30 de mai. de 2019

Mediunidade olfativa


Digna de menção, embora não muito citada, a capacidade da sensação olfativa do plano espiritual.

 Os médiuns percebem e distinguem três tipos de odores nesse plano. 

1 - O odor da aura da pessoa, suave e agradável quando há elevação; acre e insuportável no involuído, ou em quem está envolto em fluidos pesados por vícios habituais e degradantes; 

2 - O odor do pensamento, doce e perfumado se provém de pensamentos bons; metálico e causando forte impacto no chakra cardíaco (plexo cardíaco e glândula timo) quando de baixo teor vibratório;

 3 - O odor dos sentimentos, perfumado, de flores, quando bons, e fétidos quando maus ou raivosos. 

Interessante anotar que as pessoas possuem tipos de odor característicos individuais, que podem ser identificados mesmo de longe, desde que exista ligação fluídica entre a pessoa e o sensitivo; de tal forma que é possível dizer quais os tipos de pensamento ou sentimento que determinada pessoa está emitindo naquele momento, mesmo que os dois estejam separadas por longas distâncias. 

Já o odor da aura só é percebido de perto. Tecnicamente pode explicar-se porque a vibração odorífera é causada por emissão espiritual de tipo eletromagnético (como a vibração do pensamento) e percorre a atmosfera com a velocidade da luz. 

Essas vibrações são recebidas pelos nervos olfativos e, quando o sensitivo está treinado, pode distingui-las comodamente. 

Outra observação: com freqüência o sensitivo percebe a emissão tempos depois. Dá-se isso quando ate se acha ocupado ou distraído; mas os fluidos odoríferos mantêm-se em seu redor, circundando-o de tal modo que, quando este desperta, percebe o odor, e o identifica, apenas não sendo capaz de apurar há quanto tempo se deu a emissão.

 Baseado no livro Técnicas da mediunidade de Carlos Torres Pastorino

28 de mai. de 2019

Por que os sintomas das doenças pioram à noite?


Os pesquisadores ainda não chegaram à conclusão a respeito das causas, mas avaliam que os sintomas de certas doenças (não todas) se acentuam à noite em função do nosso “relógio biológico”.

Quando estamos acordados, todos os sistemas do nosso corpo estão de prontidão e exercendo sua função de forma plena. Quando chega a hora de ir para a cama, esses sistemas diminuem sua atividade, dificultando a defesa do nosso corpo. Além disso, a ação de mediadores anti-inflamatórios diminui na ausência de luz e isso facilita a reação inflamatória no nosso corpo.

Mas ainda, durante o dia, a própria ação da gravidade, bem como a movimentação muscular propicia uma melhor drenagem das secreções, facilitando a desobstrução nasal, por exemplo. Em processos alérgicos, como rinite, asma ou outras alergias, ainda podem piorar à noite, devido ao contato com os ácaros presentes em cobertores e travesseiros.

Doenças como gripes, asma, artrite, dor de cabeça, febre, insuficiência cardíaca, refluxo gástrico, por exemplo, agravam-se muito durante a noite.

Para cada uma das doenças citadas, a medicina tem uma ou várias hipóteses – quase sempre ligada à posição do corpo (deitado, horizontal), à diminuição da produção de hormônios e ao ambiente.

“Existem teorias de que poderia estar relacionado com o ritmo circadiano do corpo (ciclo de 24 horas). Níveis de hormônios, como o do hormônio do estresse (cortisol), mudam durante a noite, o que afeta as vias aéreas. Depois da meia-noite, taxas de respiração estão mais lentas, resultando em uma transferência menos eficaz de oxigênio na corrente sanguínea e do dióxido de carbono para fora do corpo através dos pulmões”.

Mas existem causas espirituais que podem piorar do quadro clínico dos doentes à noite?

No Livro “Missionários da Luz”, o Espírito André Luiz recebe a seguinte instrução do Irmão Francisco, responsável por turmas de socorro aos doentes encarnados:

“De modo geral, as condições de luta para os enfermos são mais difíceis à noite. Os raios solares, nas horas diurnas, destroem grande parte das criações mentais inferiores dos doentes em estado melindroso, não acontecendo o mesmo à noite, quando o magnetismo lunar favorece as criações de qualquer espécie, boas e más (…)”.

Podemos acrescentar, também, o papel da Obsessão na piora dos sintomas.

De acordo com Richard Simonetti, autor do livro “Quem tem Medo da Obsessão?”, a obsessão é mais intensa durante a noite, quando estamos dormindo.

Durante o sono o espírito se distancia do corpo físico, mas não fica inativo. Neste momento o encontro com entes queridos é possível da mesma forma com desafetos e Espíritos mal intencionados.

Simonetti ,cita o livro “Libertação”, psicografia de Francisco Cândido Xavier, onde o Espírito André Luiz reporta-se à experiência de uma senhora perseguida por dois obsessores que tinham duplo propósito: comprometer sua tarefa como médium e conturbar o trabalho de seu marido, dedicado dirigente espírita. Eles agiam durante a noite, hipnotizando-a.

Como sempre fazem, os Espíritos Obsessores atacam nossos pontos fracos ou, em outras palavras, nossos defeitos.

