Mostrando postagens com marcador Revista Espírita. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Revista Espírita. Mostrar todas as postagens

27 de dez. de 2014

O QUE É A TRANSFIGURAÇÃO QUE FALAM NO ESPIRITISMO?


Extraímos o fato seguinte de uma carta que nos escreveu, no mês de setembro de 1857, um de nossos correspondentes de St-Etienne. Depois de ter falado de diversas comunicações, das quais foi testemunha, acrescentou:

"Um fato mais espantoso se passa numa família de nossos vizinhos. Das mesas girantes passou-se à poltrona que fala; depois amarrou-se um lápis nessa poltrona e essa poltrona indicou a psicografia; foi praticada por muito tempo, antes como brinquedo do que como coisa séria. Então a escrita designou uma das filhas da casa, ordenou passar as mãos sobre sua cabeça depois de tê-la feito deitar; ela dormiu logo, e depois de um certo número de experiências, essa jovem se transfigurou: tomou os traços, a voz, os gestos de ascendentes mortos, de avós que jamais conheceram, de um irmão falecido há alguns meses; essas transfigurações eram feitas sucessivamente em uma mesma sessão. Ela falava um dialeto que não era mais o da época, disse-me, porque não conhecia nem um nem o outro; mas o que posso afirmar, é que em uma sessão onde tomara a aparência de seu irmão, vigoroso gaiato, essa jovem de treze anos deu-me um rude aperto de mão.

"Há dezoito meses, ou dois anos, esse fenômeno é constantemente repetido do mesmo modo, somente hoje produziu-se espontânea e naturalmente, sem imposição das mãos."

Esse estranho fenômeno, se bem que bastante raro, não é excepcional; já se falou de vários fatos semelhantes, e nós mesmos, várias vezes, fomos testemunha de alguma coisa análoga entre os sonâmbulos em estado de êxtase, e mesmo entre os extáticos que não estavam em sonambulismo. É certo, além do mais, que emoções violentas operam, sobre a fisionomia, uma mudança que lhe dá um caráter diferente daquele do estado normal. Não vemos, igualmente, pessoas cujos traços móveis se prestam, segundo sua vontade, a modificações que lhes permitem tomar as aparências de outras certas pessoas? Vê-se, pois, por aí, que a rigidez da face não é tal que não possa sujeitar-se a modificações passageiras, mais ou menos profundas, e nada há de espantoso em que um fato semelhante possa produzir-se, no caso em que se trata, embora, talvez, por um causa independente da vontade.

Eis as respostas que obtivemos de São Luís a esse respeito, na sessão da Sociedade, de 25 de fevereiro último.

1. O fato de transfiguração, do qual acabamos de falar, é real? -R. Sim.

2. Nesse fenômeno, há um efeito material? - R. O fenômeno de transfiguração pode ocorrer de modo material, a tal ponto que, nas diversas fases que apresenta, poder-se-ia reproduzi-lo em daguerreotipia.

3. Como esse efeito se produziu? - R. A transfiguração, como a entendeis, não é senão uma modificação da aparência, uma mudança, uma alteração nos traços que pode ser produzida pela ação do próprio Espírito sobre seu envoltório, ou por uma influência exterior. O corpo nunca muda, mas, em conseqüência de uma contração nervosa, ele submete-se a aparências diversas.

4. Pode ocorrer que os espectadores sejam enganados por uma falsa aparência? - R. Pode ocorrer também que o perispírito desempenhe o papel que conheceis. No fato citado, ocorreu contração nervosa, e a imaginação aumentou-a muito; de resto, esse fenômeno é bastante raro.

5. O papel do perispírito seria análogo ao que se passa no fenômeno de bicorporeidade? - R. Sim.

6. É preciso, então, que, no caso de transfiguração, haja de-saparição do corpo real, para os espectadores que não vêem mais que o perispírito sob uma forma diferente? - R. Desaparição, não física, mas oclusão. Entendei-vos sobre as palavras.

7. Parece resultar disso que acabais de dizer que, no fenômeno da transfiguração, pode haver dois efeitos: 15 Alteração dos traços do corpo real, em conseqüência de uma contração, nervosa. 2° Aparência variável do perispírito que se torna visível. É assim que devemos entender? - R. Certamente.

8. Qual é a causa primeira desse fenômeno? - R. A vontade do Espírito.

9. Todos os Espíritos podem produzi-lo? - R. Não: os Espíritos não podem sempre fazer o que querem.

10. Como explicar a força anormal dessa jovem transfigurada na pessoa de seu irmão? - R. O Espírito não possui uma grande força? De resto, é a do corpo em seu estado normal.
Nota. Esse fato nada tem de surpreendente; frequentemente, veem-se as pessoas mais fracas dotadas momentaneamente de uma força muscular prodigiosa, por uma causa super excitante.

11. Uma vez que, no fenômeno da transfiguração, o olhar do observador pode ver uma imagem diferente da realidade, ocorre o mesmo em certas manifestações físicas? Quando por exemplo uma mesa se eleva sem o contato das mãos, e que é vista acima do solo, é verdadeiramente a mesa que se destacou? - R. Podeis perguntá-lo?

12. O que é que a ergue? - R. A força do Espírito.

Nota. Esse fenômeno já foi explicado por São Luís, e tratamos essa questão, de modo completo, nos números de maio e junho de 1858, a propósito da teoria das manifestações físicas. Foi-nos dito que, nesse caso, a mesa, ou o objeto qualquer que se mova, se anima de uma vida factícia, momentânea, que lhe permite obedecer à vontade do Espírito.



