Mostrando postagens com marcador Léon Denis. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Léon Denis. Mostrar todas as postagens

14 de fev. de 2014

Provas Científicas da Existência Espiritual



Autor: Léon Denis. Livro: Depois da Morte

Foi no seio da grande Confederação americana,

em 1850, que, pela

primeira vez, as manifestações espíritas atraíram

a atenção pública. Pancadas

faziam-se ouvir em vários aposentos, móveis

deslocavam-se sob a ação de

uma força invisível, mesas agitavam-se e feriam

ruidosamente o solo. Tendo

um dos espectadores tido a idéia de combinar as

letras do alfabeto com o

número de pancadas, estabeleceu-se uma

espécie de telegrafia espiritual e a

força oculta pôde conversar com os assistentes.

Disse ser a alma de uma

pessoa conhecida que tinha vivido no país,

entrou em minudências muito

exatas sobre a sua identidade, vida e morte, e

relatou particularidades que

dissiparam todas as dúvidas. Outras almas foram

evocadas e responderam

com a mesma precisão. Todas se diziam

revestidas de um corpo fluídico,

invisível aos nossos sentidos, porém que não

deixava de ser material.

Rapidamente, multiplicaram-se as

manifestações, que, pouco a pouco, se

foram estendendo por todos os Estados da

União. De tal sorte preocuparam a

opinião, que certos sábios, acreditando ver nelas

uma causa de perturbação

para a razão e paz pública, resolveram observá-

las de perto, a fim de

demonstrarem o seu absurdo. Foi assim que o

juiz Ednionds, Presidente do

Supremo Tribunal de Nova York e Presidente do

Senado, e o professor de Quí-

mica, Mapes, da Academia Nacional, foram

levados a se pronunciarem sobre a

realidade e o caráter dos fenómenos espíritas.

Suas conclusões, formuladas

depois de rigoroso exame, constam em obras

importantes, e por elas está

declarado que tais fenómenos eram reais e que

só podiam ser atribuidos à

ação dos Espíritos.

Propagou-se o movimento a tal ponto que, em

1852, foi dirigida ao

Congresso em Washington uma petição assinada

por quinze mil pessoas, a fim

de se obter a proclamação oficial da realidade

dos fenômenos.

Um sábio célebre, Robert Hare, professor na

Universidade da Pensilvânia,

tomou francamente o partido dos espíritas,

publicando, sob o titulo:

Ezperimental Investigations of the Spiritual

Manifestatzons, uma obra que fez

sensação, e na qual estabeleceu cientificamente a

intervenção dos Espíritos.

Robert Dale Owen, sábio e escritor notável,

também se ligou a esse

movimento de opinião, e escreveu várias obras

para o favorecer, entre as quais

a que teve por título: Footfalls on the Boundary

of Another World (Investidas às

fronteiras de um outro mundo, 1877),

conseguindo um êxito considerável.

Segundo Russel Wallace, o Modern Spiritualism

conta hoje, nos Estados

Unidos, onze milhões de adeptos, representados

por uma imprensa numerosa

(22 jornais ou revistas), cujo órgão principal é o

Banner of Light, de Boston.

*

Na Inglaterra, porém, é que as manifestações

espíritas foram submetidas à

análise mais metódica. Numerosos sábios

ingleses têm estudado os

fenômenos da mesa com uma atenção

perseverante e minuciosa, e é deles

que nos vêm os mais formais testemunhos.

Em 1869, a Sociedade Dialética de Londres, uma

das mais autorizadas

agremiações científicas, nomeou uma Comissão

de trinta e três membros,

sábios, literatos, prelados, magistrados, entre os

quais Sir John Lubbock, da95

Royal Society, Henry Lewes, hábil fisiologista,

Huxler, Wallace, Crookes, etc.,

para examinar e “aniquilar para sempre” esses

fenômenos espíritas, que, dizia

a moção, “são somente produto da imaginação”.

Depois de dezoito meses de

experiências e de estudos, a Comissão, em seu

relatório, reconheceu a

realidade dos fenômenos e concluiu em favor do

Espiritismo.

Na enumeração dos fatos observados, o relatório

não só demonstra as

pancadas e os movimentos da mesa, mas

também menciona “aparições de

mãos e de formas que, não pertencendo a

nenhum ente humano, pareciam

vivas por sua ação e mobilidade. Essas mãos

eram algumas vezes tocadas e

seguradas pelos assistentes, convencidos de que

elas não eram o resultado de

uma impostura ou de uma ilusão”.

Um dos trinta e três, A. Russel Wallace,

colaborador de Darwin, e, depois

da morte deste, o mais eminente representante

do evolucionismo, prosseguiu

suas investigações e consignou os seus

resultados numa obra de grande êxito:

Miracles and Modern Splritualism. Falando dos

fenômenos, exprime-se nestes

termos: “Quando me entreguei a essas

experiências, era fundamentahnente

materialista. Não havia em minha mente

concepção alguma de existência

espiritual. Contudo, os fatos são obstinados;

venceram e obrigaram-me a aceitá-los muito

tempo antes que eu pudesse admitir a sua

explicação espiritual.

Esta veio sob a Influência constante de fatos

sucessivos que não podiam ser

afastados nem explicados de nenhuma outra

maneira.”

Entre os sábios ingleses cujos testemunhos

públicos podem ser invocados

em favor da manifestação dos Espíritos, também

citaremos StaInton Moses

(mais conhecido por Oxon), professor da

Faculdade de Oxford, que sobre estas

matérias publicou um livro intitulado Spzrit

Identity, e uma outra obra

denominada Psychography (82), onde trata

principalmente dos fenômenos de

escrita direta; Warley, engenheiro-chefe dos

telégrafos, Inventor do

condensador elétrico; Sergent Cox, jurisconsulto;

A. de Morgan, presidente da

Sociedade Matemática de Londres, que afirma

claramente as suas crenças na

obra: From Matter to Spirit; o professor Challis,

da Universidade de Cambridge;

os Drs. Charbers, Janies Oully, G. Sexton, etc.

Além de todos estes nomes, justamente

estimados, há um outro, maior e

mais ilustre, que vem juntar-se à lista dos

partidários e defensores do

Espiritismo; é o de Wilhiam Crookes, membro da

Royal Soclety (Academia de

Ciências da Inglaterra).

Não há ciência que não deva uma descoberta ou

um progresso a esse

Espírito sagaz. Os trabalhos de Crookes sobre o

ouro e a prata, sua aplicação

do sódio ao processo de amalgamação são

utilizados em todas as oficinas metalúrgicas da

América e da Austrália. Com o auxílio do

heliômetro do

Observatório de Greenwich, foi ele o primeiro

que pôde fotografar os corpos

celestes; as suas reproduções da Lua são

célebres. Seus estudos sobre os

fenômenos da luz polarizada, sobre a

espectroscopia não são menos

conhecidos. Crookes descobriu também o tállo.

Todos esses trabalhos, porém,

são excedidos por sua magnífica descoberta do

quarto estado da matéria,

descoberta que lhe assegura um lugar no

panteão da Inglaterra, ao lado de

Newton e de Herschell, e um outro mais

admirável ainda na memória dos

homens.