Sua ação poderá levar ao surgimento e/ou agravamento de doenças que já se manifestaram em nosso corpo físico.

A prece antes de dormir é um excelente recurso para que possamos ter bons sonhos porque nos liga aos Bons Espíritos, garantindo-nos boas companhias espirituais.

No entanto, a forma mais eficaz para estarmos ligados ao Bem e impedirmos que venhamos a ser influenciados por Espíritos perturbadores é a mudança de hábitos e costumes, nossa transformação moral.

Fernando Rossit

26 de mai. de 2019

Parasitose Mental e Vampirismo


Parasitas ou parasitos são organismos que vivem em associação com outros dos quais retiram os meios para a sua sobrevivência, normalmente, prejudicando o organismo hospedeiro, um processo conhecido por parasitismo. (1)

De conhecimento comum, a existência e mecanismo de atuação dos parasitas ocorrem em amplo espectro nos reinos animal e vegetal. Em alguns casos a convivência é pacífica, chegando a produzir efeitos positivos no hospedeiro, enquanto que em outros podem levar o hospedeiro à morte e esta, em consequência, também aniquila o parasita.

Desejamos, no entanto, traçar apontamentos sobre uma espécie de parasitose pouco conhecida, mas, largamente, presente na espécie humana.

Trata-se da parasitose provocada pela presença junto aos seres encarnados, de um ou mais indivíduos viciosos desencarnados, que continuam, no plano espiritual, a incessante busca pela satisfação de suas viciações à custa da viciação de suas vítimas.

Sabemos que o que atrai os espíritos para junto de nós são as vontades e pensamentos que geramos e sustentamos e, por isso, toda e qualquer viciação do encarnado permite a sintonia com desencarnados viciosos compatíveis.

Toda viciação começa na mente do Ser.

A esse respeito, encontramos esclarecedora mensagem espiritual transmitida pelo Espírito Dias da Cruz, que foi médico na Terra em sua última existência, ao médium Francisco Cândido Xavier (2), de onde tiramos os seguintes apontamentos:


“Avançando em nossos ligeiros apontamentos acerca da obsessão, cremos seja de nosso interesse apreciar o vampirismo, ainda mesmo superficialmente, para figurá-lo como sendo inquietante fenômeno de parasitose mental”.

Após identificar o fenômeno obsessivo vinculado à viciação como Parasitose Mental ou Vampirismo, continua o Benfeitor:


“No vampirismo, devemos considerar igualmente os fatores externos e internos, compreendendo, porém, que, na esfera da alma, os externos dependem dos internos, porquanto não há influenciação exterior deprimente para a criatura, quando a própria criatura não se deprime”.

No apontamento acima o Benfeitor identifica o encarnado como sendo o responsável direto pela atração e hospedagem do “Parasita Espiritual” e, abaixo, esclarece o modus operandi:


“É que pelo ímã do pensamento doentio e descontrolado, o homem provoca sobre si a contaminação fluídica de entidades em desequilíbrio, capazes de conduzi-lo à escabiose e à ulceração, à dipsomania e à loucura, à cirrose e aos tumores benignos ou malignos de variada procedência, tanto quanto aos vícios que corroem a vida moral, e, através do próprio pensamento desgovernado, pode fabricar para si mesmo as mais graves eclosões de alienação mental, como sejam as psicoses de angústia e ódio, vaidade e orgulho, usura e delinquência, desânimo e egocentrismo, impondo ao veículo orgânico processos patogênicos indefiníveis, que lhe favorecem a derrocada ou a morte”.

Aqui o Benfeitor deixa claro que todo processo espiritual-parasitário pode provocar doenças físicas e mentais de profundidade, levando o hospedeiro ao encurtamento da vida física, em processos de suicídio direto e indireto, que trará, como consequência, sofrimentos variados nas esferas espirituais, bem como reclamará a corrigenda futura, também com muito sofrimento, em outras reencarnações, decorrente do necessário reparo da tessitura perispiritual através das mais diversas más formações e mau funcionamento dos órgãos físicos.

Finalizando o assunto o Benfeitor nos orienta:


“Imprescindível, assim, viver em guarda contra as ideias fixas, opressivas ou aviltantes, que estabelecem, ao redor de nós, maiores ou menores perturbações, sentenciando-nos à vala comum da frustração.

Toda forma de vampirismo está vinculada à mente deficitária, ociosa ou inerte, que se rende, desajustada, às sugestões inferiores que a exploram sem defensiva.
Usemos, desse modo, na garantia de nossa higiene mento-psíquica, os antissépticos do Evangelho.

Bondade para com todos, trabalho incansável no bem, otimismo operante, dever irrepreensivelmente cumprido, sinceridade, boa vontade, esquecimento integral das ofensas recebidas e fraternidade simples e pura, constituem sustentáculo de nossa saúde espiritual.
– “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” recomendou o Divino Mestre.
– “Caminhai como filhos da luz” – ensinou o Apóstolo da gentilidade.
Procurando, pois, o Senhor e Aqueles que o seguem valorosamente, pela reta conduta de cristãos leais ao Cristo, vacinemos nossas almas contra as flagelações externas ou internas da parasitose mental”.

Pensemos nisso.

