4 de jan. de 2014

A Didática do Sofrimento


Cláudio Fajardo

“Assim diz o Senhor: Como quando se encontra o suco em um cacho de uva, se diz: ‘Não vás destruí-lo pois ele contém uma benção’, do mesmo modo agirei em prol dos meus servos não os destruirei de todo.” (Isaías, 65: 8 )

Em nossos tempos atuais muito se tem discutido sobre o sofrimento e sua função. Cientistas de todas as áreas têm dedicado suas existências a eliminá-lo, deixando ao homem somente a possibilidade da felicidade.

Muito digna e correta a luta de todos eles, pois Deus que é Pai de misericórdia a ninguém criou para que sofresse. Conclui-se daí que, se somos afligidos por algo, a criação do motivo é nossa, pois do Amor jamais poderá ser originada a dor.

Todavia, é fato que sofremos; e se queremos combater esse mal que tanto nos atormenta, é preciso que nos apercebamos que não há efeito sem causa, como afirma a própria ciência, sendo deste modo, prudente entender qual a origem das aflições e qual a sua função.

O texto do profeta Isaías nos diz que nós, homens comuns, não destruímos um cacho de uva se ele contém uma benção, por lógica, Deus que é soberanamente Sábio e Perfeito, não fará que ninguém passe por um momento de angústia se não houver neste fato uma função didática a conduzir a criatura a planos de maiores entendimentos sobre as questões essenciais da vida.

Sabemos que Deus é Pai e não padrasto, conforme afirma o jargão popular, portanto, se permite que soframos não é visando a destruição e sim um encaminhamento daquele que passa por dissabores, pois se o sofrimento for tanto que seja capaz de destruir toda a criatura, não há no acontecimento a mínima lógica nem sob o ponto de vista humano, o que se dirá em se tratando de uma Providência Divina que é toda sabedoria.

Deste modo, avaliemos cada ocorrência menos feliz, têm elas a faculdade de nos ensinar algo, assim, procuremos descobrir qual lição que tem o Arquiteto do Universo guardada para nós nas circunstâncias várias de nossa vida; momentos outros já passamos no passado, que também nos trouxeram dissabores, e que hoje analisando friamente foram bastante positivos no que diz respeito ao nosso crescimento essencial.

Tenhamos, assim, cautela, e aguardemos operando no bem, pois assim falou o Senhor por meio do Profeta:

“Erguei ao céu os vossos olhos, olhai para a terra cá em baixo, porque os céus se desfarão como a fumaça, e a terra se desgastará como uma veste; os seus habitantes perecerão como mosquitos; mas a minha salvação será eterna…” (Isaías, 51: 6)

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