William Crookes entregou-se, durante dez anos,

ao estudo das

manifestações espíritas e, para verificá-las

cientificamente, construiu

instrumentos de precisão e delicadeza inauditas.

Com o auxílio de um médium96

notável, a jovem Florence Cook, e de outros

sábios tão rigorosamente

metódicos como ele, operava em seu próprio

laboratório, cercado de aparelhos

elétricos, que teriam tornado Impossível ou

mortal qualquer tentativa de fraude.

Em sua obra: Reaearches in the Phenomena ai

Spirituausm (83), Crookes

analisa as diversas espécies de fenômenos

observados: movimentos de corpos

pesados, execução de peças musicais sem

contacto humano, aparições de

mãos em plena luz, aparições de formas e de

figuras, etc. Durante vários

meses, o Espírito de uma jovem e graciosa

mulher, chamada Katie King,

mostrou-se, todas as noites, aos olhos dos

investigadores, revestindo, por

alguns instantes, as aparêúcias de um corpo

humano provido de órgãos e de

sentidos, conversando com Crookes, com sua

esposa e com os assistentes,

submetendo-se a todas as experiências exigidas,

deixando-se tocar, auscultar,

fotografar, após o que se esvaia como tênue

névoa. Essas curiosas

manifestações estão longamente relatadas na

obra referida, de WUliam

Crookes.

A Society por Psychical Research, outra

agremiação de sábios, entrega-se,

há dez anos, a investigações profundas sobre os

fenômenos de aparições.

Várias centenas de casos foram descobertos por

ela, consignados na sua

revista, denominada Proceedings e numa obra

especial: Phantaams ai the

Living, dos Drs. Myers, Gurney e Podmore, que

explicam tais fenômenos pela

telepatia ou transmissão do pensamento entre os

seres humanos. Quase todos

esses fenômenos sucederam-se no momento da

morte de pessoas que, em

certas ocasiões, se reproduziram nas ditas

aparições. Uma leitura atenciosa

dos Proceedings não permite que aceitemos,

para um grande número de

casos, as diferentes explicações dadas por esses

doutores, como sendo tais

fenômenos o produto da ação mental a distância

ou da alucinação, nem

mesmo é razoável admitir-se o caráter subjetivo

que, em geral, lhes atribuem.

A objetividade, a realidade desses fatos ressalta

dos próprios termos dos

Proceedings e dos testemunhos recolhidos

durante as Investigações: “As

aparições têm, em certos casos, impressionado

os animais; ao seu aspecto,

cães bravios são tomados pelo terror, ocultam-se

e fogem; cavalos passam

apressadamente, trêmulos por todo o corpo,

cobrem-se de suor ou recusam-se

a avançar.” (84)

“Algumas aparições deram lugar a impressões

auditivas, táteis e visuais.

Fantasmas, em diversos andares de uma casa,

foram vistos sucessivamente

por diversas testemunhas.” (85)

Na obra Phantasms of the Living estão referidos

muitos efeitos físicos que

foram produzidos, tais como ruidos, pancadas,

abertura de portas,

deslocamento de objetos, etc.; aí também foram

mencionadas vozes predizendo os

acontecimentos (86). Certas aparições também

puderam ser

fotografadas. (87)

Na Alemanha, os mesmos testemunhos da

existência dos Espíritos e de

suas manifestações decorrem dos trabalhos do

astrônomo Zõllner, dos

professores Ulricl, Weber, Fechner, da

Universidade de Leipzig; Carl du Prel,

de Munique. Esses sábios, cépticos todos, a

princípio, e igualmente animados

do desejo de desmascarar o que consideravam

trapaças vulgares, foram

constrangidos, pelo respeito à verdade, a

proclamar a realidade dos fatos

observados. (88)

*97

O movimento espírita estendeu-se aos países

latinos. A Espanha possui,

em cada uma das suas principais cidades, uma

sociedade e um jornal de

estudos psíquicos. A agremiação mais

importante é o Centro Barcelonês, ao

qual está ligada a União Escolar Espiritista, cujo

órgão é a Revista de Estudos

Psicológicos. Uma federação reúne todos os

grupos e círculos da Catalunha,

em número superior a cem. O seu presidente é o

visconde Torres-Solanot,

escritor e experimentador distinto.

Na Itália também se produziram manifestações

importantes em favor do

Espiritismo. Depois das experiências do

professor Ercole Chiaia, de Nápoles,

realizadas com a médium Eusápia Paladino, aí se

travaram debates

apaixonados, que têm agitado o mundo sábio.

Esse investigador reproduziu

todos os fenômenos notáveis do Espiritismo:

transportes, materializações,

levitações, etc., aos quais também se devem

adicionar as impressões de pés e

mãos e fisionomias em parafina derretida, assim

obtidas em recipientes

isolados de todo e qualquer contacto humano.

A publicidade que se deu a esses fatos provocou

uma crítica vivaz da parte

do professor Lombroso, criminalista e

antropologista célebre. Oferecendo-se o

Sr. Chiaia para produzir novamente os mesmos

fenômenos, realizaram-se

então, em fins do ano 1891, várias sessões na

própria casa de Lombroso, em

Nápoles. Este, auxiliado por outros professores,

os Srs. Tamburini, Virgilio,

BIancht, Vlzioli, da Universidade de Nápoles,

pôde assim verificar a realidade

dos fatos espíritas, que depois se tornou pública.

(89)

Em carta publicada ulteriormente (90), o

professor Lombroso menciona as

experiências realizadas pelos Drs. Barth e

Defiosa, durante as quais o primeiro

destes viu seu pai, já falecido, que então o

abraçou duas vezes. Em outra

sessão, o banqueiro Kirsch viu aparecer uma

pessoa sua afeiçoada, morta

havia vinte anos, e que lhe falou em francês,

língua desconhecida do médium.

O professor Lombroso tentou explicar todos os

fenômenos espíritas pela

“exteriorização da força psíquica do médium”,

porém não demonstrou como

essa teoria poderia a eles adaptar-se.

Desde então, em 18 de novembro de 1892,

L’Italia dei Popolo, jornal

político em Milão, publicou um suplemento

especial em que se vêem as atas

das dezessete sessões efetuadas nessa cidade,

em casa do Sr. Finzi, com a

presença da mesma médium Eusápia Paladino.

Esses documentos estão

assinados pelos seguintes sábios eminentes de

diversos países:

Schiaparelli, diretor do Observatório Astronômico

de Milão;

Alezander Aksakol, conselheiro de Estado da

Rússia, diretor da revista

Psychische Studten, de Leipzig;

Carl du Prel, de Munique;

Angelo Brofferio, professor de Filosofia;

Gérosa, professor de Física na Escola Superior de

Agricultura, em Portici;

Ermacora e G. Finzi, doutores em Física;

Charles Richet, professor na Faculdade de

Medicina de Paris, diretor da

Revue Scientifique;

Lombroso, professor da Faculdade de Medicina

de Turlm.

Essas atas mencionam a produção dos seguintes

fenômenos, observados

em plena luz:

“Movimentos mecânicos, que não podem ser

explicados pelo contacto das

mãos; levantamento completo da mesa;

movimentos mecânicos com o98

contacto indireto das mãos da médium, exercido

de forma a tornar Impossível

qualquer ação desta, movimentos espontâneos

de objetos a distância, sem

nenhum contacto com as pessoas presentes;

movimentos da mesa também

sem contacto; movimentos dos braços de uma

balança; pancadas e reproduções de sons na

mesa.”

