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7 de jun. de 2019

O Livro dos Espíritos e a História



Poucas vezes avaliamos a luta heróica para se divulgar e implantar uma idéia. Por exemplo: quando
lemos
O Livro dos Espíritos não fazemos idéia da extraordinária jornada do pensamento humano para
chegar até este ponto.
Esta jornada teve início com a chegada do homem na Terra, desde as épocas mais recuadas, passando
pelas várias idades da humanidade, como a idade da pedra polida, pré-história, a invenção da escrita,
pelas outras fases como a litolatria, a fitolatria, a zoologia, o politeísmo, o Código de Hamurabi, o
Monoteísmo de Moisés com o seu código de Talião - olho por olho - dente por dente, trazendo os
princípios da justiça, e a defesa do mais fraco contra a força do mais forte, com o Torá.
Surge, então, a era dos profetas hebreus, com suas linguagens austeras, implantando a justiça pelo medo
do castigo. A história foi pisada pelas patas dos cavalos dos bárbaros, como Tarmelão, Gengis Khan, e
brilhou no ferro das espadas de grandes conquistadores, como Alexandre, Amílcar Barca, Anibal, Júlio
César.
Espalhou-se pelo mundo com as legiões romanas, e consagrou altares nos sacrifícios de vários cultos, de
Baal a Jeová, de Zeus a Júpiter. Passou por corações mansos e pacíficos como Buda, Confucio,
 

 
culminando numa manjedoura com Jesus de Nazaré, que, ao caminhar pelas estradas do mundo, deixou
desprender-se de suas sandálias poeira de estrelas, que nunca mais puderam ser apagadas.
Veio depois a diáspora e os judeus se espalharam pelo mundo, levando em seus corações as esperanças
de uma pátria. Maomé surge no Levante e ergue o estandarte do islamismo.
Depois aconteceu a terrível nódoa das cruzadas, e mais à frente a negra noite da idade média, com o
Tribunal da Santa Inquisição, quando, em nome de Jesus de Nazaré, que deu sua própria vida para
iluminar o mundo, torturou-se e matou-se em defesa da fé e da salvação das almas
Coisa maravilhosa foi a invenção da imprensa e a reforma protestante, marcos indeléveis desta
caminhada, pois, sem elas, não haveria o Espiritismo
Nesta caminhada fabulosa veio a revolução francesa, os Iluministas e grandes inteligências. Infelizmente
houve, também, a mancha da escravidão negra e o colonialismo explorador das nações fortes sobre as
fracas, até que o plano espiritual determina que os espíritos invadam a Terra, e surge a primeira ponta de
lança desta invasão a aldeia de Hidesvylle, com as meninas Fox e o espírito Charles Rosma.
É chegado o momento! Em abril de 1857 é lançada em Paris a primeira edição deste livro que agora
compulsamos e consultamos em nossa língua, com todas as facilidades e toda a liberdade. Mas para
chegar a esse direito de ser livre, quanto sangue foi derramado, quantos morreram, quantas fogueiras da
intolerância foram acesas e alimentadas com a carne humana, e com os ideais daqueles que caminham à
frente da humanidade
Por tanto, meu amigo e minha amiga; reverencie este livro! Ame-o profundamente, pois ele não é
somente um livro impresso, é toda uma história apaixonante e de extrema coragem. Se você penetrá-lo
com o seu olhar, além das suas páginas, verá todo esse caminhar da humanidade. Depois dele ainda
aconteceram muitas guerras, e duas conflagrações mundiais, mas com certeza, você que o leu e meditou
nos seus ensinamentos, já não é mais o mesmo
Agora você sabe de onde veio, o que faz na Terra e para onde vai quando deixá-la. Hoje você sabe que a
morte não existe, pois esse livro matou a morte, e agora você sabe que é imortal, e porque, mas
sobretudo para quê
Apure a sua audição parapsiquica, encoste seus ouvidos espirituais na capa deste livro e ouvirá os
gemidos da história, o sibilar das flechas, o tropel dos cavalos, o bater das ondas no casco dos navios de
Colombo, o troar dos canhões, as terríveis explosões atômicas sobre Iroshima e Nagazaki, o lamento dos
negros nos porões dos navios negreiros, os discursos de Sócrates e Platão, o cântico dos anjos: Glória a
Deus Nas Alturas e Paz na Terra, e Boa Vontade para com os homens. Mas sobretudo o Sermão da
Montanha, as bem aventuranças..
Você ainda pode ser o mesmo? NÃO! Nunca mais!
 


Por Amílcar Del Chiaro Filho

20 de jan. de 2014

A Inveja

apegos
Você tem inveja do seu colega de trabalho? Você é daqueles que costuma vasculhar as folhas de pagamento dos colegas, na ânsia de descobrir injustiças cometidas pelo seu patrão?
Você sente inveja quando um colega é promovido? Ou quando recebe um pequeno aumento salarial? Acredita que você seja um injustiçado, que seu esforço não está sendo visto?
Então conheça a história de Álvaro, um desses funcionários insatisfeitos com seu patrão.
Ele trabalhava em uma empresa há 20 anos. Funcionário sério, dedicado, cumpridor de suas obrigações.
Um belo dia, ele foi ao dono da empresa para fazer uma reclamação. Disse que trabalhava ali há 20 anos com toda dedicação, mas se sentia injustiçado. O Juca, que havia começado há apenas três anos, estava ganhando muito mais do que ele.
O patrão fingiu não ouvir e lhe pediu que fosse até a barraca de frutas da esquina. Ele estava pensando em oferecer frutas como sobremesa ao pessoal, após o almoço daquele dia, e queria que ele verificasse se na barraca havia abacaxi.
Álvaro não entendeu direito mas obedeceu. Voltando, muito rápido, informou que o moço da barraca tinha abacaxi.
Quando o dono da empresa lhe perguntou o preço ele disse que não havia perguntado. Como também não sabia responder se o rapaz tinha quantidade suficiente para atender todos os funcionários da empresa. Muito menos se ele tinha outra fruta para substituir o abacaxi, neste caso.
O patrão pediu a Álvaro que se sentasse em sua sala e chamou o Juca. Deu a ele a mesma missão que dera para Álvaro:
- Estou querendo dar frutas como sobremesa ao nosso pessoal hoje. Aqui na esquina tem uma barraca. Vá até lá e verifique se eles têm abacaxi.
Oito minutos depois, Juca voltou com a seguinte resposta: eles têm abacaxi e em quantidade suficiente para todo o nosso pessoal. Se o senhor preferir, têm também laranja, banana, melão e mamão. O abacaxi está r$ 1,50 cada, a banana e o mamão a r$ 1,00 o quilo, o melão r$ 1,20 a unidade e a laranja r$ 20,00 o cento, já descascada.
Como falei que a compra seria em grande quantidade, ele dará um desconto de 15%. Deixei reservado. Conforme o senhor decidir, volto lá e confirmo.
Agradecendo pelas informações, o patrão dispensou Juca. Voltou-se para Álvaro e perguntou:
- O que é mesmo que você estava querendo falar comigo antes?
Álvaro se levantou e se encaminhando para a porta, falou:
- Nada sério, patrão. Esqueça. Com sua licença.
Muitas vezes invejamos as posições alheias. Sem nos apercebermos que as pessoas estão onde estão e têm o que têm porque fizeram esforços para isso.
Invejamos os que têm muito dinheiro, esquecidos de que trabalharam para conseguir. Se foi herança, precisam dar muito duro para manter a mesma condição.
Invejamos os que se sobressaem nas artes, no esporte, na profissão. Esquecemos das horas intermináveis de ensaios para dominar a arte da dramatização, da música, da impostação de voz. Não nos recordamos dos treinamentos exaustivos de bailarinos, jogadores, nem das horas de lazer que foram usadas para estudos cansativos pelos que ocupam altos cargos nas empresas.
O melhor caminho não é a inveja. É a tomada de decisão por estabelecer um objetivo e persegui-lo, até alcançá-lo, se esforçando sem cessar.

