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3 de out. de 2011

Os Falsos Profetas da Erraticidade.



Amigos, espero que vocês leiam com atenção esta maravilhosa mensagem, que serve de alerta para todos, especialmente aos espíritas. Não só aos médiuns, mas a todos os que trabalham lidando com nossos irmãos desencarnados. Sei que muitos já conhecem a mensagem e sabem desse tipo de problema abordado aqui, mas muitas vezes o orgulho nos deixa cegos e surdos para a verdade, portanto, nunca é demais lembrar, não é mesmo? No mais, buscando agir sempre em nome da verdadeira caridade e longe de qualquer sentimento de vaidade, certamente estaremos livres dos embustes. Lembremos do que o Mestre Jesus nos recomendou quando disse: “Orai e vigiai”! Paz a todos!





Caríssimos, não acrediteis em todos os Espíritos, mas provai se os Espíritos são de Deus, porque são muitos os falsos profetas, que se levantaram no mundo. (João, Epístola I, cap. IV: 1)


Os falsos profetas não existem apenas entre os encarnados, mas também, e muito mais numerosos, entre os Espíritos orgulhosos que, fingindo amor e caridade, semeiam a desunião e retardam o trabalho de emancipação da Humanidade, impingindo-lhe os seus sistemas absurdos, através dos médiuns que os servem. Esses falsos profetas, para melhor fascinar os que desejam enganar, e para dar maior importâncias às suas teorias, disfarçam-se inescrupulosamente com nomes que os homens só pronunciam com respeito.


São eles que semeiam os germes das discórdias entre os grupos que os levam isolar-se uns dos outros e a se olharem com prevenções. Bastaria isso para os desmascarar. Porque, assim agindo, eles mesmos oferecem o mais completo desmentido ao que dizem ser. Cegos, portanto, são os homens que se deixam enganar de maneira tão grosseira.


Mas há ainda muitos outros meios de os reconhecer. Os Espíritos da ordem a que eles dizem pertencer, devem ser não somente muito bons, mas também eminentemente racionais. Pois bem: passai os seus sistemas pelo crivo da razão e do bom-senso, e vereis o que restará. Então concordareis comigo em que, sempre que um Espírito indicar, como remédio para os males da Humanidade, ou como meios de realizar a sua transformação, medidas utópicas e impraticáveis, pueris e ridículas, ou quando formula um sistema contraditado pelas mais corriqueiras noções científicas, só pode ser um Espírito ignorante e mentiroso.


Por outro lado, lembrai-vos de que, se a verdade nem sempre é apreciada pelos indivíduos, sempre o é pelo bom-senso das massas, e isso também constitui um critério. Se dois princípios se contradizem, tereis a medida do valor intrínseco de ambos, observando qual deles encontra mais repercussão e simpatia. Com efeito, seria ilógico admitir que uma doutrina cujo número de adeptos diminui, seja mais verdadeira que outra, cujo número aumenta. Deus, querendo que a verdade chegue a todos, não a confina num círculo restrito, mas a faz surgir em diferentes lugares, a fim de que, por toda parte, a luz se apresente ao lado das trevas.


Repeli impiedosamente todos esses Espíritos que se manifestam como conselheiros exclusivos, pregando a divisão e o isolamento. São quase sempre Espíritos vaidosos e medíocres, que tentam impor-se a pessoas fracas e crédulas, prodigalizando-lhes louvores exagerados, a fim de fasciná-las e dominá-las. São geralmente, Espíritos sedentos de poder, que, tendo sido déspotas no lar ou na vida pública, quando vivos, ainda querem vítimas para tiranizar, depois da morte. Em geral, portanto, desconfiai das comunicações que se caracterizam pelo misticismo e a extravagância, ou que prescrevem cerimônias e práticas estranhas. Há sempre, nesses casos, um motivo legítimo de desconfiança.


Lembrai-vos, ainda, de que, quando uma verdade deve ser revelada à Humanidade, ela é comunicada, por assim dizer, instantaneamente, a todos os grupos sérios que possuem médiuns sérios, e não a este ou aquele, com exclusão dos outros. Ninguém é médium perfeito, se estiver obsedado, e há obsessão evidente quando um médium só recebe comunicações de um determinado Espírito, por mais elevado que este pretenda ser. Em conseqüência, todo médium e todo grupo que se julguem privilegiados, em virtude de comunicações que só eles podem receber, e que, além disso, se sujeitam a práticas supersticiosas, encontram-se indubitavelmente sob uma obsessão bem caracterizada. Sobretudo quando o Espírito dominante se vangloria de um nome que todos, Espíritos e encarnados, devemos honrar e respeitar, não deixando que seja comprometido a todo instante.


É incontestável que, submetendo-se ao cadinho da razão e da lógica toda a observação sobre os Espíritos e todas as suas comunicações, será fácil rejeitar o absurdo e o erro. Um médium pode ser fascinado e um grupo enganado; mas, o controle severo dos outros grupos, com o auxílio do conhecimento adquirido, e a elevada autoridade moral dos dirigentes de grupos, as comunicações dos principais médiuns, marcadas pelo cunho da lógica e da autenticidade dos Espíritos mais sérios, rapidamente farão desmascarar esses ditados mentirosos e astuciosos, procedentes de uma turba de Espíritos mistificadores ou malfazejos.

ERASTO
Discípulo de São Paulo
Paris, 1862


Texto retirado do “Evangelho Segundo o Espiritismo” – Allan Kardec
Figura retirada do site Correio Espírita


LOCAIS ASSOMBRADOS.


As manifestações espontâneas verificadas em todos os tempos, e a insistência de alguns Espíritos em mostrarem a sua presença em certos lugares, constituem a origem da crença nos locais mal-assombrados. As respostas seguintes foram dadas a perguntas feitas a esse respeito.

1. Os Espíritos se apegam somente a pessoas ou também a coisas?


Isso depende da sua elevação. Certos Espíritos podem apegar-se às coisas terrenas. Os avarentos, por exemplo, que viveram escondendo as suas riquezas e não estão suficientemente desmaterializados, podem ainda espreitá-los e guardá-los.

2. Os Espíritos errantes têm predileção por alguns lugares?


Trata-se ainda do mesmo princípio. Os Espíritos já desapegados das coisas terrenas preferem os lugares onde são amados. São mais atraídos pelas pessoas do que pelos objetos materiais. Não obstante, há os que podem momentaneamente ter preferência por certos lugares, mas são sempre Espíritos inferiores.

3. Desde que o apego dos Espíritos por um local é sinal de inferioridade, será também de que são maus espíritos?


Claro que não. Um Espírito pode ser pouco adiantado sem que por isso seja mau. Não acontece o mesmo entre os homens?

4. A crença de que os Espíritos freqüentam, de preferência, as ruínas, têm algum fundamento?


Não. Os Espíritos vão a esses lugares como a toda parte. Mas a imaginação é tocada pelo aspecto lúgubre de alguns lugares e atribui aos Espíritos efeitos na maioria das vezes muito naturais. Quantas vezes o medo não fez tornar a sombra de uma árvore por um fantasma, o grunhido de um animal ou o sopro do vento por um gemido? Os Espíritos gostam da presença humana e por isso preferem os lugares habitados aos abandonados.

4.a. Entretanto, pelo que sabemos da diversidade de temperamento dos Espíritos, deve haver misantropos entre eles, que podem preferir a solidão.


