Este espaço foi criado com o objetivo de falar um pouco a respeito do Espiritismo, trazer alguns esclarecimentos a respeito desta doutrina tão consoladora.
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18 de jul. de 2019
A Destinação do Espiritismo
Quando entregou as obras básicas da codificação para o mundo, Allan Kardec imaginava que o
Espiritismo se tornaria uma crença comum e que a aceitação dos seus princípios científico, filosófico e
moral transformassem em um tempo relativamente curto as concepções de vida material da sociedade
terrena.
E não foi bem isso que ocorreu ao longo de mais de 150 anos de existência da Doutrina dos Espíritos.
A assimilação do Espiritismo por parte da coletividade parece lenta e vem criando uma situação de
indiferença para muitas pessoas envolvidas com a doutrina, até mesmo entre espíritas que consideram a
imortalidade da alma "uma ficção para se ver no cinema".
Ocorre que se a filosofia espírita fosse integralmente aceita e se tornasse uma questão de sobrevivência,
a sociedade terrena iria mudar positivamente em diversos aspectos.
No entanto, essa aceitação se torna uma utopia na medida em que ainda não se percebe sincero
interesse dentro do movimento para fazer uma divulgação educativa abrangente, capaz de renovar
hábitos e atitudes dessa sociedade ainda muito materialista.
Além disso, o Espiritismo é tido e visto como uma religião que vem sendo manipulada por lideranças,
"espiritualmente ligadas à Igreja Católica", que querem a todo custo negar a sua identidade com o
conjunto de princípios baseados em leis naturais.
A Doutrina dos Espíritos poderá efetivamente contribuir para promover profundas transformações na
sociedade, mas isso levará ainda muito tempo já que carece de uma sensata avaliação, uma definição de
caminhos e estratégias que se identifiquem com a atual realidade social e espiritual do nosso conturbado
mundo.
Entre os mais de dois milhões de adeptos do Espiritismo existentes no Brasil, é bem provável que um
terço ainda permaneça psquicamente atrelado a outras seitas espiritualistas, acendendo velas, incensos,
cantando mantras e fazendo "promessas" aos "santos espíritas e católicos" para resolverem seus
mesquinhos problemas existenciais.
Muitos cansaram de buscar "consultas espirituais" em suas próprias instituições. Agora recorrem aos
"guias" de outros terreiros...
Por Carlos Antonio de Barros
16 de jul. de 2019
O Espiritismo em sua expressão mais simples
Voltaremos, então, ao básico e à história utilizando inicialmente o não tão conhecido livreto “O Espiritismo em sua expressão mais simples”, publicado por Allan Kardec em 1862 e facilmente encontrado em .pdf na Internet.
Trata-se de obra com 17 páginas, sendo que o conteúdo mesmo já começa na página 5. Para facilitar ainda mais aos nossos leitores, iremos resumir esse livreto de modo a apresentar em breves linhas a história do surgimento do Espiritismo e, consequentemente, do advento do estudo científico das manifestações espirituais.
“Por volta de 1848, chamou-se a atenção, nos Estados Unidos, para diversos fenômenos estranhos que consistiam em ruídos, batidas e movimentos de objetos sem causa conhecida. […] mas notou-se também que ocorriam particularmente sob a influência de certas pessoas, às quais se deu o nome de médiuns, que podiam de certa forma provocá-los à vontade, o que permitiu repetir as experiências. Para isso usaram-se sobretudo mesas; não que este objeto seja mais favorável que um outro, mas somente porque ele é móvel, é mais cômodo […]. Obteve-se dessa forma a rotação da mesa, depois movimentos em todos os sentidos, saltos, reversões […]. O fenômeno foi designado, a princípio, com o nome de mesas girantes ou dança das mesas”.
“Até então, o fenômeno podia explicar-se perfeitamente por uma corrente elétrica ou magnética, ou pela ação de um fluido desconhecido, e esta foi aliás a primeira opinião formada. Mas não se demorou a reconhecer, nesses fenômenos, efeitos inteligentes […]. Foi então evidente que a causa não era puramente física e, a partir do axioma: Se todo efeito tem uma causa, todo efeito inteligente tem uma causa inteligente, concluiu-se que a causa desse fenômeno deveria ser uma inteligência”.
“[…] A primeira ideia foi que poderia ser um reflexo da inteligência do médium ou dos assistentes, mas a experiência demonstrou logo a impossibilidade disso, porque se obtiveram coisas completamente fora do pensamento e dos conhecimentos das pessoas presentes, e até em contradição com suas ideias, vontade e desejo; ela só podia, então, pertencer a um ser invisível. O meio de certificar-se era bem simples: bastava iniciar uma conversa com essa entidade, o que foi feito por meio de um número convencional de batidas significando sim ou não, ou designando as letras do alfabeto; obtiveram-se, dessa forma, respostas para as diversas questões que se lhe dirigiam. O fenômeno foi designado por mesas falantes. Todos os seres que se comunicaram dessa forma, interrogados sobre sua natureza, declaram ser Espíritos e pertencer ao mundo invisível”.
