O grande desafio não só do espírita, mas de todo aquele que se diz cristão, é viver o Evangelho de Jesus especialmente dentro do lar.
Com aqueles que por necessidades comuns, Deus, por misericórdia e bondade, permite que juntos retornássemos à Terra, em uma nova experiência reencarnatória para, em família, aprender a vivenciar as lições trazidas pelo Cristo.
Não basta dizer-se seguidor desta ou daquela religião, se os princípios cristãos não estão sendo aplicados em si mesmo.
Em O Livro dos Médiuns1, Allan Kardec, apresenta singular questionamento trazido pelos Mentores da Humanidade: Que importa crer na existência dos Espíritos, se essa crença não faz que aquele que a tem se torne melhor, mais benigno e indulgente para com os seus semelhantes, mais humilde e paciente na adversidade? De que serve ao avarento ser espírita, se continua avarento; ao orgulhoso, se se conserva cheio de si; ao invejoso, se permanece dominado pela inveja? Assim, poderiam todos os homens acreditar nas manifestações dos Espíritos e a Humanidade ficar estacionária.
Não basta ter apenas a posse do conhecimento, conhecer as verdades sobre o mundo espiritual e a vida futura, poder dialogar com os Espíritos através da mediunidade se, com essas preciosas informações e experiências, não procurar tornar-se melhor.
Vivemos na Terra um momento especial, em que o tão esperado Reino de Deus começa a ser instalado. Como isso acontece? Não por Decreto Divino, mas pelas atitudes dos homens. Iniciando em cada indivíduo, ao modificar seu universo interior. Depois se instalando nas famílias e, assim, gradativamente, a fraternidade se tornará uma prática universal.
Então, sempre será oportuno questionar: como estamos nos relacionando com esses Espíritos que escolheram compartilhar conosco um tempo de vida na Terra sob o mesmo teto? Como é a nossa relação com as pessoas que nos auxiliam nas tarefas domésticas?
Comecemos hoje, enquanto é possível, a ler o Evangelho como se fosse a primeira vez. Não para os outros, mas com aplicação prática. Amando, respeitando, perdoando-nos e, nessa oficina sagrada de redenção e aprimoramento, aplicando a máxima do Cristo: fazer aos outros o que gostaríamos que eles nos fizessem.
Não temos mais que enfrentar as feras do circo, nem a crucificação no madeiro. Devemos enfrentar as feras do orgulho e do egoísmo na arena íntima e carregar, com resignação e coragem, a “cruz” que impomos a nós mesmos pelas escolhas equivocadas do passado ou pelo progresso que deixamos de realizar. Esse é o testemunho do cristão moderno: aprender, amar e servir.
O respeito, a amizade, a colaboração são atitudes simples, mas fundamentais, para que, desde já, instalemos o Reino de Amor dentro do Lar. Pois somente assim, o fardo será mais leve e o jugo mais suave e teremos, na Terra, um lugar cada vez melhor para se viver.
Que Jesus, Mestre e Amigo da humanidade terrena, irradie sobre todas as famílias o seu infinito amor, para que, com esse impulso, possamos também amar em especial aquele que está próximo de nós.
1KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. 65. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1999. cap. XXIX, item 350
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