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21 de out. de 2021

Redescobrindo o Perdão

 

Até há pouco tempo, falar de perdão cabia de forma exclusiva aos religiosos. Dizer a alguém que seria melhor perdoar, conforme ensinou Jesus, parecia próprio de quem vive fora da realidade.

No entanto, na atualidade, perdoar tem se tornado medida de bom senso. Pessoas não religiosas têm descoberto que perdoar é terapêutico. O Dr. Fred Luskin, diretor do projeto perdão, da Universidade de Stanford, em seu livro “O poder do perdão”, afirma que carregar a bagagem da amargura é tóxico. Nos estudos que realizou com voluntários, constatou que a ação de perdoar melhorou os níveis de energia, humor, qualidade do sono e a vitalidade física geral.

Isso ocorre porque somos programados para lidar com a tensão. Pode ser o alarme de incêndio, uma crise, uma discussão mais acalorada... Nessas ocasiões, o corpo libera os hormônios do estresse, adrenalina e cortisol, acelerando o coração, a respiração e fazendo a mente disparar. Ao mesmo tempo, a liberação de açúcar estimula os músculos e os fatores de coagulação aumentam no sangue.

Se isso for breve como, por exemplo, um sobressalto na estrada por um quase acidente é inofensivo. Contudo, a raiva e o ressentimento são como acidentes que não têm fim. Transformam em toxinas os hormônios que deveriam nos salvar.

O efeito depressor do cortisol no sistema imunológico está relacionado a doenças graves. Ele esgota o cérebro, causando atrofia celular e perda de memória. Ainda mais, provoca doenças cardíacas por elevar a pressão sanguínea, os níveis de açúcar no sangue, enrijecendo as artérias.

É aí que entra o perdão, que parece interromper a circulação desses hormônios.

Vejamos algumas dicas para encontrar a paz por meio do perdão e melhorar a nossa qualidade de vida:

1º Concentre-se nos fatos da ofensa.
Quase sempre quando nos sentimos ofendidos, nossa tendência é aumentar o que de fato aconteceu. Acrescentamos os nossos sentimentos e tudo toma um volume muito maior.

2º Tente entender o que ocasionou a ofensa.
Por vezes, somos nós mesmos os promotores dela, por algo que tenhamos dito ou feito. Mesmo que não tenha sido nossa intenção ferir a outro, a forma como dizemos ou uma atitude que tomemos em um momento delicado, pode levar a criatura a reagir mal, agredindo.

3º Focalize a natureza humana do agressor, não só a sua atitude.
Pense em que nós mesmos, no trato pessoal, em momentos de estresse, de cansaço, dizemos coisas que constituem mais um desabafo. Assim pode ocorrer com o outro, porque na terra somos todos ainda seres muito imperfeitos.

4º Perdoe apenas para si mesmo. Ninguém mais.
Perdoe em seu coração. Não é indispensável que você comunique o fato ao agressor. Lembre que perdoar de forma alguma significa que você concorda com a ofensa. Muito menos que você deve permitir que o tratem injustamente.

A sabedoria de Jesus recomendou, há mais de 2000 anos: “amai os vossos inimigos. Fazei o bem aos que vos odeiam. Orai pelos que vos perseguem e caluniam. Perdoai aos homens as faltas que cometerem contra vós”.

E acentuou que nunca se deveria guardar mágoa. Se num momento de oferenda de nosso coração ao pai, nos lembrássemos de que alguém tem algo contra nós, prescreveu Jesus que deveríamos, antes, nos reconciliar com o adversário.

O Mestre do amor e da sensibilidade sabia porque dizia essas coisas. Os estudiosos de hoje estão provando que ele tinha toda a razão.

7 de out. de 2021

Construindo o Auto-perdão



Não há ninguém que viva as experiências terrenas sem falhas ou incorreções.

Todos trazemos limitações pessoais, tormentos emocionais, que nos levam quase que, inevitavelmente, a cometer tropeços aqui e acolá.

Não raro, imaginamos nossos erros como irreparáveis, de alta gravidade, clamorosos mesmo, chegando a imaginar que não merecem perdão.

Essa é uma ideia falsa e perturbadora.

Entender nossos equívocos dessa forma é trilhar caminho perigoso para posturas de desamor e descrença em nós mesmos, atalho fácil para novos e talvez maiores comprometimentos.

Desde que percebemos o erro cometido, que nos damos conta da atitude indevida, permitindo-nos o arrependimento, revelamos indícios de maturidade.

E, para que esse não permaneça vazio e sem sentido, é necessário o esforço pessoal para a reparação do mal feito.

A partir do momento que nos resolvemos por mudar para melhor, nos reabilitarmos, damos passo importante para a construção de nosso futuro.

Estarmos dispostos à reestruturação pessoal é fundamental.

Somos todos filhos de Deus, que nos ama e nos espera. Assim, avancemos pelo roteiro traçado, sem culpas guardadas na alma, que para nada nos servirão.

Se erramos, é hora de planejar novos passos para imediata reparação, sem nos alongarmos, demasiadamente, em arrependimentos que nada constroem.

Percebamos que a treva mais densa é vencida pelo delicado raio de luz de um pirilampo.

