26 de jun. de 2014

VIDA NOTURNA


1 -Sou vidrado em espetáculos noturnos “da pesada” — penumbra nevoenta, luzes faiscantes, som “manero”, turma animada... Um êxtase!

►É compreensível. Há quem goste de banho de lama, férias no Polo Norte, tanajura frita. Há até Espíritos que apreciam morar no Umbral! Gosto não se discute.

2 -Umbral?

►Vejo que você não leu a obra de André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, onde descreve uma região densa e escura que circunda a Terra, habitada por Espíritos em desajuste, ainda presos aos interesses da Terra. Seria o purgatório da Igreja Católica. Para nós, espíritas, o Umbral.

3 - E o que tem isso a ver com minha curtição?

►É que essas casas noturnas parecem sucursais do Umbral. Ambiente sombrio, inconseqüência, gente avoada e até drogada...

4 - Espíritos também?

►Aos montes, perturbados e perturbadores gravitando em torno dos encarnados.

5 - Qual o problema se estamos todos numa boa?

►Muitos pacientes no manicômio também se sentem assim. Criminosos, assaltantes, estelionatários, adúlteros, estão todos “numa boa”. Só que essa “boa” de hoje será a “péssima” de amanhã, em lamentável envolvimento com o desajuste.

6 - Que mal pode haver num lugar onde a gente vai curtir um som, em ambiente de descontração e alegria, num agito muito feliz? ►Começa pelo som, tão ensurdecedor que fatalmente músicos e freqüentadores habituais terão problemas auditivos. Depois o envolvimento com o álcool, as drogas, que correm soltos, o sexo promíscuo e mais a sintonia com Espíritos umbralinos. Resultado a médio e longo prazo: perturbação, enfermidade, obsessão, infelicidade. Decididamente, não é uma boa.

7 -Nada disso me afeta. Sinto-me muito bem.

►Problemas dessa natureza não surgem da noite para o dia. Há um efeito cumulativo, como um copo d’água que só transborda quando cheio.

8 -Há no Espiritismo alguma proibição a respeito?

►O apóstolo Paulo dizia “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas me convêm”. É exatamente esse o ponto de vista doutrinário. Faça o que deseja, mas considere que nem sempre o objeto de seus desejos é algo conveniente. Cuidado com o Umbral!

Nota do próprio autor - Nós temos duas maneiras para evitar o que é inconveniente: 1º colhendo as consequencias de nossas iniciativas. 

2º Recebendo informações a respeito. O Espiritismo nos oferece essa segunda alternativa. A opção é nossa. Aprendemos pelo saber ou pelo sofrer.

Richard Simonetti

24 de jun. de 2014

OS PSICOPATAS ASSASSINOS! COMO VER ESTE TEMA PELA ÓTICA ESPÍRITA!



1) O que se entende por Psicopatia?

Psicopatia é uma designação geral, pouco específica e controversa, para uma grande classe de modos anormais de vivência e conduta. Em geral, considera-se a psicopatia como desvio psíquico condicionado pela hereditariedade da norma média no campo da vida impulsiva, emocional e voluntária, que leva a uma adaptação errada. 


2) Toda pessoa que mata é um psicopata?
Não. Geralmente pensamos que o psicopata é um serial killer, um homem violento, que procura praticar os mais cruéis dos crimes. Há vários matizes a serem analisados. O psicopata deve ser analisado em função de sua falta de consciência.


3) Um trabalho de desobsessão cura a psicopatia?

A psicopatia deve ser tratada pelos psiquiatras. Nos Centros Espíritas, podemos aplicar passes e ministrar palestras evangélicas, no sentido de melhorar pensamento dos psicopatas, mas não convém substituir o tratamento médico pela Assistência Espiritual.


4) Como caracterizar os psicopatas?

Pessoas que matam em defesa própria, parceiros que matam motivados por ciúme, pessoas extremamente narcisistas que matam movida por ciúme, pessoas que matam pessoas que se encontram no caminho de um objetivo etc. são algumas das características dos psicopatas. 



 5) E as estatísticas sobre os psicopatas?

  • Metade dos crimes hediondos dos EUA é cometida por psicopatas.
  • 4 vezes mais crimes violentos são cometidos pelo psicopata, comparado ao criminoso comum.
  • 70% é a taxa de reincidência de um psicopata em liberdade.
  • 1 a cada 3 psicopatas é mulher.
  • 1 em cada 25 pessoas é psicopata

6) Qual o parecer de Martha Stout sobre a psicopatia?

Segundo Martha Stout, em Meu Vizinho é um Psicopata, a psicopatia pode atingir qualquer pessoa, independentemente de renda, poder ou belo porte físico. Esses distúrbios originam-se na pouca ou falta de consciência, cujo termo técnico é “Transtorno da Personalidade Antissocial”, uma incorrigível deformação do caráter, que se acredita estar em 4% da população mundial.


7) Quais são os sintomas dos distúrbios mentais?

  • Incapacidade de adequação às normas sociais;
  • Falta de sinceridade e tendência de manipulação;
  • Impulsividade, incapacidade de planejamento prévio;
  • Irritabilidade, agressividade;
  • Permanente negligência com a própria segurança e a dos outros;
  • Irresponsabilidade persistente;
  • Ausência de remorso após magoar, maltratar ou roubar outra pessoa.

8) Que subsídios a Doutrina nos oferece para compreender a consciência?

De acordo com a Doutrina Espírita, a lei de Deus está escrita na consciência do ser. Essa lei pode ser esquecida, mas há muitos abnegados instrutores, encarnados e desencarnados, encarregados de nos lembrar dela. São os Espíritos superiores, cuja missão é fazer progredir a Humanidade.


9) Podemos cometer qualquer crime?