— Por isso não respondi à pergunta de maneira absoluta. Disse que eles podem ir aos lugares abandonados como a toda parte. É evidente que os que se mantêm afastados é porque isso lhes apraz. Mas isso não quer dizer que as ruínas sejam forçosamente preferidas pelos Espíritos, pois o certo é que eles se acham muito mais nas cidades e nos palácios do que no fundo dos bosques.

5. As crenças populares, em geral, têm um fundo de verdade. Qual a origem da crença em lugares assombrados?


— O fundo de verdade, nesse caso, é a manifestação dos Espíritos em que o homem acreditou, por instinto, desde todos os tempos. Mas, como já disse, o aspecto dos lugares lúgubres toca-lhe a imaginação e ele os povoa naturalmente como os seres que consideram sobrenaturais. Essa crença supersticiosa é entretida pelas obras dos poetas e pelos contos fantásticos com que lhe embalaram a infância. (1)

6. Os Espíritos que se reúnem escolhem para isso dias e horas de sua predileção?


Não. Os dias e as horas são usados pelo homem para controle do tempo, mas os Espíritos não precisam disso e não se inquietam a respeito. (2)

7. Qual a origem da idéia de que os Espíritos aparecem de preferência à noite?


A impressão produzida na imaginação pelo escuro e o silêncio. Toda essas crenças são superstições que o conhecimento racional do Espiritismo deve destruir. O mesmo se dá com a crença em dias e horas propícias. Acreditai que a influência da meia-noite jamais existiu, a não ser nos contos.

7.a. Se for assim, porque certos Espíritos anunciam a sua chegada e a sua manifestação para àquela hora e em dias determinados, como a sexta-feira, por exemplo?


— São Espíritos que se aproveitam da credulidade humana para se divertirem. É pela mesma razão que uns se dizem o Diabo ou se dão nomes infernais. Mostrai-lhes que não sois tolos e eles não voltarão.

8. Os Espíritos visitam de preferência os túmulos em que repousam os seus corpos?


O corpo não era mais que uma veste. Eles não ligam mais para o envoltório que os fez sofrer do que o prisioneiro para as algemas. A lembrança das pessoas que lhes são caras é a única coisa a que dão valor. (3)

8. a. As preces que se fazem sobre os seus túmulos são mais agradáveis para eles, e os atraem mais do que as feitas em outros lugares?


A prece é uma evocação que atrai os Espíritos, como o sabeis. A prece tem tanto maior ação, quanto mais fervorosa e mais sincera. Ora, diante de um túmulo venerado as pessoas se concentram mais e a conservação de relíquias piedosas é um testemunho de afeição que se dá ao Espírito, ao qual ele é sempre sensível. É sempre o pensamento que age sobre o Espírito e não os objetos materiais. Esses objetos influem mais sobre aquele que ora, fixando-lhe a atenção, do que sobre o Espírito.

9. Diante disso, a crença em locais assombrados não pareceria absolutamente falsa?


Dissemos que certos Espíritos podem ser atraídos por coisas materiais: podem sê-lo por certos lugares, que parecem escolher como domicílio até que cessem as razões que os levaram a isso.

9. a . Quais as razões que podem levá-los a isso?


Sua simpatia por algumas das pessoas que freqüentam os lugares ou o desejo de se comunicarem com elas. Entretanto, suas intenções nem sempre são tão louváveis. Quando se trata de maus Espíritos, podem querer vingar-se de certas pessoas das quais tem queixas. A permanência em determinado lugar pode ser também, para alguns, uma punição que lhe foi imposta, sobretudo se ali cometeram, para que tenham constantemente esse crime diante dos olhos. (4)

10. Os locais assombrados sempre o são por seus antigos moradores?


— Algumas vezes, mas não sempre, pois se o antigo morador for um Espírito elevado não ligará mais à sua antiga habitação do que ao seu corpo. Os Espíritos que assombram certos locais quase sempre o fazem só por capricho, a menos que sejam atraídos pela simpatia por alguma pessoas.

10. a . Podem eles fixar-se no local para proteger uma pessoa ou sua família?


Seguramente, se são Espíritos bons. Mas nesse caso jamais se manifestam de maneira desagradável.

11. Há alguma coisa de real na estória da Dama Branca?


É um conto extraído de mil fatos que realmente se verificaram. (5)

12. É racional temer os lugares assombrados por Espíritos?


— Não. Os Espíritos que assombram certos lugares e os põem em polvorosa procuram antes divertir-se à custa da credulidade e da covardia das criaturas, do que fazer mal. Lembrai-vos de que há Espíritos por toda parte e de que onde estiverdes tereis Espíritos ao vosso lado, mesmo nas mais agradáveis casas. Eles só parecem assombrar certas habitações porque encontram nelas a oportunidade de manifestar a sua presença. (6)

13. Há um meio de os expulsar?


Sim, mas quase sempre o que se faz para afastá-los serve mais para atraí-los. O melhor meio de expulsar os maus Espíritos é atrair os bons. Portanto, atrai os bons Espíritos, fazendo o maior bem possível, que os maus fugirão, pois o bem e o mal são incompatíveis. Sede sempre bons e só tereis bons Espíritos ao vosso lado.

13. a. Mas há pessoas muito boas que vivem às voltas com as tropelias dos maus Espíritos.


Se essas pessoas forem realmente boas, isso pode ser uma prova para exercitar-lhes à paciência e incitá-las a serem ainda melhores. Mas não acrediteis que os que mais falam da virtude é que a possuem. Os que possuem qualidades reais quase sempre o ignoram ou nada falam a respeito.

14. Que pensar da eficácia do exorcismo para expulsar os maus Espíritos dos locais assombrados?


Vistes muitas vezes esse meio dar resultados? Não vistes, pelo contrário, redobrar-se a tropelia após as cerimônias de exorcismo? É que eles se divertem ao serem tomados pelo Diabo. Os Espíritos que não tem más intenções podem também manifestar a sua presença por meio de ruídos ou mesmo tornarem-se visíveis, mas não fazem jamais tropelias incômodas. São quase sempre Espíritos sofredores, que podeis aliviar fazendo preces por eles. De outras vezes
são mesmo Espíritos benevolentes que desejam provar a sua presença junto a vós, ou, por fim, Espíritos levianos que se divertem. Como os que perturbam o repouso com barulhos são quase sempre Espíritos brincalhões, o que melhor se tem a fazer é rir do que fazem. Eles se afastam ao verem que não conseguem amedrontar ou impacientar. (7)

Resulta das explicações acima que há Espíritos que se apegam a certos locais, preferindo permanecer neles, se que, entretanto, tenham necessidade de manifestar a sua presença por meio de efeitos sensíveis. Qualquer local pode ser a morada obrigatória ou da preferência de um Espírito, mesmo que seja mau, sem que jamais haja produzido qualquer manifestação.


Os Espíritos que se ligam a locais ou coisas materiais nunca são sup
eriores. Contudo, mesmo que não sejam superiores, não têm de ser necessariamente maus, ou alimentar más intenções. Não raro, são, algumas vezes, companheiros mais úteis do que prejudiciais, pois, caso se interessem pelas pessoas, podem protegê-las.


Texto retirado do “Livro dos Médiuns” (Capítulo 9 )– Allan Kardec


Notas:


(1) O instinto a que o espírito se referiu não é o biológico, mas o espiritual: a lembrança instintiva do Outro Mundo, do qual ele veio para a Terra.