“Da América esse fenômeno passou para a França e o resto da Europa onde, por alguns anos, as mesas girantes e falantes estiveram na moda e se tornaram os divertimentos dos salões […]”.
“Salientemos, antes, que a realidade do fenômeno encontrou numerosos opositores; alguns, sem levar em conta a preocupação desinteressada e a honradez dos experimentadores, só enxergaram uma fraude, uma hábil sutileza […]. Outros, não podendo negar os fatos, e sob o império de certas ideias, atribuíram esses fenômenos a influência exclusiva do diabo e procuraram, assim, assustar os tímidos”.
“Os outros críticos não tiveram sucesso maior porque, aos fatos constatados, com raciocínios categóricos, só puderam opor denegações. Leiam o que eles publicam e em toda parte encontrarão a prova da ignorância e a falta de observação séria dos fatos; em nenhum lugar, uma demonstração peremptória de sua impossibilidade. Toda a argumentação deles resume-se assim: ‘Eu não acredito, então não existe; todos os que acreditam são loucos; somente nós temos o privilégio da razão e do bom senso’”.
“As comunicações por batidas eram lentas e incompletas; verificou-se que, adaptando um lápis a um objeto móvel (cesto, prancheta ou um outro, sobre os quais se colocavam os dedos), esse objeto começava a movimentar-se e traçava sinais. Mais tarde verificou-se que esses objetos eram tão-somente acessórios que podiam ser dispensados; a experiência demonstrou que o Espírito, que agira sobre um corpo inerte dirigindo-o à vontade, podia agir da mesma forma sobre o braço ou a mão, conduzindo o lápis. Tivemos então médiuns escritores, ou seja, pessoas que escreviam de modo involuntário, sob o impulso dos Espíritos, de que eram instrumentos e intérpretes. A partir daí, as comunicações não tiveram mais limites, e a troca de pensamentos pode-se fazer com tanta rapidez e desenvolvimento quanto entre os vivos. Era uma vasto campo aberto à exploração, a descoberta de um mundo novo: o mundo dos invisíveis, assim como o microscópio tinha desvendado o mundo dos infinitamente pequenos”.
“Soube-se logo, por eles mesmos, que não se trata de seres à parte na criação, mas das próprias almas daqueles que viveram na Terra ou em outros mundos; que essas almas, depois de terem despojado de seu envoltório corporal, povoam e percorrem o espaço. Não houve mais possibilidade de dúvidas quando se reconheceram, entre eles, parentes e amigos, com quem se pode conversar […]”.
“Há no homem três coisas essenciais: 1o) a Alma ou Espírito, princípio inteligente em que residem o pensamento, a vontade e o senso moral; 2o) o corpo, o envoltório material, pesado e grosseiro, que coloca o Espírito em relação com o mundo exterior; 3o) o perispírito, envoltório fluídico, leve, e que serve de laço e intermediário entre o Espírito e o corpo”.
“A morte, portanto, não passa da destruição do grosseiro envoltório do Espírito – só o corpo morre, o Espírito não. Durante a vida o Espírito está de certa forma limitado pelos laços da matéria a que está unido e que, muitas vezes, paralisa suas faculdades […]. Em seu estado normal, o perispírito é invisível, mas o Espírito pode fazer com que sofra certas modificações que o tornam momentaneamente acessíveis à vista e até ao contato, como acontece com o vapor condensado, é assim que eles podem às vezes mostrar-se a nós em aparições. É com ajuda do períspirito que o Espírito age sobre a matéria inerte e produz os diversos fenômenos de ruído, de movimento, de escrita, etc.”
“As batidas e movimentos são, para os Espíritos, meios de atestar sua presença e chamar para si a atenção, exatamente como quando uma pessoa bate para avisar que há alguém. Há os que não se limitam a ruídos moderados, mas que chegam a fazer um alarido como de louça quebrando, de portas que se abrem e fecham, ou de móveis derrubados”.
“Os Espíritos podem ainda manifestar-se de várias maneiras, entre outras pela visão e pela audição. Certas pessoas, ditas médiuns auditivos, têm a faculdade de ouvi-los e podem, assim, conversar com eles; outras os veem – são médiuns videntes. Os Espíritos que se manifestam à visão apresentam-se geralmente sob forma análoga a que tinham quando vivos, porém vaporosa; outras vezes, essa forma tem toda a aparência de um ser vivo, a ponto de iludir completamente, tanto que algumas vezes foram tomados por criaturas de carne e osso, com as quais se pode conversar e trocar apertos de mãos, sem se suspeitar que se trava de Espíritos, a não ser em razão de seu desaparecimento súbito”.