Para a ciência médica, a falta de consciência permite ao indivíduo cometer qualquer crime. Na visão espírita, tudo tem a sua razão de ser e nenhum agravo à lei de Deus fica sem o reparo necessário. O esquecimento do passado, apregoado pela Doutrina Espírita, é apenas para nos livrar de embaraços maiores à nossa vivência neste mundo. No íntimo de cada um de nós há os germes da perfeição. Podemos, pelo nosso livre-arbítrio, contrariar aquilo que está dentro de nós, mas teremos que reparar em futuro próximo. 

Sérgio Biagi Gregório

A DOR DA DECEPÇÃO CAUSANDO DEPRESSÃO! LIVRE-SE DESTE PESO!



Você já teve alguma decepção na vida?
Dificilmente alguém passa pela existência sem sofrer uma desilusão, ou ter alguma surpresa desagradável em algum momento da caminhada.
Podemos dizer que o sabor de uma decepção é amargo e traz consigo um punhal invisível que dilacera as fibras mais sutis da alma.
Isso acontece porque nós só nos decepcionamos com as pessoas em quem investimos nossos mais puros sentimentos de confiança e amor.
Pode ser um amigo, a quem entregamos o coração e que, de um momento para outro, passa a ter um comportamento diferente, duvidando da nossa sinceridade, do nosso afeto, da nossa dedicação, da nossa lealdade...
Também pode ser a alma que elegemos para compartilhar conosco a vida, e que um dia chega e nos diz que o amor acabou, que já não fazemos mais parte da sua história... que outra pessoa agora ocupa o nosso lugar.
Ou alguém que escolhemos como modelo digno de ser seguido e que vemos escorregando nas valas da mentira ou da traição, desdita que nos infelicita e nos arranca lágrimas quentes e doloridas, como chama que queima sem consumir.
Enfim, só os nossos amores são capazes de nos ferir com a espada da decepção, pois os estranhos não têm esse trágico poder, já que seus atos não nos causam nenhuma impressão.
Assim, vale a pena algumas reflexões a esse respeito para que não nos deixemos atingir pela cruel espada da desilusão.
Para tanto, podemos começar levando em conta que, assim como nós, nossos amores também não são perfeitos.
E que, geralmente, não nos prometem santidade ou eterna fidelidade. Nunca nos disseram que seriam eternamente a mesma pessoa e que jamais nos causariam decepções.
Nós é que queremos que sejam como os idealizamos.
Assim nos iludimos. Mas só se desilude quem está iludido.
Importante que pensemos bem a esse respeito, imunizando a nossa alma com o antídoto eficaz do entendimento. 

Importante que usemos sempre o escudo do perdão para impedir que os atos infelizes dos outros nos causem tanto sofrimento.
Importante, ainda, que façamos uso dos óculos da lucidez, que nos permitem ver os fatos em sua real dimensão e importância, evitando dores exageradas.
A ilusão é como uma névoa que nos embaraça a visão, distorcendo as imagens e os fatos que estão à nossa frente.
E a decepção nada mais é do que perceber que se estava iludido, enganado sobre algo ou alguém.
Assim, se você está amargando a dor de uma desilusão, agradeça a Deus por ter retirado dos seus olhos os empecilhos que lhe toldavam a visão.
Passe a gostar das pessoas como elas são e não como você gostaria que elas fossem.
Considere que você também já deve ter ferido alguém com o punhal da decepção, mesmo não tendo a intenção, e talvez sem se dar conta disso.
Por todas essas razões, pense um pouco mais e espante essa tristeza do olhar... Enxugue as lágrimas e siga em frente... sem ilusões. 
*   *   *
Aprenda a valorizar nas pessoas suas marcas positivas.
Lembre-se de que cada um dá o que tem, o que pode oferecer.
Uns oferecem o ácido da traição, o engodo da hipocrisia, o fel da ingratidão, pois é o que alimentam na alma.
Mas, seja você a cultivar em seu jardim interior as flores da lealdade, do afeto, da compreensão, da honestidade, para ofertar a todos aqueles que cruzarem o seu caminho.
Seja você alguém incapaz de ferir ou provocar sofrimentos nos seres que caminham ao seu lado.
    
Redação do Momento Espírita.

19 de jun. de 2014

A política divina e a política tradicional


Daqui a algumas semanas o Brasil será contagiado pelo frisson de um novo período eleitoral de amplo espectro, considerando que abarcará simultaneamente, desta vez, várias instâncias dos poderes executivo e legislativo da nação, inclusive a cadeira de presidente da República. Segundo apontam as pesquisas, já há claramente manifestado um anseio de mudanças pela maioria dos cidadãos brasileiros. Afinal de contas, vitórias econômicas duramente conquistadas como, por exemplo, o controle da inflação e dos gastos públicos, estão ameaçadas no momento.

Paralelamente, alguns setores vitais da economia e do empresariado manifestam enorme preocupação com relação ao modo como o país vem sendo administrado. Não bastasse isso, muitos analistas estrangeiros consideram que o Brasil vem passando uma imagem inadequada ou, no mínimo, dúbia, nas suas relações e posicionamento diplomático, especialmente no que tange aos conflitos hodiernos. Tais considerações espelham - que fique bem claro - apenas o que colhemos em vários periódicos.

Ao que tudo indica, teremos uma eleição muito acirrada, combativa, provavelmente permeada de ataques pessoais, escândalos e dossiês de toda natureza. A propósito, os sinais de que o tom será de intensa agressividade mútua já são observáveis. Mas o fato é que a atividade política em nosso país tem sido assim. Na verdade, não difere substancialmente do que ocorre em outras nações – salvo raras exceções. A política desperta paixões e interesses nem sempre confessáveis.