Antônio Carlos Navarro

24 de mai. de 2019

Jovens sem Regras e sem Limites


Por que uma grande parcela de nossa juventude é intolerante, desafiadora e não acata regras para o bom convívio social?

 Especialistas em Psicologia e Pedagogia juvenil apontam a falta de um código ético e moral que estabeleça uma ideologia existencial capaz de modelar um novo caráter, com base na disciplina e na responsabilidade pessoal desses jovens rebeldes.

Obviamente faz-se necessário a presença dos pais no processo educativo dos filhos, principalmente na vida daqueles com tendência a caminhar na contramão dos bons costumes. O papel da escola, neste contexto, é secundário.

Os filhos que não recebem aconchego afetivo, carinho e orientação, dificilmente vão entender o que seja solidariedade, tolerância e amor ao próximo. Acabam desenvolvendo valores contrários e a incapacidade de suportar as diferenças. Tornam-se pessoas extremamente egoístas, narcisistas e violentas.

Só enxergam o outro como um “inimigo natural” por ele pensar, falar e viver diferente de sua “tribo”. Esses jovens, sem regras e sem limites, estão entre todas as classes socioeconômicas do País. Sobrevivem de sentimentos que deformam a natureza espiritual humana: ciúme, inveja, intriga, maledicência, ódio e indiferença à dor e ao sofrimento dos outros.

A educação tem um papel regulador no comportamento e na conduta de jovens que vivem em crises existenciais profundas. Os pais, atentos e solidários, devem estabelecer o diálogo como uma ponte segura de entendimento com seus filhos insatisfeitos com a vida que levam.

Os pais devem dialogar com seus filhos com franqueza e respeito, permitindo aos jovens a livre manifestação de seus confusos sentimentos em relação à vida, à sua família e a si próprios. Erros devem ser reconhecidos de ambas as partes, sem nenhum constrangimento. O perdão sincero não pode ser esquecido.

No mundo conturbado em que vivemos, tão saturado de materialismo, estresse, desigualdade, preconceito, ansiedade, medo e má vontade, o ser humano experimenta um processo assustador de animalidade brutal. Parece cada vez mais distante de conhecer a si mesmo, de desenvolver o bom senso e fazer uso da racionalidade para entender os princípios elementares da civilidade e do amor que enobrece a alma quando se propõe a amar e amar-se incondicionalmente.

Os nossos filhos trazem o frescor da juventude física na vida presente, mas são espíritos experimentados em tantas provas que viveram em outras encarnações. Se apresentam caráter fraco e leviano decerto não souberam vencer as provas as quais se submeteram no passado.

Carecem certamente do nosso reforço moral para um ajustamento espiritual que os faça enxergar a oportunidade que estão recebendo sem mérito próprio. Amá-los é o remédio mais indicado para ajudar na cura do orgulho e do egoísmo que os enfraquecem, moralmente, diante dos desafios da vida terrena.

Carlos Antônio de Barros

22 de mai. de 2019

Penitenciárias


Coincidindo com a crise prisional no país, encontro na sabedoria de Amália Domingo Soler, no fabuloso livro A Luz do Caminho, que está esgotado e logo estará reeditado, o notável capítulo A Eterna Justiça, que parece foi escrito para a atualidade do país, embora escrito há mais de um século.

 Faço aqui pequenas transcrições parciais do citado capítulo:

1) Você então acredita que com suas prisões se consegue a cura do criminoso? É um equívoco gravíssimo, porque, como regra geral, seus condenados são homens quando entram nos calabouços, mas ali se convertem em feras indomáveis (…);

2) (…) se dobram o corpo sob o poder do chicote, não dobram seu Espírito, pois continuamente se está vendo que os crimes mais terríveis, que os atentados mais cruéis, que o ódio mais concentrado, quem os sente ou os comete?

3) Eis como funciona a corrigenda de um criminoso de ontem, e não é porque seja um monstro da iniquidade, mas porque matou, sem estudar a natureza do seu crime, as leis o condenaram a alguns anos de prisão.

4) (…) entrou na prisão aturdido, surpreso e assustado por sua própria obra; entrou como aprendiz, como se costuma dizer, na oficina dos crimes e saiu mestre consumado, o que prova que seus castigos violentos produzem um resultado completamente negativo, o que não ocorreria se os criminosos fossem tratados como se tratam os enfermos.

5) (…) embora falte muito para que os enfermos pobres sejam tratados nos hospitais com as considerações e atenções devidas, não os golpeiam e não os submetem a continuados jejuns para curar suas doenças; dão-lhes medicamentos, alimentos, fazem operações que, conquanto dolorosas, têm por objetivo separar o membro gangrenado do resto do corpo, para que este se conserve saudável.

6) Ora, se assim tratam as enfermidades do organismo, com relativo acerto e com o sadio desejo de conseguir a cura completa, por que não fazem o mesmo com as enfermidades da alma?

7) Que vocês pensam que são os criminosos? (…) cada um deles apresenta distinta enfermidade (…) quanta diferença existe na origem da criminalidade!

8) Curar a doença por meio de um tratamento geral é como se num hospital cheio de enfermos, cada um com sua doença particular, dessem a todos o mesmo medicamento, pretendendo que se curasse com o mesmo remédio o tuberculoso incurável e aquele que somente tivesse uma leve febre.