Certas pessoas quiseram ver, nesse fato, uma simples ilusão de ótica que faria ver, por uma espécie de miragem, a mesa no espaço, ao passo que ela estaria realmente sobre o solo. Ainda que a coisa fosse assim, ela não seria menos digna de atenção; é notável que aqueles que querem contestar ou denegrir os fenômenos espíritas, expliquem-nos por causas que seriam, elas mesmas, verdadeiros prodígios, e bem mais difíceis de compreender-se; ora, por que, pois, tratar isso com tanto desdém? Se a causa que assinalam é real, por que não aprofundá-la? O físico procura se render conta do menor movimento anormal da agulha imantada; o químico na mais leve mudança na atração muscular por que, pois, ver-se com indiferença fenômenos tão bizarros quanto aqueles dos quais falamos, fossem o resultado de um simples desvio do raio visual e uma nova aplicação de leis conhecidas? Isso não é lógico. Não seria certamente impossível que, por um efeito de ótica análogo àquele que nos faz ver um objeto na água mais alto do que está, em conseqüência da refração do raio luminoso, uma mesa nos aparecesse no espaço, enquanto estivesse sob o sol; mas, há um fato que resolve peremptoriamente a questão, é quando a mesa cai bruscamente sobre o solo e quando ela se quebra; isso não nos parece ser uma ilusão de ótica. 

Voltemos à transfiguração.

Se uma contração muscular pode modificar os traços do rosto, isso não pode ser senão em um certo limite; mas, seguramente, se uma jovem toma a aparência de um velho, nenhum efeito psicológico far-lhe-á produzir a barba; é preciso, pois, procurar-lhe a causa em outro lugar. Querendo-se reportar-se ao que dissemos precedentemente, sobre o papel do perispírito em todos os fatos de aparições, mesmo de pessoas vivas, compreender-se-á que lá está ainda a chave do fenômeno da transfiguração. Com efeito, uma vez que o perispírito pode se isolar do corpo, que pode tornar-se visível, que pela sua extrema sutilidade pode tomar diversas aparências à vontade do Espírito, conceber-se-á, sem dificuldade, que ele esteja assim numa pessoa transfigurada: o corpo fica o mesmo, só o perispírito muda de aspecto. Mas, então, dir-se-á, em que se torna o corpo? De um lado o corpo real e de outro o perispírito transfigurado? Fatos estranhos, dos quais iremos falar oportunamente, provam que, em conseqüência da fascinação que se opera nessa circunstância no observador, o corpo real pode estar, de alguma sorte, velado pelo perispírito.

O fenômeno objeto desse artigo nos foi transmitido já há muito tempo, e se não falamos dele ainda, foi porque não nos propusemos fazer de nossa Revista um simples catálogo de fatos próprios para alimentar a curiosidade, uma árida compilação sem apreciação e sem comentário; nossa tarefa seria muito fácil, e a tomamos mais a sério; dirigimo-nos, antes de tudo, aos homens de raciocínio, àqueles que, como nós, querem se render conta das coisas, tanto quanto isso seja possível. Ora, a experiência nos ensinou que os fatos, por estranhos e multiplicados que sejam, não são elementos de convicção; e o são tanto menos quanto sejam estranhos; quanto mais um fato é extraordinário, tanto mais parece anormal, menos se está disposto a crer nele; quer-se ver, e quando se viu, duvida-se ainda; desconfia-se de ilusões e conivências. 

Não ocorre assim quando se acha, nos fatos, uma razão de ser por uma causa plausível. Vemos todos os dias pessoas que rejeitaram outrora os fenômenos espíritas, à conta da imaginação e de uma cega credulidade, e que hoje são adeptos fervorosos, precisamente porque esses fenômenos não têm agora nada que repugne à sua razão; elas se os explicam, compreendem-lhes a possibilidade, e crêem neles mesmo sem terem visto. Antes de falarmos de certos fatos, temos, pois, que esperar que os princípios fundamentais estejam suficientemente desenvolvidos, para deles render-se conta; o da transfiguração está entre esse número. O Espiritismo é para nós mais que uma crença: é uma ciência, e estamos felizes em ver que os nossos leitores nos compreenderam.

