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1 de nov. de 2021

Escolha profissional na visão espírita


1 - A vocação profissional é fruto da escolha do Espírito antes de reencarnar?

Pode ser. Há Espíritos que planejam cuidadosamente as atividades que pretendem desenvolver. Desde a infância revelam preferência por determinada profissão, envolvendo a opção feita. O menino que estima brincar de médico, bem como a menina que aprecia imitar a professora, oferecem pistas reveladoras dos compromissos que assumiram.

2 - Há escolas no plano espiritual?

Há escolas em todos os planos da Criação. A educação é o maior de todos os recursos evolutivos. Em cidades como Nosso Lar, segundo André Luiz, no livro homônimo, psicografia de Francisco Cândido Xavier, enfatiza-se o preparo dos Espíritos para a reencarnação, envolvendo, dentre outros aspectos, a atividade profissional.

3 - Existe adequação física para a profissão escolhida?

Isso é fundamental. O professor deve ter fluência, facilidade de expressão; o neurocirurgião, habilidade manual, sistema nervoso bem ajustado; ouvido afinado o músico; mãos fortes o trabalhador braçal; pernas ágeis o jogador de futebol. Tudo isso pode ser preparado na estrutura perispiritual e na combinação dos elementos hereditários, a partir da interferência de técnicos da espiritualidade, quando ocorre a fecundação do óvulo, dando início ao processo reencarnatório.

4 - A facilidade para determinada atividade sempre indica profissão escolhida na espiritualidade?

É indicativo de que a pessoa tem experiência no ramo. Encontramos excelentes profissionais em determinada área, que revelam vocação para atividades alheias à sua profissão: um médico muito hábil em lidar com marcenaria ou engenheiro que é excelente músico. Significa que já estiveram vinculados a essas atividades. Hoje, a própria dinâmica da evolução impõe que diversifiquem suas experiências, adquirindo novas aptidões.

5 - Por que a maior parte dos jovens encontra grande dificuldade para escolher uma profissão? É que não chegaram a defini-la previamente, na Espiritualidade.

Deverão vincular-se a determinada atividade que guarde compatibilidade com suas tendências, desejos e experiências anteriores.

6 - Quem reencarna com planejamento prévio não é um protegido?

Semelhante tendência é característica das sociedades humanas. Na espiritualidade prevalece sempre o merecimento. Se alguém tem a oportunidade de um melhor preparo para a reencarnação, deva-se aos seus méritos e à natureza da tarefa que pretende desempenhar. Considere-se, também, que sua responsabilidade será maior, já que, como ensina Jesus, mais será pedido àquele que mais recebeu.

7 - Os Espíritos que reencarnam com uma profissão definida não levam vantagem, não obterão maiores facilidades?

Digamos que é o corredor que sai na frente, mas a jornada é longa. O que pesa mesmo é a dedicação, o esforço, a vontade de vencer. Como diz Amado Nervo, nem sempre o que mais corre a meta alcança, nem mais longe o mais forte o disco lança, mas o que, certo em si, vai firme e em frente, com a decisão firmada em sua mente.

8 - Como enfrentar essa fase de incertezas, em que o jovem deve optar por uma profissão que ainda não definiu?

Infelizmente essa opção tem que ser feita na faixa dos dezesseis aos dezoito anos, período de muitas incertezas para o Espírito reencarnado. Podem ajudá-lo os testes vocacionais, o contato com as atividades profissionais, sei de um jovem que descobriu sua vocação trabalhando como voluntário em grupo de assistência a hospitais; outro optou pelo magistério, a partir de uma experiência com evangelização infantil, o debate com professores e, sobretudo, a confiança em Deus e a oração. Quem ora contrito, consciente da presença divina, sempre colherá a orientação precisa do que deve fazer, que caminhos deve trilhar em relação a todas as atividades humanas. Isso inclui a profissão.

RICHARD SIMONETTI

19 de out. de 2021

Talismãs e Amuletos na Visão Espírita

 

Em sua época, Kardec era reconhecido pelos seus contemporâneos como autoridade em relação aos temas sobre as novas descobertas entre a relação dos mundos visível e invisível. Tanto assim que, frequentemente, buscavam-no a fim de receber sua opinião relacionada aos inúmeros fenômenos além-matéria. Foi assim quanto ao poder de objetos, talismãs e adereços. Teriam eles, poder de descortinar o passado de alguém ou prever o futuro, ou atrair os Espíritos? Há, nesses objetos, algo que possa denominá-los, na forma vulgar, como objetos mágicos?

Dentre as vezes que Kardec abordou o tema medalhas, símbolos e demais, um texto na Revista Espírita, 11/1858, com o título “Os talismãs – medalha cabalística” trata sobre tal assunto, conforme resumo.

Uma senhora, médium sonâmbula, havia informado que determinada medalha tinha poderes especiais de atrair os Espíritos. Pediram a opinião de Kardec a respeito. Logo de início, já explica que os Espíritos são atraídos pelo pensamento e não pelo objeto em si. Espíritos que se apegam a esses objetos são inferiores, mesmo que estejam agindo de forma honesta. É que conservam, mais ou menos, as manias e ideias que tinham enquanto encarnados. Portanto, nada fora do esquadro que repitam este modelo mental no mundo dos Espíritos. Por outro lado, há também os Espíritos zombeteiros que gostam de divertirem-se à custa da ingenuidade alheia. O foco, portanto, é o pensamento e é esse que acaba por atrair os Espíritos.

Imagine que você deposita uma fé inabalável de que um copo qualquer pode atrair um bom Espírito. E todos os dias você reserva um tempo para olhar no interior deste copo a fim de atrair os bons Espíritos para um contato. Você ora com fervor e sinceridade e os Espíritos comparecem, serenam teu coração, sugerem-te bons conselhos, ajudam-te a responder as mais intrincadas questões íntimas e por aí vai. Você pode achar que o poder está no copo. Contudo, a realidade é que a força está relacionada ao teu pensamento e sentimentos para que tragam os bons Espíritos em teu benefício. O copo é apenas um amuleto e, caso seja descartado, nenhuma alteração haverá se você prosseguir na busca dos bons Espíritos com sinceridade e fervor.

A ideia de Kardec é tornar o contato com os Espíritos mais espiritual do que material. Se antes havia uma suposta “necessidade” do material para interagir com o espiritual, Kardec a retira e mostra que isto é desnecessário. O contato com os Espíritos é feito de coração para coração, de mente a mente. Não é a matéria, o objeto que atrai os Espíritos, mas o pensamento, o coração conectado e a vontade do indivíduo.

Há uma observação a ser feita. Os objetos podem ser magnetizados e, com isso, “adquirirem” algumas propriedades especiais, mas de forma passageira. Imagine alguém dotado de grande poder magnético, daqueles em que o olhar é penetrante e traz força indescritível. Este indivíduo direciona seu olhar a uma medalha, seu pensamento naquele objeto é firme e forte no intuito de magnetizá-lo. Pois bem, é possível sim que alguém ao tocar este objeto, agora já impregnado com o fluido a ele direcionado, sinta sensação diferente, ou mesmo entre em transe por conta da “força” que contém, momentaneamente, o material.

Perceba, todavia, que o poder não está no objeto em si, mas na força do pensamento que a ele foi direcionada. Kardec, como trabalhava com evocação, na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, evocou São Luís e pediu que este manifestasse sua opinião relacionada ao assunto.
O benfeitor considerou o tema já amplamente debatido e questão encerrada, pois após algumas diretrizes, bem semelhantes ao pensamento de Kardec, sugeriu que ele – Kardec – se ocupasse de coisas mais sérias.

O tema em questão pode desdobrar-se e dar origem aos mais diversos questionamentos como, se há objetos com mais ou menos condições de absorver os fluidos magnéticos e ficarem mais ou menos tempo impregnados com estes.

Há muita coisa interessante a pesquisar. Que tal?

Wellington Balbo

14 de out. de 2021

A visão espírita sobre os flagelos naturais


"Mediante as experiências educativas que o mundo vive nesses momentos em que enfrenta pandemia é importante relembrar ou lembrar o que a Doutrina Espírita esclarece sobre os flagelos destruidores.

Em O Livro dos Espíritos, editado em 1857, os Espíritos esclarecem sabiamente o assunto ao responderem os questionamentos que Allan Kardec formulou. Vejamos então as perguntas 737 a 741 de O Livro dos Espíritos:

737. Com que fim fere Deus a Humanidade por meio de flagelos destruidores?

“Para fazê-la progredir mais depressa. Já não dissemos ser a destruição uma necessidade para a regeneração moral dos Espíritos, que, em cada nova existência, sobem um degrau na escala do aperfeiçoamento? Preciso é que se veja o objetivo, para que os resultados possam ser apreciados. Somente do vosso ponto de vista pessoal os apreciais; daí vem que os qualificais de flagelos, por efeito do prejuízo que vos causam. Essas subversões, porém, são frequentemente necessárias para que mais pronto se dê o advento de uma melhor ordem de coisas e para que se realize em alguns anos o que teria exigido muitos séculos.”