(2)
Creio que temos que levar em consideração que “O Livro dos Médiuns” foi escrito em 1861. Hoje em dia sabemos que sim, os Espíritos possuem uma certa organização, inclusive em termos de horários, principalmente a Espiritualidade Amiga, quando trabalha juntamente com nós, encarnados, no auxílio em nome do Bem. Daí a importância de nós reservarmos sempre dias e horas específicas para a realização dos trabalhos, como por exemplo o “Evangelho no Lar”, e seguirmos à risca, visto que a Espiritualidade ajuda a todos, mas não é nossa “escrava”...

(3) Apesar desse relato, podemos ver nas obras de André Luiz diversos casos em que os espíritos permanecem meses, ou até mesmo anos, ligados ao seu envoltório físico, seja por desconhecimento do seu desencarne, seja por medo de desligar-se do mesmo, por excessivo apego às formas físicas, seja por ação de outros espíritos, que os mantêm ligados ao corpo apenas por maldade, para que o mesmo sinta a decomposição da carne etc... Afinal, como o próprio André Luiz fala, nenhum desencarne é igual ao outro. Com isso, podemos perceber, que, ainda que muito espíritas “ortodoxos” afirmem que André Luiz contraria Allan Kardec, trata-se justamente do contrário: seus relatos complementam a grande obra iniciada pelo Codificador do Espiritismo.

(4) Ver a Revista Espírita de fevereiro de 1860: História de um danado – O caso mencionado não só confirma a explicação acima, como também representa um dos episódios mais instrutivos da pesquisa espírita realizada por Kardec. Indispensável a sua leitura para a boa compreensão do problema tratado neste capítulo.

(5) A Dama Branca é uma figura das antigas mitologias escocesas e alemãs que aparece em lendas populares.

(6) O filósofo grego Tales de Mileto dizia: "O mundo é cheio de deuses". “Os deuses antigos eram Espíritos”, segundo o Espiritismo. A afirmação de Tales concorda com essa da resposta acima. Há Espíritos por toda parte. Ver em O Livro dos Espíritos o cap. IX da segunda parte: Intervenção dos Espíritos no Mundo Corpóreo.


(7)
Sobre este assunto, ver o capítulo V do Livro dos Médiuns: Manifestações Físicas Espontâneas.

Manifestações Espíritas.



Como ocorrem

As manifestações dos Espíritos são de duas naturezas: os efeitos físicos e as manifestações inteligentes. Os primeiros são os fenômenos materiais e ostensivos, tais como os movimentos, os ruídos, os transportes de objetos etc.; as outras consistem na permuta regular de pensamentos com a ajuda de sinais, da palavra e, principalmente, da escrita.


As manifestações espontâneas ocorrem inopinadamente e de improviso; elas se produzem, freqüentemente, nas pessoas desprovidas de idéias espíritas e que, por isso mesmo, não podendo compreendê-las, as atribuem a causas sobrenaturais. Aquelas que são provocadas ocorrem pela intervenção de certas pessoas dotadas, para esse efeito, de faculdades especiais e que se designam pelo nome de médiuns.


Os Espíritos podem se manifestar de muitas maneiras diferentes: pela visão, pela audição, pelo tato, pelos ruídos, o movimento dos corpos, a escrita, o desenho, a música etc.


Os Espíritos se manifestam algumas vezes espontaneamente por ruídos e pancadas; é, freqüentemente, para eles um meio de atestar sua presença e chamar a atenção sobre si, absolutamente como quando uma pessoa bate para advertir que há alguém. Há os que não se limitam a ruídos moderados, mas que vão até à produção de um barulho parecido com o da louça que se quebra, de portas que se abrem e se fecham, ou de móveis que se derrubam; alguns causam mesmo uma perturbação real e verdadeiros estragos.


Os Espíritos que se tornam visíveis se apresentam, quase sempre, sob a aparência que tiveram em sua vida e que pode fazê-los reconhecer.


A visão permanente e geral dos Espíritos é muito rara, mas as aparições isoladas são bastante freqüentes, sobretudo no momento da morte; o Espírito liberto parece apressar-se em rever seus parentes e amigos, como para os advertir que acaba de deixar a Terra e lhes dizer que vive sempre.


Que cada um medite suas lembranças e se verá quantos fatos autênticos desse gênero, dos quais não se apercebeu, ocorreram não só à noite, durante o sono, mas em plena luz do dia, no estado de vigília mais completo.


Outrora, consideravam-se esses fatos como sobrenaturais e maravilhosos, e se os atribuía à magia e à feitiçaria; hoje os incrédulos os atribuem à imaginação; mas, desde que a ciência espírita lhes deu a chave, sabe-se como eles se produzem e que não saem da ordem dos fenômenos naturais.

Finalidade

O fim providencial das manifestações é de convencer os incrédulos de que tudo não termina para o homem com a vida terrestre, e de dar aos crentes idéias mais justas sobre o futuro.


Os bons Espíritos vêm nos instruir para nossa melhoria e nosso progresso, e não para nos revelar o que não devemos ainda saber, ou aquilo que não devemos aprender senão pelo nosso trabalho.


Se bastasse interrogar os Espíritos para obter a solução de todas as dificuldades científicas, ou para fazer descobertas ou invenções lucrativas, todo ignorante poderia tornar-se sábio gratuitamente, e todo preguiçoso poderia se enriquecer sem trabalhar; é o que Deus não quer. Os Espíritos ajudam o homem de gênio pela inspiração oculta, mas não o isentam do trabalho e da pesquisa, a fim de deixar-lhe o mérito deles.


Seria ter uma idéia bem falsa dos Espíritos, ver neles apenas auxiliares de adivinhos; os Espíritos sérios recusam se ocupar de coisas fúteis. Os Espíritos levianos e zombeteiros se ocupam de tudo, respondem a tudo, predizem a tudo o que se quer, sem se importarem com a verdade, e sentem um prazer maligno em mistificarem para as pessoas muito crédulas; por isso, é essencial estar perfeitamente fixado sobre a natureza das questões que se podem dirigir aos Espíritos. (Ver o ‘Livro dos Médiuns’, nº 286: Questões que se podem dirigir aos Espíritos.)


Fora do que pode ajudar ao progresso moral, não há senão incerteza nas revelações que se podem obter dos Espíritos. A primeira conseqüência deplorável para aquele que desvia sua faculdade do seu fim providencial, é de ser mistificado pelos Espíritos enganadores, que pululam ao redor dos homens. A segunda é de cair sob o domínio desses mesmos espíritos que podem, por meio de conselhos pérfidos, conduzir a infelicidades reais e materiais sobre a Terra. A terceira é de perder, depois da vida terrestre, o fruto do conhecimento do Espiritismo.


As manifestações não estão, pois, destinadas a servir aos interesses materiais; sua utilidade está nas conseqüências morais que delas decorrem. Todavia, não tivessem elas por resultados senão fazer conhecer uma nova lei da Natureza, demonstrar materialmente a existência da alma e sua sobrevivência, isso já seria muito, porque seria um largo e novo caminho aberto à filosofia.


Texto retirado do livro “O que é o Espiritismo” – Allan Kardec
(Capítulo II - Noções Elementares de Espiritismo)

***

A imagem que ilustra o post representa a materialização do Espírito Emmanuel, através da mediunidade de Chico Xavier. Retirado do site do Instituto André Luiz.

