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10 de nov. de 2021

Seu espírito precisa dos seus familiares imperfeitos

 

“Aprendi o silêncio com os faladores, a tolerância com os intolerantes, a bondade com os maldosos; e, por estranho que pareça, sou grato a esses professores.” - Khalil Gibran

A família é um campo de provas. É o encontro de espíritos que possuem vários graus diferentes de imaturidades. Com suas qualidades e seus defeitos, cada espírito estimula a evolução do outro.

O traço de personalidade difícil ou negativo de um familiar te obrigará a sair da zona de conforto. Estas dificuldades te obrigarão a evoluir internamente, se quiser ser mais feliz e ter paz.

Quem aproveitar este desafio irá evoluir. Terá como prêmio uma maior facilidade para superar todos os problemas e o usufruto maior de todas as qualidades e oportunidades.

A família é a base do treinamento para a vida social ser melhor.

Concluindo: na família ou na sociedade, você se relacionará com pessoas que não são perfeitas. Isto pode ser ótimo, desde que você desenvolva qualidades. Como diz o ditado: “é melhor ser calmo do que sofrer quando alguém te irrita”. Ou seja, para não sofrer você será estimulado a desenvolver a calma (ou ficará irritado sempre).

Persista na intenção de amadurecer. Você obrigatoriamente terá que desenvolver qualidades... Que estas qualidades sejam desenvolvidas nesta vida.

Viva com sabedoria! Viva melhor!

Dica para uma vida melhor:

A vida é composta de muitas partes. Às vezes, as melhores partes são deixadas em segundo plano ou não são desenvolvidas porque o foco da mente fica no conflito, na perda, na desilusão, no desejo e na simulação.

O objetivo é chegar a um nível de liberdade interior que te permita viver bem, mesmo quando existirem muitos eventos externos negativos.

Blog Nascer Várias Vezes

Dica de Leitura:

A família é o campo de provas para a evolução do espírito

Regis Mesquita

27 de ago. de 2014

MEU LAR E MEU CASAMENTO ESTÃO UM CAOS! O QUE FAZER PELA ÓTICA ESPÍRITA?




Um dos mais graves problemas humanos está na dificuldade de convivência no lar. Pessoas que enfrentam desajustes físicos e psíquicos tem, não raro, uma história de incompatibilidade familiar, marcada por frequentes conflitos.
Há quem resolva de forma sumária: o marido que desaparece, a esposa que pede divórcio, o filho que opta por morar distante.
Alguns espíritas utilizam o conhecimento doutrinário para curiosas racionalizações:
- Minha mulher é o meu carma: neurótica, agressiva, desequilibrada. Que fiz de errado, meu Deus, para merecer esse "trem"?
- Só o Espiritismo para me fazer tolerar meu marido. Aguento hoje para me livrar depois. Se o deixar agora terei que voltar a seu lado em nova encarnação. Deus me livre! Resgatando meu débito não quero vê-lo nunca mais!

Espíritos que se prejudicaram uns aos outros e que, não raro, foram inimigos ferozes, reencontram-se no reduto doméstico.
Unidos não por afetividade, nem por afinidade, e sim por imperativos de reconciliação, no cumprimento das leis divinas, enfrentam inegáveis dificuldades para a harmonização, mesmo porque conservam, inconscientemente, a mágoa do passado. Daí as desavenças fáceis que conturbam a vida familiar. Naturalmente situações assim não interessam à nossa economia física e psíquica e acabam por nos desajustar.
Importante considerar, todavia, que esses desencontros são decorrentes muito mais de nosso comportamento no presente do que dos compromissos do pretérito. Não seria razoável Deus nos reunir no lar para nos agredir e magoarmos uns aos outros.
É incrível, mas somos ainda tão duros de coração, como dizia Jesus, que não conseguimos conviver pacificamente. Reunamos duas ou mais pessoas numa atividade qualquer e mais cedo ou mais tarde surgirão desentendimentos e desarmonia. Isso ocorre principalmente no lar, onde não há o verniz social e damos livre curso ao que somos, exercitando o mais conturbador de todos os sentimentos, que é a agressividade.
Neste particular, o estilete mais pontiagudo, de efeito devastador, é o palavrão. Pronunciado sempre com entonação negativa, de desprezo, deboche ou cólera, é qual raio fulminante. Se o familiar agredido responde no mesmo diapasão, o que geralmente acontece, "explode" o ambiente, favorecendo a infiltração de forças das sombras. A partir daí tudo pode acontecer: gritos, troca de insultos, graves ofensas e até agressões físicas, sucedidos, invariavelmente, por estados depressivos que desembocam, geralmente, em males físicos e psíquicos.
Se desejamos melhorar o ambiente doméstico, em favor da harmonização, o primeiro passo é inverter o processo de cobrança.
Normalmente os membros de uma casa esperam demais dos outros, reclamando atenção, respeito, compreensão, tolerância . . . A moral cristã ensina que devemos cobrar tudo isso sim, e muito mais, mas de nós mesmos, porquanto nossa harmonia íntima depende não do que recebemos, mas do que damos. E, melhorando-nos, fatalmente estimularemos os familiares a fazer o mesmo.
Todos aprendendo pelo exemplo, até o amor. Está demonstrado que crianças carentes de afeto tem muita dificuldade para amar. Será que estamos dando amor aos familiares?
Não é fácil fazê-lo porque somos Espíritos muito imperfeitos. Mas foi para nos ajudar que Jesus esteve entre nós, ensinando-nos como conviver harmoniosamente com o semelhante, exercitando valores de humildade e sacrifício, marcados indelevelmente pela manjedoura e pela cruz.