9) Dia chegará (…) em que suas horríveis prisões serão substituídas por casas de saúde, onde os criminosos serão julgados, não por juízes, mas por sábios psiquiatras, e cada ser que cometa um delito será um livro aberto no qual o médico encarregado de sua cura lerá constantemente.

10) A doçura é o modo de corrigir os culpados; (…) os crimes diminuirão à medida que os criminosos sejam considerados doentes em estado gravíssimo que necessitam de especiais cuidados e múltiplas atenções, e de alguém que os ensine a trabalhar e, o que é mais difícil, a amar o trabalho (…)

11) Que diferentes resultados obterá o sistema penitenciário de que se fará uso nos séculos vindouros!

Nossas autoridades precisam conhecer uma sábia orientação dessa natureza. O império do materialismo, da indiferença e o predomínio do egoísmo formam esse quadro complexo que estamos enfrentando no país. Daí a imperiosa necessidade da expansão da visão imortalista da vida, que não se resume a algumas décadas nesse corpo frágil que utilizamos.

Concluo com trecho no final do capítulo: “(…) eduquem-nos (…) para que comecem a ser úteis a seus semelhantes, porque toda água que se dá aos sedentos, encontra-la-ão depois em gotas de precioso bálsamo que lhes servirá mais tarde de alimento e vida (…)”.

Não é o grande desafio da nação? Até onde vamos com nossa indiferença? Multiplicam-se os condenados e penitenciárias, esquecidas as autoridades do poder da educação (e sua estrutura, claro!) Que, curiosamente, começa em casa, antes do berço, no aconchego familiar, no exemplo dos pais e no Evangelho do Cristo, único capaz de formar autênticos homens de bem.

Orson Peter Carrara

20 de mai. de 2019

ESTADOS DE COMA PROVOCADOS POR ACIDENTES


O “Fantástico”, programa da Globo, do dia 17 de setembro de 2017, enfocou alguns casos de coma devidos a traumatismo craniano, destacando o caso de uma mulher estadunidense que teve o fio da existência “desligado” (eutanásia por decisão judicial), apresentando opiniões de especialistas e cientistas da área da medicina, que manifestaram opiniões, pareceres ou emitiram juízos a respeito do assunto.

Claro que o problema de um ser humano, dentro de uma UTI, alimentado artificialmente, monitorado 24 horas por dia, exigindo cuidados permanentes de pelo menos um médico especialista, algumas enfermeiras, nutricionistas, técnicos, auxiliares de enfermagem, ajudantes, auxiliares de serviços gerais, etc, etc, a par de oneroso financeiramente é desgastante sob o aspecto emocional e psicológico, para todos, em particular para os parentes e amigos que se revezam na vigília fraterna, movidos por laços de afeto, caridade ou solidariedade.

A bioética (transpessoalmente eu diria cosmoética), mencionada aligeiradamente por um dos entrevistados, foi lembrada como valor contemporâneo, que deve presidir decisões envolvendo eutanásia.

Muitos comentários incisivos de nomes respaldados por trabalhos científicos publicados e pela credibilidade profissional, foram expendidos, mas nenhum lembrou de que ali, naquele corpo que vegeta, há além do cérebro, a mente, comandada pelo espírito. É compreensível que alguns cientistas, diante das evidências de quase “ressurreição” de alguns acidentados que permanecem anos em coma e, de repente, retornam à normalidade, ou quase, excluam qualquer referência a espírito...

Será que todos os cientistas negam o Espírito? Felizmente não. Vejamos como pensam alguns dos mais respeitáveis nomes da ciência:

“Há, no ser vivente, princípios dinâmicos e psíquicos de ordem superior, independentes do funcionamento orgânico, preexistentes e sobreviventes ao corpo” (Gustave Geley, médico francês, na sua obra “Do Inconsciente ao Consciente”, citado pelo filósofo e pensador Hermínio Miranda em “Alquimia da Mente”, 2ª edição, 1994)


“...antes do aparecimento da humanidade, os seres já eram seres. Num dado ponto da evolução, surgiu uma consciência elementar. Com essa consciência elementar apareceu uma mente simples; com uma maior complexidade da mente veio a possibilidade de pensar e, mais tarde ainda, de usar linguagens para comunicar e melhor organizar os pensamentos. Para nós, portanto, no princípio foi a existência e só mais tarde chegou o pensamento. E para nós, no presente, quando vimos ao mundo e nos desenvolvemos, começamos ainda por existir e só mais tarde pensamos. Existimos e depois pensamos e só pensamos na medida em que existimos, visto o pensamento ser, na verdade, causado por estruturas e operações do ser “ (grifei) (Antonio R. Damásio PHd, Chefe do Departamento de Neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Iowa – USA, no livro “O Erro de Descartes” – 1ª edição, 2001).

“Somos, em nosso ser essencial, feitos do mesmo material e sustentados pela mesma dinâmica que responde por tudo o mais no Universo.