Revista Espírita, março de 1859

2 de dez. de 2014

Livre Decisão



Todos somos construtores dos nossos destinos.
A cada minuto da vida, fazemos opções importantes e decisivas para a nossa economia moral.
Sempre temos diante de nós duas ou mais opções que deveremos eleger, de conformidade com a nossa livre vontade.
Se estamos no trânsito, por exemplo, e alguém nos corta a frente, temos que decidir rapidamente entre duas opções: xingar ou ficar quieto.
Se nos aproximamos de um cruzamento, cujo sinal está fechado para nós, podemos optar entre parar o veículo ou avançar com o sinal vermelho.
Na convivência diária, quando alguém nos fala mal de outro alguém, podemos optar entre sermos o ponto final da maledicência, ou levar a fofoca adiante.
Se uma pessoa nos pede uma informação qualquer, podemos dar ou não a informação. Ou ainda, dar a informação correta ou incorreta, conforme nossa livre vontade.
Se abraçamos alguém, podemos optar entre um abraço frio, desprovido de sentimento ou um abraço pleno de afeto verdadeiro.
Se ofertamos uma flor, poderemos escolher entre uma flor sem perfume e outra perfumada.
Nas conversações diárias, temos sempre a possibilidade de falar com otimismo ou usar as palavras para espalhar o pessimismo e a insegurança.
Diante da dificuldade que se apresenta, podemos assinar, de pronto, um atestado de derrota ou acreditar que seremos capazes de vencer o obstáculo.
Como podemos perceber, em todas as situações nós é que decidimos, de livre vontade, entre as opções possíveis, cabendo-nos depois, o resultado da própria decisão.
Se no trânsito optamos pelo xingamento, teremos consequências diversas das que teríamos se nos calássemos.
O motorista que fechou o nosso veículo pode não nos ter visto, ou ter errado no cálculo, e, nesse caso, assumirá o equívoco e não revidará.
Mas se estiver procurando encrenca, como se costuma dizer, responderá com violência e o desfecho poderá ser totalmente desagradável.
Se escolhemos avançar com o sinal vermelho poderemos nos chocar com outro veículo e colher as consequências correspondentes.
Se diante da possibilidade de disseminar a fofoca e a intriga, optamos por nos calar, certamente evitaremos muitos dissabores. E isso depende exclusivamente da nossa livre decisão.
Vale a pena que meditemos em torno dessas questões que nos dizem respeito. A situação poderá se agravar ou se resolver, sempre de conformidade com as nossas tomadas de decisão.
* * *
Os minutos se apresentam para todos nós como bendita oportunidade de crescimento para Deus.
Dessa forma, cabe-nos optar entre ser um sorriso que ampara ou um soluço que desanima;
um raio de luz ou uma nuvem de preocupações;
um ramo de flores ou um galho de espinhos;
um amigo que compreende e perdoa ou um inquisidor que condena e destrói;
um auxiliar devotado ou um espectador inoperante;
um bálsamo que restaura ou um cáustico que envenena;
uma chave de solução nos obstáculos ou um elemento que os agrava;
um esteio da paz ou um veículo da discórdia;
uma bênção ou um problema.
Enfim, estaremos constantemente tomando decisões importantes, sempre de acordo com a nossa livre vontade.
Pensemos nisso!
Redação do Momento Espírita com base nos cap. 18 e 29, do livro Educandário de luz, pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed.André Luiz

28 de nov. de 2014

Humildade x Orgulho

bem-e-mal-de-saulo-a-paulo
Voce já deve ter ouvido muitas vezes a palavra humildade, não o mesmo?
Essa palavra é muito usada, mas nem todas as pessoas conseguem entender o seu verdadeiro significado.
O termo humildade vem de húmus, palavra de origem latina que quer dizer terra fértil, rica em nutrientes e preparada para receber a semente.
Assim, uma pessoa humilde está sempre disposta a aprender e deixar brotar no solo fértil da sua alma, a boa semente.
A verdadeira humildade é firme, segura, sóbria, e jamais compartilha com a hipocrisia ou com a pieguice.
A humildade é a mais nobre de todas as virtudes pois somente ela predispõe o seu portador, é sabedoria real.
O contrário de humildade é orgulho, porque o orgulhoso nega tudo o que a humildade defende.
O orgulhoso é soberbo, julga-se superior e esconde-se por trás da falsa humildade ou da tola vaidade.
Alguns exemplos talvez tornem mais claras as nossas reflexões:
Quando, por exemplo, uma pessoa humilde comete um erro, diz: “eu me equivoquei”, pois sua intenção é de aprender, de crescer. Mas quando uma pessoa orgulhosa comete um erro, diz: “não foi minha culpa”, porque se acha acima de qualquer suspeita.
A pessoa humilde trabalha mais que a orgulhosa e por essa razio tem mais tempo.
Uma pessoa orgulhosa esta sempre “muito ocupada” para fazer o que  é necessário. A pessoa humilde enfrenta qualquer dificuldade e sempre vence os problemas.
A pessoa orgulhosa dá desculpas, mas não dá conta das suas obrigações e pendências. Uma pessoa humilde se compromete e realiza.
Uma pessoa orgulhosa se acha perfeita. A pessoa humilde diz: “eu sou bom, porém não tão bom como eu gostaria de ser”.
A pessoa humilde respeita aqueles que lhe são superiores e trata de aprender algo com todos. A orgulhosa resiste àqueles que lhe são superiores e trata de pôr-lhes defeitos.
O humilde sempre faz algo mais, além da sua obrigação. O orgulhoso não colabora, e sempre diz: “eu faço o meu trabalho”.
Uma pessoa humilde diz: “deve haver uma maneira melhor para fazer isto, e eu vou descobrir”. A pessoa orgulhosa afirma: “sempre fiz assim e não vou mudar meu estilo”.
A pessoa humilde compartilha suas experiências com colegas e amigos, o orgulhoso as guarda para si mesmo, porque teme a concorrência.
A pessoa orgulhosa não aceita criticas, a humilde está sempre disposta a ouvir todas as opiniões e a reter as melhores.
Quem é humilde cresce sempre, quem é orgulhoso fica estagnado, iludido na falsa posição de superioridade.
O orgulhoso se diz céptico, por achar que não pode haver nada no universo que ele desconheça, o humilde reverencia ao criador, todos os dias, porque sabe que há muitas verdades que ainda desconhece.
Uma pessoa humilde defende as idéias que julga nobres, sem se importar de quem elas venham. A pessoa orgulhosa defende sempre suas idéias, não porque acredite nelas, mas porque são suas.
Enfim, como se pode perceber, o orgulho é grilhão que impede a evolução das criaturas, a humildade é chave que abre as portas da perfeição.
Você sabe por que o mar é tão grande? Tão imenso? Tão poderoso?
É porque foi humilde o bastante para colocar-se alguns centímetros abaixo de todos os rios.
Sabendo receber, tornou-se grande. Se quisesse ser o primeiro, se quisesse ficar acima de todos os rios, não seria mar, seria uma ilha. E certamente estaria isolado.
Autor:
Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita.