A Mensagem Entendida

images (24)
Patrícia sentiu seu mundo desmoronar quando, após onze anos de casamento, seu marido lhe anunciou que tinha dado entrada no divórcio e estava saindo de casa.
Seu primeiro pensamento foi para os filhos: o menino tinha apenas cinco anos e a menina, quatro.
As dúvidas a assaltaram. Será que ela conseguiria manter a família unida? Será que conseguiria transmitir-lhes o sentido de família? Será que, criando-os sozinha, conseguiria manter o lar, lhes ensinar ética, valores morais e tudo o mais que eles precisariam para a vida?
O importante era tentar. E ela tentou. Durante a semana, ela arranjava tempo para rever os deveres de casa, discutir a importância de fazer as coisas certas. Nos finais de semana, um programa infalível era levá-los para a evangelização.
Era importante alimentar os seus espíritos com as lições de Deus, Jesus, a Boa Nova.
E assim se passaram dois anos. Num dia das mães foi preparada uma homenagem muito bonita, no templo religioso. Falou-se a respeito da difícil tarefa de ser mãe e do reconhecimento que toda mãe merecia.
Finalmente, foi pedido que cada criança escolhesse, dentre as tantas flores que estavam em vasos enfeitados, uma para dar a sua mãe, como símbolo do quanto era amada e estimada.
Os filhos de patrícia se encaminharam até as plantas. Enquanto esperava, patrícia pensava nos momentos difíceis que os três haviam passado juntos.
Olhou as begônias, as margaridas douradas, os amores-perfeitos violetas e ficou a planejar onde plantar o que quer que escolhessem para ela. Com certeza, eles trariam uma linda flor, como demonstração de seu amor.
Todas as crianças já haviam escolhido as plantinhas e ofertado para suas mães, enquanto os filhos de patrícia continuavam a escolher. Pareciam levar a tarefa muito a sério, olhando atentamente cada vaso.
Finalmente, com um grito de alegria, eles acharam algo bem no fundo. Com sorrisos a lhes iluminar os rostinhos, eles avançaram até onde ela estava sentada e a presentearam com a planta que haviam escolhido.
Ela olhou estarrecida. A planta estava murcha, com aspecto doentio. Aflita, ela aceitou o vaso que os filhos lhe estendiam. Era óbvio que eles haviam escolhido a menor planta, a mais doente. Nem flor tinha. Ela sentia vontade de chorar.
Mas eles olhavam para a plantinha orgulhosos, sorridentes. Mais tarde, já em casa, patrícia não se conteve e perguntou:
Por que, em meio a flores tão maravilhosas, vocês escolheram esta flor para me dar?
Ainda orgulhoso, o menino declarou:
Mamãe, é que esta estava precisando de você.
Enquanto as lágrimas escorriam pelo seu rosto, patrícia abraçou seus dois filhos, com força.
Eles acabavam de lhe dar o maior presente de dia das mães que jamais poderia ter imaginado.
Todo o seu trabalho e sacrifício, ela reconhecia, não estava sendo em vão: eles estavam crescendo perfeitamente bem e tinham entendido a linguagem da renúncia e do amor.
Não existe uma forma de ser mãe perfeita, mas um milhão delas de ser uma boa mãe.
Esmere-se por ser uma boa mãe o bastante para seus filhos. Sensata para os transformar em homens de bem. Correta para lhes dar os exemplos de cidadania.
Digna para exemplificar a honra e amorosa para lhes falar das coisas que não perecem nunca e criam tesouros além da vida material.

6 de ago. de 2013

A ação de Deus


 Linda era uma modelo famosa. Requisitada e disputada, conseguia contratos milionários. Apesar do dinheiro, da fama e da beleza, ela não era feliz.
Sentia um imenso vazio por dentro. Sofria de pavor, ansiedade e insônia. Pensou em tomar medicamentos. Alguns amigos aprovaram, outros não.
Ela decidiu procurar outras terapias. Assinou contratos que jamais havia sonhado. Trabalhava muito, mas continuava atormentada.
Um dia, pela manhã, indo de carro para o trabalho, pelo caminho costumeiro, o trânsito parou. Um guarda estava desviando todo o trânsito para uma ruazinha estreita, porque um encanamento havia se rompido na avenida principal.
Dirigindo lentamente pela rua desconhecida, ela passou em frente a uma igreja. Um cartaz, escrito à mão, dizia: Sem Deus não há paz. Conheça Deus, conheça a paz. Todos são bem-vindos.
Ela achou estranho e seguiu em frente. No dia seguinte, fazendo o mesmo trajeto, o trânsito parou. Um incêndio em uma loja fez com que, outra vez, o trânsito fosse desviado por aquela mesma ruazinha.
De novo! - Pensou Linda. E passou outra vez pela igreja. Lá estava o cartaz, que agora lhe pareceu atraente.
De dentro do carro, espiou o interior da igreja.
No terceiro dia, ela pensou em mudar de trajeto. Mas achou que estava sendo muito boba. Afinal, qual era a probabilidade de, em três dias seguidos, acontecer o desvio do trânsito, no mesmo local?
Vai ser um teste, pensou. Se acontecer alguma coisa e o trânsito for desviado, vou ter certeza de que é um sinal.
Quando ela chegou na avenida, lá estavam os policiais outra vez. Um grande acidente, explicou um deles, desviando o trânsito, para a já conhecida ruazinha.
É demais! - Falou Linda, consigo mesma. Estacionou o carro e entrou na igreja. Lá dentro, havia apenas um padre. Ele ergueu os olhos, olhou para ela com um sorriso e perguntou:
Por que demorou tanto? - Ele havia visto o carro de Linda passar ali nos três dias. Eles conversaram muito e, como resultado, Linda passou a frequentar a pequena igreja.
Encontrou a paz e a serenidade que buscava. Exatamente como dizia o cartaz. Ela precisava de Deus na sua vida. E, sem dúvida, fora Deus que providenciara para que, de alguma forma, ela entendesse que precisava voltar-se para ele, alimentar o seu Espírito com a fé, a esperança e o amor.
*   *   *
A Providência Divina sempre se faz presente em nossas vidas. Ocorre que, por vezes, não estamos com olhos e ouvidos atentos para perceber e entender.
Filhos bem-amados do Criador, não podemos esquecer de buscar o amparo desse Pai amoroso e bom, para que nEle encontremos o nosso refúgio seguro.
Muitos O procuram nas igrejas, nos templos. Outros, nos livros. Alguns tentam o coração do próximo para ver se ali descobrem Deus.
Em verdade, muitos são os caminhos, mas o encontro verdadeiro se dá portas adentro do nosso coração.
Redação do Momento Espírita, com base na história Linda Valentine, do livro Pequenos milagres, de Yitta Halberstam e Judith Leventhal, ed. Sextante.
Em 18.11.2011.

