18 de mai. de 2011

O Que é Mediunidade?


PERGUNTAS E RESPOSTAS.

01- Qual o mecanismo do intercâmbio mediúnico e quais os princípios básicos em que se alicerça?
     R - para que um Espírito se comunique é preciso que se estabeleça a sintonia da mente encarnada com a desencarnada, mecanismo básico que se desdobra de acordo com o tipo de mediunidade, estado psíquico dos agentes passivo e ativo - valores espirituais etc. Sintonizado o médium com o comunicante, o pensamento deste se exterioriza através do campo físico daquele, em forma de mensagem grafada ou audível. O processo mediúnico se alicerça na sintonia das mentes, sem o que não pode haver a comunicação.
02- Para exercer mais conscientemente a sua tarefa, o que o médium deve conhecer do Plano Espiritual e das leis que o regem?
     R - O Plano Espiritual não compreende uma determinada região limitada no espaço, logo os Espíritos encontram-se em toda parte, agrupando-se por laços de afinidade. Cabe ao médium manter-se sempre em vigilância para não entrar em sintonia com as entidades em desequilíbrio, o que poderá acontecer, a qualquer momento e em qualquer lugar em que se encontre.
03- O estudo acerca da casa mental pode auxiliar o médium no exercício de sua mediunidade?
     R - Sim. É de grande importância para o melhor desempenho de sua tarefa. Sabemos que na estruturação do nosso campo mental, todas as experiências adquiridas até a última existência se sedimentam no plano do subconsciente. que as experiências da vida atual são anotadas no plano do consciente e que nossas ideações futuras vigem no superconsciente. Quando o encarnado entra em transe, o comunicante necessita encontrar na sua mente recursos para se externar e, por isso, quanto mais o médium amplia os seus conhecimentos, maior possibilidade oferece à entidade para externar a sua mensagem e quanto maior o esforço em educar-se intimamente, maior a facilidade para controlar o Espírito, mesmo durante o transe.
04- Qual a interferência dos reflexos condicionados no intercâmbio mediúnico?
     R - A presença, a mensagem ou experiências do Espírito comunicante podem acionar no subconsciente do médium reflexos do seu passado, os quais comumente, interferem na comunicação. Por exemplo: ao se ver frente a uma entidade ligada ao seu passado de dor, o médium pode externar aspectos de sofrimento que não mais existem, mas que estão arquivados no subconsciente e que afloram, durante o transe, com a presença daquele irmão que compartilhou as referidas experiências.
05- Como explicar a sintonia vibratória de um Espírito conturbado com um médium equilibrado e em estado de confiança em Deus?
     R - O médium em equilíbrio busca sintonizar com o Espírito conturbado, pelo desejo de ajudar. Se a diferença vibratória entre ambos é muito acentuada, os guias espirituais auxiliam o comunicante, através de passes, para que eleve, ainda que em parte, o seu padrão vibratório e com isto facilite a sintonia com o médium, para a comunicação.
06- Como é possível ao médium controlar as manifestações dos Espíritos, mesmo violentos ou desequilibrados?
     R - O pensamento do Espírito, antes de chegar ao cérebro físico do médium, passa pelo cérebro perispirítico, resultando disso a propriedade que tem o medianeiro, em tese, de fazer ou não fazer o que a entidade pretende. Quanto mais educar-se interiormente o médium, maior a dificuldade do Espírito em extravasar atitudes violentas ou desequilibradas.
07- Mesmo quando inconsciente, o médium é responsável pelo que ocorre durante as comunicações?
     R - Na psicofonia sonambúlica, o médium cede com mais espontaneidade os seus implementos físicos para a comunicação do Espírito, mas afastado de seu corpo, é absolutamente consciente, daí a sua responsabilidade no controle do Espírito comunicante.
08- Qual a condição do médium na psicofonia consciente, na semiconsciente e na inconsciente?