“Que cada um junte suas lembranças e veremos quantos fatos autênticos desse tipo, de que não nos apercebíamos, aconteceram não só à noite, durante o sono, mas em pleno dia e no estado mais completo de vigília. Outrora víamos esses fatos como sobrenaturais e maravilhosos, e os atribuíamos à magia e à feitiçaria; hoje, os incrédulos os atribuem à imaginação; mas desde que a ciência espírita nos deu a chave, sabemos como se produzem e que não saem da ordem dos fenômenos naturais” (grifo nosso).
“Acreditamos ainda que os Espíritos, só pelo fato de serem Espíritos, devem ser donos da soberana ciência e soberana sabedoria: é um erro que a experiência não tardou demonstrar. […] Os Espíritos, não sendo mais do que as almas dos homens, naturalmente não podem tornar-se perfeitos ao abandonar seu corpo; até que tenham progredido, conservam as imperfeições da vida corpórea; e por isso que os vemos em todos os graus de bondade e maldade, de saber e ignorância”.
“As instruções dadas pelos Espíritos de categoria elevada sobre todos os assuntos que interessam à humanidade, as respostas que eles deram às questões que lhe foram propostas, foram recolhidas e coordenadas com cuidado, constituindo toda uma ciência, toda uma doutrina moral e filosófica, sob o nome de Espiritismo” (grifo nosso).
“No espaço de alguns anos conseguiu adesões em todos os países do mundo, sobretudo entre as pessoas esclarecidas, inúmeros partidários que aumentam todos os dias em uma proporção extraordinária, de tal forma que hoje pode-se dizer que o Espiritismo conquistou direito de cidadania”.
“O Espiritismo, entretanto, não é descoberta moderna; os fatos e princípios sobre os quais ele repousa perdem-se na noite dos tempos, pois encontramos seus vestígios nas crenças de todos os povos, em todas as religiões, na maior parte dos escritores sagrados e profanos; só que os fatos, não completamente observados, foram muitas vezes interpretados segundo as ideias supersticiosas da ignorância, e não foram deduzidas todas as suas consequências”.
“Se as almas ou Espíritos podem manifestar-se aos vivos, é que isso é natural e, portanto, eles devem tê-lo feito todo o tempo; assim, em qualquer época e qualquer lugar encontramos a prova dessas manifestações abundantes, sobretudo nos relatos bíblicos”.
“O que é moderno é a explicação lógica dos fatos, o conhecimento mais completo da natureza dos Espíritos, de seu papel e de seu modo de ação, a revelação de nosso estado futuro, enfim, sua constituição em corpo de ciência e doutrina e suas diversas aplicações. Os Antigos conheciam o princípio, os Modernos conhecem os detalhes. Na Antiguidade, o estudo desses fenômenos constituía o privilégio de certas castas que só os revelavam aos iniciados em seus mistérios; na Idade Média, os que se ocupavam ostensivamente com isso eram tidos por feiticeiros e, por isso, queimados; mas hoje não há mistérios para ninguém, não se queima mais ninguém; tudo se passa claramente e todo mundo pode esclarecer-se e praticá-lo, pois há médiuns em toda parte”.
Nota-se desse breve resumo do livreto de Kardec que a ciência espírita foi construída de forma séria, com observação, experimentação, olhar crítico e um ceticismo razoável, partindo de induções (da prática para a teoria, do particular para o geral, do concreto para o abstrato) via manifestações espirituais e seguindo o rigor lógico-dedutivo (da teoria para a prática, do geral para o particular, do abstrato para o concreto) exigido no seio científico do século XIX para se construir um corpo científico e filosófico. O viés religioso veio apenas mais tarde e, sobretudo, no Brasil.
Para se por a favor ou contra a Ciência Espírita em si e suas teorias, é preciso ao menos conhecer o básico sobre elas, o que a imensa maioria dos favoráveis e contrários ainda não o faz, mesmo entre aqueles que se dizem fervorosos adeptos do Espiritismo e entre aqueles que dizem já tê-lo estudado profundamente e não encontrado nada de real.
Esperamos humildemente que este blog possa ajudá-los nessa empreitada de expandir o conhecimento sobre tema tão fundamental para nossas vidas. E antes que os espíritas se decepcionem com essa afirmação acima, encerramos este texto com uma assertiva no mesmo sentido do Espírito Bezerra de Menezes, ao prefaciar a excelente obra, que merece ser lida do início ao fim, em todos os seus volumes, Filosofia Espírita (volume VI), psicografada por João Nunes Maia sob acoplamento mediúnico com o Espírito Miramez:
“Os espíritas, em geral, precisam estudar mais, para melhor assimilarem as leis de Deus, alargando a compreensão em todas as áreas da vida na edificação da caridade, porque somente conhecemos o amor pelos caminhos da benevolência. Não pode, portanto, ficar sem estudar as obras básicas da codificação; partindo delas, eles encontrarão, nas outras, que vitalizam mais o Espiritismo, um mundo de revelações, que nos leva a grandes esperanças”.
por Marcos Villas-Bôas
30 de jun. de 2019
O Espiritismo é Subversivo?