E mais importante, se queremos combater o materialismo e toda sua ética reducionista, essa visão nos permite argumentar que a mente não é um mero ramo da função cerebral. Assim como o relacionamento entre dois elétrons cujas funções de onda se sobrepõem não pode ser reduzido às características individuais de cada um dos dois elétrons, também o relacionamento das ondas que formam o condensado de Bose-Einstein da consciência, não pode ser reduzido às atividades de moléculas vibráteis individuais. Nós não somos nosso cérebro” (Danah Zohar, física e filósofa, no livro “O Ser Quântico”, 14ª edição, 2000).

“A alma tem, no corpo, uma sede determinada e circunscrita? R – Não. Mas ela se situa mais particularmente na cabeça...” . Pergunta 146 “O Livro dos Espíritos”, com a resposta oferecida pelos Espíritos a Allan Kardec.

Éis um convite à reflexão...

Daniel Valois

17 de mai. de 2019

Catástrofes naturais


Catástrofes que dizimaram centenas e milhares de pessoas têm assolado o planeta nestes últimos tempos e é comum ouvir que se trata do fim dos tempos. Reflitamos sob a ótica espírita.

Consta em O Livro dos Espíritos profunda pesquisa realizada por Allan Kardec sobre este tema, questões 737 e seguintes: os flagelos destruidores.

Allan Kardec ao discorrer na questão 741 esclarece quais seriam os flagelos estudados e os enumera da seguinte forma: “Entre os flagelos destruidores, naturais e independentes do homem, devem ser colocados em primeira linha a peste, a fome, as inundações, as intempéries fatais à produção da terra”. Notamos que a última enumeração abarca todas as hipóteses do que vem acontecendo atualmente, tais como tsunamis, terremotos e furacões. Portanto, estão aí elencados todos, todos os acontecimentos naturais cujas notícias nos assustam hoje em dia.

O insigne Codificador preocupado com o assunto perquire no Plano Maior qual a necessidade de tais acontecimentos, e como resposta obtém que são necessários para o adiantamento mais ligeiro.

Sob este aspecto podemos considerar sim, que se trata de uma indicação do período de transição por que passa a Terra. Sim, estamos sendo catapultados adiante. Tais fenômenos servem para impulsionar a humanidade à frente. Por exemplo: os cientistas estudam freneticamente para encontrar uma forma de se prever os furacões, e a cada período do ano em que as atividades climáticas favorecem, a humanidade consegue aumentar o tempo de previsão, salvando desta forma muitas vidas e até preservando patrimônio.

Mas devemos parar por aqui. As ilações sobre o fim dos tempos facilmente nos levam a pensar nas previsões do Médico Nostradamus, ou mesmo nas predições bíblicas do apocalipse do evangelista João. Não se trata disso. O grande número de mortes se deve, em primeiro lugar, ao acúmulo populacional em áreas sujeitas a estes fenômenos.

Por óbvio, sendo o contingente humano maior vivendo sob a sombra de um vulcão, por exemplo, no Vesúvio, na península Itálica, naturalmente serão maiores as baixas humanas, caso o mesmo volte à atividade. No ano de 79 de nossa era, estima-se que houve uma mortandade de 2.000 pessoas em Pompeia e Herculano. Hoje vivem cerca de 600.000 pessoas somente em Pompeia.

Para o Espírito é indiferente, quer a morte se dê nestas situações ou em decorrência de um acidente doméstico. Diz o Mestre de Lyon em comentário à questão e resposta número 738: “Quer a morte se verifique por um flagelo ou por uma causa ordinária, não se pode escapar a ela quando soa a hora da partida: a única diferença é que no primeiro caso parte um grande número ao mesmo tempo”.

Devemos ter muito cuidado para não sermos traídos pela falsa ideia de que o mundo vai acabar, na visão apocalíptica de Hollywood. Pois isso, o susto, o medo e o assombro nos impedem do mais comezinho ato Cristão quando nos deparamos com a notícia sensacionalista, qual seja dirigir preces aos que acabaram de deixar o exílio terrestre, regressando à pátria verdadeira, numa situação inesperada e abrupta, com sensível prejuízo ao período de perturbação.

Ora, ao invés de considerarmos o fim dos tempos, proponho fazermos as malas recheadas de tesouros que os ladrões não roubam, nem as traças corroem, pois a morte do corpo, isso, sim, é certo.

Silas Lourenço

15 de mai. de 2019

Está na hora de receber uma carta psicografada?


Considerada uma faculdade mediúnica, a psicografia é uma comunicação entre encarnados e desencarnados. 

E ainda, quem popularizou a psicografia no Brasil foi o médium Chico Xavier, por meio de seu trabalho mediúnico no espiritismo, ele escreveu mais de 400 obras com os espíritos Emmanuel, André Luiz, entre outros.

Antes de receber a carta é preciso entender um dos ensinamentos de Chico Xavier: “O telefone toca de lá para cá”. Ou seja, são os espíritos que entram em contato com o médium, com isso, pode demorar meses, anos, e muitas vezes, o encarnado não recebe a mensagem porque não é necessário.

Entretanto, aqueles que desejam receber uma mensagem, é preciso saber que:
- Existe um tempo determinado para o espírito se adaptar à nova realidade, por isso, pode demorar para entrar em contato;
- Permissão superior, ou seja, pode ser que o espírito não tenha recebido a permissão para entrar em contato;
- É preciso ter preparo emocional antes de receber uma carta psicografada porque a falta de preparo pode atrapalhar essa experiência.