12 de jun. de 2013

O casamento e o vaso chinês

Um dia há muito tempo atrás, um homem e uma mulher receberam um presente precioso, de um sábio amigo e que eles chamavam de Pai.

Este presente era um raríssimo vaso de porcelana chinesa e que devia representar para eles o símbolo daquela união entre dois seres, que naquele momento, aparentemente se amavam.

Contudo os dias passaram e num momento de descontrole, aqueles dois seres, numa fração de desequilíbrio e de raiva brigam e aquilo que parecia amor eterno num determinado momento, era agora ódio e desentendimento.

O vaso precioso que simbolizava aquela união foi jogado ao chão e os cacos foram usados para ferir, um ao outro. Aquele encontro naquele momento não tinha mais jeito e para evitar conseqüências piores os dois resolvem seguir os seus caminhos separados. era melhor separar algo legalmente o que de fato já estava separado. E assim seguiu a vida...

O mundo girava e o tempo passou, algumas dezenas ou centenas de anos, rolaram pela ampulheta do tempo e um dia num novo local, num novo país, os mesmos dois seres imortais se encontram novamente. Eles recebiam mais uma oportunidade, neste nosso planeta de provas e expiações, para se redimirem e corrigirem os desencontros do passado. É claro que eles não lembravam o passado de maneira consciente, mas sentiam que havia algo em comum. O encontro fortuito de um dia, seguidos de outros encontros, olhares e sorrisos que sinalizavam um interesse de parte a parte, serviram para selar uma nova união.

Depois de alguns meses de envolvimento, de planos e promessas mútuas resolvem eles se unirem pelos laços sagrados do casamento, segundo os costumes e rituais da época presente.Agora eles viviam um união indissolúvel, até que a morte os separasse, ao menos assim pensavam eles naquele momento.

Mal sabiam eles que o vaso chinês que tinham recebido no passado distante e que devia simbolizar o amor eterno havia sido quebrado. Eles recebiam nova oportunidade de voltarem ao mundo da matéria, mas agora com o compromisso de juntarem os cacos do vaso quebrado e tentarem colar pecinha por pecinha, até a sua reconstrução completa.

Esta tarefa inconsciente a ser realizada pelo casal de amigos, no inicio da união parecia fácil, mas saibam vocês que juntar caquinhos de porcelana, pode ferir os dedos, cortar a pele, machucar, sangrar e as vezes doer muito. Quando isto aconteceu na união dos nossos amigos, eles sofreram muito, sendo que muitas vezes pensaram em jogar todas as peças do vaso novamente no lixo, porque afinal ainda não seria possível continuar e muito menos concluir a tarefa mais uma vez empreendida.

Contudo neste momento eles sem o saberem de maneira consciente receberam do Pai um recipiente de cola , que iria ajudá-los na reconstrução. Esta cola era quase mágica, pois alem de colar o vaso quebrado ajudava a curar as feridas provocadas pelos cortes, superficiais e também os profundos, onde antes sangrava e doía, agora já se encontrara a cura.

Este recipiente divino de cola medicinal se chama "Evangelho Segundo o Espiritismo", que trazia para os nossos amigos o esclarecimento e o consolo para as suas mazelas e suas dores. Questões que antes não tinham respostas agora eram compreendidas. Dores e aflições continuavam a existir, só que agora eles compreendiam os motivos das mesmas e assim pouco a pouco eles conseguiram começar a tarefa antes interrompida. Sim, eles estavam conseguindo superar os velhos conflitos e juntos estavam construindo um novo lar de entendimento e fraternidade. A união que antes já fora dissolvida agora estava sendo construída sob a ótica sublime do amor e isto era realmente algo maravilhoso.

Para selar e concluir a tarefa restava esclarecer apenas mais um fato deveras relevante aos nossos amigos. Eles imaginavam que a união era até que a morte os separasse, pois agora descobriam que ela seria para todo sempre. Quando existe amor, nem a morte separa porque a nossa relação continua do lado de lá.

É assim que devemos encarar as relações afetivas dentro dos nossos lares, famílias compostas na sua grande maioria de seres comprometidos pelo passado remoto e que hoje se reencontram para reconstruírem os seus vasos de porcelana chinesa.

Juntemos pois os cacos e apliquemos o medicamento precioso, que é o AMOR ensinado pelo nosso Mestre amigo, no seu Evangelho de Luz.

O restaurador de quadros

Em uma cidadezinha, havia uma pequena oficina de restauração de quadros. Nela havia todos os tipos de quadros para serem consertados.

Quadros com vidros quebrados, molduras arranhadas, telas com pinturas manchadas. O restaurador trabalhava noite e dia consertando os quadros que apresentavam os mais variados problemas.

Depois colocava-os na sala de exposição e as pessoas que passavam por ali, viam, compravam e levavam para casa. No meio daquele amontoado de quadros encontrava-se um pequeno quadro, todo estragado, todo empoeirado. Sua moldura estava toda rachada com a pintura arranhada. Seu vidro estava trincado, sua tela toda manchada e quase rota.

O pequeno quadro sempre estava olhando para o restaurador, na esperança de que ELE o pegasse e o consertasse. O tempo passava, mas nada do restaurador pegá-lo para consertar. O pequeno quadro pensava consigo mesmo: - O meu destino é ir para o lixo!... O restaurador sequer olha para mim... Talvez eu não tenha mesmo mais conserto.

Há tantos outros quadros menos deteriorados do que eu e que depois de arrumados terão um valor maior para a venda... E, assim, foi passando o tempo. O pequeno quadro cada vez mais desanimado com seu destino.

Numa manhã o Restaurador pegou-o, olhou demoradamente para ele, fez um longo silêncio, e perguntou: - O que são essas rachaduras e ranhuras na sua moldura? Desculpe-me, Senhor, mas quando o Senhor me fez, também fizestes outros quadros que ficaram comigo.

Alguns deles eram maiores, muito orgulhosos e prepotentes. Eu tentei conviver com eles, mas eram fortes, derrubaram-me, arranharam e racharam a minha moldura.

- Por que seu vidro está todo trincado? - Ah, Senhor, na ânsia de me safar com minhas próprias forças das adversidades eu caí e ele quebrou.

 - Por que sua pintura está toda manchada? - Ah, Senhor, foram as lágrimas que derramei nas horas de sufoco e desolação.

- Por que sua tela está rota? - Ah, Senhor, esta foi a pior parte que aconteceu comigo durante a minha vida. Neste lugar, estava um coração cheio de amor, esperança, entusiasmo, alegria. Um certo dia ele foi esmagado pela desilusão, incerteza, ingratidão, desamor. Acho que não tenho mais recuperação. O meu destino é inevitavelmente o LIXO.

O Restaurador olhou profundamente para aquele pequeno quadro e disse: - Eu o criei conforme a minha vontade e eu o restaurarei conforme a minha vontade! O Restaurador passou dias e dias no seu trabalho de restauração do pequeno quadro. Quando terminou disse: - Pronto. Você está novinho em folha.