Assim também venceremos nossas dificuldades.

É verdade que os desígnios de Deus são de justiça mas, também é certo que nos alcançam envoltos nas bênçãos da sua misericórdia e do seu amor.

Ainda erraremos muito antes de acertarmos com segurança a melhor maneira de agir, nesse natural processo de autoburilamento.

Portanto, não nos aprisionemos nos profundos poços de nossos tropeços.

Levantemos mil vezes se assim for necessário, para mil recomeços de nossa trajetória.

Por mais isolados que pareçamos estar, nenhum de nós caminha sozinho, abandonado pelo Pai.

Exultemos ante os presentes divinos que nos são ofertados: o dom da vida, da saúde física, da beleza que a natureza imprime em tudo que nos cerca.

Não há porquê invejar aqueles que já superaram as dificuldades que ainda temos a enfrentar em nosso íntimo. Eles também, tal qual agora nos ocorre, tiveram seus enfrentamentos com as próprias limitações e venceram a si mesmos.

Ao triunfarmos das provas e expiações que nos aprimoram, seremos tal como o diamante que brilha, mas que não mais se recorda dos golpes que sofreu durante sua lapidação.

Amemos a vida, recuperando a alegria real para que nosso sorriso seja de plenitude, superando as decepções que colecionamos de nós mesmos.

Nem os estados d’alma em arrependimento depressivo, tampouco a leviandade da conivência com os erros cometidos.

Que esses erros nos sirvam de lições capazes de insculpir, em nossa intimidade, as leis imortais, que nos foram reveladas pelo suave Cantor da Galileia.

Redação do Blog Espiritismo Na Rede baseado no cap. 26, do livro Seja feliz hoje, pelo Espírito Joanna de Ângelis,psicografia de Divaldo Pereira Franco

4 de out. de 2012

A lição do perdão.


Alguém que estendeu o manto da calúnia e destruiu o seu bom nome perante os amigos? Alguém que usurpou, com métodos desonestos, a sua empresa, fruto de seu labor de tantos anos?

Alguém que tenha ferido brutalmente a um membro da sua família?

Será que você lembraria da lição do perdão, ensinada por Jesus? Será que acudiriam à sua mente as palavras do mestre Galileu: Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia?

Ou, ainda, a exortação a respeito de nos reconciliarmos ainda hoje com nosso adversário?

A propósito, conta-se que um escravo tornou-se de grande valor para o seu senhor, por causa da sua honradez e bom comportamento.

Dessa forma, seu senhor o elevou a uma posição de importância, na qualidade de administrador de suas fazendas.

Numa ocasião, o senhor desejou comprar mais vinte escravos e mandou que o novo administrador os escolhesse. Disse, contudo, que queria os mais fortes e os que trabalhassem melhor.

O escravo foi ao mercado e começou a sua busca. Em certo momento, fixou a vista num velho e decrépito escravo. Apontando-o para o seu senhor, disse-lhe que aquele devia ser um dos escolhidos.

O fazendeiro ficou surpreendido com a escolha e não queria concordar. O negociante de escravos acabou por dizer que se o fazendeiro comprasse vinte homens, ele daria o velho de graça.

Feita a compra, os escravos foram levados para a fazenda do seu novo senhor.

O escravo administrador passou a tratar o velho com maior cuidado e atenção do que a qualquer dos outros.

Levou-o para sua casa. Dava-lhe da sua comida. Quando tinha frio, levava-o para o sol. Quando tinha calor, colocava-o debaixo das árvores de cacau, à sombra.

Admirado das atenções que o seu antigo escravo dispensava a um outro escravo, seu senhor lhe perguntou por que fazia aquilo.

Decerto deveria ter algum motivo especial: É seu parente, talvez seu pai?

A resposta foi negativa.

É então seu irmão mais velho?

Também não, respondeu o escravo.

Então é seu tio ou outro parente.

Não tenho parentesco algum com ele. Nem mesmo é meu amigo.

Então, perguntou o fazendeiro, por que motivo tem tanto interesse por ele?

Ele é meu inimigo, senhor. Vendeu-me a um negociante e foi assim que me tornei escravo.

Mas eu aprendi, nos ensinamentos de Jesus, que devemos perdoar os nossos inimigos. Esta é a minha oportunidade de exercitar meu aprendizado.
*   *   *
O perdão acalma e abençoa o seu doador.

Maior é a felicidade de quem expressa o perdão. O perdoado é alguém em processo de recuperação. No entanto, aquele que lhe dispensa o esquecimento do mal, já alcançou as alturas do bem e da solidariedade.

Quando se entenda que perdoar é conquistar enobrecimento, o homem se fará forte pelas concessões de amor e compreensão que seja capaz de distribuir.
*   *   *
Redação do Momento Espírita, com base em texto de autoria desconhecida e no
cap. 18 do livro Trigo de Deus, pelo Espírito Amélia Rodrigues, psicografia de
Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 13.02.2009.
"O amor é o coração do Evangelho e o espírito do Espiritismo chama-se caridade." ("Opinião Espírita")

Mestres do perdão.


O outro era o amigo que, por conta justamente da amizade, desfrutava com alegria desses pequenos prazeres da infância.