Comunicações com o Mundo Invisível (1)



A existência, a sobrevivência e a individualidade da alma sendo admitidas, o Espiritismo se reduz a uma só questão principal: as comunicações entre as almas e os vivos são possíveis? Essa possibilidade é um resultado da experiência. O fato de o intercâmbio entre o mundo visível e o mundo invisível, uma vez estabelecido, a natureza, a causa e o modo desses intercâmbios sendo conhecidos, é um novo campo aberto à observação e a chave de uma multidão de problemas; é, ao mesmo tempo, um poderoso elemento moralizador para acabar com a dúvida sobre o futuro.

Os intercâmbios entre o mundo visível e o mundo invisível podem ser ocultos ou patentes, espontâneos ou provocados.


Os Espíritos agem sobre os homens, de maneira oculta, pelos pensamentos que lhes sugerem e por certas influências; de um modo patente, por efeitos apreciáveis pelos sentidos.


As comunicações que se recebem dos Espíritos podem ser boas ou más, justas ou falsas, profundas ou superficiais, segundo a natureza dos Espíritos que se manifestem.

Aqueles que provam sabedoria e saber são Espíritos que progrediram; aqueles que provam ignorância e más qualidades são Espíritos ainda atrasados, que progredirão com o tempo. Os Espíritos não podem responder senão sobre o que sabem, segundo seu adiantamento, e, além disso, sobre o que lhes é permitido dizer, porque há coisas que não devem revelar, visto que não é dado, ainda, ao homem, tudo conhecer.


Reconhece-se a qualidade dos Espíritos pela sua linguagem; a dos Espíritos verdadeiramente bons e superiores é sempre digna, nobre, lógica, isenta de contradições; nela transparecem a sabedoria, a benevolência, a modéstia e a moral mais pura; ela é concisa e sem palavras inúteis.


Nos Espíritos inferiores, ignorantes ou orgulhosos, o vazio das idéias é quase sempre compensado pela abundância de palavras. Todo pensamento evidentemente falso, toda máxima contrária à moral sadia, todo conselho ridículo, toda expressão grosseira, trivial ou simplesmente frívola, enfim, toda marca de malevolência, presunção ou arrogância, são sinais incontestáveis de inferioridade num Espírito.


Os Espíritos inferiores são mais ou menos ignorantes; seu horizonte moral é limitado, sua perspicácia restrita. Eles não têm das coisas senão uma idéia freqüentemente falsa e incompleta e estão, por outro lado, ainda sob a influência dos preconceitos terrestres que tomam, algumas vezes, por verdades; por isso, eles são incapazes de resolverem certas questões. Eles podem nos induzir ao erro, voluntária ou involuntariamente, sobre o que eles próprios não compreendem.


Os Espíritos inferiores não são, por isso, todos essencialmente maus; há os que não são senão ignorantes e levianos; há os gracejadores, os espirituosos, os divertidos e que sabem manejar o gracejo fino e mordaz. Ao lado disso, encontram-se no mundo dos Espíritos, como sobre a Terra, todos os gêneros de perversidades e todos os graus de superioridade intelectual e moral.


Os Espíritos superiores não se ocupam senão com manifestações inteligentes objetivando nossa instrução; as manifestações físicas ou puramente materiais, estão mais especialmente nas atribuições dos Espíritos inferiores, vulgarmente designados sob o nome de Espíritos batedores, como, entre nós, os torneios de força cabem aos saltimbancos e não aos sábios.


Os Espíritos são atraídos pela simpatia, semelhança de gostos e de caráter e pela intenção dos que desejam sua presença. Os Espíritos superiores não vão mais a uma reunião fútil do que um sábio da Terra não iria a uma reunião de jovens estouvados. O simples bom senso diz que não poderia ser de outra forma. Se eles vão, algumas vezes, é para dar um conselho salutar, combater os vícios, procurar conduzir ao bom caminho; se não são escutados, retiram-se.


Seria ter uma idéia completamente falsa, crer-se que os Espíritos sérios pudessem se comprazer em responder a futilidades, a questões ociosas que não provam, ou atribuem, nem respeito por eles nem desejo real de instrução, e ainda menos que possam vir dar espetáculo para divertir curiosos. Se não o fizeram durante sua vida, não o podem fazer depois da sua morte.


Um outro ponto igualmente essencial a considerar é que os Espíritos são livres; eles se comunicam quando querem, com quem lhes convém e também quando podem, porque têm suas ocupações. Eles não estão às ordens e ao capricho de quem quer que seja, e não é dado a ninguém fazê-los vir contra a sua vontade, nem dizerem o que querem calar; de sorte que ninguém pode afirmar que um Espírito qualquer virá ao seu chamado em um momento determinado, ou responderá a tal ou tal questão. Dizer o contrário é provar ignorância absoluta dos mais elementares princípios do Espiritismo; só o charlatanismo tem fontes infalíveis.

CONTINUA...

Comunicações com o Mundo Invisível (2).



...CONTINUAÇÃO


As comunicações com os Espíritos devem sempre ser feitas com calma e recolhimento; não se deve jamais perder de vista que os Espíritos são as almas dos homens e que seria inconveniente deles fazer um jogo e um objeto de divertimento. Se se deve respeito aos despojos mortais, deve-se muito mais ainda ao Espírito.

As reuniões frívolas e levianas faltam, pois, a um dever, e aqueles que delas fazem parte deveriam meditar que, de um momento para o outro, podem entrar no mundo dos Espíritos, e não veriam com prazer que os tratassem com tão pouca deferência.


A frivolidade das reuniões tem como resultado atrair os Espíritos levianos que não procuram senão as ocasiões de enganar e mistificar. Pela mesma razão de que os homens graves e sérios não vão a assembléias inconseqüentes, os Espíritos sérios não vão senão em reuniões sérias, cujo objetivo seja a instrução, e não a curiosidade; é nas reuniões desse gênero que os Espíritos superiores gostam de dar seus ensinamentos.


Do que precede, resulta que toda reunião espírita, para ser proveitosa, deve, como primeira condição, ser séria e reservada, que tudo deve aí se passar respeitosamente, religiosamente, e com dignidade, se se quer obter o concurso habitual dos bons Espíritos. É preciso não esquecer que se esses mesmos Espíritos nelas estivessem presentes em vida, ter-se-ia por eles a consideração a que têm ainda mais direito depois de sua morte.


Pode-se ver, por essas poucas explicações, que as manifestações espíritas, de qualquer natureza que sejam, nada têm de sobrenatural ou de maravilhoso. São fenômenos que se produzem em virtude da lei que rege o intercâmbio do mundo visível com o mundo invisível, lei tão natural como a da eletricidade, da gravitação etc. O Espiritismo é a ciência que nos faz conhecer essa lei, como a mecânica nos faz conhecer a lei do movimento, a ótica a da luz. As manifestações espíritas, estando na Natureza, produziram-se em todas as épocas; a lei que as rege, uma vez conhecida, nos explica uma série de problemas considerados insolúveis; é a chave de uma multidão de fenômenos explorados e ampliados pela superstição.