     R - Na psicofonia consciente o Espírito comunicante transmite, telepaticamente, às vezes, à distância, as suas idéias ao médium que as retrata com as suas próprias palavras. Na semiconsciente, o Espírito comunicante, através do perispírito do médium, entra em contato com este, atuando sobre o campo da fala e outros centros motores. Na inconsciente, afasta-se o Espírito do médium de seu próprio corpo, que mais livremente é utilizado pelo comunicante. Quando há inteira confiança entre ambos, é como se o médium entregasse um instrumento valioso às mãos de um artista emérito que o valoriza. Se o comunicante é rebelde ou perverso, o médium, embora afastado, age na condição de um enfermeiro vigilante a controlar o doente.
09- Deve o médium inconsciente esforçar-se por se tornar consciente?
     R - O médium deve esforçar-se sempre para ser consciente de suas elevadas responsabilidades, mas quando é portador da psicofonia sonambúlica, ou inconsciente, tendo neste campo assumido compromissos espirituais, dificilmente, modificará o curso de sua tarefa, a qual, nem por isso, deixará de ser meritória.
10- Por quê determinados médiuns extravasam no campo físico as impressões de desequilíbrio ou rebeldia dos Espíritos comunicantes?
     R - Faltam-lhes ainda os valores da auto-educação evangélica, porém à medida que se esforçam no estudo, na prática do bem e na vivência evangélica, irão superando as dificuldades da prática mediúnica.
11- Na reunião com a presença de vários médiuns videntes e/ou audientes um ouve ou vê uma ocorrência e outro ouve ou vê outro fato, quer dizer que há contradição ou embuste?
     R - Não. Estando cada médium vibrando em sua própria faixa evolutiva, cada um estará naturalmente, sintonizado com esta ou aquela entidade, com este ou aquele aspecto do Plano Espiritual, pelo que cada um registrará a presença ou fatos com os quais esteja identificado.
12- Qual a diferença entre inspiração e intuição; vidência e clarividência; audiência e clariaudiência?
     R - A opinião dos estudiosos sobre o assunto diverge um pouco. Alguns aceitam como sinônimos (inspiração/intuição - vidência/clarividência - audiência/clariaudiência), outros vêem no segundo termo uma sutileza ou aprimoramento do primeiro: Intuição é a inspiração quando cresce (Emmanuel - Encontros no Tempo - pergunta 34). Clarividência seria ver melhor, ou com mais clareza (Edgard Armond - Mediunidade). A experiência nos mostra que alguns médiuns apenas vêem entidades ou quadros do Plano Espiritual, enquanto outros, além de verem, como que sentem o estado íntimo da entidade ou as vibrações do ambiente (clarividência). Enquanto alguns ouvem sons ou ruídos, outros ouvem e percebem interiormente o estado do Espírito ou do ambiente (clariaudiência).
13- Como proceder o médium para manter o estado de concentração durante as reuniões práticas e como desconcentrar-se, quando preciso?
     R - Concentrar é manter o pensamento voltado a um objetivo específico, no caso de reuniões espíritas, voltá-lo exclusivamente ao amor e à caridade, buscando oferecer o melhor de nós mesmos. Se temos dificuldades para mantê-lo neste estado (em virtude de preocupações rotineiras) podemos nos valer da prece como recurso de concentração. Para desconcentrar, deve o médium voltar o pensamento ao meio ambiente, ainda assim, alicerçado nas vibrações da prece para manter o equilíbrio.
14- O médium deve ficar concentrado durante toda a reunião?
     R - Deve o médium, com espontaneidade, manter-se atento ao desenrolar dos trabalhos, com o que estará aprendendo e ao mesmo tempo à disposição da Espiritualidade para atuar quando solicitado. Permanecer sim, à disposição do serviço, sob a égide de Jesus.
15- Qual a postura adequada do médium à mesa?
     R - Guardadas as conveniências, a mais cômoda, porque será a menos cansativa. Evitar, porém, as posições que facilitem o sono.
16- Numa reunião de educação mediúnica, se o médium apesar das influências para falar, permanece silencioso, aguardando sua vez, está sendo ele beneficiado?
     R - Sim. Estará aprendendo com os outros e exercitando em sua auto-educação.
17- Que dizer do médium que recebe comunicações fora da mesa de trabalho, ou do local da reunião?