Por Jacques PeccatteAo contrário da idéia comum que torna o Espiritismo uma religião, os espíritas do Cercle Spirite Allan
Kardec, da França, não aceitam os conceitos demasiado simples, que não permitem refletir sobre a
evolução do mundo atual.
O Espiritismo deve integrar-se à vida de nosso tempo, a fim de questionar os eventos culturais, sociais e
políticos à luz de nosso conhecimento espírita.
Tudo o que acontece no planeta merece interesse e reflexão por parte de todos os seres humanos,
sobretudo hoje, porque vivemos mais ou menos conscientemente, num modo transnacional dentro do
qual a situação de cada país é interdependente dos outros. A globalização econômica é uma realidade
atual e a exploração dos países pobres pelos ricos segue, como nos tempos da colonização.
O Espiritismo de Allan Kardec nunca aceitou esse processo de injustiça nem a resignação diante das
misérias. É essencial que, dentro da atualização do Espiritismo, levemos em conta as evoluções coletivas
de nossas sociedades.
Vemos que no neoliberalismo atual, todas as partes da Terra são dependentes desse sistema mundial,
incapaz de procurar o bem-estar de todos. As desigualdades se ampliam a cada dia, desigualdades entre
os países e entre os indivíduos. A riqueza global aumenta consideravelmente e, paralelamente, a pobreza
é cada vez maior.
A filosofia espírita incorpora conceitos de solidariedade e de fraternidade que estão totalmente ausentes
das sociedade humanas, apenas na forma de organizações caritativas. Desgraçadamente a caridade é o
único meio de solidariedade que deve preencher as deficiências das sociedades fundadas no egoísmo. O
objetivo de cada sociedade deve ser o desenvolvimento econômico, o que é perfeitamente normal e
evidente, mas os países pobres estão condenados a abastecer os países ricos, sem benefícios nem
desenvolvimento. É um intercâmbio de sentido único.
Existe uma estratégia dos países desenvolvidos, em particular dos Estados Unidos, que consiste em
dirigir o mundo segundo seus próprios interesses e benefícios. É uma política muito evidente, por
exemplo, no tocante ao continente africano.
A geopolítica mundial não é estabelecida ao acaso. Não existe fatalidade, mas vontades muito bem
calculadas por parte dos poderes econômicos.
Como espírita, não posso calar-me diante dessas realidades. Se os habitantes da Terra são irmãos, como
aceitar tais diferenças? Penso que esses problemas fazem parte da filosofia espírita em seu aspecto
moral.
Não podemos nos contentar com uma moral individual dentro da qual cada um se preocupa com sua
família e de seu vizinho (que é, sem embargo, muito bom). Mas devemos também, como espíritas,
considerar o enfoque espírita dentro de uma moral universal. A famosa evolução intelectual e moral
definida por Kardec significa que não devemos esquecer o aspecto intelectual, quer dizer, uma
compreensão real do mundo atual, a fim de situar-se moralmente frente a um conjunto humano que sofre
de sua inferioridade geral.
Pensamos, aqui na França, que o papel do espírita moderno é refletir, falar, denunciar eventualmente e
participar da luta contra o mal, seja qual for a sua forma. Nesse sentido, segundo o título deste artigo,
penso que os espíritas podem ser subversivos, não aceitando uma resignação comum e nenhuma
fatalidade. Creio que o Espiritismo é uma luta contra todas as injustiças que constatamos na condição
humana, participando das mudanças e progresso do mundo.
Nos séculos passados, o poder foi essencialmente das religiões. Depois despertaram-se sistemas laicos,
um pouco mais democráticos. No século 19 foi fundado o Espiritismo por Allan Kardec. Mas,
lamentavelmente, constatamos que atualmente o Espiritismo não tem uma verdadeira influência cultural
intelectual e moral dentro das sociedades.
No conjunto, as religiões mantém uma influência preponderante em certos países. E os sistemas sociais e
políticos não avançam no sentido da participação. Qual poderia ser o papel do Espiritismo diante da
evolução das sociedades atuais no mundo? É uma pergunta que merece ser considerada e eu a
proponho a todos os espíritas preocupados com o futuro do planeta.Fonte: Jornal de cultura espírita “Abertura”, maio de 2000, ano XIII, nº 148, Santos-SP.Jacques Peccatte, líder espírita francês, um dos fundadores e dirigentes do Círculo Espírita Allan
Kardec, de Nancy, França, é diretor-responsável e redator do periódico trimestral “Le Journal
Spirite”.