Naquele dia, a novidade era um trem. Nada sofisticado. Mas um trem de cores vivas que, nas mãos dos garotos logo adquiriu vida.

O trem ia de uma cidade a outra. Com rapidez. Recebia pessoas aqui, deixava outras ali. Transpunha distâncias em segundos, na imaginação fértil dos petizes, dando quase a volta ao mundo.

A geografia não importava muito. Em um momento, estavam numa localidade. Em outro, tinham transposto o mar e se encontravam em outra.

Assim seguia a brincadeira, até o momento em que o amiguinho resolveu que o trem deveria ficar mais tempo em suas mãos.

Afinal, o dono do trem o detinha em demasia. Ele fazia as viagens mais longas, mais emocionantes.

À conta disso, começou uma discussão. O trem é meu, então fico com ele tanto tempo quanto quero!

Mas eu sou seu amigo e seu convidado! Você tem que me deixar dirigir o trem.

E uma pequena disputa se travou. Os dois meninos agarraram o trem, cada um puxando de um lado.

Puxa daqui, puxa dali. O dono do brinquedo puxou com mais vigor. Caiu e o brinquedo lhe bateu na fronte, ferindo-o de leve.

Mas a dor da batida e um pequeno filete de sangue, que logo apareceu, fez com que o choro começasse.


Acudiram mãe e pai. Ao ver o rosto do filho com um hematoma e o sangue, o pai se tomou de ira, gritou com o visitante, fez-lhe ameaças.

O garoto ficou parado, sem entender muito bem toda a questão, pela rapidez com que tudo acontecera.

O amigo chorava, machucado. O pai o colocou ao colo e ia se preparando para sair, rumo ao hospital.

Afinal, pensava, era preciso verificar se algo mais grave não acontecera.

Quando ia transpondo a porta, o ferido levantou o rosto que estava apoiado ao ombro do pai, enxugou as lágrimas e gritou para o amiguinho ainda atônito, sentado no chão:

Ei, não vá embora! Eu volto logo e vamos continuar a brincar.

Então, o pai se deu conta do estardalhaço que fizera por pouca coisa. Limpou o rosto do filho ele mesmo e o entregou de volta à brincadeira.
*   *   *
O fato é mais corriqueiro do que se imagina. Em verdade, pequenas rusgas surgem entre as crianças.

Rusgas que parecem prestes a explodir em agressão.

Entre os adultos, nos envolvemos em situações semelhantes, muitas vezes.

Mas, deveríamos aprender com as crianças, esquecendo logo a dificuldade e retornando ao convívio da amizade ou do trabalho.

Razão tinha mesmo Jesus ao nos dizer que deveríamos nos assemelhar às crianças para conquistarmos o Reino dos Céus.

O Reino dos Céus que se traduz em paz e começa na intimidade de cada um.
*   *   *
Redação do Momento Espírita, a partir de pequena história narrada por Divaldo Pereira Franco, no Encontro fraterno com Divaldo Pereira Franco, realizado em Guarajuba/BA, de 4 a 7 de setembro de 2010.
Em 18.11.2010.
"O Espiritismo, que se funda no conhecimento de leis até agora incompreendidas, não vem destruir os fatos religiosos, porém sancioná-los, dando-lhes uma explicação racional." (Allan Kardec)

Verdadeiro perdão.

 


Muitos foram os ensinamentos do Mestre Nazareno a respeito do tema.

Perdoar para que Deus nos perdoe, foi um deles.

Por meio da oração do Pai Nosso, Jesus mostrou-nos que é necessário que saibamos perdoar àqueles que nos ofendem para que possamos merecer o perdão de Deus para nossas faltas.

Se formos intolerantes e severos para com os outros, como poderemos pretender receber um tratamento menos rigoroso de Deus?

Serão utilizados para nós os mesmos parâmetros, as mesmas medidas que usarmos para julgar os outros.

Esse ensinamento é coerente com o princípio evangélico de que devemos fazer aos outros o que gostaríamos que eles nos fizessem.

Se queremos sinceramente que Deus nos perdoe pelos nossos equívocos, devemos nós, antes de qualquer coisa, oferecer o verdadeiro perdão àqueles que nos ofendem.

E o verdadeiro perdão consiste em esquecer plena e incondicionalmente as injúrias e os males sofridos, apagando-os da memória.

É não retribuir o mal com o mal.

Não guardar rancor, nem ódio.

É não desejar vingança.

Aliás, a vingança é um resquício dos costumes bárbaros que, lamentavelmente, ainda restam na Terra.


Só causa males, não só para sua vítima, mas também para o seu autor.

O lema olho por olho, dente por dente não combina com os ensinos de Jesus, que dizem que devemos oferecer sempre a outra face.

Isso não significa que somos obrigados a autorizar agressões e ofensas.

A preciosa lição de Jesus não prega a omissão, nem a passividade.

Não podemos ser coniventes com o erro, nem compactuar com o mal.

Oferecer a outra face, em verdade, significa agir de outra forma, de conformidade com as Leis Divinas.

Amar os nossos inimigos. Eis aí outro ensino de Jesus ainda pouco compreendido e aplicado às nossas vidas.

