1 de ago. de 2019

O PACIENTE E O PASSE


51. Estou cheio de preocupações. Posso tomar o passe mesmo assim?
O passe é terapia que atinge tanto o físico como o espiritual. Embora o passe não vá resolver seus problemas, ele pode atuar como elemento motivador para a solução. No momento do passe, o paciente está mais apto a receber impressões e intuições de seus benfeitores espirituais. O passe definitivamente não é aconselhado para os casos em que a pessoa não apresenta qualquer tipo de problema. Tomar passe simplesmente por tomar, como se fosse uma mania, é erro comum no qual incorre boa parte das pessoas.
52. O paciente que está em tratamento de desobsessão pode tomar passe?
Sim, e muitas vezes até mesmo a Espiritualidade recomenda que tal pessoa receba passes durante um determinado período, embora não haja qualquer regra. Há processos obsessivos em que o obsediado apresenta tamanho grau de afinidade com o obsessor (ou obsessores) que chega, algumas vezes, a perder momentaneamente o controle de si mesmo. Pacientes que possam ser enquadrados em tais casos, ditos de “subjugação”, devem necessariamente informar com discrição ao coordenador da tarefa, para que o passe seja aplicado com restrições, de forma a se evitar o máximo possível a manifestação mediúnica dentro da câmara de passes, ou mesmo seja aplicado em equipe, quando o coordenador julgar conveniente.
53. O paciente que está fazendo uso de remédios pode tomar passe?
Sim. Pelo que temos observado e aprendido, a fluidoterapia é um excelente coadjuvante para quaisquer tipos de tratamento pelos quais o paciente possa estar passando.
54. O paciente que está doente pode tomar passe?
Sim. Aliás, o objetivo principal do passe é o auxílio às pessoas necessitadas. (Veja questões 51, 52 e 65)
55. O paciente pode comer carne no dia do passe?
Muitas vezes durante tratamentos de saúde convencionais o médico recomenda- nos utilizar alimentação mais leve, afim de não aumentar a carga de trabalho do organismo. Com o passe ocorre o mesmo. O problema de ingestão de carne no dia da tarefa do passe não tem qualquer aspecto místico ou esotérico. O paciente necessita entender que a tarefa do passe é também um tratamento, para o qual deverá preparar seu organismo (físico e espiritual) convenientemente para a recepção dos fluidos benéficos que há de receber. Assim, recomenda- se que nesse dia, o paciente se esforce para não ingerir quantidades excessivas de carne, e caso não consiga abster- se totalmente da alimentação carnívora, pelo menos faça uso de alimentação mais “leve”, tal como carne de frango ou peixe. (Veja questão 63)
56. O paciente pode se alimentar antes de receber o passe?
Sim. Porém o excesso de alimentação traz uma série de inconvenientes que devem ser evitados para maior integração do paciente à tarefa, tais como a sonolência, a falta de ar, gases intestinais, dentre outros. Um erro muito comum reside no fato de as pessoas acreditarem que a eficácia do passe depende apenas do passista. Naturalmente, em um tratamento médico, se o paciente não seguir com disciplina as prescrições do profissional de saúde, por melhor que este seja, o tratamento não terá sucesso. Com o passe ocorre o mesmo. (Veja questão 63)
57. O paciente pode fumar no dia de receber o passe?
Seja qual for a situação, a melhor opção é não fumar. No entanto, até mesmo o desequilíbrio pelo qual esteja passando determinado paciente faz com que este apele para o cigarro. De forma geral, recomenda- se que o paciente evite fumar o maior intervalo de tempo possível, tanto antes quanto depois do passe. (Veja questão 67)
58. O paciente pode usar bebidas alcoólicas no dia de receber o passe?
Da mesma forma que o fumo, recomenda- se que o paciente abstenha- se de usar o álcool o maior intervalo de tempo possível, tanto antes quanto depois do passe. É um erro acreditar- se que após a tarefa o paciente poderá fazer “qualquer coisa”. Seria o mesmo que começar a ingerir bebidas alcoólicas após a ingestão de um antibiótico. Qualquer tipo de medicamento, após ingerido, tem o seu tempo de ação no organismo. Com os fluidos recebidos durante o passe ocorre o mesmo. (Veja questão 67)
59. E se o paciente usar tóxicos?
O paciente usuário de tóxicos, fora do estado de desequilíbrio mental causado pelo uso, poderá também se servir da terapêutica de passes, se possível, acompanhado de orientação moral e evangélica adequada. (Veja questão 67)
60. Gestante por tomar passe?
Sim. Não há qualquer tipo de impedimento neste caso. Conforme relatos espirituais, nestes casos mesmo a criança que vai renascer recebe os benefícios fluídicos. Apenas, como em todos os casos, deve- se avaliar a necessidade do passe, que não deve ser ministrado simplesmente pelo fato de uma pessoa estar grávida.