738. Para conseguir a melhora da Humanidade, não podia Deus empregar outros meios que não os flagelos destruidores?

“Pode e os emprega todos os dias, pois que deu a cada um os meios de progredir pelo conhecimento do bem e do mal. O homem, porém, não se aproveita desses meios. Necessário, portanto, se torna que seja castigado no seu orgulho e que se lhe faça sentir a sua fraqueza.”

a) Mas nesses flagelos tanto sucumbe o homem de bem como o perverso. Será justo isso?

“Durante a vida, o homem tudo refere ao seu corpo; entretanto, de maneira diversa pensa depois da morte. Ora, conforme temos dito, a vida do corpo bem pouca coisa é. Um século no vosso mundo não passa de um relâmpago na eternidade. Logo, nada são os sofrimentos de alguns dias ou de alguns meses, de que tanto vos queixais. Representam um ensino que se vos dá e que vos servirá no futuro. Os Espíritos, que preexistem e sobrevivem a tudo, formam o mundo real. Esses os filhos de Deus e o objeto de toda a sua solicitude. Os corpos são meros disfarces com que eles aparecem no mundo. Por ocasião das grandes calamidades que dizimam os homens, o espetáculo é semelhante ao de um exército cujos soldados, durante a guerra, ficassem com seus uniformes estragados, rotos ou perdidos. O general se preocupa mais com seus soldados do que com os uniformes deles.”

b) Mas nem por isso as vítimas desses flagelos deixam de o ser.

“Se considerásseis a vida qual ela é e quão pouca coisa representa com relação ao infinito, menos importância lhe daríeis. Em outra vida, essas vítimas acharão ampla compensação aos seus sofrimentos, se souberem suportá-los sem murmurar.”

Venha por um flagelo a morte, ou por uma causa comum, ninguém deixa por isso de morrer, desde que haja soado a hora da partida. A única diferença, em caso de flagelo, é que maior número parte ao mesmo tempo.

Se, pelo pensamento, pudéssemos elevar-nos de maneira a dominar a Humanidade e a abrangê-la em seu conjunto, esses tão terríveis flagelos não nos pareceriam mais do que passageiras tempestades no destino do mundo.

739. Têm os flagelos destruidores utilidade, do ponto de vista físico, não obstante os males que ocasionam?

“Têm. Muitas vezes mudam as condições de uma região, mas o bem que deles resulta só as gerações vindouras o experimentam.”

740. Não serão os flagelos, igualmente, provas morais para o homem, por porem-no a braços com as mais aflitivas necessidades?

“Os flagelos são provas que dão ao homem ocasião de exercitar a sua inteligência, de demonstrar sua paciência e resignação ante a vontade de Deus e que lhe oferecem ensejo de manifestar seus sentimentos de abnegação, de desinteresse e de amor ao próximo, se o não domina o egoísmo.”

741. Dado é ao homem conjurar os flagelos que o afligem?

“Em parte, é; não, porém, como geralmente o entendem. Muitos flagelos resultam da imprevidência do homem. À medida que adquire conhecimentos e experiência, ele os vai podendo conjurar, isto é, prevenir, se lhes sabe pesquisar as causas. Contudo, entre os males que afligem a Humanidade, alguns há de caráter geral, que estão nos decretos da Providência e dos quais cada indivíduo recebe, mais ou menos, o contragolpe. A esses nada pode o homem opor, a não ser sua submissão à vontade de Deus. Esses mesmos males, entretanto, ele muitas vezes os agrava pela sua negligência.”

Na primeira linha dos flagelos destruidores, naturais e independentes do homem, devem ser colocadas a peste, a fome, as inundações e as intempéries fatais às produções da terra. Não tem, porém, o homem encontrado na Ciência, nas obras de arte, no aperfeiçoamento da agricultura, nos afolhamentos e nas irrigações, no estudo das condições higiênicas, meios de impedir, ou, quando menos, de atenuar muitos desastres? Certas regiões, outrora assoladas por terríveis flagelos, não estão hoje preservadas deles? Que não fará, portanto, o homem pelo seu bem-estar material, quando souber aproveitar-se de todos os recursos da sua inteligência e quando, aos cuidados da sua conservação pessoal, souber aliar o sentimento de verdadeira caridade para com os seus semelhantes?"

Fonte: FEB

20 de jul. de 2019

Os Milagres Segundo O Espiritismo




Os milagres no sentido teológico - O Espiritismo não faz milagres - Faz Deus milagres? - O sobrenatural e as religiões
Os milagres no sentido teológico1. - Na acepção etimológica, a palavra milagre (de mirari, admirar) significa: admirável, coisa
extraordinária, surpreendente. A Academia definiu-a deste modo: Um ato do poder divino contrário às leis
da Natureza, conhecidas.
Na acepção usual, essa palavra perdeu, como tantas outras, a significação primitiva. De geral, que era, se
tornou de aplicação restrita a uma ordem particular de fatos. No entender das massas, um milagre implica
a idéia de um fato extranatural; no sentido teológico, é uma derrogação das leis da Natureza, por meio da
qual Deus manifesta o seu poder. Tal, com efeito, a acepção vulgar, que se tornou o sentido próprio, de
modo que só por comparação e por metáfora a palavra se aplica às circunstâncias ordinárias da vida.
Um dos caracteres do milagre propriamente dito é o ser inexplicável, por isso mesmo que se realiza com
exclusão das leis naturais. É tanto essa a idéia que se lhe associa, que, se um fato milagroso vem a
encontrar explicação, se diz que já não constitui milagre, por muito espantoso que seja. O que, para a
Igreja, dá valor aos milagres é, precisamente, a origem sobrenatural deles e a impossibilidade de serem
explicados. Ela se firmou tão bem sobre esse ponto, que o assimilarem-se os milagres aos fenômenos da
Natureza constitui para ela uma heresia, um atentado contra a fé, tanto assim que excomungou e até
queimou muita gente por não ter querido crer em certos milagres.
Outro caráter do milagre é o ser insólito, isolado, excepcional. Logo que um fenômeno se reproduz, quer
espontânea, quer voluntariamente, é que está submetido a uma lei e, desde então, seja ou não seja
conhecida a lei, já não pode haver milagres.
2. - Aos olhos dos ignorantes, a Ciência faz milagres todos os dias. Se um homem, que se ache
realmente morto, for chamado à vida por intervenção divina, haverá verdadeiro milagre, por ser esse um
fato contrário às leis da Natureza. Mas, se em tal homem houver apenas aparências de morte, se lhe
restar uma vitalidade latente e a Ciência, ou uma ação magnética, conseguir reanimá-lo, para as pessoas
esclarecidas ter-se-á dado um fenômeno natural, mas, para o vulgo ignorante, o fato passará por
miraculoso. Lance um físico, do meio de certas campinas, um papagaio elétrico e faça que o raio caia
sobre uma árvore e certamente esse novo Prometeu será tido por armado de diabólico poder. Houvesse,
porém, Josué detido o movimento do Sol, ou, antes, da Terra e teríamos aí o verdadeiro milagre,
porquanto nenhum magnetizador existe dotado de bastante poder para operar semelhante prodígio.
Foram fecundos em milagres os séculos de ignorância, porque se considerava sobrenatural tudo aquilo
cuja causa não se conhecia. À proporção que a Ciência revelou novas leis, o círculo do maravilhoso se foi
restringindo; mas, como a Ciência ainda não explorara todo o vasto campo da Natureza, larga parte dele
ficou reservada para o maravilhoso.
3. - Expulso do domínio da materialidade, pela Ciência, o maravilhoso se encastelou no da
espiritualidade, onde encontrou o seu último refúgio. Demonstrando que o elemento espiritual é uma das
forças vivas da Natureza, força que incessantemente atua em concorrência com a força material, o
Espiritismo faz que voltem ao rol dos efeitos naturais os que dele haviam saído, porque, como os outros,
também tais efeitos se acham sujeitos a leis. Se for expulso da espiritualidade, o maravilhoso já não terá
razão de ser e só então se poderá dizer que passou o tempo dos milagres. (Cap. I, nº 18.)