Quais são os procedimentos para receber a mensagem?
Muitos Centros Espíritas apresentam requisitos para participar da sessão mediúnica, por exemplo, alguns locais pedem que o encarnado faça uma simples inscrição informando o nome do desencarnado, a data do desencarne e também o nome da pessoa que está pedindo a mensagem, para que assim, o dirigente da sessão saiba a quem entregar a mensagem.

Já outros centros pedem para que a pessoa se inscreva alguns minutos antes de iniciar a palestra espírita, para que logo em seguida, comece a sessão mediúnica.

Dica
Escolha sempre um Centro Espírita de confiança, e lembre-se, que a mensagem pode ser entregue ou não. Porquê? O espírito pode não estar em condições de transmiti-la, ou então, ele não teve a permissão, motivo que só é conhecido no mundo espiritual.

Juliana Chagas

13 de mai. de 2019

Desejo e prazer - Joanna de Ângelis


O desejo, que leva ao prazer, pode originar-se no instinto, em forma de necessidade violenta e insopitável, tornando-se um impulso que se sobrepõe à razão, predominando em a natureza humana, quando ainda primitiva na sua forma de expressão. 

Nesse caso, torna-se imperioso, devorador e incessante. Sem o controle da razão, desarticula os equipamentos delicados da emoção e conduz ao desajuste comportamental.

Como sede implacável, não se sacia, porque é devoradora, mantendo-se a nível de sensação periférica na área dos sentimentos que se não deixam de todo dominar É voraz e tormentoso, especialmente na área genésica, expressando-se como erotismo, busca sexual para o gozo.

Em esfera mais elevada, torna-se sentimento, graças à conquista de algum ideal, alguma aspiração, anseio por alcançar metas agradáveis e desafiadoras, propensão à realização enobrecedora.

Dir-se-á que as duas formas confundem-se em uma única, o que, para nós, tem sentido diferente, quando examinamos a função sexual e o desejo do belo, do nobre, do harmonioso, em comparação àquele de natureza orgânica, erótica, de compensação imediata até nova e tormentosa busca.

O desejo impõe-se como fenômeno biológico, ético e estético, necessitando ser bem administrado em um como noutro caso, a fim de se tornar motivação para o crescimento psicológico e espiritual do ser humano.

É natural, portanto, a busca do prazer, esse desejo interior de conseguir o gozo, o bem-estar, que se expressa após a conquista da meta em pauta.

Por sua vez, o prazer é incontrolável, assim como não administrável pela criatura humana.

Goethe afirmava que ele constituía uma verdadeira dádiva de Deus para todos quantos se identificam com a vida e que se alegram com o esplendor e a beleza que ela revela. A vida, em consequência, retribui-o através do amor e da graça.

O prazer se apresenta sob vários aspectos: orgânico, emocional, intelectual, espiritual, sendo, ora físico, material, e noutros momentos de natureza abstrata, estético, efêmero ou duradouro, mas que deve ser registrado fortemente no psiquismo, para que a existência humana expresse o seu significado.

O prazer depende, não raro, de como seja considerado. Aquilo que é bom, genericamente dá prazer, abrindo espaço para o medo da perda, das faltas, ou para as situações em que pode gerar danos, auxiliando na queda do indivíduo em calabouços de aflição.

Muitas pessoas consideram o prazer apenas como sendo expressão da lascívia, e se olvidam daquele que decorre dos ideais conquistados, da beleza que se expande em toda parte e pode ser contemplada, das inefáveis alegrias do sentimento afetuoso, sem posse, sem exigência, sem o condicionamento carnal.

Por uma herança atávica, grande número de pessoas tem medo do prazer, da felicidade, por associá-lo ao pecado, à falta de mérito, que se tornaria uma dívida a resgatar, ensejando à desgraça vir-lhe empós, ou, talvez, como sendo uma tentação diabólica para retirar a alma do caminho do bem.

Tal castração punitiva, que se prolongou por muitos séculos, ao ser vencida deixou uma certa consciência de culpa que, liberada, vem conduzindo uma verdadeira legião de gozadores ao desequilíbrio, ao abuso, ao extremo das aberrações.

Como efeito secundário, ainda existem muitas pessoas que temem o prazer ou que procuram dissimulá-lo, envolvendo-o em roupagens variadas de desculpismos, para acalmar seus conflitos subjacentes.

Acentuamos, porém, que o prazer é uma força criadora, predominante em tudo e em todos, responsável pela personalidade, mesmo pela esperança. Muitas vezes, é confundido com o desejo de tudo possuir, a fim de desfrutar, mais tarde, da cornucópia carregada de todos os gozos, preferentemente o de natureza sexual.

Wilhelm Reich, o eminente autor da Bioenergética, centrou, no prazer, todas as buscas e aspirações humanas, considerando que a pessoa é somente o seu corpo, e que este é constituído por um sistema energético, que deve ser trabalhado, sempre que a couraça bloqueie a emoção, propondo como terapia a Teoria dos Anéis, a fim de, através da sua aplicação nas couraças correspondentes, poder liberar a emoção encarcerada.