Política, aliás, é definida, pelo dicionário Houaiss, como “arte ou ciência de governar”, ou “arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados”, entre outras coisas. Como se vê, trata-se de assunto da mais alta relevância. E o Brasil precisa avançar nessa importante dimensão. Mas, para que tal desiderato seja alcançado, mister se faz que disponha de homens e mulheres que abracem valores superiores. Ou seja, pessoas que sejam motivadas pelo desejo simples, mas extraordinário, de servir aos seus semelhantes sem necessariamente lucrar com isso.

Lembra o Espírito Emmanuel (na obra Vinha de Luz, psicografia de Francisco Cândido Xavier) que “O Governador da Terra, entre nós, para atender aos objetivos da política do amor, representou, antes de tudo, os interesses de Deus junto do coração humano, sem necessidade de portarias e decretos, respeitáveis embora”. Portanto, a falta de ética, a disseminação da mentira, a busca desesperada de obter poder e influência, as atitudes venais, o desejo infrene de querer arrebanhar vantagens e benefícios pessoais são condutas incompatíveis com o partido do “amor à humanidade”.

Não obstante a importância estratégica da atividade política, considerando as responsabilidades que abarca, a desconfiança gerada na população é compreensivelmente superlativa. Em resumo, a política tradicional tem sido eivada de deslizes morais, bem como geradora de crescentes decepções nos eleitores. Diante disso, e considerando as mudanças espirituais ora em curso, vale recordar as sugestões da espiritualidade. Nesse sentido, na mesma obra, alerta-nos Emmanuel “... de que os administradores do mundo são, na maioria das vezes, veneráveis prepostos da Sabedoria Imortal, amparando os potenciais econômicos, passageiros e perecíveis do mundo; todavia, não te esqueças das recomendações traçadas no Código da Vida Eterna, na execução das quais devemos edificar o Reino Divino, dentro de nós mesmos”. 

ANSELMO FERREIRA VASCONCELOS

O ciclo da violência


Uma das queixas maiores de toda a população é do índice crescente de violência. Não existe mais segurança, comentam as pessoas, alarmadas.

Escolas, empresas, os governos estabelecem campanhas contra a violência, utilizando-se de palestras, seminários e da mídia em geral. Cartazes são afixados em pontos estratégicos, pessoas colocam botons no próprio peito, afixam adesivos nos carros. Contudo, a violência parece não diminuir.

Talvez não estejamos nos dando conta do ciclo que percorre a violência.

Conta-se que certo general passou a noite inteira sem conseguir pregar o olho. Pela manhã, estava muito irritado e chegando ao quartel, mal viu o coronel, dirigiu-lhe palavras rudes de admoestação, por coisa nenhuma.

O coronel engoliu em seco a própria raiva, pois não podia externar o que lhe ia na intimidade ao seu superior. Saiu da sala e, encontrando o tenente no corredor, gritou com ele, falando da sua incompetência em resolver questões de somenos importância no quartel.

O tenente ficou vermelho. Sentiu o sangue quase explodir no cérebro, mas mordeu a língua para não se alterar com o seu comandante. Bateu continência e foi para o pátio, onde encontrou o sargento, que se preparava para os exercícios com seus subordinados.

Asperamente se dirigiu a ele, deixando-o com muita raiva. O sargento esperou que o tenente se afastasse, rodou sobre os calcanhares e se encaminhou até o cabo, que lhe recebeu toda aagressividade guardada.

O cabo não gostou de ser xingado por algo que não fizera. E acabou despejando a sua ira no primeiro soldado que encontrou, a caminho do seu alojamento. Reclamou de tudo, deixando o pobre homem arrasado.

Como o soldado estava em final de expediente, saiu do quartel e se dirigiu ao terminal de ônibus. Quando subiu no coletivo, perdeu a calma com o cobrador que disse não ter troco para a nota que ele apresentou.

O motorista do ônibus assistiu tudo, tomou as dores do cobrador mas, com medo de reagir porque a pessoa em questão era um militar, se calou.

Contudo, quando chegou em casa, trazia dentro de si toda a raiva que segurara durante as últimas horas de trabalho e, porque a esposa demorasse em colocar a comida à mesa, ele lhe dirigiu palavras inadequadas, grosseiras e ofensivas.

O motorista era um homem grande e ela miúda, por isso ela achou mais prudente ficar quieta. Entretanto, ao passar pelo seu quarto, viu a filha de oito anos mexendo no seu estojo de maquiagem. Era algo que ela fazia sempre.

Mas, naquele dia, a mulher se encolerizou, brigou com a garota, e a mandou para o quintal. A menina não entendeu a reação da mãe e foi despejar toda a sua raiva num cão que estava amarrado, nos fundos da sua casa.

O pobre animal sentiu o pontapé e recebeu a carga negativa que a criança despejou.

Como não tinha nada mais a fazer, externou a sua vontade de morder, de reagir, uivando a noite inteira.

Adivinhem quem morava na casa ao lado? Isso mesmo! O general do começo da história.

 Deter o ciclo da violência deve ser nosso maior desafio. No todo é muito prático: basta agir em vez de reagir.

Pensar antes de falar. Contar até dez, antes de responder mal a quem quer que seja. Não revidar ofensa, desaforo ou má educação.

 A estatística da violência é marcada por cada um de nós.



Redação do Momento Espírita, com base no estudo Respeito, desenvolvido por Alberto Almeida, em março de 2002

17 de jun. de 2014

CASAMENTO ESPÍRITA? ISSO EXISTE?



Recentemente, confrades nos perguntaram se poderia e como seria realizado um casamento no centro espírita. Considerando que o assunto é de alta gravidade e de grande repercussão, deliberamos escrever o presente texto. Lembrando aos consultantes, sem muitas delongas, que não existe um "casamento espírita" numa casa espírita.

O Espiritismo é uma doutrina filosófico-religiosa, com aspectos científicos e conseqüências éticas e morais, mas não se constitui numa estrutura clerical formalizada. Desta forma, diferente de outras correntes religiosas, não comporta em suas práticas nenhum cerimonial, rito, ou aspecto específico ligado ao casamento. Ou seja, não há cerimônia de casamento religioso espírita.