O Espiritismo não faz milagres
4. - O Espiritismo, pois, vem, a seu turno, fazer o que cada ciência fez no seu advento: revelar novas leis
e explicar, conseguintemente, os fenômenos compreendidos na alçada dessas leis.
Esses fenômenos, é certo, se prendem à existência dos Espíritos e à intervenção deles no mundo
material e isso é, dizem, o em que consiste o sobrenatural. Mas, então, fora mister se provasse que os
Espíritos e suas manifestações são contrárias às leis da Natureza; que aí não há, nem pode haver, a
ação de uma dessas leis.
O Espírito mais não é do que a alma sobrevivente ao corpo; é o ser principal, pois que não morre, ao
passo que o corpo é simples acessório sujeito à destruição. Sua existência, portanto, é tão natural depois,
Como durante a encarnação; está submetido às leis que regem o princípio espiritual, como o corpo o está
às que regem o princípio material; mas, como estes dois princípios têm necessária afinidade, como
reagem incessantemente um sobre o outro, como da ação simultânea deles resultam o movimento e a
harmonia do conjunto, segue-se que a espiritualidade e a materialidade são duas partes de um mesmo
todo, tão natural uma quanto a outra, não sendo, pois, a primeira uma exceção, uma anomalia na ordem
das coisas.
5. - Durante a sua encarnação, o Espírito atua sobre a matéria por intermédio do seu corpo fluídico ou
perispírito, dando-se o mesmo quando ele não está encarnado. Como Espírito e na medida de suas
capacidades, faz o que fazia como homem; apenas, por já não ter o corpo carnal para instrumento, servese, quando necessário, dos órgãos materiais de um encarnado, que vem a ser o a que se chama médium.
Procede então como um que, não podendo escrever por si mesmo, se vale de um secretário, ou que, não
sabendo uma língua, recorre a um intérprete. O secretário e o intérprete são os médiuns de um
encarnado, do mesmo modo que o médium é o secretário ou o intérprete de um Espírito.
6. - Já não sendo o mesmo que no estado de encarnação o meio em que atuam os Espíritos e os modos
por que atuam, diferentes são os efeitos, que parecem sobrenaturais unicamente porque se produzem
com o auxílio de agentes que não são os de que nos servimos. Desde, porém, que esses agentes estão
na Natureza e as manifestações se dão em virtude de certas leis, nada há de sobrenatural, ou de
maravilhoso. Antes de se conhecerem as propriedades da eletricidade, os fenômenos elétricos passavam
por prodígios para certa gente; desde que se tornou conhecida a causa, desapareceu o maravilhoso. O
mesmo ocorre com os fenômenos espíritas, que não são mais aberrantes das leis naturais do que os
fenômenos elétricos, acústicos, luminosos e outros, que serviram de fundamento a uma imensidade de
crenças supersticiosas.
7. - Entretanto, dir-se-á, admitis que um Espírito pode levantar uma mesa e mantê-la no espaço sem
ponto de apoio; não está aí uma derrogação da lei da gravidade? - Sim, da lei conhecida. Conhecem-se,
porém, todas as leis? Antes que se houvesse experimentado a força ascensional de alguns gases, quem
diria que uma pesada máquina, transportando muitos homens, poderia triunfar da força de atração? Ao
vulgo, isso não pareceria maravilhoso, diabólico? Aquele que se houvera proposto, há um século, a
transmitir uma mensagem a 500 léguas e receber a resposta dentro de alguns minutos, teria passado por
louco; se o fizesse, teriam acreditado estar o diabo às suas ordens, porquanto, então, só o diabo era
capaz de andar tão depressa. Hoje, no entanto, não só se reconhece possível o fato, como ele parece
naturalíssimo. Por que, pois, um fluido desconhecido careceria da propriedade de contrabalançar, em

dadas circunstâncias, o efeito da gravidade, como o hidrogênio contrabalança o peso do balão? É,
efetivamente, o que sucede, no caso de que se trata. (O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. IV.)
8. - Uma vez que estão no quadro dos da Natureza, os fenômenos espíritas se hão produzido em todos
os tempos; mas, precisamente, porque não podiam ser estudados pelos meios materiais de que dispõe a
ciência vulgar, permaneceram muito mais tempo do que outros no domínio do sobrenatural, donde o
Espiritismo agora os tira.
Baseado em aparências inexplicadas, o sobrenatural deixa livre curso à imaginação que, a vagar pelo
desconhecido, gera as crenças supersticiosas. Uma explicação racional, fundada nas leis da Natureza,
reconduzindo o homem ao terreno da realidade, fixa um ponto de parada aos transviamentos da
imaginação e destrói as superstições. Longe de ampliar o domínio do sobrenatural, o Espiritismo o
restringe até aos seus limites extremos e lhe arrebata o último refúgio. Se é certo que ele faz crer na
possibilidade de alguns fatos, não menos certo é que, por outro lado, impede a crença em diversos
outros, porque demonstra, no campo da espiritualidade, a exemplo da Ciência no da materialidade, o que
é possível e o que não o é. Todavia, como não alimenta a pretensão de haver dito a última palavra seja
sobre o que for, nem mesmo sobre o que é da sua competência, ele não se apresenta como absoluto
regulador do possível e deixa de parte os conhecimentos reservados ao futuro.
9. - Os fenômenos espíritas consistem nos diferentes modos de manifestação da alma ou Espírito, quer
durante a encarnação, quer no estado de erraticidade. É pelas manifestações que produz que a alma
revela sua existência, sua sobrevivência e sua individualidade; julga-se dela pelos seus efeitos; sendo
natural a causa, o efeito também o é. São esses efeitos que constituem objeto especial das pesquisas e
do estudo do Espiritismo, a fim de chegar-se a um conhecimento tão completo quanto possível, assim da
natureza e dos atributos da alma, como das leis que regem o princípio espiritual.
10. - Para os que negam a existência do princípio espiritual independente, que negam, por conseguinte, a
da alma individual e sobrevivente, a Natureza toda está na matéria tangível; todos os fenômenos que
concernem à espiritualidade são, para esses negadores, sobrenaturais e, portanto, quiméricos. Não
admitindo a causa não podem eles admitir os efeitos e, quando estes são patentes, os atribuem à
imaginação, à ilusão, à alucinação e se negam a aprofundá-los. Daí, a opinião preconcebida em que se
acastelam e que os torna inaptos a apreciar judiciosamente o Espiritismo, porque parte do princípio de
negação de tudo o que não seja material.
11. - Do fato, porém, de o Espiritismo admitir os efeitos, que são corolário da existência da alma, não se
segue que admita todos os efeitos qualificados de maravilhosos e que se proponha a justificá-los e darlhes crédito; que se faça campeão de todos os devaneios, de todas as utopias, de todas as
excentricidades sistemáticas, de todas as lendas miraculosas. Fora preciso conhecê-lo muito pouco, para
pensar assim. Seus adversários julgam opor-lhe um argumento irreplicável, quando, depois de haverem
feito eruditas pesquisas sobre os convulsionários de Saint-Médard, sobre os camisardos das Cevenas, ou
sobre os religiosos de Loudun, chegaram a descobrir fatos patentes de embuste, que ninguém contesta.
Mas, essas histórias serão, porventura, o Evangelho do Espiritismo? Já terão seus adeptos negado que o
charlatanismo haja explorado em proveito próprio alguns fatos; que a imaginação os tenha criado; que o
fanatismo os haja exagerado muitíssimo? Ele é tão solidário com as extravagâncias que se cometam em
seu nome, como a Ciência o é com os abusos da ignorância e a verdadeira religião com os abusos do
fanatismo. Muitos críticos julgam do Espiritismo pelos contos de fadas e pelas lendas populares, ficções