• exerça severa vigilância sobre o que fala. Geralmente as desavenças no lar tem origem no destempero verbal;

• diante de familiares difíceis, não diga: "É minha cruz!" O único peso que carregamos, capaz de esmagar a alegria e o bom-ânimo, é o de nossa milenar rebeldia ante os sábios planos de Deus;

• elogie as virtudes do familiar, ainda que incipientes, e jamais critique seus defeitos. Como plantinhas tenras, tanto uns como outros crescem na proporção em que os alimentamos;

• evite, no lar, hábitos e atitudes não compatíveis com as normas de civilidade vigentes na vida social sem respeito pelos companheiros de jornada evolutiva fica difícil sustentar a harmonia doméstica;

• cultive o diálogo. Diz André Luiz que quando os companheiros de um lar perdem o gosto pela conversa, a afetividade logo deixa a família.

6 de jul. de 2014

A família na visão espírita




O conhecimento que o Espiritismo proporciona causa profundo impacto em todas as áreas do conhecimento e dos relacionamentos humanos. A visão que ele apresenta da família é um exemplo dessa afirmativa. Essa influência é notadamente percebida na desierarquização das funções e requalificação de responsabilidades.

Mesmo enquanto na função de pais, filhos, netos, cônjuges, os Espíritos que compõem o núcleo familiar são essencialmente irmãos em trajetórias evolutivas individuais, cada qual com sua bagagem, herança do passado, e com missões a serem desempenhadas no presente, com vistas ao futuro. Estão reunidos neste pequeno grupo social consangüíneo com muitos objetivos em comum, unidos por laços de simpatia ou não.

Nessa visão, o modelo de autoridade e a importância da função se diluem no respeito a cada individualidade ecompromissos assumidos por cada um. Mesmo sob esta ótica, os pais (ou quem faça este papel) jamais perdem aresponsabilidade e a função de educar, orientar, conduzir os Espíritos que vieram como filhos para o caminho do bem, procurando dirimir as tendências negativas, reforçando seus aspectos positivos.

Com a compreensão da reencarnação, somos conduzidos a vivenciar um relacionamento de entendimento. Como é possível a adversários do passado reencarnar sob o mesmo teto familiar, a convivência familiar se torna uma oportunidade valiosa de reajustes. Isso explica, muitas vezes, a aversão que pode surgir entre pais e filhos ou entre irmãos, e deve servir como um estímulo a mais para que, com dedicação e renúncia, possam promover a reconciliação pelo amor e pelo perdão.

Cabe principalmente ao adulto, consciente dos postulados espíritas, assumir o papel de educador e orientador dos demais membros da família. Sabe-se que, algumas vezes, o Espírito que reencarna como filho é mais evoluído do que os pais, mas, mesmo assim, as funções não se invertem: ainda que não exista a hierarquia nos moldes antigos, o processo pedagógico-educacional é sempre tarefa dos pais.

A família, na visão espírita, se torna muito maior, mais importante, mais democrática e fundamental para a evolução do Espírito imortal. Laura, no livro Nosso Lar1 informa que “o lar terrestre é que, de há muito se esforça por copiar nosso instituto doméstico; mas os cônjuges por lá, com raras exceções, estão ainda a mondar o terreno dos sentimentos, invadido por ervas amargosas da vaidade pessoal, e povoado de monstros do ciúme e do egoísmo.”

Ainda esclarecendo a respeito das diferenças existentes entre o lar terrestre e o do plano espiritual superior, continua a amável senhora: “O lar é o sagrado vértice onde o homem e a mulher se encontram para o entendimento indispensável. É o templo onde as criaturas devem unir-se espiritual antes que corporalmente.(...) Alguns chegam a asseverar que a instituição da família humana está ameaçada. Importa considerar, entretanto, que, a rigor, o lar é conquista sublime que os homens vão realizando vagarosamente.”

Assim, com o cultivo permanente da harmonia no lar, do amor, da prática do perdão, do respeito mútuo, a família, esta inigualável conquista da evolução humana, será o verdadeiro agente transformador para uma sociedade mais fraterna e justa.



Luis Roberto Scholl
1XAVIER, Francisco C. Nosso Lar. Pelo Espírito André Luiz. Rio[de Janeiro]: FEB, 20 ed. 1978. p.110-111.

7 de mai. de 2014

Causa dano psicológico à criança se um casal homossexual adotá-la?

Há alguns meses na cidade de São Paulo participei de seminário sobre homossexualidade com renomado psicólogo.

Uma das perguntas endereçadas a ele foi a seguinte: – Qual o dano psicológico para uma criança se for adotada por um casal homossexual?

Sua resposta foi: – Nenhum dano psicológico, porquanto o fundamental não é a opção sexual dos pais, mas, sim, as referências de pai e mãe que a criança deve ter em sua educação. E continuou o aluno a perguntar: – Mas esta criança não poderá ser homossexual como seus pais? – Bem, disse ele, lembre-se, meu caro amigo, que todo homossexual é filho de um casal heterossexual.

Por qual razão abordo este assunto aqui? É que dias atrás ministrei palestra sobre o tema família em um centro espírita e, claro, o assunto abordado neste texto foi motivo de muitas indagações.

Pode ser considerada família esta composição: Papai, papai e filhinhos? Ou: Mamãe, mamãe e filhinhos?

Pesquisa realizada pela USP (Universidade de São Paulo), uma das mais renomadas universidades de nosso país, e coordenada por Ricardo Vieira de Souza, corrobora com os dizeres do conferencista acima, de que não há danos psicológicos para a criança adotada por casais homossexuais, porquanto, como já dissemos, o relevante é a referência de pai e mãe, ou seja, os papéis desempenhados pelo casal.