     R - Faltam-lhe ainda os recursos da educação mediúnica. O médium, consciente de suas responsabilidades, não se entrega a atividade mediúnica ostensiva fora da reunião própria.
18- Como e até onde se processa a influência dos Espíritos sobre o médium, ostensivo ou não?
     R - Todos somos em nosso íntimo (mentalmente) influenciados pelos Espíritos. Enquanto esta influência sobre o médium ostensivo é mais direta, portanto, com reflexos mais acentuados, sobre o médium de sustentação, ela se limita às intuições ou manipulações de energias necessárias ao bom andamento da reunião.
19- Qual o procedimento do médium quando intensamente assediado pelas vibrações de um Espírito desequilibrado, quer na reunião ou fora dela?
     R - Redobrar o seu estado de vigilância, pois, pode tratar-se de um trabalho em andamento supervisionado pelos mentores espirituais. Recorrer à oração e às leituras edificantes, porque assim estará cooperando para a sua melhoria e a do Espírito que se aproxima.
20- Como entender o fato de o médium alegar que faz preces e não consegue superar o envolvimento de determinadas entidades?
     R - Às vezes as nossas preces se limitam aos lábios. "Há diferença fundamental entre orar e declamar". No entanto, se aliamos a mente ao coração e realmente orarmos confiantes no Senhor e o envolvimento do Espírito permanece é porque estamos frente a um trabalho de reajuste, expiação ou testemunho, ou ainda frente a uma oportunidade de exercer a caridade a um necessitado. Redobremos a vigilância e confiemos no Senhor que a solução está a caminho.
21- Em qualquer reunião a que compareça, o médium será colocado obrigatoriamente à mesa e deve trabalhar mediunicamente?
     R - Não. O ideal é que o médium se integre a uma equipe de trabalhos mediúnicos e aí concentre os seus esforços.
22- É aconselhável o médium trabalhar exclusivamente com determinado dirigente ou a direção deve passar por rodízio periódico?
     R - Aconselhável o rodízio na direção de todas as reuniões, não apenas as mediúnicas. Com isto, não se criam dependências prejudiciais e determinados dirigentes e oportunidades valiosas são oferecidas a um maior número de pessoas neste mister.
23- Qual o comportamento do médium que durante a reunião sente sono excessivo?
     R - Se tem dormido regularmente as horas necessárias, se não está fazendo uso de medicamentos relaxantes e não se encontra esgotado por trabalho em excesso, o sono pode ter origem em interferências espirituais. Manter a vigilância e buscar reagir ao sono, lembrando, no entanto, que determinadas manipulações de energias, por parte da Espiritualidade podem também causar sonolência. Evitar sempre entregar-se ao sono deliberadamente.
24- Por quê o médium, após uma reunião de estudos evangélico-doutrinários, costuma sentir-se deprimido ou psiquicamente saturado?
     R - Muitas vezes a criatura comparece à reunião de estudos acompanhada de entidades desencarnadas a ela ligadas e que se acham também em regime de aprendizado. De acordo com o assunto e seus reflexos sobre os conceitos e interesses do próprio médium ou dos Espíritos que o acompanham, pode sentir-se deprimido em razão das elaborações e lutas mentais entre ele, os Espíritos e o dirigente. Pode ocorrer também que durante a reunião de estudos a Espiritualidade venha a atender algum caso em que as energias são retiradas de companheiros presentes à mesma.
25- Um Espírito para ser auxiliado pode aproximar-se do médium antes da reunião?
     R- Naturalmente. Isto ocorre com freqüência.
26- Se o médium se levanta, pela manhã, sentindo-se mal, como deve proceder, durante o dia da reunião?
     R - Se o mal é de natureza psíquica, lembrar-se de que pode originar-se de aproximação de alguma entidade trazida ao seu lar, para que, ambientando-se, mutuamente, a sintonia de faça melhor, visando ao trabalho programado para a reunião daquela noite.
27- O que e como o médium deve relatar para o dirigente quanto àquilo que vê, sente ou ouve durante a reunião?
     R - Com discernimento, deve relatar o que possa servir de aprendizado geral ou colaborar para esclarecer determinadas ocorrências da reunião.