Fenômenos obtidos na obscuridade, estando os

pés e as mãos da médium

constantemente seguros por duas das pessoas

presentes:

“Transporte de diversos objetos, sem contacto,

tais como: cadeiras,

Instrumentos de música, etc.; impressão de

dedos sobre papel enegrecido por

carvão; modelamento de dedos na argila;

aparições de mãos sobre um fundo

luminoso; aparições de luzes fosforescentes;

levantamento da médium para

cima da mesa; mudanças de cadeiras com as

pessoas que as ocupavam;

sensação de apalpadelas.”

Enfim, à meia-luz:

“Aparições de mãos humanas e vivas sobre a

cabeça da médium; contacto

de uma figura humana barbuda.”

Nas suas conclusões, os referidos

experimentadores estabelecem que, devido

às precauções tomadas, não era possível

nenhuma fraude. Do conjunto dos

fenômenos observados, dizem eles, depreende-

se a vitória de uma verdade

que injustamente muitos têm querido tornar

impopular.

*

No Brasil, em Portugal, nos Açores, na Austrália,

nas Repúblicas do Rio da

Prata e do Pacifico, no México, em Porto Rico e

Cuba, o Espiritismo também se

tem desenvolvido extraordinariamente, devido

Isso, em grande parte, à boa

aceitação que ele encontra na consciência dos

povos e aos fatos que se

produzem.

Em todos esses países há centros e revistas ou

jornais espíritas que se

encarregam de propagar esta consoladora

doutrina, entre as quais podemos

mencionar, como mais antigos, o Reformador,

órgão da Federação Espírita

Brasileira, com sede no Rio de Janeiro, a Revista

Espírita de la Habana, órgão

da Sociedade La Reencarnación, em Havana, e a

revista Constancia, órgão da

Sociedade Espírita Constância, de Buenos Aires.

(82) “Ensinos Espirituallstas”, livro muito

recomendável pela sua

elevação moral.

(83) “Fatos Espíritas”. Edição da FEB. — (N. T.)

(84) “Proceedings”, pág. 151.

(85) “Proceedings”, págs. 102 e 107.

(86) “Phantasms of the Living”, págs. 102 e 149.

“Proceedings”, pág. 305.

(87) “Annales des Sclences Psychiques”, págs.

356 e 361.

(88) Ler “Wissenschaftliche Abhandiungen”, por

Zõllner. Idem, “O

Desconhecido”, por Camille Flammarion. — (N.T.)

(89) Ver a obra “O Fenômeno Espírita”,

testemunho de sábios, por Gabriel

Delanne, pág. 235.

(90) Idem, pág. 238.99

20

O ESPIRITISMO NA FRANÇA

Na França não há tantos sábios espíritas como na

Inglaterra, pois os seus

homens de ciência, mais talvez do que em

qualquer outro país, têm

testemunhado Indiferença ou reserva proposital a

respeito das manifestações

psíquicas. Vêem-se, entretanto, belas exceções.

Assinalamos somente Camille

Flammarion, cujo estilo encantador popularizou a

ciência dos mundos, e

Babinet, membro do Instituto. Estes dois sábios

fizeram ato de adesão ao Espiritismo; o primeiro,

por seu discurso pronunciado no túmulo de Allan

Kardec;

o segundo, por uma carta ao Dr. Feytaud (1867),

carta que se tornou pública, e

na qual fez conhecer sua intenção de expor ao

público os fenômenos incríveis

de que foi testemunha, e cuja realidade pensa

poder demonstrar, decidido

como está a ir avante. A sua morte, porém,

impediu a execução desse projeto.

Mais recentemente, um jovem sábio, de grande

futuro, o Dr. Paul Gibier,

discípulo favorito de Pasteur e diretor do

Instituto Anti-Rábico de Nova York,

publicou duas obras: O Espiritismo ou

Faquirismo Ocidental (Paris, 1887) e

Análise das Coisas (1889) (91), nas quais estuda

conscienciosamente e afirma,

com coragem, a existência dos mesmos fatos.

O Dr. Gibier, com o auxílio do médium Slade,

estudou, de modo muito

especial, o curioso fenômeno da escrita direta

sobre a lousa, ao qual

consagrou trinta e três sessões. Lousas duplas,

fornecidas pelo experimentador, foram seladas,

uma posta sobre a outra, e assim se obtiveram,

no seu

interior, numerosas comunicações em várias

línguas.

“Temos observado estes fenômenos, escreve ele

(92), tantas vezes e sob

formas tão variadas que, se fosse privado nos

reportarmos aos nossos

sentidos para demonstrar casos tão especiais,

renegaríamos o que na vida comum se apresenta

todos os dias aos nossos olhos.”

É, porém, no mundo das letras e das artes que

encontraremos numerosos

partidários ou defensores dos fenômenos

espíritas e das doutrinas que lhes

são correlativas. Entre outros escritores que se

pronunciaram neste sentido,

citaremos: Eugêne Nus, o autor das obras:

Grands Mystêres e Choses de

l’Âutre Monde; Vacquerie, que, a respeito deste

ponto, expôs suas opiniões nas

Miettes de l’Histoire; Victor Hugo, Maurice

Lachâtre, Théophile Gauthier,

Victorien Sardou, O. Fauvety, Ch. Lomon, Eugêne

Bonnemêre, etc.

É quase sempre fora das academias que as

experiências espíritas na

França têm sido tentadas, e, sem dúvida, disso

provêm a pouca atenção que

se lhes tem prestado. De 1850 a 1860, estavam

em moda as mesas giratórias;

a predileção era geral, nenhuma festa, nenhuma

reunião íntima terminava sem

alguns exercidos deste gênero. Mas, entre a

multidão das pessoas que

tomavam parte nessas reuniões e que se

divertiam com o fenômeno quantas

teriam entrevisto suas conseqüências, do ponto

de vista cientifico e moral, e a

Importância das soluções que ele trazia à

Humanidade? Cansaram de propor

questões banais aos Espíritos. A moda das

mesas, como qualquer outra,

passou, e, depois de certo processo ruidoso, o

Espiritismo caiu em descrédito.

Mas, à falta de sábios oficiais, observadores dos

fenômenos, a França

possuia um homem que devia representar um

papel considerável, universal, no

advento do Espiritismo.

Allan Kardec, depois de ter, durante dez anos,

estudado pelo método

positivo, com razão esclarecida e paciência

infatigável, as experiências feitas100

em Paris; depois de ter recolhido os testemunhos

e documentos que de todos

os pontos do globo lhe chegaram, coordenou

esse conjunto de fatos, deduziu

os princípios gerais e compôs um corpo de

doutrina, contido em cinco volumes,

cujo êxito foi tal que alguns ultrapassaram hoje a

quadragésima edição, a

saber: O Livro dos Espíritos ou parte filosófica, O

Livro dos Médiuns ou parte

experimental, O Evangelho segundo o Espiritismo

ou parte moral, O Céu e o

Inferno ou parte analítica e Á Gênese ou parte

científica. (93)

Allan Kardec fundou a Revue Spirite, de Paris,

que se tornou o órgão, o

traço de união dos espíritas do mundo inteiro, e

na qual se poderá acompanhar

a evolução lenta e progressiva desta revelação

moral e filosófica.