Portanto, pode ser considerada uma família a que é formada por casal homossexual que adota crianças, sem qualquer problema.

Você poderá me indagar: – Mas, então, você é a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo, da adoção de crianças por pessoas do mesmo sexo?

Não sou a favor e nem contra. Também não estou em cima do muro. Sou a favor da felicidade, do amor e de crianças bem cuidadas, que recebam carinho e afeto, enfim, uma boa educação.

Sabe o que causa dano psicológico a uma criança? Violência, seja física ou psicológica. O que causa danos são os pais espancando-se, agredindo-se com palavras de baixo calão ou fazendo chantagens emocionais... Amar alguém não causa dano algum, jamais causará dano quando se quer bem a um ser humano.

Jesus, em sua infinita sabedoria afirmou que o importante desta vida é amar, fazendo ao próximo tudo aquilo que queremos nos seja feito.

Ora, como cristãos e espíritas, cabe-nos exercitar o amor, não julgando situações que nos escapam ao alcance. Desconhecemos o histórico espiritual das pessoas envolvidas, dos homossexuais e também dos heterossexuais, logo, é complicadíssimo qualquer julgamento sobre alguém que está simplesmente utilizando o seu direito de amar.

Já nos disse Kardec que a natureza deu ao homem a necessidade de amar e ser amado.

Maravilha de mensagem!

Portanto, papai, papai e filhinho e mamãe, mamãe e filhinho só causarão dano à criança se não tiverem amor um pelo outro...

Nunca se perde por amor... Nunca se perde... Seja de mesmo sexo ou sexo oposto, quando se tem amor tudo se resolve. 


WELLINGTON BALBO

5 de mai. de 2014

NOSSAS ATITUDES PERANTE OS FILHOS ADOTIVOS! QUESTÕES SOBRE O TEMA




1 – À luz do Espiritismo, quais as diferenças entre um filho adotivo e o filho consangüíneo?

Como no ensina o Livro dos Espíritos, Item 205, a doutrina da reencarnação amplia a função dos laços de família enquanto proposta de vivência da fraternidade entre espíritos afins, e mesmo não afins mas que têm ajustes a realizarem nas suas convivências, tanto entre os chamados filhos legítimos como os filhos adotivos. Como nos ensina Emmanuel, essa doutrina nos mostra que “no vizinho ou no servo, pode achar-se um Espírito a quem tenhamos estado presos pelos laços da consangüinidade”.
Podemos pois, inferir com segurança que, em se tratando de espíritos encarnados numa ou noutra condição não há nenhuma diferença. Os chamados filhos do coração podem ser entendidos assim em toda a extensão que esta expressão possa conter quanto a co-responsabilidades paternais e filiais.

2 – Um filho natural pode ter o mesmo nível de carência afetiva do que um filho adotivo?

A carência afetiva não me parece estar atrelada ao fato de ser filho natural ou adotivo. O ser humano é, intrinsecamente, um ser carente. No entanto, vale evidenciar que o filho adotivo tem uma carência agravada pelo fato de ser um indivíduo rejeitado. Difícil haver um amor sobre a Terra que possa lhe tirar esta sensação. Ele vai ser feliz por ter sido aceito e amado, porém vai conviver com a rejeição.

3 – Toda adoção tem vínculos com as vidas passadas dos pais?

Não diria tal coisa. Podemos ser levados a pensar desta forma por causa da lei de ação e reação. No entanto isso pode não estar acontecendo num processo de adoção. Não posso pensar que trabalho durante anos num asilo de velhos por que tenho vínculo com todas aquelas pessoas idosas que ali estão. O afeto que dedico a eles é, antes de tudo, um afeto que não precisa estar sendo manifesto apenas por acerto de contas ou resgate por dívidas contraídas. Os gestos amorosos não precisam estar condicionados a dívidas pregressas.

4 – Qual a melhor forma para se contar para a criança que ela é adotiva?

Diria que se conta a uma criança que ela é adotiva assim como se ensina uma criança a perder o medo de escuro ou a ficar sozinha em casa. Aos poucos. Doses homeopáticas são o alimento afetuoso que vai fortalecer os sentimentos de confiança do ser que traz em si dúvidas por ter sido rejeitado.

5 – Até que ponto a revelação da adoção pode gerar conflitos emocionais e situações traumáticas?

Se essa revelação for sendo feita com cuidado e com afeto, não deverá causar traumas. No entanto os conflitos emocionais, em alguns casos poderão ser inevitáveis, não devido a maneira errada da revelação mas sim pelas características do espírito que está ali encarnado na condição de filho adotivo. Um espírito inseguro ou irascível ou que já traz em si uma baixa estima, provavelmente viverá conflitos causados por essa revelação. O que restará aos pais será uma missão ainda mais complexa no sentido de doar afeto, ter paciência e ser perseverante na tarefa que assumiram.

6 – Os adultos adotam crianças por amor ou por necessidade psicológica?

As duas coisas. Seria ideal que só o fizessem por amor. É bom dizer porém, que necessidades psicológicas desse calibre precisariam ser muito bem diagnosticadas e esclarecidas. Principalmente para que não estejam por trás dessa atitude, mecanismos psíquicos de compensação, de auto afirmação, de sublimação, de substituição, enfim mais relacionados a orgulho ou “status” do que a um legítimo ato de amor ou afeto. Não fosse assim teríamos menos rejeitados nos abrigos e “lares” como negros, feios, doentes, limitados intelectualmente e outros.

7 – A origem fiso-psíquica dos adotados, mesmo vivendo em uma boa estrutura familiar pode influenciar seus atos e atitudes no futuro?