Tendo no corpo somente a razão de ser da vida, Reich tornou-se apologista do prazer carnal, sensual, capaz de levar ao estado de felicidade psicológica, emocional.

A natureza espiritual do ser humano, no entanto, não mereceu qualquer referencial de Reich, assim como de outros estudiosos do comportamento e da criatura em si mesma, na sua complexidade, ficando em plano secundário.

Desse modo, o desejo e o prazer se transformam em alavancas que promovem o indivíduo ou abismos que o devoram.

A essência da vida corporal, no entanto, é a conquista de si mesmo, a luta bem direcionada para que se consiga a vitória do Self, a sua harmonia, e não apenas o gozo breve, que se transfere de um estágio para outro, sempre mais ansioso e perturbador.



Do livro Amor, imbatível amor, de Joanna de Ângelis, obra mediúnica psicografada pelo médium Divaldo Franco.

11 de mai. de 2019

De que forma a Doutrina avalia o homicídio?


O homicídio é um tipo de delito considerado grave em todas as legislações e em todos os tempos, divergindo a sua valorização de acordo com a cultura da época em que vivem os legisladores. O que pensa, porém, a Doutrina Espírita a respeito desse tema?

A questão do homicídio é abordada sob o título de Assassínio, na pergunta 746 de O livro dos Espíritos. Interroga Kardec: "É crime, aos olhos de Deus, o assassinato?" responde o Espírito: "Grande crime, pois que aquele tira a vida de seu semelhante, corta o fio de uma existência de expiação ou de missão. Aí está o mal." 

Aqui se inicia uma diferença entre o homicídio visto por uma ótica Espírita. Para os não espíritas, o homicídio é um crime em si mesmo, é a eliminação de uma vida por um modo traumático e violento, daí, no Código Penal , receber adjetivos como qualificado , premeditado, hediondo, simples e assim por diante.

Do ponto de vista Espírita, entretanto, há uma sensível modificação neste ato. Segundo a Doutrina Espírita, a vida não é eliminada. O homicida acredita, falsamente, que ao matar alguém livrou-se para sempre de um desafeto. O que o homicida elimina é a forma física, o corpo de seu inimigo, mas não o Espírito que, não raro, do outro lado da vida, espera por ele para ajustarem contas. 

Na pergunta seguinte, questiona Kardec: "O homicídio tem sempre o mesmo grau de culpabilidade?" Resposta: "Já o dissemos: Deus é justo e julga  a intenção mais do que o fato." Aqui se abre um espaço para a distinção entre homicídio doloso (com intenção) e o homicídio culposo (sem intenção). Ambos têm a mesma consequência, interrompe uma encarnação, mas o primeiro é, por certo, jugado com maior severidade. Um fato, entretanto, ressalta-se na Doutrina Espírita: o homicídio é muito pior para o homicida do que para a sua vítima.

Na questão 748, Kardec traz à baila uma figura jurídica muito conhecida dos juristas e mesmo dos leigos, que é a legítima defesa. Pergunta Kardec: "Em caso de legítima defesa, escusa Deus o assassínio?" Resposta: "Só a necessidade o pode escusar. Mas, desde que o agredido possa preservar sua vida, sem atentar contra a de seu agressor, deve fazê-lo".

Sem dúvida, o Espírito concorda com o princípio da legítima defesa, entretanto, observa que se deve sempre tentar evitar ao máximo a morte daquele que nos põe em risco a  vida. Por certo, O Espírito não quis ser radical, entretanto, numa visão estritamente cristã nem mesmo em legítima defesa se poderia matar. De um ponto de vista radicalmente Cristão e Espírita, mais vale receber a morte do que impingi-la a alguém. Aquele que mata, mesmo em legítima defesa, vale-se da violência contra o  agressor  e a violência poderia ter atenuantes, porém jamais justificativa.

9 de mai. de 2019

O Sofrimento dos Animais e a Espiritualidade






Como é o sofrimento de um animal quando desencarna vitimado de um câncer ou um envenenamento?

R: Quando o animal sofre alguma agressão física ou enfermidade grave, que resulta na perda da vitalidade do corpo e na sua consequente morte, as lembranças do sofrimento dos momentos derradeiros podem influir no tempo necessário para a preparação prévia do Espírito animal reencarnante. No entanto, o sofrimento e a dor são somente percebidos pelo corpo físico e não pelo Espírito, que não sente dor.

 Esta é uma interpretação de nosso sistema nervoso, que pode ser maior para uns e menor para outros e serve de aprendizado ao Espírito que está estagiando no mundo físico. De qualquer modo, os animais, como Espíritos encarnados, ficam sujeitos às dores porque, assim como nós, aprendem muito com as situações de sofrimento, pois vivemos em um mundo primitivo e a dor ainda é comum. Eles têm mais contato com ela do que com as alegrias neste planeta. 

Enfermidades como os cânceres ocorrem mais frequentemente provocados por nós mesmos. A alimentação inadequada, por exemplo, é uma das causas. Os envenenamentos acidentais são uma prova para eles, que aprenderão com isso. Os envenenamentos provocados são também aprendizados, mas estas dívidas que acumularemos precisarão ser quitadas com eles posteriormente. O sofrimento dos animais é mais físico do que moral, pois a sua noção moral ainda é embrionária. Somente aqueles que já possuem rudimentos de moral (animais superiores como elefantes, golfinhos, alguns macacos e outros) sofrem assim. Os sofrimentos físicos cessam com a morte do corpo e as lembranças da dor são quase todas apagadas ou amenizadas. Assim que desencarnam as dores não são mais percebidas.