28- Como proceder numa reunião mediúnica o médium de sustentação e qual a sua atuação?
     R - O médium de sustentação deve permanecer vigilante e calmo, evitar o sono, acompanhar a condução do dirigente e atuação dos médiuns, auxiliando-os com suas vibrações, preces e até mesmo na orientação a determinadas entidades, quando o esquema da reunião o permitir e sempre com a anuência prévia do dirigente.
29- O que acontece ao médium que, sem análise prévia, aceita tudo o que os Espíritos lhe falam?
     R - Segundo Kardec, corre sérios riscos de cair no fanatismo, que poderá conduzí-lo a processos obsessivos.
30- Para abreviar a recuperação do médium, devemos valer-nos de medicamentos, quando preciso?
     R - Excepcionalmente. Se os reflexos do problema mediúnico se fazem sedimentar no corpo físico, em forma de desequilíbrio orgânico.
31- Se alguém deliberadamente pediu uma receita para uma pessoa inexistente e a mesma foi tirada, qual deve ser a posição do médium, face ao ocorrido?
     R - Confiança em Deus, lembrando-se de que, quem age com más intenções tem, por força da lei de causa e efeito, de obter resposta equivalente.
32- Surgindo a mediunidade numa criança, ela deve participar de reuniões?
     R - Não. Se necessário, conduzí-la apenas para sanar a dificuldade e aguardar o tempo oportuno para que possa exercitar sem prejuízo sua mediunidade..
33- Qual deve ser, de preferência, a alimentação do médium?
     R - A normal. Nos dias de reuniões, evitar excessos, comidas pesadas ou muito condimentadas, buscando abster-se do álcool, fumo e carne.
34- A quantas reuniões mediúnicas semanais deve o médium comparecer para trabalhar?
     R - Pelos menos a uma, não se esquecendo da reunião semanal de estudos. Evitar, porém, excessos, com reuniões mediúnicas durante toda a semana.
35- O médium deve usar sempre água fluidificada ou passes em todas as reuniões?
     R - Não abusando nunca, sempre que necessário.
36- Um médium sem educação mediúnica deve participar de trabalhos práticos?     R - Da reunião de educação mediúnica, até se reajustar, após o que será encaminhado à reunião como um colaborador da mediunidade.
37- Que pensar do médium que não gosta de estudar?
     R - Deixa de progredir e se lamentará quando retornar ao Plano Espiritual, porque perdeu valiosa oportunidade.
38- Como agir o médium para combater o medo dos desencarnados?
     R - Conscientizar-se de que também é um Espírito (transitoriamente no corpo), relacionando-se com outros Espíritos (transitoriamente fora do corpo). Amanhã os papéis se inverterão.
39- O médium, por acúmulo de tarefas espirituais, pode faltar aos seus deveres funcionais, familiares e sociais?
     R - O acúmulo já denota desequilíbrio e o dever é primordial.
40- Como proceder o médium, quando a braços com uma série de problemas e testemunhos?
     R - Manter a calma, vigilância, ponderação, orando e perseverando no Bem.
41- O que pode acontecer ao médium que ainda nutre antipatias?
     R - Como trabalhar em nome da fraternidade, se não tolera o próximo junto de si? Pode ainda tornar-se instrumento passivo das entidades que desejam prejudicar a pessoa antipatizada.
42- O que ocorre ao médium que não admita dúvidas sobre as comunicações que recebe ou reparos com vistas ao seu aperfeiçoamento?
     R - Caminha para a obsessão. Especialmente no aspecto da fascinação, um dos escolhos da mediunidade.
43- É justo o médium mencionar a presença de Espíritos a pessoas completamente estranhas à Doutrina?
     R - Excepcionalmente. Em casos especiais, de acordo com o sentimento do médium. Toda prudência é necessária.
44- Qual a influência moral do médium ostensivo, de sustentação do dirigente nas comunicações?