A crítica malévola se inclina a representar as comunicações espíritas como cercadas de práticas ridículas e supersticiosas da magia e da necromancia. Se aqueles que falam do Espiritismo, sem o conhecer, se tivessem se dado ao trabalho de estudar aquilo de que querem falar, se poupariam de gastos da imaginação ou de alegações que não servem senão para provarem sua ignorância e sua má-vontade.


Para a edificação de pessoas estranhas à ciência espírita, nós diremos que não há, para se comunicar com os Espíritos, nem dias, nem horas, nem lugar mais propícios uns que os outros; que não é preciso para os evocar, nem fórmulas, nem palavras sacramentais ou cabalísticas; que não há necessidade de nenhuma preparação, de nenhuma iniciação; que o emprego de todo sinal ou objeto material, seja para os atrair, seja para os repelir, não tem efeito, e que o pensamento basta; enfim, que os médiuns recebem suas comunicações tão simplesmente e tão naturalmente, como se fossem ditadas por uma pessoa viva, sem saírem do estado normal. Só o charlatanismo poderia tomar maneiras excêntricas e adicionar acessórios ridículos.



- Allan Kardec -

Texto retirado do livro “O que é o Espiritismo”
(Capítulo II - Noções Elementares de Espiritismo)


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“Sabe-se agora que muitos Espíritos desencarnados têm por missão velar pelos encarnados, dos quais se constituem protetores e guias; que os envolvem nos seus eflúvios fluídicos; que o homem age muitas vezes de modo inconsciente, sob a ação desses eflúvios.” (‘A Gênese’ / Allan Kardec — Capítulo 3º — Item 14)

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Os Médiuns.



Os Espíritos podem se manifestar de maneiras bem diferentes: pela visão, pela audição pelo toque, pelos ruídos, pelos movimentos dos corpos, pela escrita, pelo desenho, pela música etc.

Eles se manifestam por intermédio de pessoas dotadas de uma aptidão especial para cada gênero de manifestação, e que se distinguem sob o nome de médiuns.


É assim que se distinguem os médiuns videntes, falantes, audientes, sensitivos, de efeitos físicos, desenhistas, tiptólogos, escreventes etc. Entre os médiuns escreventes, há numerosas variedades, segundo a natureza das comunicações que estão aptos a receber.


O médium não possui senão a faculdade de se comunicar; a comunicação efetiva depende da vontade dos Espíritos. Se os Espíritos não querem se manifestar, o médium nada obtém; é como um instrumento sem músico.

A facilidade das comunicações depende do grau de afinidade que existe entre os fluidos do médium e do Espírito. Cada médium está, assim, mais ou menos apto para receber a impressão ou impulso do pensamento de tal ou tal Espírito; ele pode ser um bom instrumento para um e mau para um outro. Disso resulta que, dois médiuns igualmente bem dotados, estando um ao lado do outro, um Espírito poderá se manifestar por um e não pelo outro.

É, pois, um erro crer que basta ser médium para receber com igual facilidade as comunicações de todo Espírito. Não existem médiuns universais. Os Espíritos procuram, de preferência, os instrumentos que vibrem em uníssono com eles.

Sem a harmonia, que só a assimilação fluídica pode proporcionar, as comunicações são impossíveis, incompletas ou falsas. Podem ser falsas porque, à falta do Espírito desejado, não faltam outros, prontos para aproveitarem a ocasião de se manifestarem, e que pouco se importam em dizer a verdade.

Um dos maiores escolhos da mediunidade é a obsessão, quer dizer, o império que certos Espíritos podem exercer sobre os médiuns, impondo-se a eles sob nomes apócrifos e impedindo-os de se comunicarem com outros Espíritos.


O que constitui o médium, propriamente dito, é a faculdade; sob esse aspecto, ele pode estar mais ou menos formado, mais ou menos desenvolvido. O que constitui o médium seguro, o que se pode verdadeiramente qualificar de bom médium, é a aplicação da faculdade, a aptidão de servir de intérprete dos bons Espíritos.

A mediunidade é uma faculdade essencialmente móvel e fugidia, pela razão de estar subordinada à vontade dos Espíritos; por isso é que está sujeita a intermitências. Esse motivo, e o princípio mesmo segundo o qual se estabelece a comunicação, são os obstáculos a que se torne uma profissão lucrativa, uma vez que não poderia ser nem permanente, nem aplicável a todos os Espíritos, e porque poderia faltar no momento em que dela se tivesse necessidade.

Aliás, não é racional admitir que os Espíritos sérios se coloquem à disposição da primeira pessoa que os queira explorar.

A propensão dos incrédulos, geralmente, é suspeitar da boa fé dos médiuns, e supor o emprego de meios fraudulentos. Além de que, no entendimento de certas pessoas essa suposição é injuriosa, é preciso, antes de tudo, perguntar qual interesse poderiam eles ter para enganarem e divertirem ou representarem a comédia.

A melhor garantia de sinceridade está no desinteresse absoluto, porque aí onde nada tem a ganhar, o charlatanismo não tem razão de ser.

Quanto à realidade dos fenômenos, cada um pode constatá-la, se se coloca nas condições favoráveis, e se aplica a paciência na observação dos fatos, a perseverança e a imparcialidade necessária.



Fonte: ‘Resumo das Leis dos Fenômenos Espíritas’ - Allan Kardec

Uma Séria Advertência...


Repeli impiedosamente todos esses Espíritos que se querem fazer conselheiros exclusivos, pregando a divisão e o isolamento. São quase sempre Espíritos vaidosos e medíocres, que procuram impor-se aos homens fracos e crédulos, prodigalizando louvores exagerados a fim de fasciná-los e mantê-los sob o seu domínio.

São geralmente Espíritos famintos de poder. Tiranos políticos ou particulares quando vivos, querem ainda tiranizar outras vítimas após a morte. Desconfiai em geral das comunicações que revelam um caráter místico e estranho ou que prescrevem cerimônias e práticas bizarras. Há sempre, nesses casos, legítimo motivo de suspeita.


De outro lado, lembrai-vos de que quando uma verdade deve ser revelada à humanidade ela é comunicada, por assim dizer, instantaneamente, a todos os grupos que possuem médiuns sérios, e não a estes ou àqueles em particular, com exclusão dos demais.


Ninguém pode ser médium perfeito se estiver obsedado e a obsessão é evidente quando um médium só recebe comunicações de determinado Espírito, por mais alto que este procure se colocar a si mesmo.


Em conseqüência, todo médium, todo grupo que se acreditam privilegiados por comunicações que só eles podem receber, e que, por outro lado, estão submetidos a práticas de natureza supersticiosa, encontra-se inegavelmente sob uma obsessão bem caracterizada, sobretudo quando o Espírito dominador se vangloria de um nome que todos, Espíritos e encarnados, devem honrar e respeitar e não deixar que o profanem a qualquer propósito.


É incontestável que, submetendo ao crivo da razão e da lógica todas as informações e comunicações dos Espíritos, será fácil repelir o absurdo e o erro.


Um médium pode estar fascinado, um grupo enganado, mas o controle severo de outros grupos, o conhecimento adquirido e a alta autoridade moral dos dirigentes, junto às comunicações dos principais médiuns que recebem, com lógica e autenticidade reconhecidas, de Espíritos esclarecidos, farão rapidamente justiça a esses ditados mentirosos e astuciosos, provenientes de uma turba de Espíritos mentirosos e malévolos.