daqueles contos. O mesmo seria julgar da História pelos romances históricos ou pelas tragédias.
12. - Os fenômenos espíritas são as mais das vezes espontâneos e se produzem sem nenhuma idéia
preconcebida da parte das pessoas com quem eles se dão e que, em regra, são as que neles menos
pensam. Alguns há que, em certas circunstâncias, podem ser provocados pelos agentes denominados
médiuns. No primeiro caso, o médium é inconsciente do que se produz por seu intermédio no segundo,
age com conhecimento de causa, donde a classificação de médiuns conscientes e médiuns
inconscientes. Estes últimos são os mais numerosos e se encontram com freqüência entre os mais
obstinados incrédulos que, assim, praticam o Espiritismo sem o saberem, nem quererem. Por isso
mesmo, os fenômenos espontâneos revestem capital importância, visto não se poder suspeitar da boa-fé
dos que os obtêm. Dá-se aqui o que se dá com o sonambulismo que, em certos indivíduos, é natural e
involuntário, enquanto que noutros é provocado pela ação magnética. (1)
(1) O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. V. - Revue Spirite; exemplos: dezembro de 1865, pág. 370, agosto
de 1865, pág. 231.
Resultem, porém, ou não esses fenômenos de um ato da vontade, a causa primária é exatamente a
mesma e não se afasta uma linha das leis naturais. Os médiuns, portanto, nada absolutamente produzem
de sobrenatural; por conseguinte, nenhum milagre fazem. As próprias curas instantâneas não são mais
milagrosas, do que os outros efeitos, dado que resultam da ação de um agente fluídico, que desempenha
o papel de agente terapêutico, cujas propriedades não deixam de ser naturais por terem sido ignoradas
até agora. É, pois, totalmente impróprio o epíteto de taumaturgos que a crítica ignorante dos princípios do
Espiritismo há dado a certos médiuns. A qualificação de milagres emprestada, por comparação, a esta
espécie de fenômenos, somente pode induzir em erro sobre o verdadeiro caráter deles.
13. - A intervenção de inteligências ocultas nos fenômenos espíritas não os torna mais milagrosos do que
todos os outros fenômenos devidos a agentes invisíveis, porque esses seres ocultos que povoam os
espaços São uma das forças da Natureza, força cuja ação é incessante sobre o mundo material, tanto
quanto sobre o mundo moral.
Esclarecendo-nos acerca dessa força, o Espiritismo faculta a elucidação de uma imensidade de coisas
inexplicadas e inexplicáveis por qualquer outro meio e que, por isso, passaram por prodígios nos tempos
idos. Do mesmo modo que o magnetismo, ele revela uma lei, senão desconhecida, pelo menos mal
compreendida; ou, melhor dizendo, conheciam-se os efeitos, porque eles em todos os tempos se
produziram, porém não se conhecia a lei e foi o desconhecimento desta que gerou a superstição.
Conhecida essa lei, desaparece o maravilhoso e os fenômenos entram na ordem das coisas naturais. Eis
por que tanto operam um milagre os espíritas quando fazem que uma mesa se mova sozinha, ou que os
mortos escrevam, como um milagre opera o médico, quando faz que um moribundo reviva, ou o físico,
quando faz que o raio caia. Aquele que pretendesse, com o auxílio desta ciência, fazer milagres seria ou
um ignorante do assunto, ou um enganador de tolos.
14. - Pois que o Espiritismo repudia toda pretensão às coisas miraculosas, haverá, fora dele, milagres, na
acepção usual desta palavra?
Digamos, primeiramente, que, dos fatos reputados milagrosos, ocorridos antes do advento do Espiritismo
e que ainda no presente ocorrem, a maior parte, senão todos, encontram explicação nas novas leis que

ele veio revelar. Esses fatos, portanto, se compreendem, embora sob outro nome, na ordem dos
fenômenos espíritas e, como tais, nada têm de sobrenatural. Fique, porém, bem entendido que nos
referimos aos fatos autênticos e não aos que, com a denominação de milagres, são produto de uma
indigna trampolinice, com o fito de explorar a credulidade. Tampouco nos referimos a certos fatos
lendários que podem ter tido, originariamente, um fundo de verdade, mas que a superstição ampliou até
ao absurdo. Sobre esses fatos é que o Espiritismo projeta luz, fornecendo meios de apartar do erro a
verdade.
Faz Deus milagres?15. - Quanto aos milagres propriamente ditos, Deus, visto que nada lhe é impossível, pode fazê-los. Mas,
fá-los? Ou, por outras palavras; derroga as leis que dele próprio emanaram? Não cabe ao homem
prejulgar os atos da Divindade, nem os subordinar à fraqueza do seu entendimento. Contudo, em face
das coisas divinas, temos, para critério do nosso juízo, os atributos mesmos de Deus. Ao poder soberano
reúne ele a soberana sabedoria, donde se deve concluir que não faz coisa alguma inútil.
Por que, então, faria milagres? Para atestar o seu poder, dizem. Mas, o poder de Deus não se manifesta
de maneira muito mais imponente pelo grandioso conjunto das obras da criação, pela sábia previdência
que essa criação revela, assim nas partes mais gigantescas, como nas mais mínimas, e pela harmonia
das leis que regem o mecanismo do Universo, do que por algumas pequeninas e pueris derrogações que
todos os prestímanos sabem imitar? Que se diria de uni sábio mecânico que, para provar a sua
habilidade, desmantelasse um relógio construído pelas suas mãos, obra-prima de ciência, a fim de
mostrar que pode desmanchar o que fizera? Seu saber, ao contrário, não ressalta muito mais da
regularidade e da precisão do movimento da sua obra?
Não é, pois, da alçada do Espiritismo a questão dos milagres; mas, ponderando que Deus não faz coisas
inúteis, ele emite a seguinte opinião: Não sendo necessários os milagres para a glorificação de Deus,
nada no Universo se produz fora do âmbito das leis gerais. Deus não faz milagres, porque, sendo, como
são, perfeitas as suas leis, não lhe é necessário derrogá-las. Se há fatos que não compreendemos, é que
ainda nos faltam os conhecimentos necessários.
16. - Admitido que Deus houvesse alguma vez, por motivos que nos escapam, derrogado acidentalmente
leis por ele estabelecidas, tais leis já não seriam imutáveis. Mesmo, porem, que semelhante derrogação
seja possível, ter-se- á, pelo menos, de reconhecer que só ele, Deus, dispõe desse poder; sem se negar
ao Espírito do mal a onipotência, não se pode admitir lhe seja dado desfazer a obra divina, operando, de
seu lado, prodígios capazes de seduzir até os eleitos, pois que isso implicaria a idéia de um poder igual
ao de Deus. E, no entanto, o que ensinam. Se Satanás tem o poder de sustar o curso das leis naturais,
que são obra de Deus, sem a permissão deste, mais poderoso é ele do que a Divindade. Logo, Deus não
possui a onipotência e se, como pretendem, delega poderes a Satanás, para mais facilmente induzir os
homens ao mal, falta-lhe a soberana bondade. Em ambos os casos, há negação de um dos atributos sem
os quais Deus não seria Deus.
Daí vem a Igreja distinguir os bons milagres, que procedem de Deus, dos maus milagres, que procedem
de Satanás. Mas, como diferençá-los? Seja satânico ou divino um milagre, haverá sempre uma
derrogação de leis emanadas unicamente de Deus. Se um indivíduo é curado por suposto milagre, quer
seja Deus quem o opere, quer Satanás, não deixará por isso de ter havido a cura. Forçoso se torna fazer

pobríssima idéia da inteligência humana para se pretender que semelhantes doutrinas possam ser aceitas
nos dias de hoje.
Reconhecida a possibilidade de alguns fatos considerados miraculosos, há-se de concluir que, seja qual
for a origem que se lhes atribua, eles são efeitos naturais de que se podem utilizar Espíritos
desencarnados ou encarnados, como de tudo, como da própria inteligência e dos conhecimentos
científicos de que disponham, para o bem ou para o mal, conforme neles preponderem a bondade ou a
perversidade. Valendo-se do saber que haja adquirido, pode um ser perverso fazer coisas que passem
por prodígios aos olhos dos ignorantes; mas, quando tais efeitos dão em resultado um bem qualquer, fora
ilógico atribuir-se-lhes uma origem diabólica.
17. - Mas, a religião, dizem, se apóia em fatos que nem explicados, nem explicáveis são. Inexplicados,
talvez; inexplicáveis, é questão muito outra. Que sabe o homem das descobertas e dos conhecimentos
que o futuro lhe reserva? Sem falar do milagre da criação, o maior de todos sem contestação possível, já
pertencente ao domínio da lei universal, não vemos reproduzirem-se hoje, sob o império do magnetismo,
do sonambulismo, do Espiritismo, os êxtases, as visões, as aparições, as percepções a distância, as
curas instantâneas, as suspensões, as comunicações orais e outras com os seres do mundo invisível,
fenômenos esses conhecidos desde tempos imemoráveis, tidos outrora por maravilhosos e que
presentemente se demonstra pertencerem à ordem das coisas naturais, de acordo com a lei constitutiva
dos seres? Os livros sagrados estão cheios de fatos desse gênero, qualificados de sobrenaturais; como,
porém, outros análogos e ainda mais maravilhosos se encontram em todas as religiões pagãs da
antigüidade, se a veracidade de uma religião dependesse do numero e da. natureza de tais fatos, não se
saberia dizer qual a que devesse prevalecer.
O sobrenatural e as religiões18. - Pretender-se que o sobrenatural é o fundamento de toda religião, que ele é o fecho de abóbada do
edifício cristão, é sustentar perigosa tese. Assentar exclusivamente as verdades do Cristianismo sobre a
base do maravilhoso é dar-lhe fraco alicerce, cujas pedras facilmente se soltam. Essa tese, de que se
constituíram defensores eminentes teólogos, leva direito à conclusão de que, em breve tempo, já não
haverá religião possível, nem mesmo a cristã, desde que se chegue a demonstrar que é natural o que se
considerava sobrenatural, visto que, por mais que se acumulem argumentos, não se logrará sustentar a
crença de que um fato é miraculoso, depois de se haver provado que não o é. Ora, a prova existe de que
um fato não constitui exceção às leis naturais, logo que pode ser explicado por essas mesmas leis e que,
podendo reproduzir-se por intermédio de um indivíduo qualquer, deixa de ser privilégio dos santos. O de
que necessitam as religiões não é do sobrenatural, mas do princípio espiritual, que erradamente
costumam confundir com o maravilhoso e sem o qual não há religião possível.
O Espiritismo considera de um ponto mais elevado a religião cristã; dá-lhe base mais sólida do que a dos
milagres: as imutáveis leis de Deus, a que obedecem assim o princípio espiritual, como o princípio
material. Essa base desafia o tempo e a Ciência, pois que o tempo e a Ciência virão sancioná-la.
Deus não se torna menos digno da nossa admiração, do nosso reconhecimento, do nosso respeito, por
não haver derrogado suas leis, grandiosas, sobretudo, pela imutabilidade que as caracteriza. Não se faz
mister o sobrenatural, para que se preste a Deus o culto que lhe é devido. A Natureza não é de si mesma
tão imponente, que dispense se lhe acrescente seja o que for para provar a suprema potestade? Tanto