Com certeza. O que é constituição de caráter vai estar presente pela vida toda. Um espírito problemático, rebelde será assim pela sua história e não pelo lar que o adotou. Pode aprender e assimilar o afeto que for a ele dedicado? Certamente, e isso pode mudar o seu rumo proporcionando um salto no seu progresso intelectual, moral e espiritual. “O Espírito dos pais tem a missão de desenvolver o dos filhos pela educação”. Esse mandato que está no Livro dos Espíritos parece-nos muito apropriado tanto a filhos naturais quanto a filhos adotados. A educação é a maneira correta de influenciar, lembrando porém que não se trata de “mudar” alguém mas sim de criar condições para que ali se dê o processo educativo juntando as oportunidades que o indivíduo tenha de perceber os ensinamentos e que toquem o seu espírito para que ele próprio, pelo seu livre arbítrio, mude o seu interior. Como nos ensina Paulo Freire, “o homem se educa a si mesmo”, porém facilitado pela condição educacional que o ambiente familiar oferecer.

8 – Os sentimentos (amor e mágoa) que a criança nutre pela mãe natural, podem ser transferidas para a mãe adotiva?

Com certeza. Hoje sabemos que os fetos tem uma intensa vida intra-uterina na relação com a mãe natural. Certamente ele já vive no útero que o gerou a dor de que vai ser rejeitado. Quando vier à luz se a mãe natural, por alguma razão, não o quiser ou não estiver livre para desejá-lo para ela, amor ou mágoa existirão e irão sim em forma de amarguras e dúvidas para a mãe adotiva. As dúvidas são inerentes aos espíritos amados e bem equilibrados, quanto mais para os espíritos que foram realmente enjeitados. O filho adotivo, muito provavelmente, terá nas suas raivas e rebeldias naturais (por exemplo na adolescência) o agravante de ter sido adotado. E a mãe natural será alvo desses sentimentos e emoções agravantes.

9 - Um filho adotivo problemático é sempre um “carma” que os pais precisam resgatar?

Não podemos pensar assim pois se não os filhos adotivos que dão certo e são felizes, produtivos e gratos, também teriam que ser considerados prêmios. Não podemos pensar numa providência divina que se utilize de seres encarnados para serem “carmas” ou troféus entregues a pais dedicados. Aliás falando de carma, vamos abandonar a idéia limitada e limitante de que os carmas são dívidas a serem pagas. Os carmas podem ser entendidos como heranças a serem transmutadas ou transformadas. É melhor pensar em carma como estímulo para o nosso desenvolvimento ou mesmo proposta de superação para o nosso progresso. Os carmas podem mesmo ser entendidos por talentos. O homem que enterrou o único talento recebido transformou-o em carma. O outro que multiplicou o talento recebido transformou-o e o multiplicou.

10 - Há mais facilidade em lidar com uma criança adotada recém nascida ou com aquela de maior idade?

Diria que a recém nascida é mais amoldável ao ambiente e aos costumes do casal que a adotou. A própria voz dos pais adotivos se farão ouvir desde muito mais cedo. A criança adotada de maior idade já terá passado outras experiências e também já sofrido mais as agruras da sua rejeição, quer pelos pais naturais ou pela experiência de viver num “lar” provisório ou mesmo na rua ou, sob a guarda de um juizado, ou então nas mãos dos pais naturais que a maltrataram. Não há dúvida que o processo de adaptação da criança de maior idade, será muito mais doloroso para todos, e muito mais difícil enquanto tarefa a ser assumida.

www.espirito.org.br

5 de abr. de 2012

Parentes difíceis.

Procure compreender e perdoar incompreensões, ciúmes e a intolerância de todos aqueles que a Divina Providência colocou sob o  mesmo teto que o seu.
Nem sempre nossos parentes são nossos amigos. O grande sábio Salomão já dizia que: “...há amigo mais chegado que um irmão.”
A abençoada lei de amor e justiça, que é a reencarnação, nos proporciona quitar débitos com os mesmos adversários de ontem, vivendo hoje conosco sob  o mesmo teto na condição de pais, mães, filhos, irmãos e cunhados...
No lar, ao lado de almas queridas, encontramos também antigos desafetos, que a sabedoria divina coloca ao nosso lado com oportunidade de reconciliação e resgate.
Diante do parente mais difícil, necessário se faz o exercício da compreensão, da paciência e perdão.
“Reconciliai-vos o mais depressa possível com o vosso adversário, enquanto estais a caminho”, aconselhou Jesus.
Aproveite a oportunidade de caminharem juntos, pois talvez ao longo do percurso encontrarão o momento mais adequado e propício para esta reconciliação.
Emmanuel nos alerta que: “Toda antipatia, aparentemente a mais justa, deve morrer para dar lugar à simpatia.”
Perdoe   sempre, pois à carne só enxergamos uma face da moeda de nossas existências.
A outra face só nos será revelada quando estivermos no mundo espiritual. Por isso, muitas vezes pensamos ser vítimas quando, na realidade, somos algozes.
Nunca se esqueça de que não tem os parentes que sonhou e sim aqueles que merece. Estamos situados na família certa, junto das pessoas mais adequadas à nossa evolução.
Esforce-se para amá-los, tendo para com eles, os nobres sentimentos de perdão, da tolerância, da resignação e da paciência.

"Senhor, faz de nosso lar um ninho do Teu amor.
Que não haja amargura, porque Tu nos abençoas.
Que não haja egoísmo, porque Tu nos animas.
Que não haja rancor, porque Tu nos perdoas.
Que não haja abandono, porque Tu estás conosco.
Que saibamos caminhar para Ti em nossa rotina diária.
Que cada manhã seja o inicio de mais um dia de entrega a Ti, Senhor.
Que cada noite nos encontre ainda mais unidos no amor.
Faz, Senhor, das nossas vidas que quiseste unir, páginas repletas com a tua luz.
Faz Senhor, dos nossos filhos o que Tu anseias.
Ajuda-nos a educá-los e orientá-los pelos Teus caminhos."