A obra de Allan Kardec é, portanto, o resumo dos

ensinos comunicados aos

homens pelos Espíritos, em um número

considerável de grupos espalhados por

todos os pontos da Terra, e durante um período

de vinte anos.

Essas comunicações nada têm de sobrenaturais,

porque os Espíritos são

seres semelhantes a nós que vivemos na Terra e,

em sua maior parte, a ela

voltarão, submetidos, como nós, às leis da

Natureza e revestidos de um corpo,

mais sutil é verdade, mais etéreo do que o nosso,

porém perceptível aos

sentidos humanos em condições determinadas.

Allan Kardec, como escritor, mostrou-se de uma

clareza perfeita e de uma

lógica rigorosa. Todas as suas apreciações

repousam sobre fatos observados,

atestados por milhares de testemunhas. Apelou

para a Filosofia, e esta desceu

das alturas abstratas em que pairava, fez-se

simples, popular, acessível a

todos. Despida das suas formas envelhecidas,

posta ao alcance das mais

humildes inteligências, ela demonstra a

persistência da vida de além-túmulo, e

assim traz esperança, consolação e luz àqueles

que sofrem.

A doutrina de Allan Kardec, nascida — não será

demasiado repetí-lo — da

observação metódica, da experiência rigorosa,

não se torna um sistema

definitivo, imutável, fora e acima das conquistas

futuras da Ciência. Resultado

combinado de conhecimentos dos dois mundos,

de duas humanidades

penetrando-se uma na outra, ambas, porém,

imperfeitas e a caminho da

verdade, do desconhecido, a Doutrina dos

Espíritos transforma-se, sem cessar,

pelo trabalho e pelo progresso, e, sem dúvida,

superior a todos os sistemas, a todas

as filosofias do passado. Kardec afirmou que se

algum dia a ciência tradicional provar que o

Espiritismo está errado em determinado ponto,

abandonemos este ponto e fiquemos com a

ciência. Esse dia nunca chegou e acredito que

nunca chegará, pois, indubitavelmente, o

Espiritismo está muito à frente da ciência

terrestre.

A descoberta da matéria radiante, as análises dos

sábios ingleses e americanos

sobre os fluídos, sobre os invólucros

perispirituais ou formas revestidas pelos

Espíritos em suas aparições, todos esses

progressos abriram ao Espiritismo

um novo horizonte. Graças a esses estudos, o

Espiritismo penetrou a natureza

íntima do mundo fluídico, e, para o futuro, pode,

com armas Iguais, lutar contra

seus adversários nesse terreno da Ciência que se

lhe tornou familiar.

O Congresso Espírita e Espiritualista

Internacional, reunido em Paris, no

mês de setembro de 1889, demonstrou toda a

vitalidade da doutrina que

acreditavam sepultada debaixo dos sarcasmos e

das zombarias. Quinhentos

delegados, vindos de todos os pontos do mundo,

assistiram às suas sessões,

noventa e cinco revistas e jornais ai estiveram

representados. Homens de

grande saber e de alta posição, médicos,

magistrados, professores e mesmo

sacerdotes, pertencentes às mais diversas

nacionalidades — franceses,

espanhóis, italianos, belgas, suíços, russos,

alemães, suecos, etc. —, todos101

tomaram parte nos debates.

Os membros das diversas doutrinas

representadas nesse Congresso:

espíritas, teosofistas, cabalistas,

swedenborguianos, em perfeita união,

afirmaram, por unanimidade de votos, os dois

princípios seguintes:

1º— Persistência do Eu consciente depois da

morte, ou seja, a

imortalidade da alma.

2º — Relação entre os vivos e os mortos. (94)

O Congresso Espírita de 1889, despertando a

atenção pública, estimulou o

espírito de exame e provocou um conjunto de

estudos e experiências

científicas. Charles Richet e o Coronel de Rochas

fundaram, em Paris, uma

sociedade de investigações psíquicas, cujo

primeiro cuidado foi estabelecer um

exame sobre os fenômenos de aparição e sobre

todos os fatos da psicologia

oculta observados na França. Uma revista

especial, os Annales des Sciences

Psychiques, dirigida pelo Dr. Dariex, dá conta

não só desses trabalhos, mas

também dos que são realizados pelas sociedades

estrangeiras análogas.

O Congresso Internacional de Psicologia

Experimental, realizado em

Londres, no ano de 1892, mostrou que, em

pouco tempo, se haviam produzido

na Ciência algumas modificações especialmente

notáveis sobre o assunto.

Ch. Richet aborda francamente a questão da nova

Psicologia e trata dos

fenômenos espíritas: telepatia, dupla vista, etc.

Esse eminente professor

começa por fazer o seguinte questionário (95):

“Existirá essa Psicologia

oculta?” E, então, responde: “Para nós isso não é

duvidoso, pois efetivamente

existe tal Psicologia. Não é possível que tantos

homens distintos da Inglaterra,

América, França, Alemanha, Itália e outros

países, se tenham deixado enganar

tão grosseiramente. Eles refletiram e discutiram

todas as objeções

apresentadas, não encontrando motivo para

atribuírem ao acaso ou ao produto

de fraude qualquer dos fenômenos observados,

visto terem tomado

precauções, antes mesmo que outros as

houvessem Indicado. Recuso-me

também a acreditar que tais trabalhos tenham

sido estéreis ou que esses

homens tivessem meditado, experimentado,

refletido sobre meras ilusões.”

Charles Richet lembra aos membros do

Congresso o quanto as academias

se têm arrependido de haverem, muitas vezes,

negado a priOri as mais belas

descobertas; por isso, elas deviam ser agora mais

cautelosas a fim de não

caírem na mesma falta. Demonstra os resultados

proveitosos que, do estudo

da nova Psicologia, baseada sobre o método

experimental, pode decorrer para

a Ciência e para a Filosofia.

(91) Traduzidas e editadas em português pela

FEB. — (N.T.)

(92) “O Espiritismo ou Faquirismo Ocidental”,

pág. 340.

(93) Traduzidos e editados em língua portuguesa

pela FEB. — (N.T.)

(94) O Congresso Espírita e Espiritualista

Internacional de Paris, 1900,

ratificou, por votação unânime, as seguintes

declarações:

“1) Reconhecimento da existência de Deus,

inteligência suprema, causa

primeira de todas as coisas; 2) pluralidade dos

mundos habitados; 3)

imortalidade da alma; 4) sucessividade de suas

existências corporais na

Terra e noutros globos do espaço; 5)

demonstração experimental da

sobrevivência da alma humana pela comunicação

medianimica com os

Espíritos; 6) condições felizes ou infelizes da vida

humana, em razão das

anteriores experiências da alma — de seus

méritos e de seus deméritos

—, e dos progressos que ela tem a realizar; 7)

perfectibilidade Infinita do102

ser; e 8) solidariedade e fraternidade universais.”

(95) “Annales des Sciences Psychiques”,

dezembro, 1892.