     R - Pela afinidade atraímos permanentemente Espíritos identificados com o nosso campo moral: viciosos, rebeldes, ignorantes, levianos ou equilibrados, serenos, instruídos, evangelizados, etc. Por isso o médium moralmente desequilibrado terá dificuldade de transmitir comunicações edificantes. Se todos os participantes da reunião nutrem sentimentos desequilibrados, o problema se multiplica.
45- Que pode acontecer ao médium que não leva a sério o esforço pela própria reeducação espiritual e julga que deve agir como instrumento da Espiritualidade apenas no horário da reunião?
     R - Será um instrumento deficiente porque em uma hora apenas, não conseguirá liberar a sua mente de ideações inferiores cultivadas durante toda a semana. Dificilmente será um instrumento ideal para os guias espirituais.
46- Particularmente no dia da reunião, qual o cuidado do médium quanto às atitudes e emoções que nutre?
     R - Ser vigilante, selecionando suas atitudes e emoções para não se apresentar à reunião com lesões íntimas comprometedoras.
47- Qual o procedimento adequado ao médium em casa, no trabalho, na sociedade e na via pública?
     R - Adotar uma conduta cristã, com equilíbrio e constante vigilância nos pensamentos, palavras e atos.
48- Em que o estudo do Evangelho colabora para o exercício mediúnico mais produtivo?
     R - Da primeira à última palavra, o Evangelho é um convite para a auto-educação, base do exercício mediúnico com Jesus.
49- Por quê estudar o evangelho se a Doutrina Espírita é por si mesma um código de moral e de conduta educativa?
     R - A Doutrina Espírita é o repositório de valores que abre verdadeira perspectiva no conhecimento do Espírito, com vistas à sua evolução. O Evangelho, no entanto, é o código moral de libertação que nos cabe compreender em cotejo com nossa conquista íntima, a fim de darmos nova diretriz à nossa caminhada. "Jesus, a porta; Kardec, a chave."
50- Podendo participar de apenas uma reunião semanal, o médium deve optar pela de estudos ou pela mediúnica?
     R - Participar de uma reunião de educação mediúnica que contém as duas partes: Estudos evangélico-doutrinários e parte prática. Se não houver uma reunião destas características, preferir, enquanto não puder estar presente às duas, a de estudos, porque é a que nos levará à instrução mais diretamente.
51- Quais as características de uma mediunidade deseducada?
     R - Incapacidade do médium de controlar os Espíritos comunicantes, permitindo assim manifestações em momentos e locais inadequados, ou ainda, gritos, batimentos de pés e de mãos, atitudes incontidas, palavras obscenas etc.
52- Numa reunião com a presença de médiuns, obrigatoriamente há de ocorrer comunicação ostensiva?
     R - Não. Toda manifestação mediúnica deve ser espontânea.
53- É conveniente ao médium interferir quando outro está dando uma comunicação?
     R - Só em casos especiais, quando a interferência é proveitosa e com a autorização do dirigente.
54- O animismo é útil, tolerável ou prejudicial na comunicação mediúnica?
     R - Em todo fenômeno mediúnico a participação anímica do médium se faz presente. será útil, quando o médium evangelizado exterioriza de sua alma valores positivos e edificantes. Será tolerável, quando o médium, esforçando-se na superação de suas próprias deficiências, busca aprimorar, cada vez mais, o seu trabalho, transitoriamente mesclado com manifestações anímicas, nem sempre positivas. Será prejudicial, quando sistematicamente mescla as comunicações espirituais com a carga anímica eivada de conflitos e desequilíbrios da personalidade mediúnica.
55- Como proceder o médium essencialmente anímico?
     R - Aceitando com humildade a necessidade de aprimorar a sua atuação, o médium buscará no estudo perseverante, na freqüência às reuniões de educação mediúnica e colaboração de dirigentes capacitados a orientá-lo no exercício de suas faculdades, encontrar o roteiro para superar as suas próprias limitações.
56- Que pensar do médium que, bem intencionado, busca monopolizar todo o trabalho da reunião, mesmo tendo outros médiuns presentes?
     R - Deve ser cristamente orientado na reunião de educação mediúnica e alertado sobre a importância de se dar oportunidades a todos os médiuns presentes ao trabalho.