Retirado do site: http://www.viasantos.com/pense/arquivo/1321.html
23 de jun. de 2019
O Espiritismo e a Investigação Científica.
Já ouvimos dizer, mais de uma vez, que "o Espiritismo parou no século XIX", em matéria de estudos
científicos. Depois de uma fase realmente notável, fase em que refulgiram os nomes de CROOKES,
AKSAKOF, ZOELLNER, por exemplo, nunca mais se fez um trabalho de cunho científico, na acepção
exata. É o que se diz. Até certo ponto, sinceramente, honestamente, devemos reconhecer que a crítica
tem alguma procedência, não há duvida. Das últimas décadas do século passado ao começo do nosso
século[1], é inegável, houve experiências rigorosas, comunicações e relatórios de alto teor científico. De
certo tempo em diante, parece que se deu uma espécie de arrefecimento do espírito científico no campo
mediúnico. Isto não quer dizer que não haja material. Há, sim.
Bons médiuns existem por toda parte, ocorrem fenômenos relevantes, mas a impressão que se tem, hoje
em dia, é de que não há mais investigadores do tipo de Crookes, Gibier, Bozzano e outros. Quase não se
fazem registros nos trabalhos experimentais, nem há certos cuidados, na maioria dos casos. Muito
fenômeno importante fica sem anotação, sem documento para exame ou verificação.
Queremos crer que haja homens de envergadura intelectual para investigações sérias, mas talvez não
haja condições, ambiente favorável, em grande parte, pois nem todas as pessoas que se dedicam a parte
experimental do Espiritismo tem mentalidade científica. Há muita diferença entre mentalidade científica e
cultura científica. É certo que a cultura abre horizontes largos e pode contribuir muito para a formação da
mentalidade, mas é preciso não perder de vista que muitas pessoas adquirem boa cultura científica, tem
muita leitura, fazem cursos especializados, etc., etc., mas não tem a verdadeira mentalidade científica.
Pode parecer um contra-senso. Quem, por exemplo, fica logo deslumbrado diante de um fenômeno ou de
uma comunicação "sensacional" sem qualquer análise, não tem mentalidade científica, pois está
procedendo apenas emocionalmente, não analiticamente. E quanta gente há, por aí, que procede assim,
apesar de possuir currículos universitários?... Há pessoas que são muito rigorosas noutros campos de
pesquisa, mas quando entram no campo mediúnico procedem mais como místicos do que propriamente
como homens de ciência. Não basta, portanto, ter a formação científica dos livros ou dos cursos de
Universidade, é preciso ter atitudes científicas diante dos fenômenos. E é o que muita gente não tem. Há
pessoas, no entanto, que não fizeram uma cultura científica regular, não dispõe de certos instrumentos de
pesquisa, mas apresentam reações diferentes, dando a impressão de que tem muito mais espírito
científico do que muitos laureados. Mas não se pode dizer que não haja, atualmente, gente capaz de
realizar trabalhos científicos.
Talvez essas pessoas não encontrem compreensão nem apoio para certos tipos de sessões. É outro
problema. Em que sociedade, em que ambiente organizar uma sessão com médiuns preparados para
determinadas experiências? Não é fácil, digamos a verdade. Por isso mesmo, e sem analisar o problema
também por outros ângulos, é que algumas pessoas dizem que "o Espiritismo parou no século passado".
Não parou, pois a mediunidade não se acabou, mas a preocupação científica, em grande parte, está
sendo prejudicada pelas atitudes devocionais, atitudes que pretendem muito mais divinizar os espíritos e
santificar os médiuns do que, a rigor, procurar a verdade pelo fio da razão esclarecida.
O problema comporta ainda outras considerações, não pode ser colocado apenas dentro de uma faixa de
crítica. Aqui mesmo, no Brasil, onde o Espiritismo não ficou apenas na pura comprovação mediúnica, já
se deram fenômenos de grande valor científico, mas não se fez relatório, não se deu divulgação, a bem
dizer. Indiscutivelmente, nós nos descuidamos de anotar, confrontar, registrar em ata, testemunhar. Tudo
isso faz parte do legítimo espírito científico, que é sempre cauteloso. Nosso temperamento geralmente
não dá muito para esperar com paciência, aguardando que as primeiras impressões se confirmem.
