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27 de jun. de 2012

Solidão...



À medida que te elevas, monte acima, no desempenho do próprio dever, experimentas a solidão dos cimos e incomensurável tristeza te constringe a alma sensível...

Onde se encontram os que sorriram contigo no parque primaveril da primeira mocidade?

Onde pousam os corações que te buscavam o aconchego nas horas de fantasia? Onde se acolhem quantos te partilhavam o pão e o sonho, nas aventuras ridentes do início?

Certo, ficaram...

Ficaram no vale, voejando em círculo estreito, a maneira das borboletas douradas, que se esfacelam ao primeiro contacto da menor chama de luz que se lhes descortine à frente.

Em torno de ti, a claridade, mas também o silêncio...

Dentro de ti, a felicidade de saber, mas igualmente a dor de não seres compreendido...

Tua voz grita sem eco e o teu anseio se alonga em vão.

Entretanto, se realmente sobes, que ouvidos te poderiam escutar a grande distância e que coração faminto de calor do vale se abalançaria a entender, de pronto, os teus ideais de altura?

Choras, indagas e sofres... Contudo, que espécie de renascimento não será doloroso?

A ave, para libertar-se, destrói o berço da casca em que se formou, e a semente, para produzir, sofre a dilaceração na cova desconhecida.

A solidão com o serviço aos semelhantes gera a grandeza.

A rocha que sustenta a planície costuma viver isolada e o Sol que alimenta o mundo inteiro brilha sozinho.

Não te canses de aprender a ciência da elevação.

Lembra-te do Senhor, que escalou o Calvário, de cruz aos ombros feridos. Ninguém o seguiu na morte afrontosa, à exceção de dois malfeitores, constrangidos à punição, em obediência à justiça.

Recorda-te Dele e segue...

Não relaciones os bens que já espalhaste.

Confia no Infinito Bem que te aguarda.

Não esperes pelos outros, na marcha de sacrifício e engrandecimento.


E não olvides que, pelo ministério da redenção que exerceu para todas as criaturas, o Divino Amigo dos Homens não somente viveu, lutou e sofreu sozinho, mas também foi perseguido e crucificado.


EMMANUEL
(Do livro "Fonte Viva" – Psicografia de Chico Xavier)

Carma de Solidão.



Caminhas, na Terra, experimentando carência afetiva e aflição, que acreditas não ter como superar.

Sorris, e tens a impressão de que é um esgar que te sulca a face.



Anelas por afetos e constatas que a ninguém inspiras amor, atormentando-te, não poucas vezes, e resvalando na melancolia injustificável.

Planejas a felicidade e lutas por consegui-la, todavia, descobres-te a sós, carpindo rude angústia interior.


Gostarias de um lar em festa, abençoado por filhos ditosos e um amor dedicado que te coroassem a existência com os louros da felicidade.

Sofres e consideras-te desditoso.

Ignoras, no entanto, o que se passa com os outros, aqueles que se te apresentam felizes, que desfilam nos carros do aparente triunfo, sorridentes e engalanados.


Também eles experimentam necessidades urgentes, em outras áreas, não menos afligentes que as tuas.


Se os pudesses auscultar, perceberias como te invejam alguns daqueles cuja felicidade cobiças.


A vida, na Terra, é feita de muitos paradoxos. E isto se dá em razão de ser um planeta de provações, de experiências reeducativas, de expiações redentoras.

Assim, não desfaleças, porquanto este é o teu carma de solidão.

Faze, desse modo, uma pausa, nas tuas considerações pessimistas e muda de atitude mental, reintegrando-te na ação do Bem.


O que ora te falta, malbarataste.

Perdeste, porque descuraste enquanto possuías, o de que agora tens necessidade.


A invigilância levou-te ao abuso, e delinqüiste contra o amor.


A tua consciência espiritual sabe que necessitas de expungir e de reparar, o que te leva, nas vezes em que o júbilo te visita, a retornar à tristeza, rememorar sofrimentos, fugindo para a tua solidão...


Além disso, é muito provável que, aqueles a quem magoaste, não se havendo recuperado, busquem-te, psiquicamente, assim te afligindo.

Reage com otimismo à situação e enriquece-te de propósitos superiores, que deves pôr em execução.

Ama, sem aguardar resposta.

Serve, sem pensar em recompensa.

O que ora faças no Bem, atenuará, liberará o que realizaste equivocadamente e, assim, reencontrar-te-ás com o amor, em nome d’Aquele que permanece até agora entre nós como sendo o Amor não Amado, porém, amoroso de sempre.


Joanna de Ângelis

(Viver e amar - Divaldo P. Franco)

Vivendo a Solidão...



Imagem: ‘Her Eyes are with her Thoughts’ / Sir Lawrence Alma-Tadema


Segundo Pascal, o grande pensador científico-filosófico do século XVII, “a verdadeira natureza do homem, seu verdadeiro bem, sua verdadeira virtude e a verdadeira religião são coisas cujo conhecimento é inseparável.