O Perispírito ou Corpo Espiritual



Autor: Léon Denis. Livro: Depois da Morte

Os materialistas, em sua negação da existência
da alma, muitas vezes têm
apelado para a dificuldade de conceberem um
ser privado de forma. Os
próprios espiritualistas não sabem explicar como
a alma imaterial,
imponderável, poderia presidir e unir-se
estreitamente ao corpo material, de
natureza essencialmente diferente. Essas
dificuldades encontram solução nas
experiências do Espiritismo.
Como precedentemente já o dissemos, a alma
está, durante a vida
material, assim como depois da morte, revestida
constantemente de um
envoltório fluidico, mais ou menos sutil e etéreo,
que Allan Kardec denominou
perispírito ou corpo espiritual. Como participa
simultaneamente da alma e do
corpo material, o perispírito serve de
intermediário a ambos: transmite à alma
as impressões dos sentidos e comunica ao corpo
as vontades do Espírito. No
momento da morte, destaca-se da matéria
tangivel, abandona o corpo às
decomposições do túmulo; porém, inseparável
da alma, conserva a forma
exterior da personalidade desta. O perispírito é,
pois, um organismo fluídico; é
a forma preexistente e sobrevivente do ser
humano, sobre a qual se modela o
envoltório carnal, como uma veste dupla e
Invisível, constituída de matéria
quintessenciada, que atravessa todos os corpos
por mais impenetráveis que
estes nos pareçam.
A matéria grosseira, incessantemente renovada
pela circulação vital, não é
a parte estável e permanente do homem. É
perispírito o que garante a
manutenção da estrutura humana e dos traços
fisionômicos, e isto em todas as
épocas da vida, desde o nascimento até à morte.
Exerce, assim, a ação de
uma forma, de um molde contrátil e expansível
sobre o qual as moléculas vão
incorporar-se.
Esse corpo fluídico não é, entretanto, imutável;
depura-se e enobrece-se
com a alma; segue-a através das suas
inumeráveis encarnações; com ela sobe
os degraus da escada hierárquica, torna-se cada
vez mais diáfano e brilhante
para, em algum dia, resplandecer com essa luz
radiante de que falam as
Bíblias (antigas) e os testemunhos da História a
respeito de certas aparições. É
no cérebro desse corpo espiritual que os
conhecimentos se armazenam e se
imprimem em linhas fosforescentes, e é sobre
essas linhas que, na
reencarnação, se modela e forma o cérebro da
criança. Assim, o intelecto e o
moral do Espírito, longe de se perderem,
capitalizam-se e se acrescem com as
existências deste. Daí as aptidões extraordinárias
que trazem, ao nascer,
certos seres precoces, particularmente
favorecidos.
A elevação dos sentimentos, a pureza da vida, os
nobres impulsos para o
bem e para o Ideal, as provações e os
sofrimentos pacientemente suportados,
depuram pouco a pouco as moléculas
perispiríticas, desenvolvem e multiplicam
as suas vibrações. Como uma ação química, eles
consomem as partículas
grosseiras e só deixam subsistir as mais sutis, as
mais delicadas.
Por efeito inverso, os apetites materiais, as
paixões baixas e vulgares
reagem sobre o perispírito e o tornam mais
pesado, denso e escuro. A atração
dos globos Inferiores, como a Terra, exerce-se
de modo irresistível sobre esses
organismos espirituais, que, em parte,
conservam as necessidades do corpo e
não podem satisfazê-las. As encarnações dos
Espíritos que sentem tais
necessidades sucedem-se rapidamente, até que
o progresso pelo sofrimento104
venha atenuar suas paixões, subtrai-los às
influências terrestres e abrir-lhes o
acesso de mundos melhores.
Estreita correlação liga os três elementos
constitutivos do ser. Quanto mais
elevado é o Espírito, tanto mais sutil, leve e
brilhante é o perispírito, tanto mais
isento de paixões e moderado em seus apetites
ou desejos é O corpo. A
nobreza e a dignidade da alma refletem-se sobre
o perispírito, tornando-o mais
harmonioso nas formas e mais etéreo; revelam-
se até sobre o próprio corpo: a
face então se ilumina com o reflexo de uma
chama interior.
É pelas correntes magnéticas que o perispírito se
comunica com a alma. É
pelos fluídos nervosos que ele está ligado ao
corpo. Esses fluídos, posto que
invisíveis, são vínculos poderosos que o prendem
à matéria, do nascimento à
morte, e mesmo, nos sensuais, assim o
conservam, até à dissolução do
organismo. A agonia representa a soma de
esforços realizados pelo perispírito
a fim de se desprender dos laços carnais.
O fluído nervoso ou vital, de que o perispírito é a
origem, exerce um papel
considerável na economia orgânica. Sua
existência e seu modo de ação
podem explicar bastantes problemas
patológicos. Ao mesmo tempo agente de
transmissão das sensações externas e das
impressões Íntimas, ele é
comparável ao fio telegráfico, transmissor do
pensamento, e que é percorrido
por uma dupla corrente.
A existência do perispírito era conhecida dos
antigos. Pelas palavras —
Och.ema e Férouer, os filósofos gregos e
orientais designavam o invólucro da
alma “lúcido, etéreo, aromático”. Segundo os
persas, assim que chega a hora
da reencarnação, o Férouer atrai e condensa em
torno de si as moléculas
materiais que são necessárias à constituição do
corpo, e, pela morte deste, as
restitui aos elementos que, em outros meios,
devem formar novos Invólucros
carnais. O Cristianismo também conserva
vestígios dessa crença. S. Paulo, em
sua primeira Epístola aos Coríntios, exprime-se
nos seguintes termos:
“O homem está na Terra com um corpo animal e
ressuscitará com um
corpo espiritual. Assim como tem um corpo
animal, também possui um corpo
espiritual.”
Embora em diversas épocas tenha sido afirmada
a existência do perispírito,
foi ao Espiritismo que coube determinar o seu
papel exato e a sua natureza.
Graças às experiências de Crookes e de outros
sábios ingleses, sabemos que
o perispírito é o instrumento com cujo auxílio se
executam todos os fenômenos
do Magnetismo e do Espiritismo. Esse organismo
espiritual, semelhante ao
corpo material, é um verdadeiro reservatório de
fluídos, que a alma põe em
ação pela sua vontade. É ele que, no sono natural
como no sono provocado, se
desprende da matéria, transporta-se a distâncias
consideráveis e, na escuridão
da noite como na claridade do dia, vê, percebe e
observa coisas que o corpo
não poderia conhecer por si.
O perispírito tem, portanto, sentidos análogos
aos do corpo, porém muito
mais poderosos e elevados. Ele tudo vê pela luz
espiritual, diferente da luz dos
astros, e que os sentidos materiais não podem
perceber, embora esteja
espalhada em todo o Universo.
A permanência do corpo fluídico, antes como
depois da morte, explica
também o fenômeno das aparições ou
materializações de Espíritos. O
perispírito, na vida livre do espaço, possui
virtualmente todas as forças que
constituem o organismo humano, mas nem
sempre as põe em ação. Desde
que o Espírito se acha nas condições requeridas,
isto é, desde que pode retirar105
do médium a matéria fluídica e a força vital
necessárias, ele as assimila e reveste, pouco a
pouco, as aparências do corpo terrestre. A
corrente vital circula,
então, e, sob a ação do fluído que recebe, as
moléculas físicas coordenam-se
segundo o plano do organismo, plano de que o
perispírito reproduz os traços
principais. Logo que o corpo humano fica
reconstituido, o seu organismo entra
em funções.
As fotografias e os moldes obtidos em parafina
mostram-nos que esse novo
corpo é idêntico ao que o Espírito animava na
Terra; mas essa vida só pode
ser temporária e passageira, porque é anormal, e
os elementos que a produzem, após uma curta
condensação, voltam às fontes donde foram
emanados.