"O Espiritismo não tem sacerdotes e não adota e nem usa em suas reuniões e em suas práticas: altares, imagens, andores, velas, procissões, sacramentos, concessões de indulgência, paramentos, bebidas alcoólicas ou alucinógenas, incenso, fumo, talismãs, amuletos, horóscopos, cartomancia, pirâmides, cristais ou quaisquer outros objetos, rituais ou formas de culto exterior"

Por muitas razões, não há espaço no universo doutrinário para a celebração de um "casamento religioso espírita", até porque, se o Espiritismo tem seu pilar religioso é, porém, destituído de rituais ou formas de culto exterior, tornando-se, portanto, incompatível com a celebração da cerimônia formal e ritualizada do casamento, que exige obrigatoriamente uma carga de formalidade na sua celebração. Contudo "é inadmitida a realização de atos formais dentro da Doutrina Espírita" A rigor o casamento é contrato jurídico solene, eminentemente formal. "Isto quer dizer que tal ato deve ser sempre acompanhado de fórmulas ou formalidades, até mesmo porque não há casamento sem cerimônia formal, ainda que variável quanto ao ritual seguido"

Muitos ingressam para as hostes do Espiritismo e logo se sentem tentados a enxertar os seus hábitos à realidade doutrinária. Há, por isso, os que pretendem ter um batismo espírita; há aqueles que aguardam ansiosamente por realizar um casamento espírita; e o que dizer de um confessionário "mediúnico"? e os paramentos especiais para os dirigentes dos centros?




Existem aqueles que forçam o caminho "legal". É importante aguçarmos a vigília até porque "tentar utilizar o Poder Judiciário para chancelar a celebração de "casamento religioso espírita", como ato autêntico do Espiritismo, "seria violar a liberdade de crença protegida constitucionalmente dos adeptos do Espiritismo, ao impor ou chancelar pelas vias judiciais um ritual que não é admitido em hipótese alguma dentro do Espiritismo codificado por Allan Kardec."

Sobre isso, chega-nos informações que o Ministério Público da Bahia entende que casamento em centro espírita pode ter efeitos civis pois que "a negação de efeitos civis a casamento realizado em centro espírita violaria os valores constitucionais da dignidade da pessoa humana e da liberdade religiosa, aludindo que, como o Brasil é um Estado laico, não poderia recusar efeitos civis a casamentos celebrados por líderes de qualquer religião ou crença.

Mas, no Espiritismo mesmo tendo seus fundamentos religiosos (repetiremos isso mil vezes), não se admite a prática de rituais. Inexiste autoridade religiosa ou sacerdotal espírita. Portanto, "casamento religioso espírita" é um contrato jurídico inexistente. Com muita lógica o Poder Judiciário não autoriza o registro civil do mencionado "casamento espírita", sob o fundamento de que o presidente de um centro espírita não se constitui como uma autoridade religiosa.

A propósito! Um presidente de centro espírita pode ser investido na qualidade de autoridade religiosa ou sacerdotal espírita?. Bem! Se segue a coerência dos postulados espíritas, não pode ser investido na qualidade de autoridade religiosa ou sacerdotal. Não se pode falar em sacerdote ou autoridade religiosa no Movimento Espírita, já que a noção de autoridade supõe a existência de hierarquia religiosa entre seus adeptos ou entre as instituições espíritas, o que não é aceitável.

Por esse simples fato não se é possível realizar um casamento espírita, nem muito menos buscar o reconhecimento civil deste ato. Precisamos, portanto, ser enfáticos e relembrar muitas vezes que não se admite no Espiritismo, sob nenhuma hipótese, a figura dessa autoridade religiosa ou sacerdotal espírita para validar uma cerimônia de casamento. Por isso mesmo não lhe pode ser atribuída validade civil exatamente por não ter o Espiritismo uma casta de sacerdotes, nem um celebrante investido de autoridade religiosa.

Precisamos admitir que não é possível ser espírita e, ao mesmo tempo, esposar princípios contrários ao Espiritismo. Vamos pela lógica: se o Espiritismo é uma Doutrina que não admite, por exemplo, o culto de imagens, e se alguém, apesar de ler e compreender a doutrina adora imagens e "crê no fogo do inferno e outros dogmas irreconciliáveis com o Espiritismo, evidentemente não é espírita. Quem assim ainda pensa pode ser simpatizante, mas não é adepto da doutrina"

Aos fatos supracitados, não queremos radicalizar e afirmar que o espírita não possa realizar uma reunião social fraterna para o evento. Em lugar do sacerdote, terá um amigo que realizará uma prece em favor do casal e, em lugar da Igreja, utilizará os espaços do lar, ou um local adequado para reunir os amigos e familiares. Não deve, em hipótese alguma, utilizar as instalações do centro espírita.

Tudo é uma questão de lógica doutrinária.


Jorge Hessen

A MISSÃO DE UM PAÍS! CRIADO PARA A PAZ!




Segundo Emmanuel e outros benfeitores espirituais que dirigem o movimento espírita brasileiro, há 5 bilhões de anos atrás, Jesus, um espírito perfeito, com seus colaboradores, foi encarregado de desenvolver a evolução de uma parte da explosão solar que Ele denominou planeta Terra. 