Nem sempre a solidão pode ser encarada como dor ou insânia. É, em muitas ocasiões, períodos de preparação, tempos de crescimento, convites da vida ao amadurecimento.


De acordo com o pensamento de Pascal, o âmago do ser está intimamente ligado ao bem, à virtude e à religião. É justamente nas “épocas de solidão” que conseguimos a motivação necessária para estabelecer a verdade sobre esse fato.


Na solidão é que encontramos sanidade para nosso mundo interior, respostas seguras para nossos caminhos incertos e nutrição vitalizante para os labores que enfrentamos em nossa viagem terrena.


Nestes nossos apontamentos sobre a solidão, não estamos nos referindo à “tristeza de estar só”, mas sim, necessariamente, à “quietude íntima”, tão importante e saudável para que façamos um trabalho de autoconsciência, valorizando as nuances de nossa vida interior.


Muitos indivíduos vivem dentro de um ciclo diário estafante. Realizam suas atividades num ambiente de competitividade agitação, pressa e rivalidade, vivendo em constante tensão psicológica e, por conseqüência, alterando suas funções fisiológicas. Por viverem num estado de cansaço e desgaste contínuos, não conseguem fazer uma real interação entre o meio ambiente e seu mundo interno, o que ocasiona sérios problemas de convivência e inúmeros conflitos pessoais.


Nem sempre é possível abandonarmos a vida alvoroçada, os ruídos e as músicas estridentes, talvez seja até mesmo inviável; mas é perfeitamente realizável dedicarmos algum tempo à solidão, retirando-nos para momentos de reflexão.


Nos instantes de silêncio, exercitamos o aprendizado que nos levará a abrir um canal receptivo à Consciência Divina. É nesse momento que ficamos cientes de que realmente não estamos sozinhos e que podemos entrar em contato com a voz da consciência. A voz de Deus, por assim dizer, começará a “falar em nós”.


Inúmeras criaturas criam uma mente agitada por temerem que estão vazias, pensam não haver nada dentro delas que lhes dê proteção, apoio e segurança. Acreditam que são uma casca, que precisa exclusivamente de sustentação exterior; por isso, continuam ocupando a casa mental ansiosamente, obstruindo seu acesso à luz espiritual.


A mente pode ser uma ajuda efetiva, ou mesmo um obstáculo ferrenho na escolha da melhor direção para atingirmos o amadurecimento íntimo. A crença em nossa limitação é que faz com que restrinjamos nossa mente. Isso se agrava quando envolvemo-la no burburinho de vozes, no tumulto e na agitação do cotidiano, passando assim a não avaliarmos corretamente seu verdadeiro potencial.


São muitos os caminhos de Deus, e a solidão pode ser um deles. “E saindo, foi, como costumava, para o Monte das Oliveiras; e também os seus discípulos o seguiram”. (Lucas, 22:39)


Jesus Cristo, constantemente, se retirava para a intimidade que o silêncio proporciona, pois entendia que a elevação de alma somente é possível na “privacidade da solidão”.


O Cristo Amoroso sabia que, quando houvesse silêncio no coração e no intelecto, se estabeleceriam as bases seguras da relação entre a criatura e o Criador, proporcionando a percepção de que somos unos com a Vida e unos com todos os seres.


“... buscam no retiro a tranqüilidade que certos trabalhos reclamam. (...) Isso não é retraimento absoluto de egoísta. Esses não se insulam da sociedade, porquanto para ela trabalham”. (questão 771 de “O Livro dos Espíritos”)


A Espiritualidade Maior entende que, nos retiros de tranqüilidade, criamos uma sustentação interior, que nos permite sintonizar com as leis divinas e com os valores reais da consciência cristã.


Ouçamos com os ouvidos internos, pois ninguém pode assimilar bem uma experiência que não provenha de sua própria orientação interior.


Ninguém é capaz de seguir sua verdadeira estrada existencial, se não refletir sobre sua essência. Não encontraremos o caminho de que verdadeiramente necessitamos, se nós mesmos não o buscarmos, usando nosso inerentes recursos da alma para perceber as inarticuladas orientações divinas em nós. Somente cada um pode interpretar as razões da Vida em si mesmo.


Adotemos o aprendizado com o Senhor Jesus, exemplificado no Horto das Oliveiras: retiremo-nos para um lugar à parte e cultivemos os interesses de nossa alma.


Se não encontrarmos um recanto externo que facilite a meditação, nem alguma paisagem mais afastada junto à Natureza, onde possamos repousar da inquietação da multidão, mesmo assim poderemos penetrar o nosso santuário íntimo.


Sigamos o mestre, recolhendo-nos na solidão e no silêncio do templo da alma, onde exclusivamente encontraremos as reais concepções do amor e da justiça, da felicidade e da paz, de que todos temos direito por Paternidade Divina.




Hammed
Do livro “As Dores da Alma” - Psicografado por Francisco do Espírito Santo Neto