17 de ago. de 2011

"Meu tempo por aí terminou"...



Boa noite a todos, meu nome é Vitor.
Venho a pedido da minha mãe. Ela quer notícias minhas para, talvez, se sentir mais aliviada. Acho que ela, como toda mãe, se sente responsável pelo meu desencarne. Tive sérios problemas de respiração e, quando menos se esperava, as coisas pioraram e eu morri. Nem foi muito novidade para mim. Acho que eu até já esperava, apesar de ter apenas quinze anos. Mas meus pais (minha mãe) se desesperou. Fez perguntas, tentou saber o porquê, mas quem somos nós pra querer saber ou que Deus nos dê satisfação de seus atos, não é mesmo!?
Pois é... Eu morri, mas pra mim não foi difícil. Minha mãe tomou outros caminhos e graças a uma amiga, começou a ler e perceber que a morte não existe. Hoje ela é mais tranquila, mas ainda quer notícias pra ter certeza de que estou bem. Mamãe Elaine — ou Eliana (nota do transcrevente) —, eu estou bem e feliz. Meu tempo por aí terminou e talvez, o bom de tudo isso tenha sido você perceber que a vida continua.
Sei que pensa em mim e tenta não ficar me chamando. Que sente minha falta, mas agradece a Deus pelo tempo que estivemos juntos. Eu te amo e sempre te amei. Vou te esperar, porque nossa vida vem de outras... e meu amor por você não é pequeno, nem de agora. Sei que quando você ouve uma música que eu gostava se lembra e tenta não chorar. Não faça isso. Chore se tiver vontade. Só não blasfeme como muita gente faz.
Choro é normal naqueles que perdem um ente querido. Viva, dedique-se, ajude e tente compreender que estaremos juntos. Nosso senhor ensina que devemos praticar a caridade. Pratique e continue ajudando outras mães que não têm o mesmo conhecimento seu. Eu estou bem, estudo (como sempre gostei de fazer) e continuo fazendo tudo certinho como você sempre se orgulhou.
Minha vó me ajuda nas lições como você fazia, lembra! Aqui é lindo. Te amo muito e agradeço a oportunidade que me foi dada para conversar com você. Pena meu pai estar longe de você. Te amo. Que Deus permita minha visita a você sempre. Beijos.

Assinado: Vitor
Data: Maio de 2007.
Local: Sorocaba (SP).
Médium: S.A.O.G.

Retirado do Blog Partida e Chegada

Sobre mensagens de espíritos familiares.



A Doutrina Espírita, através de estudos experimentais, esclareceu a respeito da comunicabilidade entre o Mundo Material e o Mundo Espiritual, elucidando o quanto este fenômeno é comum e natural, demonstrando que o intercâmbio sempre aconteceu, em todas as épocas da humanidade e em todas as civilizações.

À época da Codificação, a evocação de Espíritos era uma prática muito frequente, sendo utilizada por Allan Kardec para estudos diversos. Em algumas oportunidades, antigos membros da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas foram evocados e relataram sua situação no além-túmulo.
É bem verdade que diante da dor causada pela desencarnação de um ente querido, os Espíritos separados - encarnados e desencarnados - sentem saudade e a necessidade do reencontro, o que é plenamente possível.
Vejamos valiosa lição deixada por Chico Xavier neste sentido: Quando o seu trabalho de psicografia estava no auge, ele recebia inúmeros pedidos de parentes para receber mensagens dos entes queridos desencarnados. Chico, na sua humilde sabedoria, sempre evitou levar nomes para serem evocados para este fim e se justificava dizendo: “o telefone toca de lá para cá”.
No atual contexto do movimento espírita, a evocação dos espíritos está quase totalmente esquecida, dando-se preferência às manifestações espontâneas. Kardec informa, no capítulo XXV do Livro dos Médiuns, que devemos usar “as duas maneiras de agir” (evocações e espontaneidade), pois as duas “têm suas vantagens e só haveria inconveniente na exclusão de uma delas.”
No Livro dos Espíritos, a questão 935 explora este assunto. Na época, muitos consideravam que as comunicações de além-túmulo eram profanação. Os Espíritos da Codificação esclarecem que não há profanação nestas mensagens, desde que “haja recolhimento e quando a evocação seja praticada respeitosa e convenientemente.” Para reforçar esta opinião, os respondentes lembram dos Espíritos que acodem com prazer ao nosso chamado. Sentem-se felizes quando nos lembramos deles e por se comunicarem conosco.
Certamente este tipo de comunicação só deve ser praticada por grupos experientes, que tratam a questão com a seriedade devida. Caso contrário, permanecerão sob jugo de Espíritos enganadores e brincalhões, que existem por toda parte.
A Doutrina Espírita nos ensina que a possibilidade de comunicação vai depender da situação em que o Espírito se encontre. Alguns estão em estado de perturbação que não os permitem se comunicar, enquanto outros podem estar cumprindo tarefas importantes que os impedem de fazerem contato. Por isso devemos ter muita paciência e compreensão e aguardar o momento propício para que a comunicação aconteça. Os Espíritos que são desprendidos da matéria desde a vida terrena, tomam consciência de que estão fazendo parte da vida espírita bem cedo, porém aqueles que viveram preocupados apenas com seu lado material permanecem no estado de ignorância por longo tempo.
Emmanuel foi um grande defensor da espontaneidade em todas as comunicações com o invisível. Recomenda que o espírita-cristão deve encontrar na sua fé o mais alto recurso de cessação do egoísmo humano, ponderando quanto à necessidade de repouso daqueles a quem amou, esperando a sua palavra direta quando e como julguem os mentores espirituais conveniente e oportuno. Devemos pedir sem exigir, orar sem reclamar, observar sem pressa, considerando que a esfera espiritual nos conhece os méritos e retribuirá os nossos esforços de acordo com a necessidade de nossa posição evolutiva e segundo o merecimento de nosso coração.
Portanto, por todos estes fatores, embora seja possível se comunicar com entes queridos que já partiram, é importante que procuremos uma Casa Espírita onde os dirigentes sejam pessoas idôneas. Mesmo assim, é mais prudente tomarmos muito cuidado com as comunicações de parentes desencarnados, pois na maioria das vezes não há como identificar se ela é autêntica, principalmente se é dada por médiuns sem preparo para a tarefa. Frequentemente, Espíritos enganadores estão ligados a estes médiuns, brincando com a dor alheia ou então estimulando o ego do médium, emprestando a este uma importância que não tem.
No mais, lembremos que existe um meio muito comum de comunicação entre os dois planos da vida: através dos sonhos. Durante a emancipação provocada pelo sono, o Espírito encarnado tem ampliada sua sensibilidade e seus sentidos, podendo se encontrar e manter diálogos com os Espíritos desencarnados de sua afeição.