Na Era Quaternária, pediu a Deus que abençoasse o seu trabalho e a Terra toda foi envolvida pelo gérmen da vida, pelos seres unicelulares, que Ele desenvolveu construindo toda a flora e fauna do planeta. 
Nesse processo, surgiu o homem, que recebeu, desde o início, a sua ajuda divina, para desenvolver-se cada vez mais, buscando a perfeição. 
Trouxe habitantes de outros mundos, principalmente do sistema de Cabra ou Capela, espíritos altamente desenvolvidos intelectual, tecnológica e cientificamente, sem valores morais definidos, que habitaram o nosso planeta nas eras primitivas, ajudando a desenvolver a celebração e o corpo dos terrestres, corpos que eles habitaram durante alguns milênios, criando as grandes civilizações do passado, nas quais reaprenderam a viver com dignidade, resgatando o pretérito infeliz e habilitando-se a voltar para as plagas siderais. 
Jesus, o governador da Terra, sempre esteve atento, manipulando as vidas, as sociedades, as nações, promovendo as experiências e modificações indispensáveis à evolução moral, intelectual e espiritual dos homens. Quando necessário, criou nações e povos, retirou homens de umas plagas para outras, ajuizando a vida segundo seus critérios divinos. 
Deixou uma parte física da Terra para ser descoberta no futuro, quando Ele deveria estabelecer as bases de uma nova era na história do pensamento. 
As Américas se tornaram os depósitos de esperanças para o futuro, onde Ele colocou povos especializados. Na América do Norte os antigos romanos, que estruturaram uma nação poderosa, baseada eminentemente no direito, no respeito às leis. 

Na parte do sul, ele criou um país continental, o Brasil, em cuja intimidade fez nascer espíritos de várias culturas, de várias nações, construindo uma nação heterogênea, fortalecida na paz e na simplicidade pelos benfeitores espirituais e divinos, que aguardavam o momento para estabelecer a verdadeira missão do Brasil: Coração do Mundo, Pátria do Evangelho. 
A nação brasileira, muito rica em valores naturais, será o celeiro de recursos para os povos mais pobres do planeta e já é um celeiro imenso de riquezas espirituais. 
Através da revelação espírita que esclarece o ser humano sobre a sua origem, a sua natureza, o seu destino e o verdadeiro sentido da vida, afirmando que Deus existe, o criador do Universo, que o homem é constituído de corpo e de espírito. Corpo perecível, espírito eterno. 
Vivendo duas expressões de uma mesma vida: a material e a espiritual, permitindo o intercâmbio entre os dois mundos, a continuidade da vida e do amor, a evolução através das reencarnações, a mais bela página da justiça que a humanidade conheceu, pois permite através das vidas sucessivas, a renovação de todos os valores, o resgate de todos os equívocos e o desenvolvimento do ser divino, pois todo espírito foi criado um dia simples e ignorante, à imagem e semelhança de Deus. 
No momento certo, Jesus transferiu a doutrina espírita nascente, que se constituirá na França para as terras do Brasil, construindo aqui o celeiro de riquezas espirituais para toda a Terra. 
Desse país, se derrama sobre o orbe a filosofia espírita, a mais liberal filosofia que o mundo já conheceu, que respeita todas as experiências terrestres, ajudando as criaturas a compreender o verdadeiro sentido da vida, no momento em que ela, experiente e madura, desperta para a consciência plena e para a sua participação como herdeiro de Deus na construção de uma nova era. 
Jesus envolve a terra brasileira nas suas bênçãos, para que ela cumpra seus objetivos e as suas metas, assim como nos mais variados períodos da história envolveu nações e povos para que cumprissem os seus objetivos. 
Hoje, o Brasil é o grande exportador do cristianismo redivivo, nas suas teses abençoadas, que valorizam a Terra, as nações, todos os povos e todos os seres. Ecologia ambiental, ecologia social e ecologia pessoal.

O VÍCIO DA INTERNET!



Muitas vezes  hábitos considerados inofensivos  desenvolvem  doenças que trazem sérias consequências ao indivíduo sem que ele perceba. Vamos conversar sobre o tema!

Passar muito tempo enviando mensagens, checando e-mails e jogando games pela web pode não ser um bom sinal. Segundo o "American Journal of Psychiatry", mais que um vício, o uso excessivo de internet pode ser um distúrbio mental que deveria ser tratado como doença pela psiquiatria.
Para Jerald Block, psiquiatra da Universidade de Ciências e Saúde Oregon, em Portland, os sintomas incluem a necessidade de sempre procurar equipamentos e softwares melhores, além de passar horas e mais horas on-line.
De acordo com o editorial de Block, publicado na edição de março da revista especializada, os "viciados" podem perder a noção do tempo e chegam a esquecer de comer e dormir. O isolamento social também é outro sintoma apontado.
O especialista vai além, e descreve as realidades virtuais e os jogos multiplayer como "heroinware" --junção das palavras heroína e software.
No editorial, o autor cita pesquisas na Coréia do Sul realizadas após uma série de dez mortes em lan houses relacionadas a problemas cardiorrespiratórios --ao menos em sete da dez mortes as vítimas estavam participando de jogos on-line.
Segundo o autor, o vício em internet se tornou um problema de saúde pública no país. Usando dados de 2006, ele afirma que o governo estima em 210 mil crianças o número de pessoas entre 6 e 19 anos que sofrem do problema e necessitam tratamento.
Ainda segundo o editorial de Block, cerca de 80% destas precisam de tratamentos à base de medicamento psicotrópicos e, provavelmente, de 20% a 24% necessitam ser hospitalizadas.
Para combater o problema, o governo sul-coreano já treinou mais de mil conselheiros para tratar os viciados em internet no país.



" Recentemente, o hospital londrino Capio Nightingale  começou a oferecer sessões - individuais ou grupais - para jovens diagnosticados com dependência de ficar sempre usando o computador. Para tanto, dez questões são feitas aos jovens, para as quais a resposta é “sim” ou “não”.


1. Você permanece online mais tempo do que pretende, com cada vez mais frequência?

2. Ignora ou evita outros trabalhos ou atividades para poder gastar mais tempo online?

3. Constantemente verifica mensagens ou emails antes de fazer algo que você precisa fazer, mesmo que isso atrase uma refeição?