24 de jun. de 2014

A DOR DA DECEPÇÃO CAUSANDO DEPRESSÃO! LIVRE-SE DESTE PESO!



Você já teve alguma decepção na vida?
Dificilmente alguém passa pela existência sem sofrer uma desilusão, ou ter alguma surpresa desagradável em algum momento da caminhada.
Podemos dizer que o sabor de uma decepção é amargo e traz consigo um punhal invisível que dilacera as fibras mais sutis da alma.
Isso acontece porque nós só nos decepcionamos com as pessoas em quem investimos nossos mais puros sentimentos de confiança e amor.
Pode ser um amigo, a quem entregamos o coração e que, de um momento para outro, passa a ter um comportamento diferente, duvidando da nossa sinceridade, do nosso afeto, da nossa dedicação, da nossa lealdade...
Também pode ser a alma que elegemos para compartilhar conosco a vida, e que um dia chega e nos diz que o amor acabou, que já não fazemos mais parte da sua história... que outra pessoa agora ocupa o nosso lugar.
Ou alguém que escolhemos como modelo digno de ser seguido e que vemos escorregando nas valas da mentira ou da traição, desdita que nos infelicita e nos arranca lágrimas quentes e doloridas, como chama que queima sem consumir.
Enfim, só os nossos amores são capazes de nos ferir com a espada da decepção, pois os estranhos não têm esse trágico poder, já que seus atos não nos causam nenhuma impressão.
Assim, vale a pena algumas reflexões a esse respeito para que não nos deixemos atingir pela cruel espada da desilusão.
Para tanto, podemos começar levando em conta que, assim como nós, nossos amores também não são perfeitos.
E que, geralmente, não nos prometem santidade ou eterna fidelidade. Nunca nos disseram que seriam eternamente a mesma pessoa e que jamais nos causariam decepções.
Nós é que queremos que sejam como os idealizamos.
Assim nos iludimos. Mas só se desilude quem está iludido.
Importante que pensemos bem a esse respeito, imunizando a nossa alma com o antídoto eficaz do entendimento. 

Importante que usemos sempre o escudo do perdão para impedir que os atos infelizes dos outros nos causem tanto sofrimento.
Importante, ainda, que façamos uso dos óculos da lucidez, que nos permitem ver os fatos em sua real dimensão e importância, evitando dores exageradas.
A ilusão é como uma névoa que nos embaraça a visão, distorcendo as imagens e os fatos que estão à nossa frente.
E a decepção nada mais é do que perceber que se estava iludido, enganado sobre algo ou alguém.
Assim, se você está amargando a dor de uma desilusão, agradeça a Deus por ter retirado dos seus olhos os empecilhos que lhe toldavam a visão.
Passe a gostar das pessoas como elas são e não como você gostaria que elas fossem.
Considere que você também já deve ter ferido alguém com o punhal da decepção, mesmo não tendo a intenção, e talvez sem se dar conta disso.
Por todas essas razões, pense um pouco mais e espante essa tristeza do olhar... Enxugue as lágrimas e siga em frente... sem ilusões. 
*   *   *
Aprenda a valorizar nas pessoas suas marcas positivas.
Lembre-se de que cada um dá o que tem, o que pode oferecer.
Uns oferecem o ácido da traição, o engodo da hipocrisia, o fel da ingratidão, pois é o que alimentam na alma.
Mas, seja você a cultivar em seu jardim interior as flores da lealdade, do afeto, da compreensão, da honestidade, para ofertar a todos aqueles que cruzarem o seu caminho.
Seja você alguém incapaz de ferir ou provocar sofrimentos nos seres que caminham ao seu lado.
    
Redação do Momento Espírita.

19 de jun. de 2014

O ciclo da violência


Uma das queixas maiores de toda a população é do índice crescente de violência. Não existe mais segurança, comentam as pessoas, alarmadas.

Escolas, empresas, os governos estabelecem campanhas contra a violência, utilizando-se de palestras, seminários e da mídia em geral. Cartazes são afixados em pontos estratégicos, pessoas colocam botons no próprio peito, afixam adesivos nos carros. Contudo, a violência parece não diminuir.

Talvez não estejamos nos dando conta do ciclo que percorre a violência.

Conta-se que certo general passou a noite inteira sem conseguir pregar o olho. Pela manhã, estava muito irritado e chegando ao quartel, mal viu o coronel, dirigiu-lhe palavras rudes de admoestação, por coisa nenhuma.

O coronel engoliu em seco a própria raiva, pois não podia externar o que lhe ia na intimidade ao seu superior. Saiu da sala e, encontrando o tenente no corredor, gritou com ele, falando da sua incompetência em resolver questões de somenos importância no quartel.

O tenente ficou vermelho. Sentiu o sangue quase explodir no cérebro, mas mordeu a língua para não se alterar com o seu comandante. Bateu continência e foi para o pátio, onde encontrou o sargento, que se preparava para os exercícios com seus subordinados.