Amar os inimigos não quer dizer que possamos oferecer a eles o mesmo carinho e o mesmo afeto que sentimos pelos nossos seres queridos.

Amá-los significa perdoá-los, sem qualquer pensamento oculto e sem condições.

Devemos desejar o bem aos nossos ofensores.

Experimentar júbilo, e não pesar, com a felicidade que lhes advenha.

Abstermo-nos, seja por atos, pensamentos ou palavras, de prejudicá-los.

Tampouco nos cabe opor qualquer obstáculo à reconciliação.

Em resposta a um questionamento de Pedro, Jesus disse, em uma oportunidade, que devemos perdoar àqueles que nos ofendem setenta vezes sete vezes.

A regra determina, na realidade, que devemos perdoar tantas vezes quantas formos ofendidos.

Limitar o perdão é negá-lo.

Contabilizar erros do passado significa que eles não foram esquecidos.
*   *   *
Sigamos o exemplo magnânimo e nobre de Jesus.

Isento de qualquer culpa, foi levado ao martírio e à cruz.

Não obstante, e apesar de tudo, pediu ao Pai Criador, no momento mais doloroso, que perdoasse aos Seus algozes, amando aqueles que O ofendiam, perdoando verdadeiramente.
*   *   *
Redação do Momento Espírita, com base nos caps.
X, XI e XII de O Evangelho segundo o Espiritismo,
de Allan Kardec, ed. Feb.
Em 05.01.2009.
" Espiritismo anda no ar: Difunde-se pela força mesma das coisas porque torna felizes os que o professam." (Allan Kardec)

Perdão necessário.


Trata-se de um recurso que auxilia a seguir em paz a caminhada.

A existência humana é cheia de percalços e decepções.

A disparidade das personalidades causa pequenos e grandes atritos.

Mesmo criaturas boas e honradas às vezes magoam os semelhantes.

A própria dinâmica do mundo moderno dificulta que se dê a atenção devida às expectativas e aos sentimentos dos outros.

Quem se permite acumular mágoas torna-se infeliz.

Sempre há algo de ruim a ser recordado.

Pode ser uma indelicadeza, uma falta de atenção ou uma palavra mal colocada.

O homem que se dedica a procurar defeitos e ofensas certamente as encontra.

Entretanto, a mesma pessoa que ofendeu, talvez sem querer, também auxiliou inúmeras vezes.

É uma questão de escolher o que se deseja valorizar.

O que é mais importante?

Inúmeras gentilezas ou uma expressão grosseira?


A discrição de uma vida inteira ou uma palavra indiscreta, lançada por descuido?

A atitude generosa habitual ou um ato egoísta?

Muitas amizades são perdidas porque alguém se afirma traído.

Freqüentemente essa traição nem é de grande monta.

Trata-se antes de um momento infeliz, do que de algo premeditado.

A respeito, vale lembrar a passagem evangélica em que Jesus é instado a manifestar-se sobre a mulher adúltera.

Contrariando a expectativa geral, o Mestre afirmou:

Aquele que estiver sem pecado atire a primeira pedra.

A lição é que não pode julgar aquele cuja consciência não seja pura.

Entretanto, as pessoas puras não se animam a julgar ninguém.

No episódio bíblico, Jesus limitou-se a recomendar que a pobre mulher não mais pecasse.

É importante ter em mente essa salutar lição.

Quem na Terra possui a consciência totalmente ilibada?

Para condenar um ato egoísta no próximo, é necessário ter sido sempre generoso.

Entretanto, a própria reprovação de um pequeno deslize já indica falta de generosidade.

Para se melindrar longamente com um comentário maldoso, impõe-se nunca ter falado mal de ninguém.

Quem remói a indiscrição de que foi alvo sinaliza ter sido sempre estritamente discreto.

Caso contrário, trata-se de um hipócrita, que faz o que reprova nos outros.

Na convivência social e familiar, é preciso lembrar que os seres humanos são imperfeitos.

Melhoram-se gradualmente com o passar do tempo e as experiências.

Para não se converter em uma criatura rancorosa e infeliz, o perdão é uma necessidade.

Mesmo quando somos alvo de alguma atitude realmente baixa ou cruel, persiste a necessidade de perdoar.

Somos todos espíritos muito antigos, com inúmeras reencarnações.

Nesse gigantesco caminhar, nem sempre fomos felizes em nossos atos.

Muitas vezes erramos, mas aprendemos com a experiência e seguimos em frente.

Conseqüentemente, não nos permitimos mais certas baixezas, que nos chocam.

Contudo, em nosso passado algumas situações clamam por corrigenda.

Se alguma grande dor nos atinge, não nos revoltemos contra quem é apenas o seu agente.

A causa reside em nossa consciência em desarmonia com as Leis Divinas, em nossa necessidade de experienciar certas decepções.

Perante situações inelutáveis e chocantes, não revidemos.

A capacidade de perdoar propicia libertação do passado e candidata a experiências mais felizes.