3 de dez. de 2012

O Magnetismo segundo Léon Denis.



Esse mundo dos fluidos, que se entrevê além do estado radiante, reserva bastantes surpresas e descobertas à Ciência. Inumeráveis são as variedades de formas que a matéria, tornando-se sutil, pode revestir para as necessidades de uma vida superior.


Já muitos observadores sabem que, fora das nossas percepções, além do véu opaco que nossa espessa constituição apresenta, existe um outro mundo, não mais o dos infinitamente pequenos, porém um Universo fluídico completamente povoado de multidões invisíveis.


Assim, pois, os fenômenos magnéticos tornam evidente não só a existência da alma, mas também a sua imortalidade; porque, se, durante a existência corpórea, essa alma se desliga do seu grosseiro invólucro, vive e pensa fora dele, com mais forte razão achará na morte a plenitude de uma liberdade.


A ciência do Magnetismo não só nos leva a crer na existência da alma, mas também nos dá a posse de maravilhosos recursos. A ação dos fluidos sobre o corpo humano é considerável; suas propriedades são múltiplas, variadas. Fatos numerosos têm provado que, com o seu auxílio, se podem aliviar os sofrimentos mais cruéis. Os grandes missionários não curavam pela aposição das mãos? Eis todo o segredo dos seus supostos milagres. Os fluidos, obedecendo a uma poderosa vontade, a um ardente desejo de fazer o bem, penetram os organismos debilitados e suas moléculas benéficas, substituindo as que estão doentes, restituem gradualmente a saúde aos enfermos, o vigor aos valetudinários.


Objetam que uma legião de charlatães, para explorar o Magnetismo, abusa da credulidade e da ignorância do público, exornando-se com um poder imaginário. Mas, isso é uma conseqüência inevitável do estado de inferioridade moral da Humanidade.


Uma coisa nos consola desses fatos contristadores: é a certeza de que todo homem animado de simpatia profunda pelos deserdados, de verdadeiro amor pelos que sofrem, pode aliviar seus semelhantes por uma prática sincera e esclarecida do Magnetismo.


Texto retirado do livro “Depois da Morte” – Léon Denis - Cap. 17 (Os Fluidos – O Magnetismo)

24 de mai. de 2012

Prática Espírita.






Que é praticar o Espiritismo?

- Praticar o Espiritismo é:

1) invocar os Espíritos e se pôr em comunicação com o mundo invisível;
2) frequentar assiduamente as reuniões espíritas;
3) desenvolver os dons de mediunidade que estão em germe em cada um de nós.

Que é invocar os Espíritos?

- E dirigir-lhes preces e lhes pedir luz, inspiração, ajuda e proteção.

A prece é então ouvida no mundo invisível?

- A prece é um transporte da alma, que abre um caminho fluídico no espaço; ela pode atingir os mais elevados Espíritos e chegar até Deus.

Qual é a melhor das orações?

- Toda oração é boa quando é uma elevação da alma e um apelo sincero do coração.

Que é uma reunião espírita?

- É um grupo composto de diversas pessoas unidas pela comunhão dos pensamentos, a afinidade dos fluidos e a concordância das vontades.

Como deve ser organizada uma reunião espírita?

- De um grupo de pesquisadores esclarecidos, de um presidente, de um ou vários médiuns, sob a proteção dos bons Espíritos.

Onde devem realizar-se essas reuniões?

- Não importa onde, porque o Espírito se manifesta onde quer, mas de preferência em lugar reservado, pois os bons Espíritos não gostam de se manifestar na confusão.

Deve-se reunir de dia ou de noite?

- Tanto de dia, como de noite, conforme os Espíritos decidirem; entretanto a noite é mais propícia às comunicações com o mundo invisível.

Por que?

- Porque a atmosfera noturna é mais calma; a atividade do dia não interfere mais nas correntes das ondas magnéticas; nessas condições, é mais fácil estabelecer o caminho fluídico entre este mundo e o além. É, aliás, o que significa o provérbio antigo: “O dia é dos homens, a noite é dos deuses”, isto é, dos Espíritos.

Todas as reuniões espíritas produzem as mesmas revelações e os mesmos fenômenos?

- Não. Cada reunião tem sua característica, cada grupo sua fisionomia. Tudo depende da elevação dos Espíritos que se comunicam, das disposições íntimas dos assistentes e, sobretudo, do valor dos médiuns.

Num grupo espírita, os membros assistentes têm igualmente certos deveres a cumprir?

- Sim, e o primeiro de todos é de se unirem pela afinidade simpática dos fluidos e a concordância unânime das vontades. Uma única vontade discordante ou hostil neutraliza o fluido coletivo e pode impedir a comunicação. Não se deve jamais introduzir numa reunião um elemento novo, sem ter pedido antes a opinião do Espírito protetor do grupo, porque só ele julgará das afinidades fluídicas do recém-vindo.

Se os assistentes são movidos por simples sentimento de curiosidade ou de ceticismo, o que sucederá?

- Os assistentes têm a companhia dos Espíritos que merecem. Se eles são levianos, terão Espíritos levianos e mistificadores; se são corrompidos terão espíritos impuros e perversos, cujo contato, embora momentâneo, nunca é inofensivo.

Os grupos espíritas devem ser limitados quanto ao número de pessoas que os compõem?

- Não de uma forma absolutamente matemática; mas, como regra geral, os grupos menos numerosos são os mais unidos e, por consequência, os melhores.

Por que?

- Se já é difícil harmonizar os fluidos de cinco ou seis pessoas com os do Espírito, torna-se mais difícil ainda, quando os membros são mais numerosos. É bom não ser menos de três, nem mais de doze. Acrescentemos que é preferível reunir-se, tanto quanto possível, no mesmo local, nos mesmos dias e à mesma hora. Esses hábitos regulares favorecem sensivelmente a influência e a ação dos Espíritos.

A prática do Espiritismo não leva também algumas vezes ao suicídio ou à loucura?

- De maneira alguma. Se alguns casos de exaltação foram produzidos, é preciso observar que a ciência e a religião, que são duas coisas necessárias e muito elevadas, têm também, no curso dos séculos, uma, arruinado muitos cérebros; outra, produzido casos de loucura religiosa e cometido crimes odiosos. Não é, no entanto, uma razão para renunciar à religião que tem feito grandes almas, nem a ciência, que tem produzido grandes espíritos. Seria ilógico e injusto ver as coisas elevadas somente por seus pequenos e maus aspectos. Pelo fato de o cérebro humano não poder suportar o peso de certas revelações, só se pode concluir uma coisa: é que o invisível não tem limites e o homem é bem limitado diante do infinito.