Asperamente se dirigiu a ele, deixando-o com muita raiva. O sargento esperou que o tenente se afastasse, rodou sobre os calcanhares e se encaminhou até o cabo, que lhe recebeu toda aagressividade guardada.

O cabo não gostou de ser xingado por algo que não fizera. E acabou despejando a sua ira no primeiro soldado que encontrou, a caminho do seu alojamento. Reclamou de tudo, deixando o pobre homem arrasado.

Como o soldado estava em final de expediente, saiu do quartel e se dirigiu ao terminal de ônibus. Quando subiu no coletivo, perdeu a calma com o cobrador que disse não ter troco para a nota que ele apresentou.

O motorista do ônibus assistiu tudo, tomou as dores do cobrador mas, com medo de reagir porque a pessoa em questão era um militar, se calou.

Contudo, quando chegou em casa, trazia dentro de si toda a raiva que segurara durante as últimas horas de trabalho e, porque a esposa demorasse em colocar a comida à mesa, ele lhe dirigiu palavras inadequadas, grosseiras e ofensivas.

O motorista era um homem grande e ela miúda, por isso ela achou mais prudente ficar quieta. Entretanto, ao passar pelo seu quarto, viu a filha de oito anos mexendo no seu estojo de maquiagem. Era algo que ela fazia sempre.

Mas, naquele dia, a mulher se encolerizou, brigou com a garota, e a mandou para o quintal. A menina não entendeu a reação da mãe e foi despejar toda a sua raiva num cão que estava amarrado, nos fundos da sua casa.

O pobre animal sentiu o pontapé e recebeu a carga negativa que a criança despejou.

Como não tinha nada mais a fazer, externou a sua vontade de morder, de reagir, uivando a noite inteira.

Adivinhem quem morava na casa ao lado? Isso mesmo! O general do começo da história.

 Deter o ciclo da violência deve ser nosso maior desafio. No todo é muito prático: basta agir em vez de reagir.

Pensar antes de falar. Contar até dez, antes de responder mal a quem quer que seja. Não revidar ofensa, desaforo ou má educação.

 A estatística da violência é marcada por cada um de nós.



Redação do Momento Espírita, com base no estudo Respeito, desenvolvido por Alberto Almeida, em março de 2002

4 de abr. de 2014

SEXÓLOTRAS DEPOIS DO DESENCARNE! BUSQUE O EQUILÍBRIO ENQUANTO ESTÁ ENCARNADO!





Segue abaixo um texto interessante escrito por Luis Roberto Mattos, autor de vários livros e doutrinador em um centro espírita:

Ontem, em reunião mediúnica, tive oportunidade, mais uma vez, de conversar com um espírito viciado em sexo. Aliás, viciado é expressão que não diz tudo no caso do irmão desencarnado. Conversamos longamente através de uma médium de psicofonia, ou incorporação, e ele me falava da sua vida.


Tinha sido deficiente mental na última vida, e por isso não se casou, não fazia sexo com ninguém, e morreu com cerca de 60 anos. Sentia muito desejo sexual enquanto estava encarnado, e por isso, se masturbava muito, já que nenhuma mulher o queria. 


Ao desencarnar, deixou de sentir as limitações físicas do retardamento, e então, procurou o sexo, muito sexo, para "tirar o atraso".
Segundo ele, fazia sexo todos os dias, de todas as formas possíveis e imagináveis, e não queria deixar essa vida. Não aceitava ir passar sequer um dia em uma cidade espiritual para ter contato com outras coisas, para não parar a farra sexual. Sua vida estava resumida a sexo, apenas com algum descanso, necessário para logo voltar ao sexo. Sentia seu membro sexual crescendo cada vez mais com a prática do sexo continuado.



Depois de muita conversa, e sob forte insistência minha, ele, por fim, aceitou a proposta de ir passar alguns dias em uma cidade espiritual. Mas ele perguntava se lá teria sexo, e eu dizia que em alguns lugares ainda se faz sexo, mas que ele deveria ir para um lugar para pensar e ver outras coisas, que nunca viu antes, depois que desencarnou pela última vez.




Ele relutou muito diante da ideia de ficar alguns dias sem sexo, e perguntou se poderia, pelo menos, se masturbar, usando outra expressão, para não falar essa palavra, mesmo porque a médium bloqueava certas palavras.
Finalmente, depois de muita insistência, ele aceitou o convite e foi levado.



Foi um dos casos mais graves de apego ao sexo com o qual já me deparei. Mas há situações ainda piores, de verdadeira loucura, por causa do sexo. Isso me faz refletir muito sobre nossos apegos.
A falta de uma perspectiva espiritual, imortalista, a falta de conhecimento prévio sobre a vida depois da morte e o enorme apego a certas coisas nos levam a situações como essa, ou então, ligadas a bebidas, drogas, jogo, etc.



Precisamos trabalhar o desapego ainda em vida, com relação a tudo, para não nos vermos dessa forma, meio enlouquecidos, viciados e completamente dependentes e dominados pelos nossos apegos materiais.
Esse irmão sexólatra disse que já havia feito uma regressão de memória antes, e que havia visto uma vida em que ele era muito ligado ao sexo. Provavelmente ele nasceu com um retardamento mental como forma de amenizar a sua sede de sexo, e nem isso adiantou, pois ele se masturbava diariamente enquanto estava no corpo dementado, e continuou fazendo sexo avidamente depois da morte corporal. 