Em face dos equívocos alheios, é preciso perdoar, silenciar e esperar o tempo.
*   *   *
Equipe de Redação do Momento Espírita
"A missão do Espiritismo é educar para salvar... Educar: eis o rumo a seguir, o programa do momento." (Vinicius, "Em torno do Mestre")

11 de jan. de 2012

Perdoar...




Irmãos da Terra,
Em meio às vicissitudes da experiência humana, aprendei a tolerar e perdoar!...
Por mais se vos fira ou calunie, injurie ou amaldiçoe, olvidai o mal, fazendo o bem!...
Vós que tivestes a confiança traída ou o espírito dilacerado nas armadilhas da sombra, acendei a luz do amor onde estiverdes!...
Companheiros que fostes vilipendiados ou insultados em vossas intenções mais sublimes, apagai as ofensas recebidas e bendizei os ultrajes que vos burilam o coração para a Vida Maior!...
Irmãs que padecestes indescritíveis agravos na própria carne, desprezadas pelos carrascos risonhos que vos enlouqueceram de angústia, depois de vos acenarem com mentirosas promessas, abençoai aqueles que vos destruíram os sonhos!...
Mães solteiras que fostes banidas do lar e batidas até a queda na prostituição, por haverdes tido suficiente coragem da não assassinar no próprio ventre os filhos de vossa desventura, com a insânia do aborto provocado, mães agoniadas às quais tantas vezes se nega até mesmo o direito de defesa, conferido aos nossos irmãos criminosos nas cadeias públicas, perdoai os vossos algozes!...
Pais que trazeis nos ombros escalavrados de sofrimento a carga dolorosa dos filhos ingratos, filhos que agüentais na carne e na alma o despotismo e a brutalidade de pais insensíveis e cônjuges flechados entre as paredes domésticas pelos estiletes da incompreensão e da crueldade, absolvei-vos uns aos outros!...
Obsidiados de todos os climas, tecei véus de piedade e esperança sobre os seres infelizes, encarnados ou desencarnados, que vos torturam as horas! Criaturas prejudicadas ou perseguidas de todos os recantos do mundo, perdoai a quantos se fizeram instrumentos de vossas aflições e de vossas lágrimas!...
Quando sentirdes a tentação de revidar, lembrai-vos daquele que nos concitou a “amar os inimigos” e a “orar pelos que nos perseguem e caluniam”! Recordai o Cristo de Deus, preferindo ser condenado a condenar, porque, em verdade, quantos praticam o mal não sabem o que fazem!...
Convencei-vos de que as leis da morte não excetuam ninguém e não vos esqueçais de que, no dia do vosso grande adeus aos que ficarem na estância das provas, somente pela bênção da paz e do amor na consciência tranqüila é que podereis alcançar a suspirada libertação!...

Texto retirado do livro “E a Vida Continua...” André Luiz / Chico Xavier

Perdão em Família.



Quando o ambiente doméstico, à conta de pesados compromissos morais, surgir frustrando os seus anseios sinceros de felicidade, não o abandone, persevere um tanto mais, pois tudo na vida tende a se transformar.


Enquanto não conseguir ser compreendido por quantos se acham ligados a você pelos laços consangüíneos, empregue a compreensão e a paciência necessárias para a manutenção da paz que deseja.


Lembre-se, o irmão difícil provavelmente é o desafeto de ontem que ressurge hoje, à conta de credor lesado, reclamando o ajuste dos nossos débitos.


O cônjuge intransigente quase sempre traz no subconsciente as marcas da incúria com que o ferimos em pretérito distante, transformando o lar de hoje em um verdadeiro laboratório de aprimoramento moral.


Por mais difícil que seja a convivência no lar, não tome atitudes precipitadas. Arme-se de um tanto mais de paciência e procure no companheiro ou na companheira as qualidades e não apenas os defeitos.


Não desdenhe da sabedoria de Deus que colocou vocês juntos para a construção da vossa felicidade.


Cumpra a sua parte. Mude as suas atitudes e pensamentos antes de exigir a mudança dos outros que convivem com você.


Ninguém se descarta de uma convivência necessária sem auferir para si, compromissos ainda mais graves do que aqueles que está vivendo hoje.


Não destrua o lar à conta de interesses egoístas e mundanos. Lembre-se, aqueles que a vida trouxe para junto de nós, os quais muitas vezes não toleramos a presença, não os ajudamos e não aprendemos a amá-los, amanhã, retornarão para junto de nós, impondo-nos condições ainda mais aflitivas.


É assim que uma esposa hoje desprezada poderá retornar amanhã na condição de uma filha problema, obrigando-nos a um sacrifício ainda maior.


Quantos esposos traídos e abandonados no passado estão hoje reencarnados como filhos das esposas infelizes de outrora, cobrando-lhes caro a insensatez da traição e do abandono.


A essas mães e pais, facilmente identificados pela relação difícil com seus filhos, aconselho que façam as mentalizações de reconciliação, ajudando a apagar, do subconsciente dos seus filhos, as imagens negativas registradas no passado.


O lar é o santuário onde devemos construir os alicerces da nossa felicidade. O tributo a pagar é a renúncia e o perdão. Sem pagarmos esse tributo, jamais consolidaremos nossa felicidade.