menos incrédulos topará a religião, quanto mais a razão a sancionar em todos os pontos. O Cristianismo
nada tem que perder com semelhante sanção; ao contrário, só tem que ganhar. Se alguma coisa o há
prejudicado na opinião de muitas pessoas, foi precisamente o abuso do sobrenatural e do maravilhoso.
19. - Se tomarmos a palavra milagre em sua acepção etimológica, no sentido de coisa admirável, teremos
milagres incessantemente sob as vistas. Aspiramo-los no ar e calcamo-los aos pés, porque tudo então é
milagre em a Natureza.
Querem dar ao povo, aos ignorantes, aos pobres de espírito uma idéia do poder de Deus? Mostrem-no na
sabedoria infinita que preside a tudo, no admirável organismo de tudo o que vive, na frutificação das
plantas, na apropriação de todas as partes de cada ser às suas necessidades, de acordo com o meio
onde ele é posto a viver. Mostrem-lhes a ação de Deus na vergôntea de um arbusto, na flor que
desabrocha, no Sol que tudo vivifica. Mostrem-lhes a sua bondade na solicitude que dispensa a todas as
criaturas, por mais ínfimas que sejam, a sua previdência, na razão de ser de todas as coisas, entre as
quais nenhuma inútil se conta, no bem que sempre decorre de um mal aparente e temporário. Façam-lhes
compreender, principalmente, que o mal real é obra do homem e não de Deus; não procurem espavori-los
com o quadro das penas eternas, em que acabam não mais crendo e que os levam a duvidar da bondade
de Deus; antes, dêem-lhes coragem, mediante a certeza de poderem um dia redimir-se e reparar o mal
que hajam praticado. Apontem-lhes as descobertas da Ciência como revelações das leis divinas e não
como obras de Satanás. Ensinem-lhes, finalmente, a ler no livro da Natureza, constantemente aberto
diante deles; nesse livro inesgotável, em cada uma de cujas páginas se acham inscritas a sabedoria e a
bondade do Criador. Eles, então, compreenderão que um Ser tão grande, que com tudo se ocupa, que
por tudo vela, que tudo prevê, forçosamente dispõe do poder supremo. Vê-lo-á o lavrador, ao sulcar o seu
campo; e o desditoso, nas suas aflições, o bendirá dizendo: Se sou infeliz, é por culpa minha. Então, os
homens serão verdadeiramente religiosos, racionalmente religiosos, sobretudo, muito mais do que
acreditando em pedras que suam sangue, ou em estátuas que piscam os olhos e derramam lágrimas.
 


Allan Kardec - A Gênese

1 de mai. de 2019

A adoção por homossexuais em uma visão espírita


O médium, palestrante e escritor espírita Raul Teixeira comenta:

 “O amor não tem sexo. Como é que podemos imaginar que o melhor para uma criança é ser criada na rua, ao relento, submetida a todo tipo de execração, a ser criada nutrida, abençoada por um lar de casal homossexual?

 Muita gente assevera que a criança corre riscos. Mas como? Nós estamos acompanhando as crianças correndo riscos nas casas de seus pais heterossexuais todos os dias!

Outros afirmam que a criança criada por homossexuais poderá adotar a mesma postura, a mesma orientação sexual. O que também é falso. 

A massa de homossexuais do mundo advêm de lares heterossexuais. Então, teremos de concluir que são os casais heterossexuais que formam os homossexuais. Logo, não devemos entrar nessa discussão que é tola e preconceituosa. Aquele que tem amor para dar, que dê.”

Amemos nossos filhos, sem cogitar se nos vieram aos braços pela descendência física ou não, como encargo abençoado com que o Céu nos presenteia.

 Encerremos com Emmanuel: “Recorda que, em última instância, seja qual seja a nossa posição nas equipes familiares da Terra, somos, acima de tudo, filhos de Deus”.

6 de jun. de 2017

CREMAÇÃO NA VISÃO ESPÍRITA



O medo de ser enterrado vivo induz muita gente a desejar ser cremado. Queima-se o cadáver evitando o problema. Mas há uma dúvida que inspira a pergunta mais freqüente:
- Se no ato crematório o Espírito ainda estiver preso ao corpo, o que acontecerá?
Tudo aquilo que doamos temos, é da lei. Tudo que temos, devemos.
O corpo é uma veste e um instrumento muito valioso e útil para o espírito, enquanto encarnado. Depois de morto, nenhuma utilidade mais tem para o espírito que o animou. Poderá vir a ser cremado sem que nada disso traga qualquer prejuízo real para o espírito desencarnado.
Pensam alguns que se o seu corpo for queimado ou lesado haverá prejuízo para o seu ressurgimento no mundo espiritual. Entretanto, não é o corpo material que continua a viver além-túmulo nem é ele que irá ressurgir, reaparecer, mas sim o espírito com o seu corpo fluídico (perispírito), que nada tem a ver com o corpo que ficou na Terra.
É necessário observar que, se o Espírito estiver ligado ao corpo não sofrerá dores, porque o cadáver não transmite sensações ao Espírito, mas obviamente experimentará impressões extremamente desagradáveis, além do trauma decorrente de um desligamento violento e extemporâneo. Mas pense bem, enterrar o corpo é também algo horrível se o espírito permanecer preso a ele; a autópsia; a putrefação do corpo, os vermes devorando a carne putrefata, é também angustiante para o espírito. Entretanto devemos lembrar que o perispírito está em outra faixa vibratória, e que em circunstâncias normais não deve ser afetado, quer pela decomposição, quer pela cremação.
Entretanto, acreditamos que um espírito cujo corpo vai ser cremado, é desligado, talvez de forma violenta, mas não será queimado, mesmo que fique preso.
Sofrem mais os espíritos muito apegados à matéria, os sensuais, os que se agarram aos prazeres da vida. Mas respondendo objetivamente, acreditamos que não são sensações físicas, e sim emocionais, morais.
Para que o Espírito não se encontre ligado ao corpo físico, é recomendável um intervalo razoável após a morte (Emmanuel diz 72 horas), a fim de se ter maior segurança de que o desligamento perispiritual já tenha completado.
Nos fornos crematórios de São Paulo espera-se o prazo legal de vinte e quatro horas. Não obstante, o regulamento permite que o cadáver permaneça em câmara frigorífica pelo tempo que a família desejar. Espíritas costumam pedir três dias. Há quem peça sete dias.
Importante reconhecer, todavia, que muito mais importante que semelhantes cuidados seria cultivarmos uma existência equilibrada, marcada pelo esforço da auto-renovação e da prática do Bem, a fim de que, em qualquer circunstância de nossa morte, libertemo-nos prontamente, sem traumas, sem preocupação com o destino de nosso corpo.


