25 de fev. de 2014

A delinqüência, o crime e suas causas


Falando a uma grande publicação brasileira sobre um tema em que é especialista - a criminalidade -, o sociólogo americano John Laub, presidente da Sociedade Americana de Criminologia, afirma que são várias as teorias que tentam explicar por que os criminosos desistem do crime.

Um dos fatores da mudança, explica Laub, é o casamento com alguém a que o indivíduo se sinta fortemente ligado. Outros fatores seriam a identificação com o trabalho, a educação e a religião. Mas o fator mais importante é o casamento, de que, segundo ele, resultam diversas conseqüências positivas, e não só para o crime.

Assevera Laub que a delinqüência não se encontra concentrada nas famílias pobres. Ela é encontrada em todas as classes sociais. Adolescentes ricos e pobres se envolvem em crimes, especialmente os menos graves, como o uso de drogas.

Tem razão o especialista americano, que poderia até ter dito que os grandes assaltos contra os cofres públicos têm sido praticados por pessoas que passaram pela faculdade e nada têm a ver com a pobreza ou com as privações econômicas. O que senadores, deputados, governadores, prefeitos e até magistrados têm feito em nosso país, nesse tema intitulado corrupção, supera em muito o que os seqüestradores e os assaltantes de bancos amealharam por aqui em toda a nossa história.

A razão por que a delinqüência não é apanágio dos pobres é explicada com clareza pela Doutrina Espírita.

Os Espíritos reencarnam nos mais diferentes lugares e situações, no interesse de sua ascensão na escala evolutiva. Pobreza e riqueza não constituem punição nem privilégio. São provas, cuja finalidade é experimentar o indivíduo de maneiras diferentes, de acordo com suas necessidades evolutivas.

A riqueza e o poder, tanto quanto as dificuldades e a penúria, são provas muito difíceis, porque, enquanto a penúria provoca as queixas contra a Providência, a riqueza incita a todos os excessos, e é, por isso, numa perspectiva espiritual, prova mais perigosa do que a própria miséria. (Cf. O Livro dos Espíritos, questões 814, 815 e 925.)

O que poucos sabem é que as provas que suportamos na vida corpórea fazem parte da chamada programação reencarnatória, tema que Kardec esmiúça com a clareza habitual no item 872 da mesma obra.

A delinqüência, num e noutro caso, deriva das qualidades do indivíduo. Se for um Espírito forte e consciente do seu dever, saberá resistir a todas as inclinações e influências negativas que receber; caso contrário, poderá sucumbir, o que explica por que nem todos os que vivem num meio violento e miserável buscam o caminho da criminalidade.

 Editorial da revista O Consolador

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