Edição de texto retirado do site OSGEFIC

Filhos com deficiência.





A expectativa que toma conta do período de gestação da mulher é tão especial e admissível que se justifica a frustração ou a amargura que envolve tantos corações, quando constatam que seus rebentos, ansiosamente aguardados, são portadores de deficiência física ou mental ou a conjugação de ambas.

Compreensíveis a dor e a surpresa que se alojam nas almas paternas, ao começarem a pensar nas limitações e conflitos, agonias e enfermidades que acompanharão os seus filhos, marcados, irremediavelmente, para toda uma existência de dependências e limitações.

Quantos são os pais que, colhidos no amor próprio, fogem da responsabilidade de cooperar com os filhos debilitados!

Quantas são as mães que, transformadas em estátuas de dor ou de revolta, abandonam os filhos à própria sorte, relegando-os aos ventos do destino!

Entretanto, levanta-se um enorme contingente de pais e de mães que, ao identificarem os dramas em que se acham inseridos seus filhos, se enchem de ternura, de dedicação, vendo nas limitações físicas ou mentais desses, oportunidades de crescimento e enobrecida luta em prol do futuro feliz para todos.

O filho com deficiência geralmente é alguém que retorna aos caminhos humanos, após infelizes rotas de desrespeito à ordem geral da vida.

Os filhos lesados por carências corporais ou psíquicas estão em processo de ressarcimento, havendo deixado para trás, nas avenidas largas do livre-arbítrio, as marcas do uso da exorbitância, da insubmissão ou da crueldade.

Costumeiramente, os indivíduos que se valeram do brilho intelectual ou da sagacidade mental para induzir ao erro; para destruir vidas no mundo; para infelicitar, intrigando e maldizendo, reencarnam com os centros cerebrais lesados, em virtude de se haverem atormentado com suas práticas inferiores, provocando processos de desarranjo nas energias da alma, localizadas na zona da estrutura cerebral.

Não só intelectuais degenerados renascem com limitações psicocerebrais, mas, também, os que mergulharam nas valas suicidas, destroçando o cérebro e os seus núcleos importantes, sob graves distúrbios, que deverão ser recompostos por meio da reencarnação.

O despotismo implacável pode gerar neuroses ou epilepsias.

O domínio cruel de massas indefesas e desprotegidas pode produzir os mesmos efeitos.

Os homicídios cruéis podem acarretar infortunados quadros epilépticos, produzindo sobre a rede psiconervosa adulterações nas energias circulantes, provocando panes de frequência variada, de caráter simples ou crônico.

Seus filhos com deficiências podem estar em alguma dessas condições, necessitados da sua compreensão e assistência, para que sejam capazes de superá-las, com resignação e esforço íntimo, rumando para Deus, após atendidos os projetos redentores da Divindade.

Ame seus problematizados do corpo ou da mente, ou de ambos, cooperando com eles, com muita paciência e com ternura, para que possam sair vitoriosos da expiação terrena, avançando para mais altos vôos no rumo do nosso Criador.

Forre-se de carinho, de tranquilidade interior, vendo nesses filhos doentes as jóias abençoadas que o Pai confia às suas mãos para que as burile.

Por outro lado, vale considerar que se você os tem nos braços ou sob a sua assistência e seus cuidados, paternais ou maternais, é em razão dos seus envolvimentos e compromissos com eles.

Você poderá tê-los recebido por renúncia e elevado amor de sua parte.

Mas, pode ser que você esteja diretamente ligado às causas que determinaram os dramas dos seus filhos, cabendo-lhe não alimentar remorsos, mas, sim, auxiliá-los e impulsioná-los para a própria recomposição, enquanto você, igualmente, avança para o Criador.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 'Filhos com deficiência', do livro 'Nossas riquezas maiores', pelo Espírito Camilo, psicografia de José Raul Teixeira, ed. Fráter. Disponível no CD Momento Espírita, v. 3, ed. FEP.

* * *

Para saber mais, leia o livro:


Deficiente mental, porque fui um?
Ditado por diversos espíritos
Psicografia: Vera Lúcia Marinzeck Carvalho
Ed. Petit

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http://www.4shared.com/document/NZFCAMJB/Deficiente_mental_Por_que_fui_.html

A história de Júlio (Parte 1).