25 de fev. de 2014

O pensamento


Filósofos do passado e do presente, na sua grande maioria, assim como fisiologistas, anatomopatologistas de ontem e neurocientistas de hoje, informam que o pensamento é somente uma emanação cerebral que se consome com a desagregação neuronial.

Infelizmente ainda confundem a máquina em relação ao seu utilizador.

Como é compreensível, a desorganização dos equipamentos impede a correta produção de que o instrumento é capaz de oferecer, o que, no caso em pauta, implica na ausência do ser espiritual que é o agente da vida.

Sem qualquer dúvida o pensamento se exterioriza através dos veículos da mente que é atributo do Espírito.

As notáveis experiências dedicadas ao estudo da ação do pensamento além da emissão da onda inteligente, demonstraram a produção de movimentos na matéria bruta ou sensível, como nos casos da psicocinesia ou transportes sem contato humano, tanto quanto nos formidandos fenômenos de telepatia, de precognição e de retrocognição...

O pensamento é portador de uma carga de energia que o qualifica, simultaneamente, como positivo e negativo, interferindo nos relacionamentos humanos conforme as faixas vibratórias em que se expandem.

Aqueles que são de natureza doentia, pessimista, rancorosa, tanto quanto prejudicam quem o cultiva quanto produz ressonância perniciosa na pessoa contra a qual é dirigido.

Muitas experiências de laboratório têm comprovado o seu efeito avassalador sobre plantas, animais, crianças e pessoas outras fragilizadas física e emocionalmente.

O inverso é igualmente verdadeiro.

Quando, por exemplo, uma euforia, um bem-estar, um vigor assaltam o indivíduo que recebe os influxos mentais de afetos, de respeito, de gratidão, assim o mesmo acontecendo com as plantas e os animais deixando-os mais vivazes quando amados e enriquecidos pelas incessantes ondas de simpatia e de ternura daqueles que os hospedam e cuidam.

Muitos distúrbios de comportamento psicológico procedem da aceitação da sintonia do paciente com pensamentos odientos, invejosos, perseguidores, carregados do morbo do ódio, da inveja, do despeito...

Agasalhando essas descargas que lhes são direcionadas pelos infelizes, as pessoas terminam por sentir-lhes os efeitos danosos no seu conjunto vibratório, danificando-o.

Se, por acaso, a vítima dá-se conta e reage, pior se torna o dano porque passa a retroalimentar-se dos tóxicos e vapores viciosos conduzidos pela corrente mental.

O melhor antídoto para esse mal é o envolver-se nas ondas sublimes da oração, precatando-se dessa interferência nefasta que percorrem os espaços, direcionados ou não a determinados alvos.

Jamais evitar-se responder na mesma faixa de resistência, pois que se faria mais forte o intercâmbio destruidor.

No sentido oposto, o pensamento edificante, é rico de energias benéficas que sustentam os campos vibratórios de quem os capta, mas essencialmente daquele que os emite por originar-se nas Augustas Fontes do Amor Universal.

O pensamento é uma força dinâmica natural que sempre está em ação, desde que a criatura humana normal não pode viver sem o emitir.
*

Toda vez quando sentires inusitada emoção de empatia que te envolva, de alegria espontânea sem motivo aparente, de conjecturas otimistas, de planos edificantes, estás sob a ação de pensamentos bons e saudáveis. Procedem de mentes afetuosas que te envolvem em simpatia e afabilidade ou dos teus Guias espirituais.

Aproveita-os, concentra-te e fixa-os, a fim de que te vitalizem e permaneçam como carga de nutrição para outros momentos menos venturosos.

No sentido oposto, quando te sentires confundido, em perturbação mental ou desconforto emocional, encontras-te sob descargas negativas que deves diluir, recorrendo à prece, às leituras agradáveis, a fim de renovares as paisagens mentais.

De igual maneira, são emissões, essas porém, morbíficas de desafetos físicos ou espirituais que são inamistosos em relação a ti e comprazem-se com as tuas aflições.

Ora por eles, tem paciência, renova-te e não guardes qualquer tipo de ressentimento.

O Evangelho alude que a fé remove montanhas, o que decodificado pode significar a força do pensamento que é a saudável exteriorização do desejo mental fixado num objetivo.

Crimes hediondos são arquitetados na mente em desalinho e pervertida dos enfermos sociopatas.

Ideais de santificação e progresso da humanidade têm sua gênese na elaboração mental de quem opta por amar e servir.

O Universo é obra do pensamento do Criador, que a todos os seres humanos dotou da mesma energia neutra inicialmente, a fim de que o livre arbítrio de cada qual direcione-o conforme o seu nível moral, beneficiando-se, enquanto ajuda ou compromete-se, e fica encarcerado no mal.

Pensa e reflexiona na ideia mental perversa ou vã e a futilidade como a ausência de sentido existencial se te aninharão no imo, levando-te ao desencanto, ao tédio ou a aflições sem nome.

Pensar bem ou mal é resultado de treinamento que se transforma em hábito.
*

Jesus asseverou com veemência: Tudo quanto pedirdes ao Pai orando, Ele vos concederá.

Certamente, se solicitares com o pensamento em prece bênçãos, jamais deixarás de as receber.

A energia mental canalizada pela prece alcança os centros de captação universal e produz-se a ligação vigorosa entre o orante e o Supremo Ouvinte.