Somos indiferentes em determinadas coisas e, ao mesmo tempo, somos precipitados noutras coisas: ou
não damos a devida importância a manifestações realmente significativas ou somos capazes de nos
arrebatar com pouca coisa... A experiência que o diga. O lado místico, por sua vez, também pesa muito
na prática mediúnica e, por isso mesmo, não é fácil imprimir uma orientação metódica em determinados
grupos, ainda que haja médiuns de possibilidades aproveitáveis. A legião de sofredores é muito grande,
em todas as camadas sociais, e a maior parte do público, por isso mesmo, recorre aos "canais
mediúnicos" simplesmente como fonte de consolações ou à procura de esclarecimentos imediatos para
suas situações; nunca, porém, como elemento de pesquisa, com visão científica ou filosófica.
Tudo isso, afinal-de-contas, deve ser objeto de consideração, pois há vários fatores confluentes no campo
mediúnico. Então, voltemos ao ponto de partida: o Espiritismo não parou, mas as condições, hoje, são
bem diferentes das condições em que pontificaram certos homens de ciência. Não se pode pensar em
investigação científica sem pensar, necessariamente, no material humano que deve ser utilizado em
trabalhos de tal natureza, muito específica e de muita complexidade.
No século passado[2] - vejamos bem - havia uma preocupação dominante, absorvente: provar ou negar a
comunicação dos espíritos. Não havia outra alternativa. O Espiritismo enfrentava o desafio da ciência,
muito mais relevante do que a sistemática oposição religiosa. Alguns homens de ciência entraram nesse
campo exclusivamente para tirar a limpo a questão da comunicação entre vivos e mortos. Não tinham
outro fito. E, por isso mesmo, empregaram todos os meios, forraram-se de cuidados especiais, amarraram
médiuns, fiscalizaram sessões com vigilância implacáveis, mediram, pesaram, confrontaram, fizeram
tudo.
E era necessário. Chegaram às provas. A maioria deles ficou apenas no terreno experimental, deu
testemunho, colocando-se corajosamente acima de preconceitos e conveniências, mas verdade é que
não se dedicou à especulação filosófica, não chegou à Doutrina, em suma. Grande contribuição,
indiscutivelmente, no campo experimental. Não foi o caso, entretanto, de Gabriel Delanne. Este, sim, tinha
embocadura de experimentador, era homem de formação científica, mas também fez obra doutrinária, na
linha intelectual de ALLA KARDEC, LÉON DENIS, por exemplo.
DELANNE partiu do fenômeno, como vários outros, mas entrou na indagação, fez estudos filosóficos,
tirou conclusões válidas e lúcidas. A todos, no entanto, de um lado e do outro lado, isto é, tanto do lado
puramente fenomênico quanto do lado doutrinário, muito deve o movimento espírita, pois todos eles são
figuras clássicas na história do Espiritismo.
De certo tempo em diante (devemos compreender bem a situação), uma vez provada e comprovada a
comunicação entre vivos e mortos, naturalmente já não havia tanto interesse pelo campo experimental,
diante dos depoimentos de homens de projeção científica, sem qualquer compromisso de ordem
sentimental, religiosa ou doutrinária. Passou, até certo ponto, a fase das experiências objetivas, porque a
própria expansão das idéias espíritas começou a provocar interesses de outra natureza, devido às
necessidades humanas.
Abriram-se, na realidade, dois focos de atenção: o fenomênico e o doutrinário. A divulgação da Doutrina
criou a bem dizer uma polarização muito intensa, justamente porque muita gente queria mensagem,
reclamava uma filosofia de vida, não se contentava somente com a prova direta das comunicações. Os
estados de angústia, a desorientação espiritual, a falta de segurança interior, a deficiência de cultura
religiosa, tudo isso, realmente, levou o homem, depois de algum tempo, a procurar a mensagem espírita
em estado de quase sofreguidão e, por isso, deixou de se concentrar muito nas experiências científicas.
Veio, daí, a popularização do Espiritismo, trazendo certos prejuízos, é inegável, porque se desprezou
muito o estudo sério, a pesquisa, o raciocínio analítico para enveredar pela simples crença nos espíritos,
como que abrindo caminho para a formação de mais uma seita... Esse desvirtuamento, convenhamos,
afastou certos homens afeitos a estudos científicos. Tudo isto é aceitável na consideração do problema.
Há, porém, outro aspecto, e este deve ser levado em conta. É justamente o aspecto humano. O
Espiritismo, hoje em dia, não é apenas um campo de experiências mediúnicas, é uma doutrina de vida,
representa a solução de muitos problemas do homem moderno. As necessidades humanas vão
aumentando cada vez mais, na medida em que a sociedade se torna mais complexa. E o Espiritismo,
para boa parte da sociedade atual, é a "última esperança", é a grande resposta, que o homem não
encontra noutras doutrinas, apesar de haver batido em muitas portas... É uma realidade diferente daquela
realidade, que, na segunda metade do século XIX, viveram grandes experimentadores da fenomenologia
mediúnica.