Antes de bater no peito e gritar pelos seus direitos, observe se está cumprindo as suas obrigações. Não falo das obrigações do pão e do teto, mas das obrigações morais para com a sua esposa ou esposo e para com os seus filhos. Está dando a eles o exemplo de fidelidade, de amor e de compreensão? Já consegue deixar do lado de fora da porta o mau humor e os problemas que não dizem respeito a sua família? Faça a si mesmo estas perguntas e analise profundamente. Fazendo isso, estará se aproximando do auto-conhecimento que levará você a encontrar o caminho da felicidade, se é o que deseja realmente.


Eu vivi uma experiência que me permite falar com propriedade sobre esse assunto:


Estava casado há dois anos. Tinha um filho com um ano e três meses e outro com dois meses e alguns dias. Certa manhã, ao levantar-me para ir ao trabalho, olhei no berço do meu filhinho de dois meses e, com uma dor imensa no coração percebi que estava morto. Depois do choque que tivemos eu e minha esposa, fizemos os preparativos para o funeral. No momento em que o seu corpinho estava sobre a mesa, minha mãe viu o espírito de uma mulher aproximar-se dele, rindo às gargalhadas. A partir desse dia minha vida se transformou.


Minha mulher que nunca fora agressiva, passou a maltratar-me. Os meus negócios começaram a regredir de tal forma que durante o período de oito meses, não consegui sequer pagar o aluguel da casa onde morava. Todos os meus planos pareciam ir por água abaixo, até o alimento ameaçava faltar. Nesse clima difícil, tivemos mais um filho.


O tempo passou...


Com muita luta, consegui equilibrar-me financeiramente, mas o trato com minha mulher piorou, meu primeiro filho que contava quase três anos de idade, afirmava ver uma mulher andando pela nossa casa.


Certo dia, quando retornava do trabalho, sem qualquer motivo, minha esposa tentou agredir-me. Sabendo do que se tratava, mantive a calma. Abri meus braços e orei com fé. Imediatamente ela caiu no chão, logo percebi tratar-se do espírito que minha mãe e meu filho haviam visto. Com palavras amigas, tentei convencê-la a abandonar tal perseguição, porém, seu ódio por mim era tanto que gritava:


– “Maldito... Vou acabar com você!”


Essa cena se repetiu durante quatro anos, duas ou três vezes por semana, e a cada investida eu lhe dava o que havia de melhor em mim, tratando-a com respeito e carinho. Graças ao conhecimento Espírita, eu sabia que algum mal havia feito para aquela irmã, em outra vida.


Eram os últimos dias de junho de 1972. Pela manhã estávamos conversando, eu, minha esposa e meu cunhado, quando a nossa irmã incorporou novamente. Chorava muito. Comovido eu chorei também. Senti que naquele momento havia conquistado o seu perdão. Conversamos em prantos, e quando partiu, prometeu não mais nos molestar. Logo em seguida meu cunhado incorporou um espírito que não revelou seu nome, mas disse-nos o seguinte:


– “Meu irmão, Deus concedeu a vocês a oportunidade de transformar esse ódio em amor. Nossa irmã renascerá como vossa filha, preparem o berço, virá na figura de uma linda menina de olhos claros. Esta é a prova que vos dou.”


Realmente! Em pouco tempo minha mulher concebeu, e em abril de 1973, nasceu minha filha, uma linda menina de olhos claros! Foi uma grande prova, principalmente para minha esposa que ainda tinha algumas dúvidas com relação à vida eterna. Graças às experiências vividas com minha mãe, o fato veio apenas confirmar a fé que cultivo desde criança, sem a qual, meu lar teria desmoronado.


A prova maior veio depois...


Devido ao ódio que a irmã sentia por mim, e que em tão pouco tempo não poderia ser apagado do seu subconsciente, durante a gravidez, minha mulher sentia-se influenciada por ela a ponto de sentir aversão por mim.


Durante os nove meses de gravidez, meu relacionamento com minha esposa foi muito difícil, precisei de muita paciência para superar. Depois que nasceu, quando tinha alguns meses de idade eu não podia tocá-la. Ao pegá-la no colo, imediatamente punha-se aos gritos como se estivesse sentindo dores, bastava entregá-la a alguém, prontamente se acalmava.


Até os três anos de idade tivemos uma relação muito difícil. Sempre me olhava com reserva e raramente respondia às minhas perguntas. Brincava e sorria com todos, menos comigo.


Não fora meu conhecimento espírita, talvez essa aversão tivesse se perpetuado até hoje. Cheguei em alguns momentos a pensar em desistir de conquistá-la, minha dor era muito grande, por mais que eu tentasse aproximar-me, ela rejeitava-me rudemente. Apesar de tudo, continuei insistindo, até que finalmente consegui conquistá-la.


Um dia, ao chegar em casa, estava brincando no jardim, olhei para ela e ao contrário do que sempre fazia que era correr para junto da mãe, correu para mim e, abraçando-me, beijou-me pela primeira vez. Chorei emocionado. Hoje, nos amamos muito!


Nelson Moraes


Extraído do livro: “Perdão - O Caminho da Felicidade!” – Autor: Nelson Moraes / Orientado pelo Espírito Aulus

Perdão e Liberdade.




