12 de abr. de 2014

Mediunidade




Autor: Manoel Philomeno de Miranda (espírito)


A mediunidade é faculdade inerente a todos os 
seres humanos, que um dia se apresentará 
ostensiva mais do que ocorre no presente 
momento histórico.



À medida que se aprimoram os sentidos 
sensoriais, favorecendo com mais amplo cabedal 
de apreensão do mundo objetivo, amplia-se a 
embrionária percepção extrafísica, ensejando o 
surgimento natural da mediunidade.



Não poucas vezes, é detectada por características 
especiais que podem ser confundidas com 
síndromes de algumas psicopatologias que, no 
passado, eram utilizadas para combater a sua 
existência.



Não obstante, graças aos notáveis esforços e 
estudos de Allan Kardec, bem como de uma 
plêiade de investigadores dos fenômenos 
paranormais, a mediunidade vem podendo ser 
observada e perfeitamente aceita com respeito, 
face aos abençoados contributos que faculta ao 
pensamento e ao comportamento moral, social e 
espiritual das criaturas.



Sutis ou vigorosos, alguns desses sintomas 
permanecem em determinadas ocasiões gerando 
mal-estar e dissabor, inquietação e transtorno 
depressivo, enquanto que, em outros momentos, 
surgem em forma de exaltação da personalidade, 
sensações desagradáveis no organismo, ou 
antipatias injustificáveis, animosidades mal 
disfarçadas, decorrência da assistência espiritual 
de que se é objeto.



Muitas enfermidades de diagnose difícil, pela 
variedade da sintomatologia, têm suas raízes em 
distúrbios da mediunidade de prova, isto é, 
aquela que se manifesta com a finalidade de 
convidar o Espírito a resgates aflitivos de 
comportamentos perversos ou doentios 
mantidos em existências passadas. Por exemplo, 
na área física: dores no corpo, sem causa 
orgânica; cefalalgia periódica, sem razão 
biológica; problemas do sono - insônia, 
pesadelos, pavores noturnos com sudorese -; 
taquicardias, sem motivo justo; colapso 
periférico sem nenhuma disfunção circulatória, 
constituindo todos eles ou apenas alguns, 
perturbações defluentes de mediunidade em 
surgimento e com sintonia desequilibrada. No 
comportamento psicológico, ainda apresentam-
se: ansiedade, fobias variadas, perturbações 
emocionais, inquietação íntima, pessimismo, 
desconfianças generalizadas, sensações de 
presenças imateriais - sombras e vultos, vozes e 
toques - que surgem inesperadamente, tanto 
quanto desaparecem sem qualquer medicação, 
representando distúrbios mediúnicos 
inconscientes, que decorrem da captação de 
ondas mentais e vibrações que sincronizam com 
o perispírito do enfermo, procedentes de 
Entidades sofredoras ou vingadoras, atraídas 
pela necessidade de refazimento dos conflitos 
em que ambos - encarnado e desencarnado - se 
viram envolvidos.



Esses sintomas, geralmente pertencentes ao 
capítulo das obsessões simples, revelam 
presença de faculdade mediúnica em 
desdobramento, requerendo os cuidados 
pertinentes à sua educação e prática.



Nem todos os indivíduos, no entanto, que se 
apresentam com sintomas de tal porte, 
necessitam de exercer a faculdade de que são 
portadores. Após a conveniente terapia que é 
ensejada pelo estudo do Espiritismo e pela 
transformação moral do paciente, que se fazem 
indispensáveis ao equilíbrio pessoal, recuperam a 
harmonia física, emocional e psíquica, 
prosseguindo, no entanto, com outra visão da 
vida e diferente comportamento, para que não 
lhe aconteça nada pior, conforme elucidava Jesus 
após o atendimento e a recuperação daqueles 
que O buscavam e tinham o quadro de 
sofrimentos revertido.