ERASTO (discípulo de São Paulo)


ObservaçãoUm dos caracteres distintivos desses Espíritos que querem impor-se, fazendo aceitar suas idéias bizarras e sistemáticas; é a pretensão, como se fossem eles os únicos a saberem, a ter razão contra todo mundo. Sua tática é a de evitar a discussão. Quando se vêem combatidos de maneira vitoriosa pelos argumentos irresistíveis da lógica, recusam-se desdenhosamente a responder e determinam aos seus médiuns que se afastem dos Centros onde suas idéias não são aceitas. Esse isolamento é o que há de mais fatal para os médiuns, porque sofrem sem defesa o jugo desses Espíritos obsessores, que os levam como cegos, freqüentemente, pelos caminhos mais perigosos.


Texto retirado do ‘Livro dos Médiuns’ – Allan Kardec
Cap. 31 (Dissertações Espíritas)

Mediunidade nas Crianças.


Não é aconselhável estimular a prática da mediunidade na criança. Isto porque o organismo da criança não está completamente desenvolvido, seus órgãos, sobretudo o sistema nervoso; estão em fase de maturação. Além do mais, a criança talvez não possua discernimento necessário para evitar as influências dos maus Espíritos.
Kardec, perguntando aos Espíritos orientadores da Codificação sobre se haveria inconveniente em desenvolver-se a mediunidade nas crianças, obteve de um deles a seguinte resposta: “(...) Certamente e sustento mesmo que é muito perigoso, pois que esses organismos débeis e delicados sofreriam por essa forma grandes abalos, e as respectivas imaginações excessiva sobre-excitação. Assim, os pais prudentes devem afastá-las dessas idéias, ou, quando nada, não lhes falar do assunto, senão do ponto de vista das conseqüências morais.” (01 )

No exame do assunto, há que se observar o problema do desenvolvimento sob duplo sentido, físico e mental. Há crianças bem desenvolvidas fisicamente, mas de recursos mentais e intelectuais deficientes. Existem crianças fisicamente pouco desenvolvidas, porém mental e intelectualmente bem dotadas. Em ambos os casos a prudência aconselha seja evitado, junto à criança, o trabalho mediúnico.

Desenvolver a mediunidade, ou seja, educá-la, significa colocar-nos em relação e dependência magnética, mental e moral com entidades dos mais variados tipos evolutivos.

O frágil organismo infantil e sua inexperiência podem sofrer os efeitos de uma aproximação obsidiante.

A imaginação da criança é, sobremodo, excitável, o que pode ocasionar conseqüências perigosas sob o ponto de vista do equilíbrio, da estabilidade espiritual.

São negativos todos os aspectos do desenvolvimento mediúnico das crianças.

O Codificador, missionário escolhido, estava certo ao desaconselhar tal proceder.

Há recursos de amparo às crianças que revelam mediunidade:


- Prece em seu favor e dos Espíritos que delas tentam acercar-se;


- Passes ministrados por companheiros responsáveis;

- Freqüência às aulas espíritas de Evangelho, a fim de que possam, a pouco e pouco, ir assimilando noções doutrinárias compatibilizadas com sua idade.(05)

Devemos considerar, porém, que há crianças cuja mediunidade ocorre naturalmente, sem causar-lhes transtornos. Estas crianças são médiuns naturais e, “(...) quando numa criança a faculdade se mostra espontânea, é que está na sua natureza e que a sua constituição se presta a isso. O mesmo não acontece quando é provocada e sobre-excitada. (...) a criança, que tem visões, geralmente não se impressiona com estas, que lhe parecem coisa naturalíssima, a que dá muito pouca atenção e quase sempre esquece. (...)(02)

Para o início da prática mediúnica “Não há idade precisa, tudo dependendo inteiramente do desenvolvimento físico e, ainda mais, do desenvolvimento moral. Há crianças de doze anos a quem tal coisa afetará menos do que a algumas pessoas já feitas. Falo da mediunidade, em geral; porém, a de efeitos físicos é mais fatigante para o corpo; a da escrita tem outro inconveniente, derivado da inexperiência da criança, dado o caso de ela querer entregar-se a sós ao exercício da sua faculdade e fazer disso um brinquedo.” (03)

A prática do Espiritismo (...) demanda muito tato, para a inutilização das tramas dos Espíritos enganadores. Se estes iludem a homens feitos, claro é que a infância e a juventude mais expostas se acham a ser vítimas deles. Sabe-se, além disso, que o recolhimento é uma condição sem a qual não se pode lidar com Espíritos sérios. As evocações feitas estouvadamente e por gracejo constituem verdadeira profanação, que facilita o acesso aos Espíritos zombeteiros, ou malfazejos. Ora, não se podendo esperar de uma criança a gravidade necessária a semelhante ato, muito de temer é que ela faça disso um brinquedo, se ficar entregue a si mesma. Ainda nas condições mais favoráveis, é de desejar que uma criança dotada de faculdade mediúnica não a exercite, senão sob a vigilância de pessoas experientes, que lhe ensinem, pelo exemplo, o respeito devido às almas dos que viveram no mundo. Por aí se vê que a questão de idade está subordinada às circunstâncias, assim de temperamento, como de caráter. (...)(04)

Fontes de Consulta

(01) KARDEC, Allan. Dos Incovenientes e Perigos da Mediunidade. In. ‘O Livro dos Médiuns’. Trad. De Guillon Ribeiro. 61. Ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1995. Item 221 (subitem 6º pág. 265).

(02). Item 221 (subitem 7º). Pág.265.

(03) Item 221 (subitem 8º). Pág. 266.

(04) Item 222. Pág. 266.

(05) PERALVA Martins. Mediunidade nas crianças. In. ‘Mediunidade e Evolução’. 7.ed. 7.ed. Rio [de janeiro]:FEB. 1995. Pág. 137.

Os Talismãs.


O Sr. M... havia comprado em segunda mão uma medalha que lhe pareceu notável pela sua singularidade. Era do tamanho de uma moeda de seis libras. Tinha o aspecto da prata, embora um pouco acinzentada. Nas duas faces estão gravadas uma multidão de sinais, entre os quais se notam os planetas, círculos entrelaçados, um triângulo, palavras ininteligíveis e iniciais em caracteres vulgares; além de outros caracteres bizarros, lembrando o árabe, tudo disposto de um modo cabalístico, conforme o gênero dos livros de mágicos.

O senhor M..., tendo interrogado a senhorita J..., médium sonâmbula, quanto a essa medalha, respondeu-lhe que era composta de sete metais, que pertenceram a Cazotte, e tinha um poder particular para atrair os Espíritos e facilitar as evocações. O senhor de Caudemberg, autor de uma relação de comunicações que, como médium, dizia ter recebido comunicações da Virgem Maria, disse-lhe que era uma coisa má, própria para atrair os demônios. A senhorita de Guldenstubé, médium, irmã do barão de Guldenstubé, autor de uma obra sobre a Pneumatografia, ou escrita direta, disse-lhe que a medalha tinha uma virtude magnética e poderia provocar o sonambulismo.