Justamente por isso, o problema, não pode ser apresentado apenas por um prisma, seja qual for, mas
através de vários angulos de observação, sobretudo quanto às peculiaridades de cada país. Podemos,
pois, chegar a estas sumárias conclusões:
Em primeiro lugar, pelo fato de não haver, hoje, ao que conste, experiências do tipo de Crookes, Geley,
Lombroso e outros, isto não significa que não haja médiuns nem tampouco nos permite concluir que o
ciclo experimental do Espiritismo tenha deixado de ser necessário;
Em segundo lugar, se é verdade, até certo ponto, que a falta de interesse pela investigação científica é
prejudicial à compreensão e ao conceito do Espiritismo, também é verdade que o homem atual é
absorvido por uma série de problemas prementes e, por isso, o aspecto doutrinário tem, para ele, maior
interesse no momento, por causa da mensagem, que vai ao sentimento, aliviando as feridas da alma.
De tudo isso, afinal, podemos inferir que é necessário encarecer e estimular as pesquisas, a experiência
científica, que teve sua razão de ser no século passado[2] e ainda se faz indispensável nos dias atuais,
mas não devemos perder de vista o lado verdadeiramente humano do Espiritismo diante do sofrimento e
da profunda decadência moral que se observa em todos os níveis sociais. Não nos esqueçamos de que o
Espiritismo atende, ou deve atender, ao mesmo tempo, a necessidades diversas: necessidades
científicas, necessidades sociais, necessidades emocionais e assim por diante.Texto publicado no Anuário Espírita 74 do "Instituto de Difusão Espírita" de Araras, São Paulo,
Brasil.
Observações:
[1] Deolindo Amorim escreveu este texto em 1974 assim ele se refere ao período que vai das
últimas décadas do século XIX ao início do XX.
[2] Século XIX
Por Deolindo Amorim
18 de abr. de 2019
O sentimento de culpa e o Espiritismo
Como se livrar do sentimento de culpa?
Primeiramente procure saber de onde vem esse sentimento de culpa!
Sempre que você costuma se sentir culpado, apenas dê um passo para trás e procure a crença em sua “mente” que faz você sentir que fez algo errado. Então perceba que uma crença é apenas um “condicionamento mental” passado. Não há verdade definitiva em uma crença, é apenas uma ideia. Essa compreensão simples libera você da culpa.
Poucos de nós são simples o suficiente em nossas mentes para entender essa verdade. No fundo, todos nós queremos parar de nos sentir culpados porque isso corrói nosso estado emocional. Então, vamos estudar a culpa com mais detalhes.
Entenda qual a verdadeira razão desse sentimento para depois saber como lidar com a culpa
A culpa é sentida quando você percebe que fez algo errado (de acordo com seus padrões / crenças pessoais).
Sua mente compara o que você fez com sua “moral / crenças” e chega a um veredicto de que você está errado.
A ideia da sua mente de certo e errado (padrões morais) vem do seu condicionamento – isso inclui o condicionamento de dentro e de fora de você. Condicionado de fora vem do que você aprendeu com seus pais, professores ou amigos. A menos que você se torne consciente desse condicionamento, você pode ficar preso em bloqueios mentais e de medo.
Eventualmente, todas as crenças criadas pelo condicionamento são apenas idéias. Eles são apenas uma falsa perspectiva que você carrega em sua mente que você usa para se julgar.
Quando você se julga como estando “errado”, você se sente culpado. Este julgamento vem da nossa mente. Seu “coração” lhe permite saber quando você está perdido, mas não o julga por isso.
Como se livrar do sentimento de culpa e a propensão a ter esse sentimento?
É importante notar que alguns de nós estão propensos a sentir mais culpa do que outros.
Podemos nos criticar por coisas muito pequenas, pois haverá outros que não se sentirão culpados nem mesmo por alguns grandes crimes cometidos.
Tomemos por exemplo os ditadores que governaram muitas nações. Você realmente acha que eles se sentiram culpados por cometer todos esses crimes? Você pode ter certeza de que não.
Se você tem uma alma sensível, você está fadado a sentir mais culpa do que alguém que não é tão sensível. De fato, há estudos que sugerem que pessoas propensas à culpa têm mais empatia e são capazes de decifrar facilmente as emoções e o estado de espírito das outras pessoas.
O sentimento de culpa e o Espiritismo
Para explicarmos o sentimento de culpa na visão espírita, vamos recorrer ao texto do material intitulado “No Mundo Maior – cap.12 – Enfermidade Estranha ” do Grupo de Estudo André Luiz (Outubro de 2003):
A Sabedoria Divina permitiu assim que através desta essência divina, o nosso Espírito tivesse uma verdadeira sentinela vigilante a nos orientar incessantemente, que costumeiramente denominamos “nossa consciência”, ou “voz da consciência”.