Grande número, porém, de portadores de 
mediunidade, tem compromisso com a tarefa 
específica, que lhe exige conhecimento, 
exercício, abnegação, sentimento de amor e 
caridade, a fim de atrair os Espíritos Nobres, que 
se encarregarão de auxiliar a cada um na 
desincumbência do mister iluminativo.



Trabalhadores da última hora, novos profetas, 
transformando-se nos modernos obreiros do 
Senhor, estão comprometidos com o programa 
espiritual da modificação pessoal, assim como da 
sociedade, com vistas à Era do Espírito imortal 
que já se encontra com os seus alicerces 
fincados na consciência terrestre.



Quando, porém, os distúrbios permanecerem 
durante o tratamento espiritual, convém que seja 
levada em conta a psicoterapia consciente, 
através de especialistas próprios, com o fim de 
auxiliar o paciente-médium a realizar o 
autodescobrimento, liberando-se de conflitos e 
complexos perturbadores, que são decorrentes 
das experiências infelizes de ontem como de 
hoje.



O esforço pelo aprimoramento interior aliado à 
prática do bem, abre os espaços mentais à 
renovação psíquica, que se enriquece de valores 
otimistas e positivos que se encontram no bojo 
do Espiritismo, favorecendo a criatura humana 
com alegria de viver e de servir, ao tempo que a 
mesma adquire segurança pessoal e confiança 
irrestrita em Deus, avançando sem qualquer 
impedimento no rumo da própria harmonia.



Naturalmente, enquanto se está encarnado, o 
processo de crescimento espiritual ocorre por 
meio dos fatores que constituem a argamassa 
celular, sempre passível de enfermidades, de 
desconsertos, de problemas que fazem parte da 
psicosfera terrestre, face à condição evolutiva de 
cada qual.



A mediunidade, porém, exercida nobremente se 
torna uma bandeira cristã e humanitária, 
conduzindo mentes e corações ao porto de 
segurança e de paz.



A mediunidade, portanto, não é um transtorno 
do organismo. O seu desconhecimento, a falta de 
atendimento aos seus impositivos, geram 
distúrbios que podem ser evitados ou, quando se 
apresentam, receberem a conveniente orientação 
para que sejam corrigidos.



Tratando-se de uma faculdade que permite o 
intercâmbio entre os dois mundos - o físico e o 
espiritual - proporciona a captação de energias 
cujo teor vibratório corresponde à qualidade 
moral daqueles que as emitem, assim como 
daqueloutros que as captam e as transformam 
em mensagens significativas.



Nesse capítulo, não poucas enfermidades se 
originam desse intercâmbio, quando procedem 
as vibrações de Entidades doentias ou perversas, 
que perturbam o sistema nervoso dos médiuns 
incipientes, produzindo distúrbios no sistema 
glandular e até mesmo afetando o imunológico, 
facultando campo para a instalação de bactérias 
e vírus destrutivos.



A correta educação das forças mediúnicas 
proporciona equilíbrio emocional e fisiológico, 
ensejando saúde integral ao seu portador.



É óbvio que não impedirá a manifestação dos 
fenômenos decorrentes da Lei de Causa e Efeito, 
de que necessita o Espírito no seu processo 
evolutivo, mas facultará a tranqüila condução dos 
mesmos sem danos para a existência, que 
prosseguirá em clima de harmonia e saudável, 
embora os acontecimentos impostos pela 
necessidade da evolução pessoal.



Cuidadosamente atendida, a mediunidade 
proporciona bem-estar físico e emocional, 
contribuindo para maior captação de energias 
revigorantes, que alçam a mente a regiões felizes 
e nobres, de onde se podem haurir 
conhecimentos e sentimentos inabituais, que 
aformoseiam o Espírito e o enriquecem de beleza 
e de paz.



Superados, portanto, os sintomas de 
apresentação da mediunidade, surgem as 
responsabilidades diante dos novos deveres que 
irão constituir o clima psíquico ditoso do 
indivíduo que, compreendendo a magnitude da 
ocorrência, crescerá interiormente no rumo do 
Bem e de Deus.

Psicografia de Divaldo Franco
Livro: Temas da Vida e da Morte

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