4. Você fica irritado quando alguém o incomoda enquanto está fazendo algo online ou no telefone?

5. Prefere gastar seu tempo online com outras pessoas - ou através de mensagens de texto via celular - do que conversar pessoalmente?

6. Quando está offline, você pensa muito em voltar para o computador?

Nem dormindo deixa o PC

7. Discute ou é criticado por amigos, namorada(o) ou família sobre o tempo que você passa online?

8. Você fica eufórico pensando em quando será a próxima vez que estará online, ou mesmo, fica pensando sobre o que fará quando se conectar?

9. Você prefere atividades em frente ao computador a sair de casa e fazer qualquer outra coisa?

10. Você esconde dos outros - ou fica na defensiva quando alguém quer saber - aquilo que você faz na internet?

A quantas dessas perguntas você respondeu “sim” e a quantas respondeu “não”?

Aqui vai uma boa, ou má, notícia: se cinco ou mais respostas foram “sim”, você provavelmente precisa procurar ajuda de um especialista, pois há grandes chances de estar com algum tipo de dependência com a internet!"

11 de jun. de 2014

Pena de morte



“As leis divinas são as únicas que são eternas; as leis humanas mudam com o progresso e ainda mudarão até que sejam colocadas em harmonia com as leis divinas.” O Livro dos Espíritos, questão 763.

Esquecidos das imperfeições das leis humanas, muitos filósofos, religiosos e cidadãos defendem a aplicação da pena de morte para crimes hediondos e para assassinatos cruéis ou violentos. Porém, nos países onde essa pena é lei os índices de criminalidade não diminuíram.

A Doutrina Espírita esclarece que a vida continua após a morte. O criminoso condenado à pena de morte estará, assim, liberto da matéria e poderá agir, como Espírito, vingando-se de seus carrascos, obsediando-os ou ligando-se a outros criminosos, ainda encarnados, para cometer mais crimes.

Muitos criminosos estão tendo, na encarnação atual, novas oportunidades de reparar erros, de acordo com a lei divina, infalível, e que tudo sabe. Não esqueçamos que muitos de nós já fomos algozes em vidas passadas e que, graças à bondade divina, tivemos ou estamos tendo novas oportunidades de acertar e reparar o mal realizado.

A morte não aniquila o mal; a reeducação, a regeneração, o perdão e o cumprimento da pena, sim, poderão auxiliar na transformação do indivíduo. Importante, portanto, oportunizar penas alternativas para que réus primários não adentrem nas escolas do crime que são as penitenciárias; que as prisões tenham oportunidades de trabalho, tratamento médico-psicológico e reeducação dos delinquentes, possibilitando a ressocialização e reintegração; e que não existam condenações vingativas, cruéis ou desumanas.

O condenado periculoso necessita de medida de segurança1, privando-o do convívio em sociedade, mas nunca deve ser transformado em mais uma vítima do orgulho e do egoísmo social.

É, pois, impossível mensurar o valor de uma vida ou da integridade física de alguém, seja vítima ou algoz. Matar um criminoso nunca será justiça, será sempre vingança (podendo ser pública, se instituída pelo Poder Público), correndo-se o risco de voltarmos ao tempo do “olho por olho”.

Especial atenção deve ser dada à educação da criança e do jovem, e, no caso do delinquente, à reeducação, proporcionando o arrependimento e sua transformação moral, a fim de que evite o mal e (no futuro) pratique o bem, pois todo criminoso também é um Espírito em evolução.

Uma sociedade que se diz cristã não pode ser conivente com a pena de morte, lei oposta à moral evangélica. Como cristãos, devemos despertar consciências a favor da vida, do perdão e do amor universal. Lembremos: Jesus foi condenado à pena de morte...

CLAUDIA SCHMIDT
(1) Providência substitutiva ou complementar da pena, considerando a periculosidade do condenado.

Um vício difícil de vencer




Qual o melhor meio de se combater este escolho: o Egoísmo? Longe de diminuir, ele cresce com as civilizações que o estimulam. O egoísmo será banido da Terra? Os Espíritos disseram que ele é necessário para que o mal que causa faça compreender a necessidade de sua erradicação da sede dos sentimentos, das emoções, da consciência.

O egoísmo constitui o mais inexorável de todos os vícios. (1) De todas as imperfeições humanas, essa é a mais difícil de extinguir por causa da influência ainda muito forte da matéria, entranhada no homem, da qual ele se encontra bem próximo, não podendo se libertar facilmente desse predomínio. O egoísmo, ou amor excessivo ao bem próprio sem considerar os interesses alheios, pode ser vencido sim; tudo depende de uma força: a espiritualização de nós mesmos.

O egoísmo também tem a ver com o conceito elevado que se dá à personalidade. Conforme a criatura humana se espiritualiza, vê nele o seuverdadeiro inimigo e procura combatê-lo. Tudo, porém, concorre para o domínio do egoísmo sobre a humanidade através de suas leis, de suas organizações sociais e educativas; o melhor meio de se combater essa chaga da humanidade é deixarmos de dar aquela excessiva importância ao bem próprio, reconhecendo de fato o que moralmente representamos. Assim é que se começa a dar combate ao egoísmo que faz com que a criatura só pense em si, exclusivamente em si.

Enquanto do egoísmo se deriva todo o mal que de Deus afasta o homem, as virtudes Dele aproximam. A virtude, o oposto desse grave defeito da alma que inclina o ser humano a atitudes negativas, é um sentimento que o impulsiona a considerar o próximo, a pesquisar as nossas próprias imperfeições. Lembremos daquele sábio conselho de um conhecido filósofo da Antiguidade: “Conhece-te a ti mesmo”.