Joanna de Ângelis  Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na reunião mediúnica da noite de 4 de novembro de 2013, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia

A delinqüência, o crime e suas causas


Falando a uma grande publicação brasileira sobre um tema em que é especialista - a criminalidade -, o sociólogo americano John Laub, presidente da Sociedade Americana de Criminologia, afirma que são várias as teorias que tentam explicar por que os criminosos desistem do crime.

Um dos fatores da mudança, explica Laub, é o casamento com alguém a que o indivíduo se sinta fortemente ligado. Outros fatores seriam a identificação com o trabalho, a educação e a religião. Mas o fator mais importante é o casamento, de que, segundo ele, resultam diversas conseqüências positivas, e não só para o crime.

Assevera Laub que a delinqüência não se encontra concentrada nas famílias pobres. Ela é encontrada em todas as classes sociais. Adolescentes ricos e pobres se envolvem em crimes, especialmente os menos graves, como o uso de drogas.

Tem razão o especialista americano, que poderia até ter dito que os grandes assaltos contra os cofres públicos têm sido praticados por pessoas que passaram pela faculdade e nada têm a ver com a pobreza ou com as privações econômicas. O que senadores, deputados, governadores, prefeitos e até magistrados têm feito em nosso país, nesse tema intitulado corrupção, supera em muito o que os seqüestradores e os assaltantes de bancos amealharam por aqui em toda a nossa história.

A razão por que a delinqüência não é apanágio dos pobres é explicada com clareza pela Doutrina Espírita.

Os Espíritos reencarnam nos mais diferentes lugares e situações, no interesse de sua ascensão na escala evolutiva. Pobreza e riqueza não constituem punição nem privilégio. São provas, cuja finalidade é experimentar o indivíduo de maneiras diferentes, de acordo com suas necessidades evolutivas.

A riqueza e o poder, tanto quanto as dificuldades e a penúria, são provas muito difíceis, porque, enquanto a penúria provoca as queixas contra a Providência, a riqueza incita a todos os excessos, e é, por isso, numa perspectiva espiritual, prova mais perigosa do que a própria miséria. (Cf. O Livro dos Espíritos, questões 814, 815 e 925.)

O que poucos sabem é que as provas que suportamos na vida corpórea fazem parte da chamada programação reencarnatória, tema que Kardec esmiúça com a clareza habitual no item 872 da mesma obra.

A delinqüência, num e noutro caso, deriva das qualidades do indivíduo. Se for um Espírito forte e consciente do seu dever, saberá resistir a todas as inclinações e influências negativas que receber; caso contrário, poderá sucumbir, o que explica por que nem todos os que vivem num meio violento e miserável buscam o caminho da criminalidade.

 Editorial da revista O Consolador

A violência que nos assola e seu antídoto


Os últimos dias de novembro ficaram marcados pela verdadeira guerra que se registrou no Rio de Janeiro entre policiais e traficantes, com todas as suas consequências funestas que não poupam ninguém, especialmente as crianças.

Haverá um antídoto para tal estado de coisas?

É evidente que para tudo existe um antídoto. Uns têm efeito imediato, outros só produzem resultado a longo prazo.

No caso do tráfico de drogas, a causa central dos distúrbios verificados no Rio, dois são os aspectos a considerar.

De um lado estão os que adquirem o produto, movidos por uma compulsão em que é evidente, não apenas determinada enfermidade catalogável nos manuais de medicina, mas também uma influenciação de natureza espiritual.

Aplica-se à dependência química o que Herculano Pires e outros autores, como André Luiz e Cornélio Pires, escreveram a respeito do alcoolismo. O alcoólatra não consome sozinho, como pensa, o álcool que o destruirá. O vampirismo espiritual é um fato conhecido e esmiuçado pelos estudiosos do Espiritismo.

É preciso, pois, tratar os dependentes, da mesma forma como procuramos tratar os enfermos em geral, associando, porém, nesse tratamento, aos medicamentos convencionais, a chamada medicina espiritual conjugada com os recursos educativos.

Emmanuel escreveu certa vez que somente a educação conseguirá mudar a face do mundo em que vivemos. É por isso que existe a infância, esse período indispensável à reeducação dos seres que, havendo vivido por aqui, estão de volta ao cenário terrestre.

Do outro lado estão os que vivem do tráfico e o entendem como um negócio, embora tenham consciência de que se trata de uma atividade ilegal.

Muitas pessoas entendem, ingenuamente, que a liberação das drogas acabaria com o tráfico e, por extensão, com a violência a ele pertinente.

Ocorre que liberar o comércio das drogas ilícitas é o mesmo que eliminar a vigilância das autoridades sanitárias com relação aos medicamentos. Ora, quando um remédio é vendido numa farmácia, todos nós esperamos que sua composição e seus efeitos sejam do conhecimento da autoridade que o liberou. Se ele fosse nocivo à saúde, certamente não teria conseguido permissão para ser industrializado e vendido à população.

Assim se dá com as drogas ilícitas, cujos efeitos danosos são por demais conhecidos, e é por isso, precisamente por isso, que não podem ser comercializadas.

É preciso, pois, quanto aos que se valem do tráfico, a necessária repressão. Eles não podem prevalecer-se da fragilidade dos que lutam contra a dependência química para fazer disso uma fonte de renda, fonte essa condenável sob todos os aspectos pelos quais se considere a questão.