Aprendamos a perdoar, conquistando a liberdade de servir.


É imprescindível esquecer o mal para que o bem se efetue.


Onde trabalhas, exercita a tolerância construtiva para que a tarefa não se escravize a perturbações...


Em casa, guarda o entendimento fraterno, a fim de que a sombra não te algeme o espírito ao desespero...


Onde estiveres e onde fores, lembra-te do perdão incondicional, para que o auxílio dos outros te assegure paz à vida.


É indispensável que a compreensão reine hoje entre nós, para que amanhã não estejamos encarcerados na rede das trevas.


A morte não é libertação pura e simples...


Desencarnar-se a alma do corpo não é exonerar-se dos sentimentos que lhe são próprios.


Muitos conduzem consigo, além-túmulo, uma taça de fel envenenado com que aniquilam os melhores sonhos dos que ficaram na Terra, e muitos dos que ficam na Terra conservam consigo no coração um vaso de fogo vivo com que destroem as melhores esperanças dos que demandam o cinzento portal do túmulo.

Não procures para tua alma o inferno invisível do ódio.


Acomoda-te com o adversário ainda hoje, procurando entendê-lo e servi-lo, para que amanhã não te matricules em aflitivas contendas com forças ocultas.


Transferir a reconciliação para o caminho da morte é atormentar o caminho da própria vida.


Desculpa sempre, reconhecendo que não prescindimos da paciência alheia.


Nem sempre somos nós a vítima real, de vez que, por atitudes imanifestas, induzimos o próximo a agir contra nós convertendo-nos, ante os tribunais da Justiça Divina, em autores, intelectuais dos delitos que passamos a lamentar indebitamente diante dos outros.

Toda intolerância é violência.


Toda dureza espiritual é crueldade.


Quase sempre, a crítica é corrosivo do bem, tanto quanto a acusação, habitualmente, é um chicote de brasas.


E sabendo que encontraremos na estrada a projeção de nós mesmos, conservemos o perdão por defensor de nossa liberdade, ajudando agora para que não sejamos desajudados depois.


Emmanuel
(Do livro "Trevo de Idéias", Francisco Cândido Xavier)

Oração do Perdão.



Pai, quando eu for chamado para junto de Ti, quero partir com o coração aliviado de qualquer sentimento menor que possa reter-me ao vale de lágrimas onde me encontro hoje.


Ah, Meu Deus, que nada do que já vivi e ainda vivo seja obstáculo à minha felicidade amanhã!...


Quando eu me for, quero alçar vôo como fazem as aves que planam livres por sobre as misérias humanas, e que não pousam no chão senão para buscar o alimento que as mantém fortes nas alturas!...


Quando meus olhos se cerrarem à ilusão da carne, é de minha vontade que eu me distancie do mundo com a leveza das almas experimentadas na forja das provas árduas, sem que o peso dos sentimentos menores impeça meu anseio de libertação!


Desejo, Pai, libertar-me, sendo fiel à Tua lei de amor e de perdão!


Eu compreendo que a Terra é a escola onde Tu nos prepara para a angelitude!...


Eu compreendo que o sofrimento é a lição que nos faz avançar para a glória ou estacionar na senda de novas e mais dolorosas provas!...


Eu compreendo que tudo é seleção: os laços, a estrada, os acontecimentos...


De minha atitudes colherei bem ou mal; com minhas decisões talharei o que serei amanhã.


Alegrias infinitas ou sofrimentos sem conta nascem unicamente de meus atos, a revelia do que os outros me fazem ou deixam de fazer...


Por isso, Pai, conduz meu pensamento de tal sorte que, quando chegar minha hora, nada do que vivi possa retardar-me o passo ou prender-me outra vez ao sombrio grilhão da dor.


De todos os momentos experimentados, que eu carregue comigo apenas aqueles que me proporcionaram coisas úteis e felizes.


Que os infortúnios e mágoas do passado não sejam mais peso em meu coração, a impedir a realização dos mais ardentes anseios de felicidade e sublimação!...


As lágrimas que me fizeram verter - eu perdôo.
As dores e as decepções - eu perdôo.
As traições e mentiras - eu perdôo.
As calúnias e as intrigas - eu perdôo.
O ódio e a perseguição - eu perdôo.
Os golpes que me feriram - eu perdôo.
Os sonhos destruídos - eu perdôo.
As esperanças mortas - eu perdôo.
O desamor e a antipatia - eu perdôo.
A indiferença e a má vontade - eu perdôo.
A desconsideração dos amados - eu perdôo.
A cólera e os maus tratos - eu perdôo.
A negligência e o esquecimento - eu perdôo.
O mundo, com todo o seu mal - eu perdôo.


A partir de hoje proponho-me a perdoar porque a felicidade real é aquela que nasce do esquecimento de todas as faltas!...


No lugar da mágoa e do ressentimento, coloco a compreensão e o entendimento; no lugar da revolta, coloco a fé na Tua Sabedoria e Justiça; no lugar da dor, coloco o esquecimento de mim mesmo; no lugar do pranto coloco a certeza do riso e da esperança porvindoura; no lugar do desejo de vingança, coloco a imagem do Cordeiro imolado e o mais sublime dos perdões...