Retirado do livro 'Síntese Doutrinária' – Léon Denis

27 de set. de 2011

Morte e Reencarnação.



A morte mais não é que uma transformação necessária e uma renovação, pois nada perece realmente. A morte é só aparente; somente muda a forma exterior; princípio da vida, a alma fica em sua unidade permanente, indestrutível. Esta se acha, além do túmulo, na plenitude de suas faculdades, com todas as aquisições com que se enriqueceu durante as suas existências terrestres: luzes, aspirações, virtudes e potências. Eis aí os bens imperecíveis a que se refere o Evangelho, quando diz: “Os vermes e a ferrugem não os consumirão nem os ladrões os furtarão.” São as únicas riquezas que poderemos levar conosco e utilizar na vida futura.


A morte e a reencarnação que se lhe segue, em um tempo dado, são duas condições essenciais do progresso. Rompendo os hábitos acanhados que havíamos contraído, elas colocam-nos em meios diferentes; obrigam a adaptarmo-nos às mil faces da ordem social, e universal.


Quando chega o declínio da vida, quando nossa existência, semelhante à página de um livro, vai voltar-se para dar lugar a uma página branca e nova, aquele que for sensato consulta o seu passado e revê os seus atos. Feliz quem nessa hora puder dizer: meus dias foram bem preenchidos! Feliz aquele que aceitou as suas provas com resignação e suportou-as com coragem! Esses, macerando a alma, deixaram expelir tudo o que nela havia de amargor e fel.


Rememorando na consciência as suas tribulações, bendirão os sofrimentos que suportaram e, com a paz íntima, verão sem receio aproximar-se o momento da morte.


Digamos adeus às teorias que fazem da morte a porta do nada, ou o prelúdio de castigos intermináveis. Adeus sombrios fantasmas da Teologia, dogmas medonhos, sentenças inexoráveis, suplícios infernais! Chegou a vez da esperança e da vida eterna! Não mais há negrejantes trevas, porém, sim, luz deslumbrante que surge dos túmulos.


Já vistes a borboleta de asas multicores despir a informe crisálida, esse invólucro repugnante, no qual, como lagarta, se arrastava pelo solo? Já a vistes solta, livre, voejar ao calor do Sol, no meio do perfume das flores? Não há imagem mais fiel para o fenômeno da morte. O homem também está numa crisálida que a morte decompõe. O corpo humano, vestimenta de carne, volta ao grande monturo; o nosso despojo miserável entra no laboratório da Natureza; mas, o Espírito, depois de completar a sua obra, lança-se a uma vida mais elevada, para essa vida espiritual que sucede à vida corpórea, como o dia sucede à noite. Assim se distingue cada uma das nossas encarnações.


Firmes nesses princípios, não mais temeremos a morte. Como os gauleses, ousaremos encará-la sem terror. Não mais haverá motivo para receio, para lágrimas, cerimônias sinistras e cantos lúgubres. Os nossos funerais tornar-se-ão uma festa pela qual celebraremos a libertação da alma, sua volta à verdadeira pátria.

Texto retirado do livro “Depois da Morte” - Léon Denis

O Espiritismo por Léon Denis.


LÉON DENIS
Um sucessor e propagador da Doutrina codificada por Allan Kardec.
Considerado o “apóstolo do Espiritismo”.


O Espiritismo, já o dissemos, não dogmatiza; não é uma seita nem uma ortodoxia. É uma filosofia viva, patente a todos os espíritos livres, e que progride por evolução. Não faz imposições de ordem alguma; propõe, e o que propõe apóia-se em fatos de experiência e provas morais; não exclui nenhuma das outras crenças, mas se eleva acima delas e abraça-as numa fórmula mais vasta, numa expressão mais elevada e extensa da verdade.


As Inteligências superiores abrem-nos o caminho, revelam-nos os princípios eternos, que cada um de nós adota e assimila, na medida da sua compreensão, consoante o grau de desenvolvimento atingido pelas faculdades de cada um na sucessão das suas vidas.


O que o Espiritismo mais toma a peito é evitar as funestas conseqüências da ortodoxia.


A sua revelação é uma exposição livre e sincera de doutrinas, que nada têm de imutáveis, mas que constituem um novo estádio no caminho da Verdade Eterna e Infinita. Cada um tem o direito de analisar-lhe os princípios, que apenas são sancionados pela consciência e pela razão. Mas, adotando-os, deve cada um conformar com eles a sua vida e cumprir as obrigações que deles derivam. Quem a eles se esquiva não pode ser considerado como adepto verdadeiro.

Léon Denis em "O Problema do Ser, Do Destino e da Dor"

O Inferno e os Demônios.




Baseando-se nos casos de obsessão, nas manifestações ruidosas dos Espíritos frívolos e zombeteiros, a Igreja entendeu dever atribuir aos demônios todos os fenômenos espíritas e condená-los como inúteis ou perigosos.


Antes de refutar essa interpretação, convém lembrar que o Catolicismo acolheu do mesmo modo todas as grandes descobertas, todos os progressos consideráveis que assinalam os fastos da História. Raras são as conquistas científicas que não foram julgadas como obras diabólicas. Era, pois, de esperar que fossem repelidas pelo poder sacerdotal as instruções dos Espíritos que o vinham aluir.


O mundo invisível, já o dissemos, é um véu espesso que cobre a Humanidade. Os Espíritos são apenas almas, mais ou menos perfeitas, entes humanos desencarnados, e nossas relações com eles devem ser reguladas com tanta reserva e prudência quanto na convivência com os nossos semelhantes.


Ver no Espiritismo somente manifestações de Espíritos inferiores equivale a notar na Humanidade unicamente o mal. O ensino dos Espíritos elevados tem aclarado o caminho da vida, resolvido os obscuros problemas do futuro, fortificado a fé vacilante, restabelecido a justiça sobre bases inabaláveis. Graças a eles, uma multidão de incrédulos e de ateus tem sido levada a crer em Deus e na imortalidade: homens ignorantes e viciosos são atraídos, aos milhares, para o bem e para a verdade.


Será isso obra do demônio? Seria Satanás, se, com efeito, existisse, tão cego que trabalhasse contra os seus próprios interesses?


É necessária alguma perspicácia para distinguir a natureza dos Espíritos e conhecer, em nossas relações com eles, a parte que se deve conservar ou rejeitar. Jesus disse: “conhece-se a árvore pelo seu fruto”. A linguagem e as instruções dos Espíritos elevados são sempre impregnadas de dignidade, de sabedoria e de caridade; visam ao progresso moral do homem e desprendem-se de tudo que é material. As comunicações dos Espíritos atrasados pecam pelas qualidades contrárias; abundam em contradições e tratam, geralmente, de assuntos vulgares, sem alcance moral. Os Espíritos levianos ou inferiores entregam-se, de preferência, às manifestações físicas.


O Espiritismo traz à Humanidade um ensino proporcional às suas necessidades intelectuais; vem restabelecer em sua primitiva pureza, explicar, completar a doutrina do Evangelho; arrancá-la ao Espírito de especulação, aos interesses de classes, restituir-lhe sua verdadeira missão e sua influência sobre as almas; por isso ele é visto com espanto por todos aqueles a quem vai perturbar o sossego e enfraquecer a autoridade.