Agora você irá para o lugar de honra da sala de exposições. Lugar que sempre foi seu, desde que eu o criei. O pequeno quadro quase não acreditou. Que maravilha o restaurador tinha feito com ele.

A moldura estava tão brilhante, mais bonita que a anterior. Seu vidro tinha sido trocado. A pintura de sua tela estava com as cores vivas. Procurou pelo lugar que estava roto e não encontrou mais. Estava com a sua tela em perfeito estado. As pessoas que visitavam a exposição ficaram maravilhadas com aquele pequeno quadro. Comentavam entre si: - Que beleza de quadro! Pequeno, é verdade, mas a sua pintura tem uma luz suave e penetrante, nele reside uma beleza inexplicável. É uma verdadeira "Obra prima". Um deles perguntou:

- Quem teria sido o autor de tal obra? E uma voz ecoou bem clara:
- DEUS!

Você é esse quadro! Pense nisso!

A misteriosa menina. (História)


Um vendedor de bijuterias tentava negociar alguns de seus produtos desde manhã e nada conseguia. Em sua fadiga pensou na esposa e nos três filhinhos que o esperavam em casa."Meu Deus! – monologou – o que fazer para conseguir dinheiro suficiente para sustentar minha família? Não Vos peço muito: só o necessário para hoje".

Todavia, as horas foram passando e nada acontecia para lhe melhorar a sorte. "Por quê, Senhor, permitiste isto? Por acaso não sou vosso filho?" O sol já começava a declinar-se no horizonte quando ele desmontou sua barraca e pôs-se a caminho de casa, sem saber como chegar de mãos vazias.

Morava de favores numa chácara, ali perto. Foi caminhando vagarosamente a fim de retardar a tortura que sentiria ao defrontar-se com a família, talvez esperançosa com a sua chegada. "Já que até Deus se esqueceu de mim, – pensou – resta-me apenas uma saída". Retirou das costas a grande mochila, onde estavam os produtos para a venda, e a barraca desmontada.

Apanhou a corda que servia de amarras, entrou no matagal, e junto a um riacho escolheu uma árvore, jogou uma das extremidades da corda sobre um galho, amarrando-a fortemente, e pôs-se a fazer o laço fatídico.

Nisso, aparece-lhe uma graciosa menina, de cabelos cacheados, olhar penetrante, a esboçar um sorriso. –

Ei, moço – perguntou suavemente – empresta-me essa corda? – Emprestar-lhe a corda? Para quê? – Quero fazer um balanço para brincar, nem que seja por um pouquinho só.

 E apontando para o chão, observou: – O senhor deixou cair a carteira. – Que carteira?! – assustou-se – Não tenho nenhuma carteira. – Olha ela aí perto do seu pé. – Baixando os olhos ficou estupefato. Ali estava uma carteira recheada de dinheiro. Apanhou-a rapidamente e nela procurou algum documento que indicasse o nome e o endereço de quem a perdera, pois honesto como era, jamais se apossaria de algo que não lhe pertencesse. Contudo, não encontrou um só documento.

Nela estava um maço de notas, suficiente para sustentar a família por alguns meses. Feliz e arrependido ao mesmo tempo, por ter duvidado de Deus e por ter pensado em por fim à própria vida, ajoelhou-se e pediu perdão pela sua falta de fé.

Terminada a prece, retirou a corda para dá-la de presente a menina, mas quando a procurou, ela já não estava mais ali. Chegou em sua casa feliz, mas também interrogativo: "Quem era aquela menina? Como poderia alguém ter perdido uma carteira naquele lugar tão ermo?"

 Contou tudo à esposa, com detalhes. A mulher, mais esclarecida que ele sobre as coisas de Deus, pôs-se a falar: – Meu querido, não percebe que a menina era um Anjo enviado por Deus, a fim de suprir nossas necessidades? – Mas... E a carteira? Deus não a jogaria do Céu. – Claro que não. Mas pode ter feito alguém, à quem esse dinheiro não faria falta, ter ido até aquele lugar, onde a deixou cair, para você a encontrar. – É... Faz sentido. – Muitas vezes, meu marido, não entendemos os propósitos de Deus.

Ele não atendeu o seu pedido na hora, a fim de provar a sua fé. Mas depois nos socorreu, pois jamais deixa seus filhos perecerem e não os abandona momento algum. – É... Mas eu falhei em minha fé. – Mesmo assim, Ele entendeu e perdoou a sua fraqueza.

Por isso, diante das maiores dificuldades nunca podemos duvidar Daquele que nos criou e nos colocou aqui na Terra. Essas dificuldades que estamos passando, têm sua razão de ser, embora não saibamos qual é. O sofrimento nos torna mais fortes e resgata nossas dívidas diante de Deus. Por outro lado... Foi interrompida por alguém que batia à porta. Atenderam cismados. Um homem bem vestido, após cumprimentá-los, perguntou: – Por acaso algum de vocês achou uma carteira por aí? Estava no mato à procura do meu cachorrinho de estimação e, quando voltei para casa, dei pela falta da carteira. Como eu sei que o senhor costuma passar por lá, vim perguntar. Marido e mulher se entreolharam, deixando transparecer certa decepção. – Sim – disse-lhe o vendedor – aqui está ela.

O desconhecido olhou a miséria no ambiente, observou as crianças esquálidas e pediu: – A senhora pode me servir um cafezinho? – Sinto muito, senhor. Não temos nada em casa, nem mesmo para fazer um café. O rosto do homem contraiu-se de pena. Abriu a carteira, deu-lhe um pacote de notas e dirigindo-se ao dono da casa, foi taxativo, fazendo referência à difícil situação em que se encontravam. – Venha ao mercado comigo para comprarmos o que vocês precisam. Tome este cartão e me procure amanhã. Pela sua honestidade, tão rara nos dias de hoje, convido-o a trabalhar na minha empresa e a senhora. Aí o casal compreendeu como Deus é perfeito em tudo o que faz. Só o mistério do aparecimento da menina não conseguiram desvendar, mas continuaram acreditando que fosse um anjo.

Jorge Felipe Sá de Freitas

O órgão mais perigoso do corpo humano.

O jovem e recém casado casal estava feliz. Ele, dedicado empregado de uma boa empresa, crescia profissionalmente. Ela, dedicada dona de casa, à tarde sempre recebia o marido com muito carinho, a casa sempre limpa e uma bela refeição.

 Já tinham conseguido comprar sua própria casa e, agora, planejavam "providenciar" o herdeiro. Certo dia, ao chegar no escritório, o marido encontrou sobre sua mesa, um bilhete anônimo que dizia: "Tome cuidado! Sua esposa está lhe traindo!"

 Sem entender e sem acreditar, nem comentou com sua esposa. Mas guardou o bilhete e a semente da dúvida foi plantada. Passado alguns dias, ele encontrou um novo bilhete sobre sua mesa. "Estou lhe avisando. Tome cuidado com sua esposa. Ela não é a "santinha" que você acredita. Eu a vi entrando em uma casa de prostituição acompanhada de um homem bem mais velho." Dizia este novo bilhete, também anônimo.