Fui muito amado! Meus pais se desdobravam em atenção e cuidado para comigo. Fui o segundo filho deles. O primeiro, meu único irmão, Júnior, era perfeito e muito bonito.

Não tenho muitas lembranças do período em que estive encarnado com deficiência.

Fixo minha mente para recordar, sinto a sensação de que estava preso num saco de carne mole e disforme. Parecia que, ao estar encarnado, estava restrito a uma situação desconfortável e sofrida, porém sabia ser melhor que meu estado anterior, o de desencarnado.

Realmente estava restrito, era deficiente físico e mental. Tive paralisia cerebral.

Lembro que cuidaram de mim com ternura imensa, gostava quando falavam comigo, me acariciavam.

Meus pais tentaram de tudo para que eu melhorasse, fisioterapias, especialistas e cuidados especiais.

Vivi três anos e seis meses nesse corpo que agora bendigo, que serviu para que me organizasse do tremendo desajuste em que eu me encontrava. Não andei, não falei, ouvia e enxergava pouco e era portador de muitas doenças no aparelho digestivo.

Uma pneumonia me fez desencarnar.

Recordo pouco essa minha permanência na carne. É como recordar adulto a primeira infância, O desconforto muito me marcou, como também o imenso amor que meus pais tiveram e têm por mim.

Socorrido ao desencarnar por socorristas, fui levado a um hospital de uma colônia.

Estive internado numa ala especializada em crianças e deficientes. Lembro-me que lá sentia a falta da presença física de meus pais. Eles foram levados muitas vezes para me ver. Alegrava-me com essas visitas.

Meus pais, pessoas boas e com alguns conhecimentos espirituais, puderam, enquanto dormiam, ser desligados do corpo físico e vir me ver. Foram encontros emocionantes. Isso é possível acontecer com muitos pais saudosos. Infelizmente poucos recordam esses comovidos encontros.

Recuperei-me. Com o carinho dos tios, trabalhadores do hospital, sarei das minhas deficiências. Retornei à aparência que tinha na encarnação anterior, antes de ter começado com meu vício e danificado meu corpo sadio.

Dessa vez gostei de estar desencarnado e mais ainda do hospital.

Normalmente em todas as colônias há no hospital uma parte onde são abrigados os que foram deficientes mentais quando encarnados, isso para que recebam tratamento especial para se recuperarem.

Ressalvo que muitos ao desencarnarem não têm o reflexo da doença ou das doenças e ao serem desligados da matéria morta são perfeitos, nem passam pelos hospitais. Infelizmente não foi o meu caso. Necessitei me recuperar, após um ano e dois meses estava tendo alta e fui para uma ala no Educandário para jovens.

Vou descrever a parte do hospital em que fui abrigado.

Os quartos são grandes, ficam juntos muitos internos. Não é bom ficar sozinho, é deprimente. Gostava de ter companhia, de ficar com os outros. Logo me tornei amigo deles.

As colônias não são todas iguais. Tudo nelas é visando o bem-estar de seus abrigados. Mas em todas há lugares básicos, como nas cidades dos encarnados, que têm escolas, hospitais, praças, ruas etc. Nas colônias também, só que com mais conforto, bem-estruturados, grandes e bonitos. Visitando tempos depois hospitais em outras colônias, vi que todas são aconchegantes, diferenciando-se nas repartições, no tamanho e nos adornos.

Você, Júlio, não é mais doente. É sadio! Tem de se sentir sadio! Vamos tentar?”, dizia para mim Suely, uma das “tias”, sorrindo encantadoramente.

A deficiência estava enraizada em mim, necessitei entender muitas coisas para sanar seus reflexos.

Quando comecei a falar, passei a escutar e a enxergar normalmente e logo a andar.

O quarto em que estava, como todos os outros, tem a porta grande, sempre aberta, que dá para um jardim-parque com muitas árvores, flores, brinquedos e animais dóceis e lindos.

Nesse jardim há sempre muita claridade e brincadeiras organizadas. Ali há um palco onde há danças, aulas de canto, música e teatro. Do outro lado dos quartos estão as salas de aula. Gostei muito de ficar ali, naquela parte do hospital. Foi meu lar no período em que estive internado. Encantava-me com o jardim-parque e foi me divertindo sadiamente que me recuperei com certa facilidade. As brincadeiras fazem parte da recuperação. Não existem medicamentos como para os encarnados. Não senti mais dores nem desconforto.

O interno é transferido dali quando quer ou quando se sente apto. Sentindo-me bem, fui transferido, mudei para a ala jovem do Educandário, como já mencionei, onde estudei e passei a fazer tarefas.

Quando meu curso terminou, pedi para trabalhar na ala do hospital para recuperação de desencarnados que na carne foram viciados em tóxicos. Esse meu pedido tinha razão de ser. Fiquei contente por ter sido aceito e passei a trabalhar com toda a dedicação.

Na minha penúltima encarnação tive meu corpo físico perfeito. Que fiz dele? Recordei.

Quando estava me recuperando no hospital, as lembranças vieram normalmente. Como “tia” Suely explicou-me, recordar não acontece com todos. Muitos recuperados voltam a reencarnar sem lembrar de nada do passado.

Lembrei-me sozinho, sem forçar o meu passado, e “tia” Suely me ajudou a entendê-lo e não “encucar”, pois o passado ficou para trás e só podemos tirar lições para o presente.

Principalmente no meu caso, tentar acertar e não repetir os mesmos erros.

(Do livro “Deficiente mental, porque fui um?” (Cap. 2) - Ditado por diversos espíritos - Psicografia de Vera Lúcia Marinzeck Carvalho - Editora Petit)

* * *
Para saber mais sobre hospitais em colônias espirituais, leia o livro:


Três Arco-íris – Uma Colônia de Luz
Ditado pelo Espírito Josué
Psicografia: Eurípedes Kühl
Editora Petit

A história de Júlio (Parte 2).