Com o correr dos tempos, a doutrina do Cristo tem sido alterada e, hoje, apenas exerce uma ação enfraquecida, insuficiente, sobre os costumes e caracteres. Agora, o Espiritismo vem tomar e prosseguir a tarefa confiada ao Cristianismo. É aos Espíritos que cabe, de então em diante, a missão de restabelecer todas as coisas, de penetrar nos meios mais humildes, como nos mais esclarecidos, e de, em legiões inumeráveis, trabalhar para a regeneração das sociedades humanas. A teoria dos demônios e do inferno eterno não mais pode ser admitida por nenhum homem sensato. Satanás é, simplesmente, um mito. Criatura alguma é votada eternamente ao mal.

Texto retirado do livro “Depois da Morte” - Léon Denis

"O Alvo da Vida."


Nossos destinos são idênticos. Não há privilegiados nem deserdados. Todos percorrem a mesma vasta carreira e, através de mil obstáculos, todos são chamados a realizar os mesmos fins. Somos livres, é verdade, livres para acelerar ou para afrouxar a nossa marcha, livres para mergulhar em gozos grosseiros, para nos retardarmos durante vidas inteiras nas regiões inferiores; mas, cedo ou tarde, acorda o sentimento do dever, vem a dor sacudir-nos a apatia e, forçosamente, prosseguiremos a jornada.

Entre as almas só há diferenças de graus, diferenças que lhes é lícito transpor no futuro. Usando do livre-arbítrio, nem todos havemos caminhado com o mesmo passo e isso explica a desigualdade intelectual e moral dos homens; mas todos, filhos do mesmo Pai, nos devemos aproximar d’Ele na sucessão das existências, para formar com os nossos semelhantes uma só família, a grande família dos bons Espíritos que povoam o Universo.



Estão banidas do mundo as idéias de paraíso e de inferno eterno. Nesta imensa oficina, só vemos seres elevando-se por seus próprios esforços ao seio da harmonia universal. Cada qual conquista a sua situação pelos próprios atos, cujas conseqüências recaem sobre si mesmo, ligam-no e prendem. Quando a vida é entregue às paixões e fica estéril para o bem, o ser se abate; a sua situação se apouca. Para lavar manchas e vícios, deverá reencarnar nos mundos de provas e ali purificar-se pelo sofrimento. Cumprida a purificação, sua evolução recomeça. Não há provações eternas, mas sim reparações proporcionais às faltas cometidas. Não temos outro juiz nem outro carrasco a não ser a nossa consciência, pois essa consciência, assim que se desprende das sombras materiais, torna-se um julgador terrível. Na ordem moral como na física só há efeitos e causas, que são regidos por uma lei soberana, imutável, infalível. Essa lei regula todas as vidas. O que, em nossa ignorância, chamamos injustiça da sorte não é senão a reparação do passado. O destino humano é um pagamento do débito contraído entre nós mesmos e para com essa lei.



A vida atual é a conseqüência direta, inevitável das nossas vidas passadas, assim como a nossa vida futura será a resultante das nossas ações presentes, da nossa maneira de viver. Vindo animar um corpo novo, a alma traz consigo, em cada renascimento, a bagagem das suas qualidades e dos seus defeitos, todos os tesouros acumulados pela obra do passado. Assim, na série das vidas, construímos por nossas próprias mãos o nosso ser moral, edificamos o nosso futuro, preparamos o meio em que devemos renascer, o lugar que devemos ocupar.



Pela lei da reencarnação, a soberana justiça reina sobre os mundos. Cada ser, chegando a possuir-se em sua razão e em sua consciência, torna-se o artífice dos próprios destinos. Constrói ou desmancha, à vontade, as cadeias que o prendem à matéria. Os males, as situações dolorosas que certos homens sofrem, explicam-se pela ação desta lei. Toda vida culpada deve ser resgatada. Chegará a hora em que as almas orgulhosas renascerão em condições humildes e servis, em que o ocioso deve aceitar penosos labores. Aquele que fez sofrer sofrerá a seu turno.



Porém, a alma não está para sempre ligada a esta Terra obscura. Depois de ter adquirido as qualidades necessárias, deixa-a e vai para mundos mais elevados. Percorre o campo dos espaços, semeado de esferas e de sóis. Ser-lhe-á arranjado um lugar no seio das humanidades que os povoam. E, progredindo ainda nesses novos meios, ela, sem cessar, aumentará a sua riqueza moral e o seu saber. Depois de um número incalculável de vidas, de mortes, de renascimentos, de quedas e de ascensões, liberta das reencarnações, gozará vida celeste, tomará parte no governo dos seres e das coisas, contribuindo com suas obras para a harmonia universal e para a execução do plano divino.



Eis aí o céu prometido aos nossos esforços. O céu não está longe de nós, mas, sim, conosco. Felicidades íntimas ou remorsos pungentes, o homem traz, nas profundezas do ser, a própria grandeza ou a miséria conseqüente dos seus atos. As vozes harmoniosas ou severas que em si percebe são as intérpretes fiéis da grande lei, tanto mais potentes e imperiosas quanto mais elevado ele estiver na escala dos aperfeiçoamentos infinitos. A alma é um mundo em que se confundem ainda sombras e claridades, mundo cujo estudo atento faz-nos cair de surpresa em surpresa. Em seus recônditos todas as potências estão em germe, esperando a hora da fecundação para se desdobrarem em feixes de luz. À medida que ela se purifica, suas percepções aumentam. Tudo o que nos encanta em seu estado presente, os dons do talento, os fulgores do gênio, tudo isso nada é, comparado ao que um dia adquirirá, quando tiver atingido as supremas altitudes espirituais.

Texto retirado do livro “Depois da Morte” - Léon Denis

"Sem a idéia da reencarnação, sinceramente, com todo respeito às demais religiões, eu não vejo uma explicação sensata, inclusive, para a existência de Deus." Chico Xavier

Anjo da Guarda.



Todos temos um desses gênios tutelares que nos inspira nas horas difíceis e nos dirige pelo bom caminho. Daí a poética tradição cristã do Anjo da Guarda. Não há concepção mais grata e consoladora.


Saber que temos um amigo fiel e sempre disposto a nos socorrer, de perto como de longe, nos influenciando a grandes distâncias ou se conservando junto de nós nas provações; saber que ele nos aconselha por intuição e nos aquece com seu amor, eis uma fonte inapreciável de força moral.


O pensamento de que testemunhas benévolas e invisíveis vêem todos os nossos atos, regozijando-se ou entristecendo-se, deve inspirar-nos mais sabedoria e circunspeção.


É por essa proteção oculta que se fortificam os laços de solidariedade que ligam o mundo celeste à Terra, o Espírito livre ao homem, Espírito prisioneiro da carne.


É por essa assistência contínua que se criam, de um a outro lado, as simpatias profundas, as amizades duradouras e desinteressadas.


O amor que anima o espírito elevado vai pouco a pouco se estendendo a todos os seres sem cessar, revertendo tudo para Deus, pais das almas, foco de todas as potências efetivas.


Léon Denis - Livro "Depois da Morte", 1897