Novos bilhetes ele encontrou e à todos quase ignorou. Apenas os guardou. Eis então, que um "colega" de trabalho, muito seu "amigo", resolveu assumir a autoria dos bilhetes e disse, - Olha, tenho tentado lhe avisar. Sua esposa está lhe traindo. Eu a vi recebendo o tal senhor, bem mais velho que ela, em sua própria casa. Ela o recebeu pela porta da cozinha.

Trocaram abraços e carícias. Depois ele entrou e, passado algum tempo, saíram e foram até uma casa de prostituição. Você vive dizendo que sua esposa é ótima, que é isso, que é aquilo. A coisa não é bem assim, meu amigo. E tanto disse que deixou o jovem bastante perturbado. Ele foi para casa, entrou sorrateiramente, mas não encontrou a esposa em casa. Mais perturbado ainda, saiu perambulando pela cidade, principalmente em região onde havia casas de prostituição.

Passou por uma loja de armas e fez a besteira de comprar uma. Duas horas de busca, resolveu voltar para casa. Novamente, entrou sorrateiramente, pé ante pé... Percebeu que sua esposa estava no quarto. A porta ligeiramente aberta, não permitia ver o interior, mas deu para ouvir ela dizer, - Oh meu amor. Como esperei por este dia... Agora, nada nos separará! Ele não esperou mais. Empunhando a arma, deu um chute na porta e atirou.

O tiro certeiro, matou a jovem esposa e o belo cachorrinho que ela tinha ao colo. E ele, muito tarde, foi informado que ela estava há dias esperando o cachorrinho desmamar para levá-lo para casa. Ficou sabendo também, que um tio de sua esposa, homem dedicado ao bem, gostava de ajudar prostitutas. - Estas mulheres sofrem muito com esta coisa de vender o próprio corpo para sobreviver. Costumava dizer o tio. E a jovem esposa, que amava o tio, tinha passado a acompanhá-lo nas visitas fraternais que fazia.

E foi assim que terminou a história de um feliz casal, vítima da maledicência, principal munição do órgão mais perigoso do corpo humano: a língua, que pode ser ferramenta de construção ou de destruição; de carinho, afeto e amor ou de ódio, vingança e morte. É muito importante saber usá-la.

Marco Aurélio Rocha

4 de out. de 2012

Mestres do perdão.


O outro era o amigo que, por conta justamente da amizade, desfrutava com alegria desses pequenos prazeres da infância.

Naquele dia, a novidade era um trem. Nada sofisticado. Mas um trem de cores vivas que, nas mãos dos garotos logo adquiriu vida.

O trem ia de uma cidade a outra. Com rapidez. Recebia pessoas aqui, deixava outras ali. Transpunha distâncias em segundos, na imaginação fértil dos petizes, dando quase a volta ao mundo.

A geografia não importava muito. Em um momento, estavam numa localidade. Em outro, tinham transposto o mar e se encontravam em outra.

Assim seguia a brincadeira, até o momento em que o amiguinho resolveu que o trem deveria ficar mais tempo em suas mãos.

Afinal, o dono do trem o detinha em demasia. Ele fazia as viagens mais longas, mais emocionantes.

À conta disso, começou uma discussão. O trem é meu, então fico com ele tanto tempo quanto quero!

Mas eu sou seu amigo e seu convidado! Você tem que me deixar dirigir o trem.

E uma pequena disputa se travou. Os dois meninos agarraram o trem, cada um puxando de um lado.

Puxa daqui, puxa dali. O dono do brinquedo puxou com mais vigor. Caiu e o brinquedo lhe bateu na fronte, ferindo-o de leve.

Mas a dor da batida e um pequeno filete de sangue, que logo apareceu, fez com que o choro começasse.


Acudiram mãe e pai. Ao ver o rosto do filho com um hematoma e o sangue, o pai se tomou de ira, gritou com o visitante, fez-lhe ameaças.

O garoto ficou parado, sem entender muito bem toda a questão, pela rapidez com que tudo acontecera.

O amigo chorava, machucado. O pai o colocou ao colo e ia se preparando para sair, rumo ao hospital.

Afinal, pensava, era preciso verificar se algo mais grave não acontecera.

Quando ia transpondo a porta, o ferido levantou o rosto que estava apoiado ao ombro do pai, enxugou as lágrimas e gritou para o amiguinho ainda atônito, sentado no chão:

Ei, não vá embora! Eu volto logo e vamos continuar a brincar.

Então, o pai se deu conta do estardalhaço que fizera por pouca coisa. Limpou o rosto do filho ele mesmo e o entregou de volta à brincadeira.
*   *   *
O fato é mais corriqueiro do que se imagina. Em verdade, pequenas rusgas surgem entre as crianças.

Rusgas que parecem prestes a explodir em agressão.

Entre os adultos, nos envolvemos em situações semelhantes, muitas vezes.

Mas, deveríamos aprender com as crianças, esquecendo logo a dificuldade e retornando ao convívio da amizade ou do trabalho.

Razão tinha mesmo Jesus ao nos dizer que deveríamos nos assemelhar às crianças para conquistarmos o Reino dos Céus.

O Reino dos Céus que se traduz em paz e começa na intimidade de cada um.
*   *   *
Redação do Momento Espírita, a partir de pequena história narrada por Divaldo Pereira Franco, no Encontro fraterno com Divaldo Pereira Franco, realizado em Guarajuba/BA, de 4 a 7 de setembro de 2010.
Em 18.11.2010.
"O Espiritismo, que se funda no conhecimento de leis até agora incompreendidas, não vem destruir os fatos religiosos, porém sancioná-los, dando-lhes uma explicação racional." (Allan Kardec)

9 de set. de 2012

A esperança nunca morre.

 
 
O asilo de idosos recebeu naquela manhã mais uma senhora.

Chegou calada, sentou-se em uma cadeira de rodas e mergulhou em lágrimas. O semblante traduzia a desesperança e a mágoa pelo abandono.

Notava-se que o seu único intuito era aguardar a morte. Parecia que a sua volta tudo já morrera, igualmente.

Foi então que um jovem, que costumava visitar os idosos com regularidade, se aproximou.

Tentou conversar. Mas ela se mantinha calada, num protesto mudo de rejeição aos homens que a haviam deixado ali. Longos suspiros escapavam do seu peito e as lágrimas rolavam, silenciosas.

O rapaz brincou, perguntou e insistiu. Ela não conseguiu resistir. Sorriu e acabou por contar a triste história de sua vida.

Fora uma mulher muito rica. Com o marido, administrava sete fazendas. Com a morte dele, ela assumira os compromissos, ao tempo que cuidava da única filha.

Quando a filha se casou, estranhamente foi se acercando da mãe. Começou a se interessar pelos negócios. Depois, foi a vez do genro. Tarefas divididas. Esforços somados.

Ela pensava em como tudo, um dia, deveria ficar para a filha e os netos. Talvez ela, em sua velhice, pudesse realizar algumas viagens que nunca se permitira. Aos setenta e dois anos, por insistência da filha, passou-lhe uma procuração, concedendo-lhe amplos poderes.

Fora seu erro. Em plena posse de tudo o que um dia seria seu por direito, a filha aliou-se ao marido e em doloroso processo, conseguiu que a mãe fosse declarada incapaz.