Eu queria saber por que sofrem tanto os animais?

R: “O corpo é o instrumento da dor e, se não é a sua causa primeira, pelo menos é a causa imediata. A alma tem a percepção desta dor: essa percepção é o efeito” (Livro dos Espíritos).

Os animais são Espíritos encarnados e estão sujeitos a muitas provas, mesmo que não tenham consciência disso ou nem saibam o porquê de tanto sofrimento, que somente é percebido pelo corpo por ação do sistema nervoso, portanto a dor, apesar de não parecer, é ilusória, porque, caso os meios de sensações do corpo sejam desativados ela deixa de existir. Se cirurgicamente retirarmos do cérebro o centro da fome, ela deixa de existir; se retirarmos parte do hipocampo, deixaremos de sentir medo; se aplicarmos anestésicos não há mais dor; se rompermos os nervos que são sensíveis aos estímulos da dor ela deixa de existir também. Como percebemos, dor e sofrimento são interpretações dadas pelo corpo. O Espírito não sente dor.

Se existem órgãos sensoriais no corpo é para que percebamos as sensações do mundo físico. Se há órgãos sensoriais para dor é porque a dor tem alguma importância para o Espírito também e a importância reside no aprendizado de como evitá-la e de fazer evitar a dor aos outros. Exercitaremos a partir do conhecimento da existência da dor e do sofrimento a solidariedade e a compaixão. O resultado do aprendizado pode não ser imediato, mas surtirá o seu efeito cedo ou tarde. No entanto, a dor que importa para evolução é aquela que vem da Natureza, “porque vem de Deus” (Livro dos Espíritos), por isso “é necessário distinguir o que é obra de Deus e o que é obra do Homem”. A dor imposta por um ser humano sobre um animal será cobrada e deverá ser ressarcida quanto antes por aquele que se tornou um devedor em relação àquele a quem fez sofrer.

Não consigo entender o porquê do sofrimento dos animais se eles não têm a consciência de seus atos, como nós, os humanos.

R: No Livro dos Espíritos encontramos: “Como pode um espírito que em sua origem é simples e ignorante e sem existência, sem conhecimento de causa ser responsável por essa escolha? - Deus supre a inexperiência traçando-lhe o caminho que deve seguir, como o fazes para uma criança desde o berço. Ele o deixa, pouco a pouco, senhor para escolher, à medida que seu livre-arbítrio se desenvolva”.

O sofrimento faz parte dos meios de fazer evoluir o Espírito primitivo, que com isso desenvolverá sua consciência. À medida que os Espíritos, na condição animal por exemplo, expandem sua consciência pela dor, expandem também sua condição de desenvolver sentimentos relacionados ao amor ao próximo, tornando-os aptos a entrar em outra faixa evolutiva da Humanidade.

Na verdade, as condições que determinam o sofrimento diminuem à medida que desenvolvemos a consciência e não ao contrário. Na condição humana ainda persiste o sofrimento porque não atingimos o nível ideal de consciência e, quando atingirmos este nível, a dor desaparecerá de nosso meio e somente existirá o que for relativo à ausência da dor e do sofrimento. Sofremos e também os animais porque ainda estamos nos exercitando para desenvolver esta consciência e, posteriormente, a teremos desenvolvido e deixaremos de sofrer.

"O sofrimento, nos animais, é um trabalho de evolução para o princípio de vida que existe neles; adquirem por este modo os primeiros rudimentos de consciência." (Léon Denis)

Qual a consequência para as pessoas que maltratam os animais na Espiritualidade?


R: Vivemos neste mundo ainda primitivo e por isso estamos em um estágio arrasado. Faz parte do nosso aprendizado o convívio pacífico com nossos companheiros de viagem evolutiva. Entre estes companheiros estão os animais. Muitas pessoas, por estarem ainda em aprendizado sobre o convívio com estes companheiros não-humanos, os vêem como seres inferiores e por isso mesmo crêem, equivocadamente, ter direitos sobre eles. Alguns não sabem ou não acreditam que sentem dor e sofrem. Outros sabem disso, mas se divertem infringindo-lhes dor. 

De acordo com a Lei de Igualdade, os animais são tão importantes para Deus quanto nós. Não podemos nos colocar acima deles, a ponto de tê-los como objetos de nosso desfrute. Certamente, aquele que abusa dos animais, maltratando-os e fazendo-os sofrer, terá de acertar suas contas antes de continuar a evoluir. A Justiça da Terra pode não ser eficaz contra os agressores dos animais, mas a Divina não falha. Se formos agressores teremos a oportunidade de encontrar situações para nos redimir do mal que lhes fizemos e somente então prosseguiremos com nossa carreira evolutiva. Não por castigo, pois Deus não castiga ninguém, mas por Misericórdia Divina, que sempre dá oportunidade ao faltoso de expiar seu erro e aprender com ele.
Marcel Benedi