57- Quais os riscos a que se sujeita o médium que só aceita os aspectos científicos e filosóficos da Doutrina?
     R - Deixará de se beneficiar com os valores indiscutíveis que a Doutrina nos oferece, na sua feição de cristianismo redivivo. A ciência e a filosofia são fundamentos da Doutrina, mas o seu objetivo é a evangelização do Espírito.
58- Quais os livros que devem, de preferência, ser estudados pelos médiuns e quais os indispensáveis?
     R - De preferência: literatura espírita evangélico-doutrinária em geral. Indispensáveis: Obras da codificação e de estudos da mediunidade.
59- O médium deve associar ao seu trabalho uma atividade assistencial de modo ativo e perseverante?
     R - Sim. Deve aliar à ajuda espiritual que exercita nas reuniões mediúnicas, a prática da caridade objetiva junto dos necessitados do caminho.
60- O médium deve fixar-se num determinado Grupo na execução de sua tarefa?
     R - Sim, e permanecer nele enquanto atender às suas necessidades de progresso espiritual.
61- Até quando uma gestante deve trabalhar mediunicamente?
     R - A gestante poderá trabalhar mediunicamente até o momento em que, em entendimento com a direção dos trabalhos, julgar que não está havendo riscos para ela e para o reencarnante. cada caso apresenta características próprias.
62- O que o médium deve saber sobre sexo?
     R - Nas questões do sexo conduzir-se com toda a responsabilidade, evitando abusos, desregramentos e degenerações. Encarando o assunto com o necessário discernimento, evitar ainda, alimentar tabus em sua mente que lhe acarretariam igualmente dificuldades no exercício mediúnico.
63- A falta de assiduidade e de pontualidade compromete o trabalho do médium?
     R - Sim. A ausência de disciplina é sempre prejudicial

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64- Existe uma mediunidade mais importante do que outra?
     R - Não. "Não é a faculdade mediúnica que te distingue, mas o uso que fazes dela." -  Emmanuel.
65- Qual o procedimento adequado do médium quanto às religiões?
     R - Profundo respeito a todas as religiões. Elas existem atendendo às necessidades espirituais dos seus adeptos.
66- Que pode acontecer ao médium que usa um "golinho", mesmo só como aperitivo?
     R - Um simples aperitivo pode não ser prejudicial, no entanto, os grandes problemas com o vício do álcool, tiveram o seu início num simples "golinho".
67- Que pensar do médium que gosta de anedotas, mesmo as tidas como de salão?
     R - Uma simples anedota não prejudica, mas, normalmente, induz o interlocutor a contar outras e daí, poderá se degenerar para situações menos edificantes, inclusive estabelecendo campo de fácil acesso para obsessores.
68- Qual o principal fator de segurança para o médium no trabalho?
     R - Com o Evangelho no coração e a Doutrina Espírita no entendimento... Consolidaremos o próprio equilíbrio interior, correspondendo assim, à confiança daqueles que, na Espiritualidade Mais Alta, aguardam a migalha de nossa boa vontade. (Peralva)
69- Que pensar do médium apaixonado por competições esportivas, políticas, carnaval, novelas, brigas de galo, jogo, coleções etc.?
     R - Usar de tudo. Não abusar de nada. Eis o alerta evangélico. Toda vinculação apaixonada indica desequilíbrio e todo desequilíbrio é prejudicial ao exercício mediúnico.
70- Como o médium deve proceder para identificar os Espíritos comunicantes?
     R - Na psicografia, pelo conteúdo da mensagem. Nas demais pelo estado vibracional do comunicante. O médium não deve preocupar-se com nomes, mas com o conteúdo de suas comunicações.
71- Que pode acontecer ao médium que se entrega à psicofonia, sem antes examinar as vibrações do Espírito?
     R - Entrando em transe, sem uma análise prévia, pode deixar-se envolver por uma entidade em desequilíbrio a lhe causar sérios problemas e à própria reunião.
72- Quais as características de uma reunião bem orientada?
