passa por um período de expiação ou provação necessária para sua evolução espiritual. Cabe aos familiares possibilitarem a enferma toda a ajuda possível para ter a melhor qualidade de vida possível, dando sequência ao tratamento da medicina terrena, quando possível, aliado aos recursos da oração e do amor.
      Muita paz.

      Lúcio.

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