Na minha encarnação anterior tive por pais os mesmos espíritos que o foram nesta última.

Eles formavam uma família feliz. Meus pais, casados há anos, viviam harmoniosamente, tinham duas filhas casadas e netos, quando mamãe engravidou. Embora surpresos, achando-se velhos, me receberam como presente de Deus. Foram excelentes pais, me amaram, cuidaram de mim, me educaram, dando ótimos exemplos. Cresci forte, sadio e inteligente.

Espírito inquieto, não dei valor a nada que recebia. Achava meus pais velhos, “caretas” e me envergonhava deles. Era respondão, às vezes bruto com eles. Achava que me enchiam.

Estudava numa universidade e comecei a consumir drogas. Não tinha motivos como desculpas. Não existem motivos para entrar no vício, mas alguns viciados arriscam algum fator para se justificar. Quis sensações novas e achei que nunca ia me tornar dependente delas. Das leves às pesadas, me viciei, porém achava que as largaria quando quisesse. Comecei a gastar mais dinheiro e mentia aos meus pais, dizendo que era para o estudo. Não desconfiavam e me davam, privando-se até de remédios.

Foi então que ocorreu o acidente. Numa viagem de fim de semana, meus pais desencarnaram juntos num acidente de trem.

Senti a falta deles, mais ainda do que eles faziam por mim. Não quis morar com minhas irmãs, fiquei sozinho na nossa casa. Formei-me dois meses depois e arrumei um emprego. Mas passei a me drogar cada vez mais. E agora não escondia e as usava em casa.

- Júlio, por favor, pare com isso! Pense em nossos pais! — diziam minhas irmãs, preocupadas.

- Não sou um viciado! Uso-as porque quero e paro quando quiser — respondia rudemente.

Minhas irmãs, cunhados e até sobrinhos, ao saberem, tentaram me ajudar. Passei a ser violento, não aceitei a intromissão deles.

Não produzia no trabalho e, como faltava muito, fui demitido e passei a consumir cada vez mais tóxicos; me tornei um farrapo humano. Fui vendendo tudo o que era de valor em casa, não comprei mais alimentos, minhas irmãs que os traziam, como também passaram a pagar as despesas da casa e alguns débitos meus. Mesmo assim, não gostava dos meus familiares, não queria vê-los, os evitava e quando vinham em casa os expulsava violentamente. Senti que eles planejavam me internar. Então, achando que a vida estava insuportável, resolvi me suicidar. Tomei uma overdose. Mas não morri, passei mal. Quando melhorei, levantei-me; estava deitado no tapete da sala. A casa estava uma anarquia. Tomei remédios, todos que encontrei, o resto de heroína e uma bebida alcoólica, deitei de novo, certo de que dessa vez ia morrer.

Desencarnei logo, mas era de noite. No outro dia minha irmã veio com a ambulância para me levar e acharam meu corpo morto.

Perturbei-me extremamente. Quando saí do torpor, senti-me preso, no escuro, com cheiro insuportável. Meu corpo estava enterrado e eu ligado a ele. Somos espíritos revestidos do perispírito e encarnados no corpo físico. Quando o corpo carnal morre, o deixamos e este parece somente uma roupa usada. Continuamos a viver espiritualmente revestidos com o corpo perispiritual. Isso é o que normalmente acontece. Mas há os que abusam e imprudentemente, como eu, danificam o corpo físico, a abençoada roupa que nos é dada para nos manifestarmos no campo material. Não fui desligado e fiquei junto ao corpo, sofrendo atrozmente.

Lembrei-me dos meus pais, do amor deles por mim e chorei; chamei por eles:

Mamãe! Papai! Acudam-me!”

Senti-me tirado dali, parecia que fiquei ali séculos e não meses.

Não consegui me recuperar. Internado num hospital para suicidas, estava perturbado demais. Não tinha desculpa e não quis me perdoar. Que havia feito do meu corpo perfeito? Danifiquei-o com as drogas. Não merecia outro perfeito.

Faço uma ressalva, esta é minha história, que ocorreu comigo. Isso não acontece com todos que foram viciados nem com todos os suicidas. Mas normalmente estes sofrem muito, se os encarnados tivessem consciência disso, não se drogariam nem se suicidariam.

Meus pais preocuparam-se comigo. Amavam-nos muito, a mim e a todos os familiares.

Tiveram uma desencarnação violenta num acidente brutal. Foram socorridos pelos seus merecimentos. Sentiram que eu estava mal, então souberam que era viciado. Tentaram me ajudar, porém essa ajuda é restrita ao livre-arbítrio do necessitado. Pediram auxílio mentalmente às outras filhas, elas tentaram, ignoraram as ofensas e tudo fizeram, até se sacrificaram financeiramente, venderam bens para pagar meus débitos e para ter dinheiro para me internar.

Meus pais viram tristemente meu suicídio. Só quando me comovi ao lembrar deles é que puderam desligar-me da matéria podre e me socorrer.

Entenderam que só melhoraria na matéria. Estava tão perturbado, me desorganizei tanto que só me recuperaria no corpo físico. Com o esquecimento, me organizaria, encarnado recuperaria o que por livre vontade desordenei, danifiquei.

Meus pais reencarnaram unidos por um carinho profundo, casaram novamente e me receberam alegremente por filho.

Do livro “Deficiente mental, porque fui um?” (Cap. 2) - Ditado por diversos espíritos - Psicografia de Vera Lúcia Marinzeck Carvalho - Editora Petit