No tocante à educação, lembremos que a verdadeira educação tem por fim levar o indivíduo à perfeição; mas essa caminhada rumo à perfeição requer o concurso daquilo que Emmanuel chamou de duas asas: o sentimento e a sabedoria. “O sentimento e a sabedoria – escreveu ele – são as duas asas com que a alma se elevará para a perfeição infinita. No círculo acanhado do orbe terrestre, ambos são classificados como adiantamento moral e adiantamento intelectual, mas, como estamos examinando os valores propriamente do mundo, em particular, devemos reconhecer que ambos são imprescindíveis ao progresso, sendo justo, porém, considerar a superioridade do primeiro sobre o segundo, porquanto a parte intelectual sem a moral pode oferecer numerosas perspectivas de queda, na repetição das experiências, enquanto que o avanço moral jamais será excessivo, representando o núcleo mais importante das energias evolutivas”. (O Consolador, questão n. 204.)

A educação assim considerada nos ensinará a conviver com o próximo, aceitando-o tal qual é, com seus defeitos e imperfeições, sem a pretensão de corrigi-lo, porque o verdadeiro cristão inspira seu semelhante com bondade para que ele mesmo desperte e mude de conduta de moto próprio.

Diz Joanna de Ângelis que, ao descer das regiões felizes ao vale das aflições para nos ajudar, Jesus mostrou-nos como devem agir os que se dizem cristãos. E evocando o exemplo do Cristo, a mentora de Divaldo P. Franco recomenda (Leis Morais da Vida, cap. 31):

“Atesta a tua confiança no Senhor e a excelência da tua fé mediante a convivência com os irmãos mais inditosos que tu mesmo.

Sê-lhes a lâmpada acesa a clarificar-lhes a marcha.

Nada esperes dos outros. Sê tu quem ajuda, desculpa, compreende.

Se eles te enganam ou te traem, se te censuram ou te exigem o que te não dão, ama-os mais, sofre-os mais, porquanto são mais carecentes de socorro e amor do que supões.

Se conseguires conviver pacificamente com os amigos difíceis e fazê-los companheiros, terás logrado êxito, porquanto Jesus em teu coração estará sempre refletido no trato, no intercâmbio social com os que te buscam e com os quais ascendes na direção de Deus.”

Se os que tentam livrar-se da dependência química tiverem o apoio citado por Joanna, em lugar da condenação e do desprezo alheio, é evidente que poderão, sim, reerguer-se e voltar a ter uma vida normal, do que há inúmeros exemplos na sociedade terrena.


Editorial da revista o Consolador 

21 de jan. de 2014

Amando os inimigos




Você já percebeu que há pessoas que nos exigem um pouco mais de esforço para serem amadas?

Enquanto alguns têm acesso fácil ao nosso coração, conferindo-nos alegria e prazer em compartilhar o convívio, outros nos solicitam empenho pessoal para poucos momentos de relacionamento.

Nós os encontramos no ambiente de trabalho, no seio familiar, na vizinhança ou nas relações sociais mais diversas.

Trazem valores que não são compatíveis com os nossos, têm atitudes que nos desagradam, usam de linguajar que nos parece inadequado.

Seus conceitos nos parecem absurdos, seu modo de vida um tanto esdrúxulo, e seus parâmetros morais nos chocam.

São esses que nos exigem esforço para que os possamos amar.

Porque ainda caminham distantes das estradas que elegemos para nós mesmos, a convivência com muitos deles nos parece um grande sacrifício.

Porém, quando Jesus nos ensina que devemos amar os nossos inimigos, é a esses também que o Mestre se refere.

Muitas vezes, imaginamos que inimigo seja somente aquele pelo qual nutrimos ódio, desejo de vingança, rancor profundo.

É verdade que esses o são. Porém, esses outros, os que ainda não conseguimos amar e querer bem, representam o mesmo convite que a vida nos faz para aprendermos a amar.

É verdade que, de rompante, não conseguiremos tê-los como amigos, recebendo-os na intimidade de nosso lar.

Não será em alguns dias que os teremos abrigados em nosso coração.

E nem ocorrerá da noite para o dia a transformação de nosso sentimento, de um antagonismo intenso para a simpatia irrestrita.

Porém, à medida que entendemos o ensinamento de Jesus, temos condição de dedicar algo mais do que nossa antipatia, a esses que nos parecem pedras de tropeço na jornada.

Assim, à medida que procuramos compreender sua limitação, a tolerância começa a compartilhar espaço onde antes só havia implicância.

Quando conseguimos perceber seus dramas íntimos, a impaciência perde lugar para a indulgência.

Quando conhecemos um pouco de suas histórias de vida, seus dramas e dificuldades, as palavras ríspidas vão sendo substituídas pelo silêncio, quando não, por palavras de apoio.

É assim, no exercício da aproximação sadia, da compreensão do próximo, que o amor inicia seu trajeto.

Inicialmente se faz na forma de algumas virtudes, que lhe são filhas diletas, como a benevolência, a indulgência, o perdão.

Aos poucos vai ganhando forma, permitindo uma convivência mais salutar e enriquecedora.

Por fim, na medida em que permitirmos, o sentimento se transformará em empatia e compreensão.

Portanto, nessas relações difíceis que se apresentam em nossos caminhos, percebamos o grandioso convite que a vida nos faz para exercitarmos o amor ao próximo.

Mesmo sabendo que ainda uma longa caminhada nos espera até que aprendamos, efetivamente, a amá-los, será nos pequenos passos de hoje que conquistaremos esse amor para com esses difíceis de amar.

Exercitemos o amor.

Redação do Momento Espírita.
Em 17.8.2013.