Por fim, a colocaram naquele asilo, sem recursos. Não era para morrer de desgosto? – concluiu a senhora.

O jovem, reconhecendo nela os valores da liderança, da capacidade de trabalho, lhe falou do quanto ela poderia enriquecer outras vidas. Ela era uma pessoa com experiência administrativa. Por que não se dispor ao trabalho naquela instituição, auxiliando o serviço de voluntários e funcionários? Por que não reunir aqueles idosos todos, sem esperança, e lhes falar da terra, de grãos, produção, gado, semeaduras?

Afinal, muitos deles vinham do campo e com certeza gostariam de ouvir sobre o que fora a tônica das suas vidas, por um largo tempo.

Ela ouviu, ouviu e aceitou a idéia.

Levantou-se da cadeira de rodas onde se jogara e começou a agir. Sua filha e seu genro lhe haviam usurpado os bens, arrancando-lhe as possibilidades de viver como desejasse. Mas não podiam lhe destruir as conquistas interiores.

Ela tinha valor e esse valor podia ser usado em prol de outros desesperançados.

Ergueu-se, sacudiu a poeira da mágoa e começou a fazer sol em outras vidas, inundando-se de luz.
*   *   *
Se você está triste porque foi abandonado, lembre-se dos que nunca tiveram família, lar e afetos.

Se você está magoado porque lhe feriram, não permita que isso destrua o restante da sua vida.

Ninguém lhe pode tirar as conquistas realizadas, os talentos conseguidos e a imensa capacidade de amar que temos todos nós, espíritos imortais, filhos de Deus.
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Redação Momento Espírita.
"O amor é o coração do Evangelho e o espírito do Espiritismo chama-se caridade." ("Opinião Espírita")

5 de abr. de 2012

Seja feliz...

Durante um seminário para casais, perguntaram a uma das esposas:
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- "Seu marido lhe faz feliz? Ele lhe faz feliz de verdade?"
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Neste momento, o marido levantou seu pescoço, demonstrando total segurança.
Ele sabia que a sua esposa diria que sim, pois ela jamais havia reclamado de algo durante o casamento. Todavia, sua esposa respondeu a pergunta com um sonoro "NÃO", daqueles bem redondos!
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- "Não, o meu marido não me faz feliz"! (Neste momento o marido já procurava a porta de saída mais próxima).

- "Meu marido nunca me fez feliz e não me faz feliz! Eu sou feliz". E continuou:
"O fato de eu ser feliz ou não, não depende dele; e sim de mim. Eu sou a única pessoa da qual depende a minha felicidade. Eu determino ser feliz em cada situação e em cada momento da minha vida, pois se a minha felicidade dependesse de alguma pessoa, coisa ou circunstância sobre a face da Terra, eu estaria com sérios problemas.
Tudo o que existe nesta vida muda constantemente: o ser humano, as riquezas, o meu corpo, o clima, o meu chefe, os prazeres, os amigos, minha saúde física e mental. E assim eu poderia citar uma lista interminável.
Eu decido ser feliz! Se tenho hoje minha casa vazia ou cheia: sou feliz! Se vou sair acompanhada ou sozinha: sou feliz! Se meu emprego é bem remunerado ou não: eu sou feliz! Sou casada mas era feliz quando estava solteira. Eu sou feliz por mim mesma.
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As demais coisas, pessoas, momentos ou situações eu chamo de "experiências que podem ou não me proporcionar momentos de alegria e tristeza”. Quando alguém que eu amo morre, eu sou uma pessoa feliz num momento inevitável de tristeza. Aprendo com as experiências passageiras e vivo as que são eternas como amar, perdoar, ajudar, compreender, aceitar, consolar.
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Há pessoas que dizem: hoje não posso ser feliz porque estou doente, porque não tenho dinheiro, porque faz muito calor, porque alguém me insultou, porque alguém deixou de me amar, porque eu não soube me dar valor, porque meu marido não é como eu esperava, porque meus filhos não me fazem felizes, porque meus amigos não me fazem felizes, porque meu emprego é medíocre e por aí vai.
Amo a vida que tenho mas não porque minha vida é mais fácil do que a dos outros. É porque eu decidi ser feliz como indivíduo e me responsabilizo por minha felicidade. Quando eu tiro essa obrigação do meu marido e de qualquer outra pessoa, deixo-os livres do peso de me carregar nos ombros. A vida de todos fica muito mais leve. E é dessa forma que consegui um casamento bem sucedido ao longo de tantos anos.
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Nunca deixe nas mãos de ninguém uma responsabilidade tão grande quanto a de assumir e promover sua felicidade!
SEJA FELIZ, mesmo que faça calor, mesmo que esteja doente, mesmo que não tenha dinheiro, mesmo que alguém tenha lhe machucado, mesmo que alguém não lhe ame ou não lhe dê o devido valor.
Peça apenas ao Universo/Deus/Espírito Maior que lhe dê serenidade para aceitar as coisas que você não pode mudar, coragem para modificar aquelas que podem ser mudadas e sabedoria para conseguir reconhecer a diferença que existe entre elas.

23 de mar. de 2012

A FORÇA DO PENSAMENTO E DA PALAVRA - história contada por André Luiz



No livro "Nos Domínios da Mediunidade", André Luiz nos mostra uma senhora que chega ao Centro Espírita com o ventre volumoso e semblante dolorido a procura do passe como ajuda. O Espírito Conrado explica para André Luiz e outros Espíritos que ali estavam analisando o caso. A mulher estava com icterícia complicada, seu fígado estava comprometido, e que nasceu de terrível acesso de cólera, em que ela se envolveu no reduto doméstico. Ela sentiu extrema irritação, e adquiriu hepatite, da qual a icterícia é a conseqüência. E, segundo Aulus, a cura seria impossível, porque os órgãos e vasos estavam comprometidos, e a mente dela precisaria reanimar. Porque o passe, como explica Aulus, é importante contribuição para quem saiba recebê-lo, com o respeito e a confiança que o valorizam. Em outras palavras, sem fé as irradiações magnéticas não penetram o veículo orgânico. Quando Jesus curava ele dizia “a tua fé te curou”, assim, Ele queria dizer que aquela pessoa curou-se porque estava receptiva para a doação de magnetismo.


Diz Joanna de Ângelis no livro "Dias Gloriosos":  ". . . O Espírito está sempre enviando mensagens de variado teor a todos os setores do corpo físico pelo qual se manifesta. Quando essas emissões são constituídas de idéias otimistas, pacificadoras, alegres, embora não ruidosas, surgem as respostas saudáveis no corpo, que se apresenta dinâmico, jovial, tendo preservados os seus equipamentos. Quando, no entanto, são carregadas de energia deletéria, depressiva, inconformista, perturbadora, os efeitos apresentam-se danosos, agredindo as defesas imunológicas e desarticulando os mecanismos de equilíbrio que respondem pela saúde."


Como vemos, o pensamento desempenha uma função importante no conjunto existencial do ser humano, percorrendo todas as células, particularmente as do sistema nervoso, que mantêm perfeito intercâmbio com as do imunológico.