Compilação de Rudymara

4 de jun. de 2017

AUTISMO NA VISÃO ESPÍRITA




Conta Carlos Baccelli:
Um casal aproximou-se ao Chico, o pai sustentando uma criança de ano e meio nos braços, acompanhando por distinto medico espírita de Uberaba.
A mãe permaneceu a meia distância, em mutismo total, embora com alguma aflição no semblante.
O médico, adiantando-se, explicou o caso ao Chico: a criança, desde que nasceu, sofre sucessivas convulsões, tendo que ficar sob o controle de medicamento, permanecendo dormindo a maior parte do tempo, em consequência, mal consegue engatinhar e não fala.
Após dialogarem durante alguns minutos. O Chico perguntou ao nosso confrade a que diagnostico havia chegado.
- Para mim, trata-se de um caso de autismo – respondeu ele.
O Chico disse que o diagnostico lhe parecia bastante acertado, mas que convinha diminuir o anticonvulsivos mesmo que tal medida, a principio, intensificasse os ataques. Explicou, detalhadamente, as contra indicações do medicamento no organismo infantil. Recomendou passes.
- Vamos orar- concluiu.
O casal saiu visivelmente mais confortado, mas, segurando o braço do médico nosso confrade. Chico Explicou a todos que estavamos ali mais próximos:
- “o autismo”, é um caso muito sério, podendo ser considerado uma verdadeira calamidade. Tanto envolve crianças quanto adultos... Os médiuns também , por vezes, principalmente os solteiros sofrem desse mal, pois que vivem sintonizados com o mundo espiritual, desinteressando-se da Terra. É preciso que alguma coisa nos prenda no mundo, porque, senão, perdemos a vontade de permanecer no corpo...”.
E Chico exemplificou com ele mesmo:
-Vejam bem: o que é que me interessa na Terra? A não ser a tarefa mediúnica, nada mais. Dinheiro, eu só quero o necessário para sobreviver casa, eu não tenho o que fazer com mais de uma... Então, eu procuro me interessar pelos meus gatos e meus cachorros. Quando um adoece ou morre, eu choro muito, porque se eu não me ligar em alguma coisa eu deixo vocês...
Ele ainda considerou que, muitos casos de suicídios têm as suas raízes no “autismo”, porque a pessoa vai perdendo o interesse pela vida. Inconscientemente deseja retornar à Pátria Espiritual, e para se libertar do corpo, que considera uma verdadeira prisão, força as portas de saída...
E o Chico falou ao médico:
- È preciso que os pais dessa criança conversem muito com ela, principalmente a mãe. È necessário chamar o espírito para o corpo. Se não agirmos assim, muitos espíritos não permanecerão na carne, porque a reencarnação para eles é muito dolorosa.
Evidentemente que não conseguimos registrar tudo, mas a essência do assunto é o que está exposto aqui.
E ficamos a meditar na complexidade dos problemas humanos e na sabedoria de Chico Xavier.
Quando ele falava de si, ilustrando a questão do “autismo”, sentimo-lo como um pássaro de luz encarcerado numa gaiola de ferro, renunciando à paz da grande floresta para entoar canções de imortalidade aos que caíram, invigilantes, no visgo do orgulho ou no alçapão da perturbação.
Nesta noite, sem dúvida, compreendemos melhor Chico Xavier e o admiramos ainda mais.
De fato, pensando bem, o que é que pode interessar na Terra, a não ser o trabalho missionário em nome do Senhor, ao Espírito que já não pertence mais à sua faixa evolutiva?
O espírito daquela criança sacudia o corpo que convulsionava, na ânsia de libertar-se...
Sem dúvida, era preciso convencer o Espírito a ficar. Tentar dizer-lhe que a Terra não é cruel assim... Que precisamos trabalhar pela melhoria do homem.

OBSERVAÇÃO DE DIVALDO FRANCO: Precisamos considerar que “somos herdeiros dos próprios atos”. Em cada encarnação adicionamos conquistas ou prejuízos a nossa contabilidade evolutiva e, em determinados momentos, ao contrairmos débitos mais sérios, reencarnamos para ressarci-los sob a injunção dolorosa de fenômenos expiatórios, tais os estados esquizóides e suas manifestações várias. Dentre eles, um dos mais cruéis é o AUTISMO. No fenômeno do autismo estamos diante de um ex-suicida a qual, desejando fugir à responsabilidade dos delitos cometidos, envereda pela porta falsa da autodestruição. Posteriormente, reencarna com o drama na consciência por não ter conseguido libertar-se deles. São, também, os criminosos não justiçados pelas leis humanas ou Espíritos que dissimularam muito bem suas tragédias. Assim, retornam à Terra escondendo-se da consciência nas várias patologias dos fenômenos esquizofrênicos. Os pais devem esperar a criança dormir e conversar com ela. Pois a conversa é captada pelo inconsciente (Espírito). Fale devagar, pausadamente: Estamos contentes por você estar entre nós; Você tem muito que fazer na Terra; você vai ser feliz nesta vida; Nós te amamos muito; etc.

Compilação de Rudymara

2 de jun. de 2017

A AIDS É CASTIGO DE DEUS?



A Aids não veio para moralizar, como dizem muitos. Ela é resultado da promiscuidade e da negligência, é a colheita, da má sementeira. Ela não tem caráter moral, não é punição divina, como dizem alguns. Nós é que a criamos. É como correr na contra mão à 200km/h no meio da rua. Quando somos acidentados, dizemos que Deus nos castigou. A sífilis aí está com uma incidência terrível. O herpes genital é tão cruel ou pior do que a Aids, e vem se manifestando de forma acelerada. Precisamos compreender que todos nos encontramos na Terra em processo de lapidação. Buscamos a plenitude espiritual, através das ininterruptas jornadas do ir-e-vir, do nascer, morrer e renascer, adquirindo experiências numa área, enquanto, não raro, noutra nos comprometemos. É a dor, ainda, o instrumento que mais nos adverte e que melhor nos lapida as arestas morais, quando deveriam ser o amor e a abnegação a sublimar-nos os sentimentos. Graças a isso, periodicamente a humanidade é visitada por enfermidades ásperas e aparentemente indecifráveis, como foi o caso, no passado, da lepra ou Mal de Hansen, da varíola, da peste bubônica, das enfermidades endêmicas como: tuberculose, câncer, doenças do aparelho respiratório, das alienações mentais e, mais recentemente, da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.
A Aids é uma manifestação degenerativa do organismo, que tem a sua causa matriz num vírus, hoje identificado, e que apresenta polivalência, já que ele tem a propriedade de sofrer mutações. Em determinado momento, ele modifica a estrutura e passa a ter outras reações, o que vem impedindo a ciência de lograr uma vacina preventiva ou uma terapia de resultados positivos. A Aids é, portanto, um desses recursos de que a Vida se utiliza, para que aqueles que estão incursos nos desequilíbrios morais possam libertar-se dos mesmos.
Só se tornam aidéticos: os que se entregam à promiscuidade sexual, a atos contrários à anatomia estabelecida pela natureza; os hemofílicos e aqueles obrigados a receberem transfusões sanguíneas; os usuários de drogas injetáveis; os nascidos de mães contaminadas. Se tomarmos cuidado na atividade sexual, fazendo uso correto de preservativos descartáveis, estaremos resguardados da Aids na área do sexo. Quanto à transfusão de sangue, este deve ser previamente examinado, para determinar se procede ou não de doador contaminado. No caso da aplicação de drogas, as agulhas e seringas devem ser descartáveis. Em relação aos hemofílicos, que são obrigados a receber transfusões de sangue, o problema tem as suas raízes em vida anterior. Nas crianças que nascem infectadas, a problemática também remonta às encarnações passadas, graças às quais o ser retorna à luta terrestre para expungir, através de um fenômeno degenerativo, os delitos praticados, como o suicídio, a promiscuidade do sexo, o desrespeito à vida, que criam no organismo matrizes receptivas para que o vírus se desenvolva com rapidez. Lembremos que a criança é um espírito velho em corpo novo. Sofrer sem dever seria injustiça de Deus.
A ciência também detectou que um grande número de infectados não tem facilidade de multiplicar o vírus, embora possa tornar-se contaminador, podendo conviver com ele por muitos anos, sem sofrer, na saúde, qualquer dano, ou seja, a pessoa transmite o vírus, mas não sofre com os sintomas da doença. Os grupos de risco estão estabelecidos predominantemente na área do exercício da promiscuidade a que cada um se coloca. São os chamados homossexuais, mas também, os heterossexuais. O vírus chamado HIV, quando se instala, ataca o linfócito, célula do sangue, comprometendo as defesas orgânicas, assim gerando um estado de desequilíbrio, em que qualquer enfermidade nos pode destruir a vida. É como se nós tivéssemos dentro de nós soldadinhos que nos ajudam a combater as doenças que possam nos atacar. Quando adquirimos o vírus HIV, ele mata nossos soldadinhos, e nós ficamos sem defesa orgânica. Os que desencarnam com a AIDS, sofrem do mesmo modo que os desencarnados por gripe, por infarto ou por câncer. Por isso, não devemos ter nenhum preconceito contra a Aids, nenhuma atitude negativa contra o aidético, nenhuma segregação contra as pessoas pertencentes aos grupos de risco. São irmãos necessitados de carinho, assistência e compaixão. O aidético, sim, deve ter medo de nós e não, nós, dele, porque nós o contaminamos com doenças para as quais ele não tem resistências orgânicas. O aidético é que deveria usar máscara, luva, etc., pois uma simples gripe pode matá-lo.


Compilação de Rudymara

23 de mai. de 2017

GÊMEOS SOB A ÓTICA ESPÍRITA.




211. De onde deriva a semelhança de caráter que muitas vezes (não é regra geral) existe entre dois irmãos, geralmente gêmeos?
“São Espíritos simpáticos que se aproximam por analogia (pontos de semelhança) de sentimentos e se sentem felizes por estar juntos.”
Observação: A pergunta fala sobre semelhança física e semelhança do caráter. Então, quando os gêmeos se dão bem é porque são espíritos simpáticos, e é lógico que se sentirão felizes por conviverem com quem se afinizam.