Pouco satisfeito com essas respostas contraditórias, o Sr. M... apresentou-nos essa medalha, pedindo a nossa opinião pessoal a respeito, e nos rogando igualmente interrogarmos um Espírito superior sobre seu valor real, do ponto de vista da influência que pode ter. Eis nossa resposta:

Os Espíritos são atraídos ou repelidos pelo pensamento, e não por objetos materiais que não têm nenhum poder sobre eles. Os Espíritos superiores, em todos os tempos, condenaram o emprego de sinais e de formas cabalísticas, e todo Espírito que lhes atribui uma virtude qualquer, ou que pretenda dar talismãs que aparentem a magia, revela, com isso, sua inferioridade, esteja agindo de boa fé ou por ignorância, em conseqüência de antigos preconceitos terrestres dos quais estejam imbuídos, seja porque queira conscientemente divertir-se com a credulidade, como Espírito zombeteiro.

Os sinais cabalísticos, quando não são pura fantasia, são símbolos que lembram as crenças supersticiosas quanto à virtude de certas coisas, como os números, os planetas, e sua concordância com os metais, crenças nascidas nos tempos da ignorância, e que repousam sobre erros manifestos, dos quais a ciência fez justiça mostrando o que eram os pretensos sete planetas, sete metais etc.

A forma mística e ininteligível desses emblemas tinha por objetivo impor ao vulgo ver o maravilhoso naquilo que não compreendia. Quem estudou a natureza dos Espíritos, não pode admitir racionalmente, sobre eles, a influência de formas convencionais, nem de substâncias misturadas em certas proporções; isso seria renovar as práticas da caldeira dos feiticeiros, de gato preto, de galinha preta e outros feitiços.

Não ocorre o mesmo com um objeto magnetizado que, como se sabe, tem o poder de provocar o sonambulismo ou certos fenômenos nervosos sobre a economia; mas, então, a virtude desse objeto reside unicamente no fluido do qual está momentaneamente impregnado e que se transmite, assim, por via mediata, e não em sua forma, em sua cor, nem sobretudo nos sinais com os quais pode estar sobrecarregado.

Um Espírito pode dizer 'Traçai tal sinal, e a esse sinal reconhecerei que chamais e virei'; mas nesse caso o sinal traçado não é senão a expressão do pensamento; é uma evocação traduzida de um modo material; ora, os Espíritos, qualquer que seja sua natureza, não têm necessidade de semelhantes meios para se comunicarem; os Espíritos superiores não os empregam nunca; os Espíritos inferiores podem fazê-lo tendo em vista fascinar a imaginação de pessoas crédulas, que querem ter sob sua dependência.

Regra geral: para os Espíritos superiores, a forma nada é; o pensamento é tudo. Todo Espírito que liga mais importância à forma do que ao fundo é inferior, e não merece nenhuma confiança, mesmo quando, vez por outra, disser algumas coisas boas; porque essas boas coisas podem ser um meio de sedução.

Tal era o nosso pensamento a respeito dos talismãs em geral, como meio de relações com os Espíritos. Vale dizer que ele se aplica igualmente àqueles que a superstição emprega como preservativos de doenças ou de acidentes.

Contudo, para a edificação do possuidor da medalha, e para melhor aprofundar a questão, na sessão da Sociedade, do dia 17 de julho de 1858, pedimos ao Espírito de São Luís, que consente comunicar conosco todas as vezes que se trata de nossa instrução, que nos desse a sua opinião a respeito. Interrogado sobre o valor dessa medalha, eis a sua resposta:

Fizestes bem em não admitir que os objetos materiais possam ter uma virtude qualquer sobre as manifestações, seja para provocá-las, seja para impedi-las. Bem freqüentemente, temos dito que as manifestações são espontâneas, e que finalmente, jamais nos recusamos em responder à vossa chamada. Por que pensais que possamos ser obrigados a obedecer a uma coisa fabricada pelos humanos?”

P - Com qual objetivo essa medalha foi feita?

R - Foi feita com o objetivo de chamar a atenção das pessoas que nela quisessem crer; mas não foi senão pelos magnetizadores que ela pôde ser feita com a intenção de magnetizar para adormecer uma pessoa. Os sinais não são senão coisas de fantasia.

P - Diz-se que ela pertenceu a Cazotte; poderíamos evocá-lo, a fim de termos algumas informações dele a esse respeito?

R - Não é necessário; preferivelmente, ocupai-vos de coisas mais sérias.


Fonte: Revista Espírita (Setembro de 1858) – Allan Kardec.



Aparições de Espíritos.




De todas as manifestações espíritas, as mais interessantes são sem dúvidas aquelas pelas quais os Espíritos podem se tornar mais visíveis. Pela explicação desse fenômeno veremos que ele, como os outros, nada tem de sobrenatural. Damos inicialmente as respostas dos Espíritos a respeito do assunto.

Os Espíritos podem se tornar visíveis?

Sim, sobretudo durante o sono. Entretanto, certas pessoas os vêem também no estado de vigília, mas isso é mais raro.

Nota de Kardec: Enquanto o corpo repousa o Espírito se desprende dos laços materiais, fica mais livre e pode mais facilmente ver os outros Espíritos e entrar em comunicação com eles. O sonho é uma recordação desse estado. Quando não nos lembramos de nada, dizemos que não sonhamos, mas a alma não deixou de ver e de gozar da sua liberdade. Tratamos aqui mais particularmente das aparições no estado de vigília. Sobre o estado do Espírito durante o sono ver questão nº 409 de O Livro dos Espíritos.

Como podemos ver os Espíritos em estado de vigília?

Isso depende do organismo, da facilidade maior ou menor do fluido do vidente de se combinar como o do Espírito. Assim, não basta o espírito querer mostrar-se; é também necessário que a pessoa a quem se quer mostrar tenha a aptidão para vê-lo.

Essa faculdade pode desenvolver-se pelo exercício?

Pode, como todas as outras faculdades. Mas é daquelas cujo desenvolvimento natural é melhor do que o provocado, quando corremos o risco de superexcitar a imaginação. A visão geral e permanente dos espíritos é excepcional e não pertence às condições normais do homem.

Os que vêem os Espíritos o fazem com os olhos?

Eles pensam que sim, mas na realidade é a alma que vê. A prova é que podem vê-los de olhos fechados.

Todos são aptos a ver os Espíritos?

Durante o sono, todos. Mas não quando estão acordados. No sono, a alma vê diretamente; quando estais acordados ela sofre em maior ou menor grau a influência dos órgãos. Eis porque as condições não são as mesmas nos dois casos.

A visão dos Espíritos ocorre no estado normal ou somente durante o êxtase?

Pode ocorrer em condições perfeitamente normais; entretanto, as pessoas que os vêem estão quase sempre num estado especial, próximo do êxtase que lhes dá uma espécie de dupla vista. (Ver O Livro dos Espíritos, nº 447)

Como o Espírito pode tornar-se visível?

O princípio é o mesmo de todas as manifestações e está nas propriedades do perispírito, que pode sofrer diversas modificações, à vontade do Espírito.

O Espírito propriamente dito pode fazer-se visível ou só o faz com a ajuda do perispírito?

Na vossa situação material o Espírito só pode manifestar-se com a ajuda do seu invólucro semimaterial. É este o intermediário pelo qual eles agem sobre os vossos sentidos. Graças a esse invólucro é que eles aparecem algumas vezes com a forma humana ou outra qualquer, seja nos sonhos ou no estado de vigília, assim a plena luz como na obscuridade.

Poderíamos dizer que é pela condensação do fluido do perispírito que o Espírito se torna visível?

Condensação não é o termo. Trata-se apenas de uma comparação que pode ajudar a compreender o fenômeno, pois não há realmente uma condensação. Pela combinação dos fluidos produz-se no perispírito uma disposição especial, sem possibilidade de analogia para vós, e que o torna perceptível.