 

E “O grito de cólera é um raio mortífero, que penetra o círculo de pessoas em que foi pronunciado e aí se demora, indefinidamente, provocan­do moléstias, dificuldades e desgostos.” – Néio Lúcio, psicografia de Chico Xavier





 

6 de jul. de 2011

"Meu tempo por aí terminou"...



Boa noite a todos, meu nome é Vitor.
Venho a pedido da minha mãe. Ela quer notícias minhas para, talvez, se sentir mais aliviada. Acho que ela, como toda mãe, se sente responsável pelo meu desencarne. Tive sérios problemas de respiração e, quando menos se esperava, as coisas pioraram e eu morri. Nem foi muito novidade para mim. Acho que eu até já esperava, apesar de ter apenas quinze anos. Mas meus pais (minha mãe) se desesperou. Fez perguntas, tentou saber o porquê, mas quem somos nós pra querer saber ou que Deus nos dê satisfação de seus atos, não é mesmo!?
Pois é... Eu morri, mas pra mim não foi difícil. Minha mãe tomou outros caminhos e graças a uma amiga, começou a ler e perceber que a morte não existe. Hoje ela é mais tranquila, mas ainda quer notícias pra ter certeza de que estou bem. Mamãe Elaine — ou Eliana (nota do transcrevente) —, eu estou bem e feliz. Meu tempo por aí terminou e talvez, o bom de tudo isso tenha sido você perceber que a vida continua.
Sei que pensa em mim e tenta não ficar me chamando. Que sente minha falta, mas agradece a Deus pelo tempo que estivemos juntos. Eu te amo e sempre te amei. Vou te esperar, porque nossa vida vem de outras... e meu amor por você não é pequeno, nem de agora. Sei que quando você ouve uma música que eu gostava se lembra e tenta não chorar. Não faça isso. Chore se tiver vontade. Só não blasfeme como muita gente faz.
Choro é normal naqueles que perdem um ente querido. Viva, dedique-se, ajude e tente compreender que estaremos juntos. Nosso senhor ensina que devemos praticar a caridade. Pratique e continue ajudando outras mães que não têm o mesmo conhecimento seu. Eu estou bem, estudo (como sempre gostei de fazer) e continuo fazendo tudo certinho como você sempre se orgulhou.
Minha vó me ajuda nas lições como você fazia, lembra! Aqui é lindo. Te amo muito e agradeço a oportunidade que me foi dada para conversar com você. Pena meu pai estar longe de você. Te amo. Que Deus permita minha visita a você sempre. Beijos.

Assinado: Vitor
Data: Maio de 2007.
Local: Sorocaba (SP).
Médium: S.A.O.G.

Retirado do Blog Partida e Chegada

Um criminoso arrependido.

A 3 de janeiro de 1857, Mons. Sibour, arcebispo de Paris, ao sair da Igreja de Saint-Étienne-du-Mont, foi mortalmente ferido por um jovem padre chamado Verger.

O criminoso foi condenado à morte e executado a 30 de janeiro. Até o último instante não manifestou qualquer sentimento de pesar, de arrependimento, ou de sensibilidade.

Evocado no mesmo dia da execução, deu as seguintes respostas:

1. Evocação.

R. Ainda estou preso ao corpo.

2. Então a vossa alma não está inteiramente liberta?

R. Não... tenho medo... não sei... Esperai que torne a mim. Não estou morto, não é assim?

3. Arrependei-vos do que fizestes?

R. Fiz mal em matar, mas a isso fui levado pelo meu caráter, que não podia tolerar humilhações... Evocar-me-eis de outra vez.

4. Por que vos retirais?

R. Se o visse, muito me atemorizaria, pelo receio de que me fizesse outro tanto.

5. Mas nada tendes a temer, uma vez que a vossa alma está separada do corpo. Renunciai a qualquer inquietação, que não é razoável agora.

R. Que quereis? Acaso sois senhor das vossas impressões? Quanto a mim, não sei onde estou... estou doido.

6. Esforçai-vos por ser calmo.

R. Não posso, porque estou louco... Esperai, que vou invocar toda a minha lucidez.

7. Se orásseis, talvez pudésseis concentrar os vossos pensamentos...

R. Intimido-me... não me atrevo a orar.

8. Orai, que grande é a misericórdia de Deus! Oraremos convosco.

R. Sim; eu sempre acreditei na infinita misericórdia de Deus.

9. Compreendeis melhor, agora, a vossa situação?

R. Ela é tão extraordinária que ainda não posso apreendê-la.

10. Vedes a vossa vítima?

R. Parece-me ouvir uma voz semelhante à sua, dizen-do-me: Não mais te quero... Será, talvez, um efeito da imaginação!... Estou doido, vo-lo asseguro, pois que vejo meu corpo de um lado e a cabeça de outro... afigurando-se-me, porém, que vivo no Espaço, entre a Terra e o que denominais céu... Sinto como o frio de uma faca prestes a decepar-me o pescoço, mas isso será talvez o terror da morte... Também me parece ver uma multidão de Espíritos a rodear-me, olhando-me compadecidos... E falam-me, mas não os compreendo.

11. Entretanto, entre esses Espíritos há talvez um cuja presença vos humilha por causa do vosso crime.

R. Dir-vos-ei que há apenas um que me apavora o daquele a quem matei.

12. Lembrai-vos das anteriores existências?

R. Não; estou indeciso, acreditando sonhar... Ainda uma vez, preciso tornar a mim.

(Três dias depois.)

13. Reconhecei-vos melhor agora?

R. Já sei que não mais pertenço a esse mundo, e não o deploro. Pesa-me o que fiz, porém meu Espírito está mais livre. Sei a mais que há uma série de encarnações que nos dão conhecimentos úteis, a fim de nos tornarmos tão perfeitos quanto possível à criatura humana.

14. Sois punido pelo crime que cometestes?

R. Sim; lamento o que fiz e isso faz-me sofrer.

15. Qual a vossa punição?

R. Sou punido porque tenho consciência da minha falta, e para ela peço perdão a Deus; sou punido porque reconheço a minha descrença nesse Deus, sabendo agora que não devemos abreviar os dias de vida de nossos irmãos; sou punido pelo remorso de haver adiado o meu progresso, enveredando por caminho errado, sem ouvir o grito da própria consciência que me dizia não ser pelo assassínio que alcançaria o meu desiderato. Deixei-me dominar pela inveja e pelo orgulho; enganei-me e arrependo-me, pois o homem deve esforçar-se sempre por dominar as más paixões, o que aliás não fiz.

16. Qual a vossa sensação quando vos evocamos?

R. De prazer e de temor, por isso que não sou mau.

17. Em que consiste tal prazer e tal temor?

R. Prazer de conversar com os homens e poder em parte reparar as minhas faltas, confessando-as; e temor, que não posso definir - um quê de vergonha por ter sido um assassino.

18. Desejais reencarnar na Terra?

R. Até o peço e desejo achar-me constantemente exposto ao assassínio, provando-lhe o temor.

* * *
A situação de Verger, ao morrer, é a de quase todos os que sucumbem violentamente. Não se verificando bruscamente a separação, eles ficam como aturdidos, sem saber se estão mortos ou vivos. A visão do arcebispo foi-lhe poupada por desnecessária ao seu remorso; mas outros Espíritos, em circunstâncias idênticas, são constantemente acossados pelo olhar das suas vítimas.