212. Há duas almas, nas crianças cujos corpos nascem ligados, tendo comuns alguns órgãos?
“Sim, mas a semelhança entre elas é tal que faz vos pareçam, em muitos casos, uma só alma.”
Observação: Aqui é citado o caso dos siameses, onde os corpos nascem ligados e alguns órgãos sustentam os dois corpos, mas são duas almas.

213. Se nos gêmeos os Espíritos encarnam por simpatia, donde provém a aversão que às vezes se nota entre eles?
“Não é de regra que sejam simpáticos os Espíritos dos gêmeos. Acontece também que Espíritos maus entendam de lutar juntos no palco da vida.”
Observação: A pergunta e resposta 211 quer saber sobre a semelhança de caráter que existe “muitas vezes” (não é sempre) entre os gêmeos. Então, assim como acontece de encontrarmos gêmeos que sejam simpáticos, poderemos encontrar gêmeos inimigos, antipáticos, que estão juntos para aprenderem a perdoar, a se amarem, a se respeitarem. Quando não se esforçam, virão grudados, siameses.



Os xifópagos (siameses), via de regra, são dois espíritos ligados por cristalizados ódios, construídos ao longo de muitas reencarnações, e que reencarnam nestas condições, raramente por livre escolha e nem por punição de Deus (aliás, Deus não pune, nem castiga, apenas corrige suas criaturas), mas por uma espécie de determinismo originado na própria lei de Ação e Reação (Causa e Efeito), que os hindus denominam de “karma”. Alternando-se as posições como algoz e vítima e, também, de dimensão física e extrafísica, constrangidos por irresistível atração de ódio e desejo de vingança, buscam-se sempre e culminam se reaproximando em condições comoventes, que os obriga a compartilhar até do mesmo sangue vital e do ar que respiram.


Retirado do Site: http://grupoallankardec.blogspot.com.br/

21 de mai. de 2017

QUEM É MARIA PARA OS ESPÍRITAS?




Maria ganhou muitos nomes pelos católicos. Por exemplo: Nossa Senhora de Fátima, pela aparição em Fátima (Portugal); Nossa Senhora Aparecida, por ter sido encontrado uma imagem na cidade de Aparecida durante uma pesca; o título de rainha, etc., são nomes e títulos que a Igreja Católica deu a Maria. Para nós espíritas ela foi aqui na Terra, Maria a mãe de Jesus. Hoje, é um espírito que continua a trabalhar na Seara do Senhor, não mais como mãe, mas como irmã de Jesus e de todos nós, já que aprendemos que somos todos filhos de Deus, e aqui na Terra nós não “somos” mães, filhos, netos, etc., nós “estamos” por um breve tempo desempenhando tais papéis. Temos grande admiração e respeito a este espírito que aceitou a missão de receber o maior espírito que o planeta Terra já recebeu: JESUS. E foi ele que pediu que fossemos "mansos como as pombas, mas prudentes como as serpentes". E nós somos mansos como as pombas e nos esquecemos de ser prudente como a serpente. E tudo que os outros dizem, nós acreditamos. Vejamos que na idade média, a religião tradicional dizia para o povo que o mundo ia acabar. E o povo saía entregando as fazendas, as cabras, as casas, para a religião dominante. Mas, se o mundo ia acabar, porque a religião recebia? E ninguém refletia sobre isto? Mostrando como somos tolos. Temos que pensar no que está sendo apregoado, se faz sentido. E na maioria das vezes, veremos que são coisas ridículas. E os zombeteiros tiram proveito disso, enquanto nós nos conformamos dizemos que isso é das religiões. As pessoas mais atentas dirão: “Tá vendo, o que a religião faz com a cabeça dos outros?” Mas não é a religião, são alguns religiosos encarnados ou desencarnados, ou pseudo religiosos, seria melhor dizer, que se valem do nome da crença, da atitude das pessoas, da imaturidade emocional dos indivíduos, e saem por ai pregando.
J. Raul Teixeira conta, em uma de suas palestras que certa vez, no seu Estado (R.J.), apareceu um indivíduo com um cobertor nas costas, fazendo profecia e dizendo que aquele cobertor havia sido mandado tecer por Maria de Nazaré para ele. E as pessoas iam lá colocar a mão no tal cobertor e queriam levar um pedacinho. E conclui dizendo: “em pleno século 21, é um vexame. Muita gente sofre enganos, é enganada, é iludida, furtada, roubada, porque não amadureceu emocionalmente, intelectualmente, não aprendeu a raciocinar. E estes quesitos não podem ser imputados à Deus, à Jesus e nem à religião, mas sim, aos grupos sócio-econômico, político-econômico, que adotam os nomes das religiões. Bom senso e água fluidificada, não fazem mal a ninguém. É a ingenuidade que faz com que as pessoas busquem este tipo de coisa. Isso vai gerando a ignorância cada vez maior das pessoas. Quando alguém ouve que apareceu Nossa Senhora na janela, o povo todo marcha para lá. Encontraremos universitários ou não, é uma ignorância generalizada. Usemos o raciocínio e perguntemos: “Será que Nossa Senhora não tem mais o que fazer nos páramos celestiais?” ; “Será que para ajudar a humanidade ela precisa vir aqui em São Paulo, Rio de Janeiro, etc.?”; “Por que Maria não apareceria para os povos africanos, japoneses ou da Etiópia?” Por detrás desta psicologia da credulidade tem sempre alguém tirando vantagem. Nós estamos desacostumados a pensar. Nós estamos acostumados a acreditar. Somos pouco criteriosos. O Espiritismo está nos ajudando a pensar, questionar e não aceitar tudo que nos dizem.”
O QUE É SANTO NA VISÃO ESPÍRITA? André Luiz responde: “É um atributo dirigido a determinadas pessoas que aparentemente atenderam, na Terra, à execução do próprio dever.” Os santos são chamados pela Doutrina Espírita de socorristas, e estes trabalham e não querem outro pagamento a não ser adquirir vontade de serem bons e servos de Jesus. Trabalham por toda parte, nos umbrais, nos postos de socorro e também ajudam os encarnados e muitas vezes, atendem os chamados de fé em nome das diversas entidades conhecidas na Terra (Maria, Jesus, Expedito, etc.). Há grande concentração de socorristas em lugares de romaria onde muitos oram e fazem pedidos. Estes abnegados trabalhadores atendem em nome de Nossa Senhora, dos diversos santos, de Jesus, etc. Os bons acodem sempre. Se os pedidos são mais complexos, são encaminhados a ministérios próprios e analisados pelos que lá trabalham. Para serem atendidos, são levados em conta alguns critérios como: “O que pede é bom para ele?” As vezes, pede-se uma graça que seria um bem no momento, e causa de dor no futuro; pedem fim de sofrimentos, doenças e às vezes não se pode interromper o curso de seu resgate; também é levado em conta, se ao receber a graça, a pessoa melhora se voltando mais ao “Pai”. Se aprovado, vão os socorristas e ajudam a pessoa, não importando a eles para quem foi feito o pedido, embora, há equipes que trabalham atendendo os pedido à Nossa Senhora, santos do lugar, etc . . . Podemos também ser atendidos pelos próprios santos, que nada são que servos de Jesus.
O ESPÍRITA FAZ PROMESSA? Não. Promessa é costume dos católicos. Nós espíritas não barganhamos com Deus, Maria ou qualquer outro "santo". Por exemplo, há quem vá a Aparecida do Norte para agradecer a Nossa Senhora (Maria) por um pedido alcançado como se ela estivesse lá. Caminham quilômetros, carregam cruzes, velas, sobem ladeiras de joelhos, etc. Nós espíritas questionamos: "será que ela não ficaria mais contente se fizessem algo por alguém para retribuir o que "ela" fez?" O sacrifício que Maria, Deus, Jesus e os benfeitores espirituais querem de nós é o da alma e não a do corpo físico. É a reforma íntima onde nos despojamos dos sentimentos, atitudes e palavras inferiores. Estes Espíritos de grande evolução que viveram e vivem conosco neste planeta devem ser exemplos para que sigamos seus ensinamentos na prática e não para virarem "santos(as)" para que, depois de sua desencarnação fiquemos pedindo, pedindo e pedindo. Aliás, eles também fazem seus pedidos e nós não lhes damos ouvidos. Perguntemos: "Como estamos tratando nossos familiares, nossos colegas de escola ou trabalho?" "Nós perdoamos ou revidamos as ofensas?" "Respeitamos os mais velhos, os animais, as crianças, o próximo e a nós mesmos?" Enquanto isso, muitos comercializam o nome de Maria e sua falsa imagem, pois ela era simples como o filho, não usaria coroa de ouro e não aceitaria estar vestida com roupa cuja franja é de ouro 14 K, as lantejoulas vieram da Tchecoslovaquia, o veludo é inglês e sua imagem é guardada em uma caixa de ouro. Precisamos lembrar que Jesus repreendeu o comércio no templo religioso. Este é o que o espírita pensa, sem querer impor ou ir contra quem pensa e age de maneira diferente.
OS ESPÍRITAS ACREDITAM EM MILAGRE? As curas realizadas por Jesus, por exemplo, foram consideradas pelo povo como milagres, no sentido que a palavra tinha na época: o de coisa admirável, prodígio. Atualmente, o Espiritismo esclarece que os fenômenos de curas se dão pela ação fluídica, transmissão de energias, intervenção no perispírito, e permite examinar e compreender as curas realizadas por médiuns (espíritas ou não); por pessoas dotadas de excelente magnetismo; ou direto pelos socorristas (santos) desencarnados. Essa explicação não diminui nem invalida as curas admiráveis, feitas por Jesus; pelo contrário, leva-nos a reconhecer que Jesus tinha alto grau de sabedoria e ação, para poder acionar assim as leis divinas e produzir tais fenômenos. Os fatos como milagres nada mais são do que fenômenos; fenômenos que estão dentro das leis naturais; são efeitos cuja causa escapa à razão do homem comum. Podem ocorrer sempre que se conjuguem os fatores necessários para isso.
E A VIRGINDADE DE MARIA? A virgindade perene de Maria, defendida pelos teólogos medievais, mesmo os mais ilustres como Agostinho e Tomás de Aquino, entranhou-se de tal forma na mente popular que se incorporou ao seu nome. Os fiéis evocam a Virgem Maria. No entanto, a virgindade da mãe de Jesus, que teria sido preservada mesmo depois do parto, contraria os textos evangélicos, onde está registrado que ela teve outros filhos. Em Mateus (13:53-56) diz o povo, em Nazaré, onde Jesus acabara de fazer uma pregação: Não é este o filho do carpinteiro? Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas? E suas irmãs, não moram conosco? Então, de onde vem tudo isso? Pretendem os teólogos que os enunciados irmãos de Jesus eram primos ou, então, filhos de um primeiro casamento de José. Mera especulação. Por outro lado, Lucas foi o único evangelista a registrar o episódio da anunciação. Médico grego, discípulo do apóstolo Paulo, não conviveu com Jesus. Escreveu seu Evangelho com base na tradição oral ( transmissão oral de fatos ), décadas mais tarde. Jesus tornara-se uma figura mitológica, e nada melhor para exaltar o homem mito do que situá-lo como filho de uma virgem. Outro motivo ponderável para que se optasse pela virgindade de Maria: o sexo.
O simbolismo sobre o suposto pecado cometido por Adão e Eva resultou na perda do paraíso, como encontra-se no Livro Gênese, do Velho Testamento. Sexo, portanto, era sinônimo de pecado. Os casais eram orientados a buscar a comunhão carnal apenas com o objetivo de procriação. Os teólogos, buscavam fórmulas para que o sexo, que não podiam proibir, sob pena de extinguirem a raça humana, fosse minimizado na vida familiar e exercitado não como parte da comunhão afetiva, mas exclusivamente para a procriação.
O sexo era vedado aos domingos, dias consagrados ao Senhor; no jejum de quarenta dias, antes da Páscoa; vinte dias antes do Natal; dias antes de Pentecostes; três ou mais dias antes de receber a comunhão; durante o período menstrual, semanas entes e depois do parto . . . Quanto menos tempo disponível, menos pecado. Para conter os fiéis apregoava-se que o sexo nos períodos proibidos gera filhos deficientes físicos e mentais e doenças como a lepra e a tuberculose. Vítimas inocentes das supostas artes do original casal, estamos todos maculados pelo seu “pecado”. Todos menos Maria. Por graça de exceção ela teria nascido pura, imaculada. A idéia da “imaculada conceição” gerou um problema para os teólogos. Segundo o dogma do pecado original experimentamos a morte por causa dele. Então, se Maria nasceu sem essa mácula não poderia morrer. Resolveu-se a questão com outro dogma: a assunção de Maria. Ela não morreu. Foi arrebatada aos céus em corpo e espírito! Não há limites para a fantasia quando renunciamos à lógica e ao bom senso.
Kardec situa Maria como a imaculada, não sob o ponto de vista físico, mas espiritualmente. Porque para nós espírita SEXO não é pecaminoso. Pecaminoso é a maneira que alguns utilizam o SEXO. Porque este foi feito para gerar vida, e muitos acham que a vida foi feita para o sexo. Se sexo fosse errado, Deus teria arrumado outro meio para que seus filhos fossem gerados na Terra. Portanto, para nós espíritas, Maria será sempre um grande espírito, tenha ela sido virgem ou não.
DE QUEM É A FOTO ACIMA? É de Maria, ditada por Emmanuel ao pintor Vicente Avela através da mediunidade de Chico Xavier. Em uma rápida entrevista, Chico frisou que a fisionomia de Maria é tal qual Ela é conhecida quando suas visitas às esferas espirituais mais próximas e perturbadas da crosta terrestre; como a Legião dos Servos de Maria que agem na instituição em amparo aos suicidas que está detalhado no livro Memórias de um suicida.
OBSERVAÇÃO: NÃO SOMOS CONTRA QUEM PENSA E AGE DE MANEIRA CONTRÁRIA, COLOCAMOS AQUI O QUE NÓS ESPÍRITAS PENSAMOS SOBRE MARIA E COMO A RESPEITAMOS.
COMPILAÇÃO DE RUDYMARA