Pode-se provocar a aparição dos espíritos?

Pode-se algumas vezes, mas muito raramente. Ela é quase sempre espontânea. Para provocá-la é necessário que se possua uma faculdade especial.

Os Espíritos que se manifestam pela visão pertencem a uma determinada categoria?

Não; podem pertencer a todas as categorias, das mais elevadas às mais inferiores.

É permitido a todos os Espíritos manifestarem-se visivelmente?

Todos o podem, mas nem sempre tem a permissão nem o desejo de fazê-lo.

Com que fim os Espíritos se manifestam visivelmente?

Isso depende; segundo sua natureza, o fim pode ser bom ou mau.

Como pode ser permitido, quando o fim é mau?

É então para por à prova aqueles que os vêem. A intenção do Espírito pode ser má, mas o resultado pode ser bom.

Qual o objetivo dos Espíritos que se fazem ver com má intenção?

Assustar e muitas vezes vingar-se.

Qual o objetivo dos Espíritos que aparecem com boa intenção?

Consolar os que lamentam a sua partida; provar-lhes que continuam a existir e estão perto deles; dar conselhos e algumas vezes pedir assistência para si mesmos.

Que inconveniente haveria em ser permanente e geral a possibilidade de ver os Espíritos? Não seria essa uma forma de tirar a dúvida aos mais incrédulos?

Estando o homem constantemente cercado de Espíritos, o fato de vê-los sem cessar o perturbaria, constrangendo-o nas suas atividades, e lhe tiraria a iniciativa na maioria dos casos, enquanto, julgando-se só, pode agir com mais liberdade. Quanto aos incrédulos, dispõem de muitos meios para se convencerem, caso queiram aproveitá-los e se não estiverem cegos pelo orgulho. Sabes de pessoas que viram e nem por isso acreditam, pois dizem que se trata de ilusões. Não te inquietes por essa gente, de que Deus se encarrega.

Nota de Kardec: Haveria tanto inconveniente de estarmos sempre na presença dos Espíritos, como em vermos o ar que nos cerca ou as miríades de animais, microscópicos que pulam ao nosso redor. Do que devemos concluir que o que Deus faz é bem feito e que Ele sabe melhor do que nós o que nos convém.

Se a visão dos Espíritos tem inconvenientes, porque é permitida em alguns casos?

Para dar uma prova de que nem tudo morre com o corpo e de que a alma conserva a sua individualidade após a morte. Essa visão passageira é suficiente para dar a prova e atestar a presença dos amigos ao vosso lado, não tendo os inconvenientes da visão incessante.

Nos mundos mais adiantados que o nosso a visão dos Espíritos é mais frequente?

Quanto mais os homens se aproximam da natureza espiritual, mais facilmente entra em relação com os Espíritos. É a grosseria do vosso corpo que torna mais difícil e mais rara a percepção dos seres etéreos.

É racional assustar-se com a aparição de um Espírito?

Aquele que refletir a respeito há de compreender que um Espírito, seja qual for, é menos perigoso que um vivo. Os Espíritos, aliás, estão por toda parte e não tens a necessidade de vê-los para saber que podem estar ao teu lado. O Espírito que desejar prejudicar alguém pode fazê-lo sem ser visto, e até com mais segurança. Ele não é perigoso por ser Espírito, mas pela influência que pode exercer no pensamento do homem, desviando-o do bem e impelindo-o ao mal.

Nota de Kardec: As pessoas que tem medo da solidão e do escuro, raramente compreendem a causa do seu pavor. Elas não saberiam dizer do que tem medo, mas certamente deviam recear-se mais de encontrar homens do que Espíritos, porque um malfeitor é mais perigoso em vida do que após a morte. Uma senhora de nosso conhecimento teve uma noite, em seu quarto, uma aparição tão bem definida que acreditou estar na presença de alguém e sua primeira sensação foi de pavor. Certificando-se de que ali não havia nenhuma pessoa, disse a si mesma: 'Parece que se trata apenas de um Espírito; posso dormir tranquila'.

Aquele que vê um Espírito poderia conversar com ele?

Perfeitamente. E é justamente o que se deve fazer nesse caso, perguntando quem é o Espírito, o que deseja e o que se pode fazer por ele. Se o espírito for infeliz e sofredor, o testemunho de comiseração o aliviará. Se for um Espírito benévolo, pode acontecer que tenha a intenção de dar bons conselhos.

Como o Espírito poderia responder?

Às vezes falando, como uma pessoa viva; a maioria das vezes por uma transmissão de pensamentos.

Os Espíritos que aparecem com asas realmente as têm, ou essas asas são apenas uma aparência simbólica?

Os Espíritos não tem asas. Não precisam delas, pois podem transportar-se por toda parte como Espíritos. Aparecem dessa forma porque querem impressionar a pessoa a que se mostram. Uns aparecerão com suas roupas habituais, outros envolvidos em panos, alguns com asas, como atributo da categoria espiritual que representam.

Os Espíritos zombadores não poderiam tomar a aparência das pessoas que nos são caras e nos iludirem?

Tomam aparências fantasiosas para se divertirem a vossa custa, mas há coisas com as quais não lhes é permitido brincar.

Os Espíritos podem fazer-se visíveis com outra aparência, além da humana?

A forma humana é a sua forma normal. O Espírito pode variá-la na aparência, mas conservando sempre o tipo humano.

Os Espíritos poderiam se apresentar com a forma de animais?

Isto pode acontecer, mas são sempre Espírito inferiores os que tomam essas aparências. Mas seriam sempre, em todos os casos, aparências passageiras, pois seria absurdo acreditar que um animal pudesse ser a encarnação de um Espírito. Os animais são sempre animais e nada mais do que isso.

Por que certas visões são mais frequentes nas doenças?

Elas ocorrem igualmente no estado de perfeita saúde, mas na doença os laços materiais se afrouxam e a fraqueza do corpo deixa mais livre o Espírito, que entra mais facilmente em comunicação com outros Espíritos.

Por que as aparições se verificam mais à noite?

Pela mesma razão que vês as estrelas à noite e não em pleno dia. A claridade intensa pode ofuscar uma aparição delicada. Mas é errôneo supor que a noite tenha algo de especial para isso. Interpela todos os que as viram, e constatarás que a maioria ocorre de dia.

Nota de Kardec: Os fenômenos de aparição são muito mais frequentes e gerais do que se pensa, mas muitas pessoas não os revelam por medo do ridículo e outras os atribuem à ilusão. Se parecem mais abundantes em certos povos é porque esses conversam mais cuidadosamente as tradições verdadeiras ou falsas, quase ampliadas pelo fascínio do maravilhoso, a que se o aspecto das localidades se presta mais ou menos. A credulidade faz ver, então, efeitos sobrenaturais aos fenômenos mais vulgares; o silêncio da solidão, o escapamento dos caminhos, o rumorejar das florestas, o estrépito das tempestades, o eco das montanhas, a forma fantástica das nuvens, as sombras, as miragens, tudo enfim se presta à ilusão das imaginações simples e ingênuas, que propagam de boa fé aquilo que viram ou que acreditam ter visto. Mas ao lado da ficção há o real, que o estudo sério do Espiritismo consegue livrar dos acessórios ridículos da superstição.