Só assim, Pai, se um dia eu tiver que retornar à carne, poderei me levantar forte e determinado sobre os meus pés e não obstante todos os sofrimentos que experimentar, serei naturalmente capaz de amar acima de todo desamor, de doar mesmo que despossuído de tudo, de fazer feliz aos que me rodearem, de honrar qualquer tarefa que me concederes, de trabalhar alegremente mesmo que em meio a todos impedimentos, de estender a mão ainda que em mais completa solidão e abandono, de secar lágrimas ainda que aos prantos, de acreditar mesmo que desacreditado, e de transformar tudo em volta pela força de minha vontade, porque só o perdão rasga os véus sombrios do ressentimento e da revolta, frutos infelizes do egoísmo e do orgulho, libertando meu coração no rumo do bem e da paz, do amor verdadeiro e da felicidade eterna!


Assim seja!



(Psicografia Instituto André Luiz, 08.03.2003)

Se soubéssemos...


Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.
JESUS (Lucas, capítulo 23, versículo 34.)


Se o homicida conhecesse, de antemão, o tributo de dor que a vida lhe cobrará, no reajuste do seu destino, preferiria não ter braços para desferir qualquer golpe.


Se o caluniador pudesse eliminar a crosta de sombra que lhe enlouquece a visão, observando o sofrimento que o espera no acerto de contas com a verdade, paralisaria as cordas vocais ou imobilizaria a pena, a fim de não se confiar à acusação descabida.


Se o desertor do bem conseguisse enxergar as perigosas ciladas com que as trevas lhe furtarão o contentamento de viver, deter-se-ia feliz, sob as algemas santificantes dos mais pesados deveres.


Se o ingrato percebesse o fel de amargura que lhe invadirá, mais tarde, o coração, não perpetraria o delito da indiferença.


Se o egoísta contemplasse a solidão infernal que o aguarda, nunca se apartaria da prática infatigável da fraternidade e da cooperação.


Se o glutão enxergasse os desequilíbrios para
os quais encaminha o próprio corpo, apressando a marcha para a morte, renderia culto invariável à frugalidade e à harmonia.

Se soubéssemos quão terrível é o resultado de nosso desrespeito às Leis Divinas, jamais nos afastaríamos do caminho reto.


Perdoa, pois, a quem te fere e calunia...


Em verdade, quantos se rendem às sugestões perturbadoras do mal, não sabem o que fazem.


Emmanuel

Livro: ‘Fonte Viva’ - Psicografia: Chico Xavier

O que importa.



Não importa:

que a ventania da incompreensão nos zurza o caminho;

que a ignorância nos apedreje;

que a injúria nos aponte ao descrédito;

que a maledicência nos receba a jarros de lama;

que a intriga nos envolva em sombra;

que a perseguição nos golpeie;

que a crítica arme inquisições para condenar-nos;

que os obstáculos se multipliquem, complicando-nos a jornada;

que a mudança de outrem nos relegue ao abandono;

ou que as trevas conspirem incessantemente, no objetivo de perder-nos.

Importa nos agasalhemos na paciência;


que nos apliquemos à desculpa incondicional;


que nos resguardemos na humildade, observando que só temos e conseguimos aquilo que a Divina Providência nos empreste ou nos permita realizar;


que nos cabe responder ao mal com o bem, sejam como sejam as circunstâncias;


e que devemos aceitar a verdade de que cada coração permanece no lugar em que se coloca e que, por isso mesmo, devemos, acima de tudo, conservar a consciência tranquila, trabalhar sempre e abençoar a todos, procurando reconhecer que todos somos de Deus e todos estamos em Deus, cujas leis nos julgarão a todos, amanhã e sempre, segundo as nossas próprias obras.

Emmanuel
In: 'Coragem' - Francisco Cândido Xavier

Esquecer e Perdoar





Sofreste, de inesperado,
O estranho golpe da ofensa
Que te envolve em dor imensa,
No espinheiro do pesar.
Mas o remédio mais puro
Que restaura a alma ferida
Vem da farmácia da vida:
Esquecer e perdoar...

Honrando o cérebro eleito,
A Ciência alteia a voz,
Expõe o carro veloz,
A nave aérea, o radar...
A paz em casa, entretanto,
Além da luz da Ciência,
Pede a dupla providência:
Esquecer e perdoar...

No livro da Natureza,
Solo que aceite o trator,
Garante com mais amor
A semente, o pão e o lar...
Da fornalha desumana,
Vem a fina porcelana...
A ostra desconhecida
Cede ao mundo, sem protesto,
A pérola em plena vida,
Ensina-nos, vencida:
Esquecer e perdoar...

Assim também, alma irmã,
Nos dias de dor e luta,
Acalma-te, espera, escuta
Sem tristeza e reclamar,
E ouvirás a voz dos Céus,
Em meio da própria ação,
A dizer-te ao coração:
Esquecer e perdoar!...

Por: Maria Dolores. Mensagem recebida por Chico Xavier em reunião pública do Centro Espírita União – CEU, São Paulo-SP, em outubro de 1989, inserta na obra “Até sempre, Chico Xavier”.