61. Criança pode tomar passe?
Naturalmente, como qualquer outra pessoa. Pelo que temos observado, muitas vezes a criança entra na câmara de passes amedrontada. Há passistas que durante a tarefa, por questão pessoal, franzem a testa ou apresentam fisionomia fechada, extremamente séria, como se isso representasse algo de útil. Geralmente conseguem apenas amedrontar mais ainda os pequeninos, fazendo com que estes bloqueiem sua capacidade de recepção. O bom passista deverá se esforçar, principalmente no caso das crianças, em expressar uma fisionomia mais “risonha”, ou que pelo menos não cause estranheza, afim de se conseguir maior abertura psíquica do paciente e por conseguinte melhor desempenho.
62. Qual o número máximo de passes que o paciente deverá tomar?
Não há regra. Em geral, deve- se analisar a orientação do receituário mediúnico, caso exista, e com base na interpretação segura, seguir ou não suas diretrizes. O que não deve ocorrer é o paciente submeter- se à fluidoterapia apenas porque “não tinha nada pra fazer antes de começar a reunião”. Mesmo que a câmara de passes esteja vazia, tomar o passe simplesmente por tomar é falta de caridade para com a equipe de passistas, pois estes estarão doando de si o que o paciente absolutamente não precisa. (Veja questões 9, 64 e 103)
63. O paciente precisa se preparar para tomar o passe?
Sim. Na verdade, conforme os ensinamentos do Cristo, devemos estar continuamente nos preparando, “vigiando” para que nossas deficiências estejam cada vez menos ativas, e “orando” para que possamos captar a influenciação benéfica do Alto, orientando nossa vida para o bem. Embora tais diretivas sejam ideais, cumpre recordar que na maioria dos casos o paciente é companheiro que encontra- se em dificuldade, e por isso mesmo, merecedor principal de nosso respeito e consideração. (Veja questões 55 e 56)
64. O paciente pode tomar passe mais de uma vez por semana?
Exceto nos casos provenientes de receituário mediúnico que foi devidamente analisado, a maioria das pessoas não tem necessidade de tomar mais de um passe por semana. Abusar da bondade dos irmãos tarefeiros é falta de caridade e desrespeito à tarefa. (Veja questões 9 e 62)
65. Deve haver motivo para se tomar passe?
Sim. Muitas vezes o indivíduo chega à casa espírita e sente necessidade de tomar um passe, pelas vias da intuição. Tal fato pode ocorrer e é muito natural. O problema está em se tomar passes todas as vezes que se visite a casa espírita, deliberadamente. Para se tomar um passe, deve necessariamente haver uma causa que o justifique, da mesma forma que não se deve tomar remédios sem o conhecimento e o endosso de um médico. (Veja questão 54)
66. Se o paciente for médium ostensivo ele poderá tomar o passe?
Sim. Nos casos em que a mediunidade ainda não foi devidamente educada ou o processo educativo está em curso, o paciente deverá informar tal fato ao coordenador da tarefa, antes de receber o passe, para que este tome as precauções necessárias, caso julgue conveniente. Sendo os fluidos a base do fenômeno mediúnico, companheiros que tenham mediunidade ostensiva sem capacidade de contenção têm boas chances de experimentar uma manifestação no momento da tarefa. O passista, desde que consciente da situação, pode fazer o máximo para evitar o acontecimento. (Veja questão 137)
66. A fé do paciente na eficácia do passe é importante?
Sim. Simplificando, entendemos fé como estado de receptividade aos fluidos. Caso um paciente tenha muita fé na ação do passe, podemos dizer que ele está totalmente receptivo aos fluidos que receberá. Caso o paciente não tenha fé, certamente suas defesas psíquicas atuam contra a invasão de qualquer tipo de fluido em seu cosmo orgânico. Se pudéssemos fazer um paralelo, mesmo que irreal, apenas para ilustração, diríamos que “a falta de fé”, em relação aos medicamentos comuns, representa uma substância qualquer dentro do organismo do paciente que anula quase por completo o efeito do remédio. Deve- se ressaltar, mais uma vez, que tal exemplo é apenas uma comparação. (Veja questão 105)
67. Qual é a conduta ideal do paciente?
O paciente deverá considerar a fluidoterapia como recurso sagrado, não ignorando os benefícios espirituais que recebe a cada passe, devendo portanto se esforçar cada vez mais por apresentar conduta que o torne digno da continuidade do tratamento que recebe da Misericórdia Divina por intermédio dos colaboradores da casa espírita. O passe não cura, mas age como alívio e alimento da alma para que ela cure a si mesma. (Veja questões 57 a 59)

Por: Eugênio Lysei Junior

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