Combate-se esse defeito pela raiz, desde os primeiros instantes do processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral do ser humano, visando à sua melhor integração individual e social. O autoconhecimento é a base que leva a criatura alcançar o sentido da solidariedade e fraternidade, sendo, em seguida, um passo para a reforma necessária das instituições humanas, sobretudo, da educação, não necessariamente essa educação das instituições de ensino, e sim a que pode de verdade formar homens de bem. Segundo o Espírito Emmanuel, só a escola educativa do lar possui uma fonte que renova: o Evangelho; e há, portanto, um só modelo de mestre: a personalidade excelsa de Jesus. (2)

Egoísmo: uma praga social, doença da alma que deveria ser combatida como deveras são combatidas as epidemias. Um vício difícil, mas não impossivel de se vencer. É certo que, nos dias de hoje, mais que em outras épocas, há os que possuem sentimentos de generosidade, de fraternidade; mas ainda falta muito para se atingir aquele nível de benevolência ensinada e exemplificada por nosso Mestre Jesus. Um dos meios para ver se já somos menos egoístas é este: a humildade de admitir onde terminam os nossos direitos e começam os dos outros. É tudo.




DAVILSON SILVA
Referências:

(1) KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Trad. Herculano Pires. 62. Ed. São Paulo: Lake — Livraria Allan Kardec Editora, 2001. Cap. 12, questão 913, p. 299.

(2) XAVIER, Francisco C. O Consolador (ditado pelo Espírito Emmanuel). 17. Ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1995. Cap. 5, questão 112, p. 74.

9 de jun. de 2014

O uso de animais em pesquisas científicas


Esse fato gera as seguintes indagações: é lícito e ético o uso de animais em pesquisas científicas? À luz do Espiritismo, como analisar tal questão?
Frise-se, de início, que a religião espírita nos ensina a amar os animais, porque são nossos irmãos, e, como seres sencientes (dotados da capacidade de sentir, dores ou prazeres), merecem respeito e proteção. O Espiritismo ainda nos elucida que os animais têm princípios espirituais (almas rudimentares – usa-se a palavra espírito ou alma quando o ser espiritual já atingiu o reino hominal, da razão) e que, um dia, através da lei divina da reencarnação e da imortalidade da alma, atingirão o reino hominal e, como nós, alcançarão o patamar de Espíritos puros, portanto, os animais também estão submetidos à lei do progresso.
De outro lado, não podemos desprezar o valor dos avanços científicos, sobretudo na área da qualidade de vida, através da descoberta de curas e tratamentos de doenças, que nos permitam maior longevidade, facultando ao Espírito maior aproveitamento da experiência evolutiva que o corpo enseja.
As pesquisas científicas, na área da farmacologia, também possibilitam a descoberta de medicamentos que amenizam nossos sofrimentos na Terra.
Não ignoremos que os avanços científicos se dão por permissão e misericórdia divina, a fim de tornar a vida na Terra menos áspera. Ademais, em havendo o merecimento coletivo, muitos cientistas, através de inspiração superior, conseguem identificar a cura para determinadas doenças, erradicando-as da Terra.
Na atual fase evolutiva da Terra, como ajustar esses interesses? De um lado, há a necessidade das pesquisas e de outro, o respeito aos animais.
Há uma passagem conhecida no Evangelho (Marcos, 5:1 a 13), na qual Jesus, ao passar pelo cemitério de Gadara, se depara com um obsidiado que era atormentado por muitos Espíritos, que se denominaram “legião”. Quando Jesus intercede amorosamente em favor do obsidiado, cessando a influência espiritual perniciosa, os Espíritos perturbadores perguntam ao Mestre se poderiam “entrar” numa vara de porcos que estava na proximidade, e Jesus consente.
Ao consentir, Jesus nos ensina que a vida humana tem prioridade sobre a vida dos animais.
Todas as vezes que estiverem em jogo ambas as vidas, obviamente, devemos dar preferência
à vida da criatura humana, que está no topo do ecossistema.
Apenas a título de registro doutrinário, enfatize-se que os Espíritos obsessores não podiam “entrar” no corpo dos animais, aliás, nem em nossos corpos, porque a influência espiritual se dá mente a mente.
Consta que os porcos se agitaram e correram para o mar, onde se afogaram, não porque os Espíritos adentraram neles, mas porque os animais fazem registros anímicos rudimentares, de forma que os porcos sentiram a vibração pestilenta e de baixo teor daquele grupo de Espíritos e se agitaram em desespero, vindo a correrem na direção do mar.
Diante da proteção maior que se dá à vida humana, podemos concluir que são válidas as pesquisas científicas que visam a melhoria da qualidade de vida do ser humano, e, em sendo necessário para essas pesquisas, pode-se utilizar a cobaia animal, mas com limites éticos.
Recomendo a leitura do capítulo Ciências Médicas e Biológicas à Luz do Espiritismo, do livro Atualidade do pensamento espírita, ditado pelo Espírito Vianna de Carvalho, através da mediunidade de Divaldo Pereira Franco, que trata das questões relacionadas à engenharia genética, à embriologia e à zoologia.
O referido benfeitor espiritual aborda com muita elevação a questão dos limites éticos nas pesquisas científicas, dizendo que:
Toda vez que as aspirações humanas se transformarem em alienação perturbadora, objetivando interferir nos códigos genéticos para verdadeiras aventuras, a licitude da experiência deve ceder lugar aos impositivos de uma ética trabalhada com rigor, a fim de que as vidas animais e humanas sejam poupadas às aberrações, que muitas mentes desequilibradas, de ontem como de hoje, têm tentado realizar em diversas culturas [...].
De acordo com a lei nº 11.794, de 8 de outubro de 2008, o uso de animais em atividade de ensino e pesquisa é autorizado no Brasil. Cabe ao Concea (Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal), regulamentado pela mesma lei, zelar pelo cumprimento das normas relativas à utilização humanitária dos animais, além de estabelecer quais instituições
podem fazer os testes e monitorar o desenvolvimento de novas técnicas que reduzam a utilização dos animais pela ciência.
Registre-se, também, que muitos cientistas se utilizam de outras técnicas para fazer algumas pesquisas na área da saúde, não sendo necessária a cobaia animal, como a cultura de célula do próprio ser humano, a análise genômica e sistemas biológicos in vitro.
Todavia, a Ciência afirma que, em determinadas pesquisas ou em determinado ponto da investigação científica, surge como indispensável o uso de cobaias animais, a fim de que se possam testar medicamentos, vacinas e outras pesquisas, protegendo os seres humanos de compostos nocivos ou ineficientes.
Dessa forma, conjugando as orientações do Espírito Vianna de Carvalho na citada obra e os preceitos doutrinários do Espiritismo, podemos concluir que as pesquisas com cobaias animais são aceitas desde que:
1) sejam importantes para a saúde humana, evitando-se aquelas de pouca relevância ou repetições de outros trabalhos científicos já comprovados;
2) não visem o estudo de questões meramente estéticas, porque não seria digno e razoável, por exemplo, usar a cobaia animal para testes de cosméticos e outros produtos que visam apenas o embelezamento do ser humano;
3) não seja possível sua execução através de outras metodologias;
4) não visem a manipulação genética em animais, exceto quando tenham por objetivo o melhoramento da qualidade da raça do próprio animal, evitando-lhe a fragilidade e as enfermidades que decorrem do meio ambiente ou de fatores hereditários.
(Op. cit., Vianna de Carvalho.) Concordo, ainda, com a Sociedade Mundial de Proteção Animal, WSPA (sigla em inglês), a qual, por meio de sua assessoria de imprensa, frisa que, quando há necessidade verdadeira e sem alternativa de se usar animais em experimentações e testes, “essa utilização deve ser regulada e supervisionada por um comitê de ética e bem-estar”. Para eles, além de anestesia e equipe treinada, os testes devem, de todas as formas, poupar os animais de “injúrias físicas e psicológicas, incluindo medo e estresse crônicos, a dor, a fome e outros sofrimentos evitáveis”.
Assim sendo, conforme  Vianna de Carvalho, não ignoremos que:
[...] A vida na Terra, por enquanto, obedece, de certo  modo, à Lei de destruição,  mediante a qual a sobrevivência de um ser depende da  morte de outro [...]. Não obstante, o ser humano é precioso, porque nele transitam os  Espíritos que já alcançaram  uma faixa superior de entendimento da vida [...].
Logo, caberá ao homem perceber que as doenças decorrem de sua imperfeição moral, pelo que deverá investir principalmente na vivência da lei de amor, a fim de que, no futuro, as doenças sejam erradicadas, não sendo mais necessário o uso de cobaia anima
Alessandro Viana Vieira de Paula