5 de dez. de 2016

O BATISMO NA VISÃO ESPÍRITA!



Batismo - do grego bapto e baptismos significa ablução, imersão, banho. É o nome que designa os ritos de iniciação em diferentes religiões e crenças. O ritual do batismo era uma prática muito difundida na Palestina. Provinha dos antigos mistérios da Grécia, do Egito, dos Essênios etc. 
João Batista nada mais fazia do que usar esta prática para ajudar as pessoas a se modificarem. Usava a água em adultos, certo de que estes teriam compreensão para o arrependimento. Esse ato folclórico, simples e puro, foi transformado no culto cristão num processo mágico de purificação da alma, destinado a lavar a mancha do pecado original de Adão e Eva impregnada nas almas das crianças recém-nascidas. 
Esse rito de imersão praticado por João Batista é um símbolo de purificação e de renovação. Era conhecido nos meios essênios, mas também em outras religiões (que o associam aos ritos de passagem, especialmente aos de nascimento e morte) além do judaísmo e suas seitas. 
2. O TEXTO EVANGÉLICO
João Batista dá testemunho de Cristo. Ele diz: "Eu vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo". (Mateus, 3, 11.)
3. O BATISMO DE FOGO E DO ESPÍRITO SANTO
O batismo de fogo, pelo qual Jesus se mostrava ansioso, não era outra coisa senão a luta que os belos e nobres ideais do cristianismo precisou enfrentar, e continua enfrentando, para que os privilégios, a tirania e o fanatismo venham a desaparecer da face da Terra, cedendo lugar a uma ordem social fundada na justiça, na liberdade e na concórdia. 
O batismo do Espírito Santo é a assistência, a inspiração dos Espíritos purificados, concedidos pelo Cristo, em nome do Senhor, aos homens, que então as recebem mediunicamente e mesmo se comunicam com aqueles Espíritos nas condições e na proporção dos tipos de mediunidade que lhe são outorgados.  
Os discípulos receberam o batismo do Espírito Santo no dia de Pentecostes, no Cenáculo de Jerusalém, onde, segundo os Atos dos Apóstolos, pela primeira vez, se registrou esse grandioso fato da história do Cristianismo, em que houve derrame do Espírito  na forma de línguas de fogo sobre os Apóstolos. 
4. CONSIDERAÇÕES DO ESPÍRITO EMMANUEL
Pergunta 298 do livro O Consolador - Considerando que as religiões invocam o Evangelho de Mateus para justificar a necessidade do batismo em seus característicos cerimoniais, como deverá proceder o espiritista em face desse assunto? 
"Os espiritistas sinceros, na sagrada missão de paternidade, devem compreender que ao batismo, aludido no Evangelho, é o da invocação das bênçãos divinas para quantos a eles se reúnem no instituto santificado da família.
Longe de quaisquer cerimônias de natureza religiosa, que possam significar uma continuação dos fetichismos da Igreja Romana, que se aproveitou do símbolo evangélico para a chamada venda dos sacramentos, o espiritista deve entender o batismo como o apelo do seu coração ao Pai de Misericórdia, para que os seus esforços sejam santificados no instituto familiar, compreendendo, além do mais, que esse ato de amor e de compromisso divino deve ser continuado por toda a vida, na renúncia e no sacrifício, em favor da perfeita cristianização dos filhos, no apostolado do trabalho e da dedicação".