     R - Local adequado e reservado para as reuniões. Silêncio. Dirigente prático e instruído doutrinariamente. Pontualidade na abertura dos trabalhos, embora a flexibilidade no encerramento. Preces curtas. Leituras preparatórias. Médiuns educados. Controle nas comunicações. Caridade para com os sofredores. Compreensão evangélica para com os Espíritos endurecidos. Ausência de ornamentos e objetos estranhos à reunião. Análise criteriosa de todas as comunicações. Assiduidade, pontualidade e disciplina por parte da equipe, sempre em atitude respeitosa no recinto. Harmonia entre os integrantes da reunião.
73- Como se processa a proteção espiritual de uma reunião mediúnica identificada com os princípios cristãos?
     R - A Espiritualidade estabelece uma faixa de isolamento e proteção envolvendo: os componentes da mesa, as entidades admitidas à comunicação e os mentores espirituais da reunião. Uma segunda faixa (mais ampla), envolvendo entidades necessitadas que estão sendo objeto de assistência, embora sem acesso à mesa. Uma terceira faixa de isolamento e proteção, envolvendo todo o edifício, onde se processa a reunião, para evitar o acesso de entidades desordeiras, levianas e outras que poderiam aproximar-se do ambiente, com prejuízos para a reunião.
74- As reuniões mediúnicas devem ou podem ser públicas?
     R - De acordo com a Codificação não devem ser públicas e também por uma questão de segurança e de caridade para com os necessitados.
75- Deve permitir-se no Culto do Evangelho no Lar manifestações mediúnicas, mesmo que apenas psicografadas?
     R - Não. O Culto do Evangelho no Lar, destina-se especificamente à orientação evangélica de seus participantes. Mediunidade é para a reunião própria.
76- Se contamos apenas com um médium desenvolvido e ele não comparece à reunião mediúnica, devemos ou não realizá-la? Mesmo que de desobsessão?
     R - Sim. Nem sempre é necessária a manifestação ostensiva dos Espíritos. Toda reunião cristã é construtiva e importante para encarnados e desencarnados, mesmo sem comunicações.
77- O êxito da reunião depende da presença de determinado médium?
     R - Com exceção da reunião de materialização, as demais não dependem da presença deste ou daquele médium.
78- É aconselhável ao médium, especialmente psicofônico, dirigir reuniões mediúnicas? Qual a pessoa mais indicada para dirigi-la?
     R - Não. Porque na direção poderia ser envolvido mediunicamente, com riscos para a própria reunião. A pessoa indicada para dirigi-la é a que possua experiência e conhecimentos necessários para a tarefa, de preferência que não tenha mediunidade ostensiva.
79- Deve a reunião ter médium especial, ou de cabeceira e tratá-lo como tal?
     R - Não, porque todos somos irmãos necessitados de aprendizado e progresso, com responsabilidade e deveres próprios.
80- Toda reunião mediúnica tem que ser aberta e iniciada com comunicações de Guias Espirituais?
     R - Não. A presença deles é um fato. As suas comunicações devem limitar-se às conveniências, por eles mesmos determinadas.
81- Quais as características de uma reunião mal orientada?
     R - Consideramos apenas as práticas mediúnicas kardecistas, uma vez que em outros meios as características abaixo relacionadas, podem ser importantes, úteis ou necessárias, pelo que as respeitamos, sem restrições, em outros ambientes. Uso de velas, defumadores, banhos, cantos etc. Assistência de olhos fechados ou dirigindo-se aos Espíritos. Presença de crianças. Obrigação de receber passes na entrada ou na saída do recinto. Consulta aos Espíritos sobre objetos perdidos, pessoas desaparecidas, possibilidades de empregos, casamentos, assuntos financeiros etc. Dirigente sem prática ou conhecimento doutrinário, Impontualidade. Demora na abertura dos trabalhos. Recinto às escuras. Médiuns com mãos entrelaçadas ou espalmadas sobre a mesa. Evocação dos protetores para abertura ou encerramento dos trabalhos. Médiuns gesticulando, gemendo, batendo mãos ou pés, usando expressões inadequadas. Conversação durante os trabalhos; recinto desapropriado. Existência de ornamentos no recinto etc.




Fonte: Do livro: Mediunidade - União Espírita Mineira.

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