A MORTE É APENAS PASSAGEM E O TÚMULO NÃO É UM BECO SEM SAÍDA!





Quando observamos, da praia, um veleiro a afastar-se da costa, navegando mar adentro, impelido pela brisa matinal, estamos diante de um espetáculo de beleza rara.

O barco, impulsionado pela força dos ventos, vai ganhando o mar azul e nos parece cada vez menor.

Não demora muito e só podemos contemplar um pequeno ponto branco na linha remota e indecisa, onde o mar e o céu se encontram.
Quem observa o veleiro sumir na linha do horizonte, certamente exclamará: Já se foi.
Terá sumido? Evaporado?

Não, certamente. Apenas o perdemos de vista.
O barco continua do mesmo tamanho e com a mesma capacidade que tinha quando estava próximo de nós.

Continua tão capaz quanto antes de levar ao porto de destino as cargas recebidas.
O veleiro não evaporou, apenas não o podemos mais ver. Mas ele continua o mesmo.

E talvez, no exato instante em que alguém diz: Já se foi, haverá outras vozes, mais além, a afirmar: Lá vem o veleiro.
Assim é a morte.

Quando o veleiro parte, levando a preciosa carga de um amor que nos foi caro e o vemos sumir na linha que separa o visível do invisível dizemos: Já se foi.
Terá sumido? Evaporado?

Não, certamente. Apenas o perdemos de vista.
O ser que amamos continua o mesmo. Sua capacidade mental não se perdeu. Suas conquistas seguem intactas, da mesma forma que quando estava ao nosso lado.



Conserva o mesmo afeto que nutria por nós. Nada se perde, a não ser o corpo físico de que não mais necessita no outro lado.
E é assim que, no mesmo instante em que dizemos: Já se foi, no mais Além, outro alguém dirá feliz: Já está chegando.

Chegou ao destino levando consigo as aquisições feitas durante a viagem terrena.
A vida jamais se interrompe nem oferece mudanças espetaculares, pois a natureza não dá saltos.
Cada um leva sua carga de vícios e virtudes, de afetos e desafetos, até que se resolva por desfazer-se do que julgar desnecessário.

A vida é feita de partidas e chegadas. De idas e vindas.
Assim, o que para uns parece ser a partida, para outros é a chegada.
Um dia partimos do mundo espiritual na direção do mundo físico; noutro partimos daqui para o espiritual, num constante ir e vir, como viajores da Imortalidade que somos todos nós.
* * *
Victor Hugo, poeta e romancista francês, que viveu no Século XIX, falou da vida e da morte dizendo:
A cada vez que morremos ganhamos mais vida. As almas passam de uma esfera para a outra sem perda da personalidade, tornando-se cada vez mais brilhante.

Eu sou uma alma. Sei bem que vou entregar à sepultura aquilo que não sou.
Quando eu descer à sepultura, poderei dizer, como tantos: Meu dia de trabalho acabou. Mas não posso dizer: minha vida acabou.
Meu dia de trabalho se iniciará de novo na manhã seguinte.
O túmulo não é um beco sem saída, é uma passagem. Fecha-se ao crepúsculo e a aurora vem abri-lo novamente.

Redação Espírita