Monsenhor Sibour, evocado, disse que perdoava ao assassino e orava para que ele se arrependesse. Disse mais que, posto estivesse presente à sua evocação, não se lhe tinha mostrado para lhe não aumentar os sofrimentos, porquanto o receio de o ver já era um sintoma de remorso, era já um castigo.


Do livro “O Céu e o Inferno” - Allan Kardec
(2a. Parte - Cap. VI - Ed. FEB)

Enterrado vivo - A pena de talião.



Antônio B., escritor de estimadíssimo merecimento, que exercera com distinção e integridade muitos cargos públicos na Lombardia, pelo ano de 1850 caiu aparentemente morto, de um ataque cataléptico.

Como algumas vezes sucede em tais casos, a sua morte foi considerada real, concorrendo ainda mais para o engano os vestígios da decomposição assinalados no corpo.

Quinze dias depois do enterro, uma circunstância fortuita determinou a exumação, a pedido da família. Tratava-se de um medalhão por acaso esquecido no caixão. Qual não foi, porém, o espanto dos assistentes quando, ao abrir este, notaram que o corpo havia mudado de posição, voltando-se de bruços e - coisa horrível - que uma das mãos havia sido comida em parte pelo defunto.

Ficou então patente que o infeliz Antônio B. fora enterrado vivo, e deveria ter sucumbido sob a ação do desespero e da fome.

Evocado na Sociedade de Paris, em agosto de 1861, a pedido de parentes, deu as seguintes explicações:

1. Evocação.
R. Que quereis?

2. A pedido de um vosso parente, nós vos evocamos com prazer e seremos felizes se quiserdes responder-nos.
R. Sim, desejo fazê-lo.

3. Lembrai-vos dos incidentes da vossa morte?
R. Ah! Certamente que me lembro; mas por que avivar essa lembrança do castigo?

4. Efetivamente fostes enterrado por descuido?
R. Assim deveria ser, visto revestir-se a morte aparente de todos os caracteres da morte real: eu estava quase exangue. (1) Não se deve, porém, imputar a ninguém um acontecimento que me estava predestinado desde que nasci.

5. Incomodam-vos estas perguntas? Será mister lhes darmos fim?
R. Não. Podeis continuar.

6. Porque deixastes a reputação de um homem de bem, esperávamos que fôsseis feliz.
R. Eu vos agradeço, pois sei que haveis de interceder por mim. Vou fazer o possível para vos responder, e, se não puder fazê-lo, fá-lo-á um dos vossos Guias por mim.

7. Podeis descrever-nos as vossas sensações daquele momento?
R. Que dolorosa provação sentir-me encerrado entre quatro tábuas, tolhido, absolutamente tolhido! Gritar! Impossível! A voz, por falta de ar, não tinha eco! Ah, que tortura a do infeliz que em vão se esforça para respirar num ambiente limitado! Eu era qual condenado à boca de um forno, abstração feita do calor. A ninguém desejo um fim rematado por semelhantes torturas. Não, não desejo a ninguém um tal fim! Oh! cruel punição de cruel e feroz existência! Não saberia dizer no que então pensava; apenas revendo o passado, vagamente entrevia o futuro.

8. Dissestes: cruel punição de feroz existência... Como se pode conciliar esta afirmativa com a vossa reputação ilibada?
R. Que vale uma existência diante da eternidade?! Certo, procurei ser honesto e bom na minha última encarnação, mas eu aceitara um tal epílogo previamente, isto é, antes de encarnar. Ah!... Por que interrogar-me sobre esse passado doloroso que só eu e os bons Espíritos enviados do Senhor conhecíamos? Mas, visto que assim é preciso, dir-vos-ei que numa existência anterior eu enterrara viva uma mulher - a minha mulher, e por sinal que num fosso! A pena de talião devia ser-me aplicada. Olho por olho, dente por dente.

9. Agradecemos essas respostas e pedimos a Deus vos perdoe o passado, em atenção ao mérito da vossa última encarnação.
R. Voltarei mais tarde, mas, não obstante, o Espírito de Éraste completará esta minha comunicação.

* * *

Instruções do guia do médium:

Por essa comunicação podeis inferir a correlatividade e dependência imediata das vossas existências entre si; as tribulações, as vicissitudes, as dificuldades e dores humanas são sempre as consequências de uma vida anterior, culposa ou mal aproveitada. Devo todavia dizer-vos que desfechos como este de Antônio B. são raros, visto como, se de tal modo terminou uma existência correta, foi por tê-lo solicitado ele próprio, com o objetivo de abreviar a sua erraticidade e atingir mais rápido as esferas superiores. Efetivamente, depois de um período de perturbação e sofrimento moral, inerente à expiação do hediondo crime, ser-lhe-á perdoado este, e ele se alçará a um mundo melhor, onde o espera a vítima que há muito lhe perdoou. Aproveitai este exemplo cruel, queridos espíritas, a fim de suportardes, com paciência, os sofrimentos morais e físicos, todas as pequenas misérias da Terra.

P. Que proveito pode a Humanidade auferir de semelhantes punições?
R. As penas não existem para desenvolver a Humanidade, porém para punição dos que erram. De fato, a Humanidade não pode ter interesse algum no sofrimento de um dos seus membros. Neste caso, a punição foi apropriada à falta. Por que há loucos, idiotas, paralíticos? Por que morrem estes queimados, enquanto que aqueles padecem as torturas de longa agonia entre a vida e a morte? Ah! crede-me; respeitai a soberana vontade e não procureis sondar a razão dos decretos da Providência! Deus é justo e só faz o bem.

Éraste

* * *

Este fato não encerra um ensinamento terrível? A justiça de Deus, às vezes tardia, nem por isso deixa de atingir o culpado, prosseguindo em seu aviso. É altamente moralizador o saber-se que, se grandes culpados acabam pacificamente, na abundância de bens terrenos, nem por isso deixará de soar cedo ou tarde, para eles, a hora da expiação. Penas tais são compreensíveis, não só por estarem mais ou menos ao alcance das nossas vistas, mas também por serem lógicas. Cremos, porque a razão admite. Uma existência honrosa não exclui, portanto, as provações da vida, que são escolhidas e aceitas como complemento de expiação - o restante do pagamento de uma dívida saldada antes de receber o preço do progresso realizado.

Considerando quanto nos séculos passados eram frequentes, mesmo nas classes mais elevadas e esclarecidas, os atos de barbárie que hoje repugnam; quantos assassínios cometidos nesses tempos de menosprezo pela vida de outrem, esmagado o fraco pelos poderosos sem escrúpulos; então compreenderemos que muitos dos nossos contemporâneos têm de expungir máculas passadas, e tampouco nos admiraremos do número considerável de pessoas que sucumbem vitimadas por acidentes isolados ou por catástrofes coletivas.

O despotismo, o fanatismo, a ignorância e os prejuízos da Idade Média e dos séculos que se seguiram, legaram às gerações futuras uma dívida enorme, que ainda não está saldada.

Muitas desgraças nos parecem imerecidas, somente porque apenas vemos o presente.

__________
(1) Privado de circulação do sangue. Descoloração da pele pela privação do sangue.


(Do livro “O Céu e o Inferno” - Allan Kardec / 2ª Parte - Cap. VIII)