Quando cometemos um erro, uma falta ou não cumprimos com nossos deveres, segundo os referenciais que já desenvolvemos em nosso Eu interior (nosso Espírito), nossa consciência nos dá um sinal, um alarme, um aviso, notificando-nos que estamos em desacordo com estes referenciais e sendo assim, estamos em divergência de conduta real / conduta possível.
Normalmente, devido a nossa imperfeição, não estamos atentos o necessário para identificarmos estes sinais ou alertas, e na maioria das vezes ignoramos, não valorizamos, não escutamos, não reconhecemos, desprezamos, fugimos às vezes intencionalmente, direcionamos nossa atenção para outras alternativas, nos esquivamos entre outras atitudes que não levem em consideração esta “voz da consciência”.
E assim, de erro em erro, vamos levando a vida, esquivando-se dos sinais, às vezes com facilidade outras vezes com mais dificuldade, mas, parece que esta voz vai ganhando espaço e força dentro de nós.
Num determinado instante da vida, talvez pelas reincidências sucessivas nos mesmos erros esse sinal ou alerta passa a encontrar eco dentro de nós, passa a repercutir de maneira efetiva, ganhando valor e significado.
E aos poucos a intensidade desta consciência vai ficando muito desconfortável, e cada vez mais se torna difícil de fugir ou esquivar-se, gerando verdadeiro conflito, via de regra, associado a sofrimento efetivo, e surge, então, o sentimento de culpa.
O sentimento de culpa se caracteriza por um ciclo vicioso mental, que induz a uma estagnação, onde não conseguimos nos desvencilhar, conduzindo-nos a autopunição, e nem sempre identificamos o erro ou o ponto divergente e nos perdemos em desequilíbrio.
Naturalmente, decorrem processos negativos, tais quais a depressão, angustia, tristeza, desanimo, abatimento, isolamento, agressividade, entre outros, caminhando para a obsessão e seus distúrbios psicossomáticos.
Ao constatarmos a ocorrência do sentimento de culpa, busquemos ajuda da espiritualidade, dos amigos, dos recursos de assistência na Doutrina Espírita, mas identifiquemos o erro, arrependamo-nos das faltas cometidas, através do auto-perdão e aceitemos nossa inferioridade sem reclamar, resignando-nos da expiação, mas aproveitemos a provação para torna-la significativa, buscando a reparação sem mais demora.
Aprendamos a servir ao próximo, exercitando nossa capacidade de amar, pois assim tornaremos possível combater nossos defeitos e aprimorar nossas qualidades, reduzindo a possibilidade de errar, cada vez mais.
Situações comuns que nos fazem sentir culpados e dificultam saber como lidar com o sentimento de culpa
Alguns exemplos comuns do dia a dia de situações que nos fazem sentir culpados são os seguintes:
1.) Auto-estima
Isso tem que estar no topo da lista e de fato engloba a motivação que nos leva a cometer a ação que nos causa culpa. Auto-estima de qualquer tipo geralmente acaba nos tornando culpados.
Exemplo: participar de uma fantasia, fumar, beber, fazer sexo ou mesmo comer (o que você acha que não deveria estar comendo).
2.) Traição, trapaça ou corrupção
Todos nós fomos criados em um código de conduta que valoriza muito a honestidade. Então, quando mentimos ou nos enganamos, nos sentimos profundamente culpados por dentro. Mesmo os criminosos mais endurecidos sentem uma pontada de culpa dentro deles por fazer algo antiético. Quando crianças nos disseram que somos “ruins” porque roubamos ou mentimos. Esse condicionamento permanece na mente.
3.) Sentir-se inútil
Nossa sociedade tem doutrinado a importância da “Atividade” tão profundamente na psique de cada criança que ela cresce se sentindo culpada por relaxar.
Exemplo: Se você simplesmente ficar em um dia de semana, começará a sentir uma pontada de culpa dentro de você sabendo que há muitas pessoas se arrastando em seu trabalho. As pessoas até se sentem culpadas se não estão estressadas, sentem que não estão fazendo o suficiente.
4.) ficar com raiva
Muitas pessoas se sentem culpadas por seus estados emocionais. A raiva é um grande “não” nos livros de muitas mentes. Claro que a raiva é uma emoção negativa porque causa sofrimento eventualmente. Nos sentimos terríveis sobre nós mesmos depois de um episódio de raiva, e essa culpa parece surgir do coração.
Exemplo: Gritar com alguém no estacionamento por ser lento e depois perceber que não foi culpa deles.
5.) Dizendo Não
Dizer não a alguém pode causar uma enorme culpa em nós. Isso é especialmente verdadeiro se você tiver um elemento de “agradar as pessoas” em seu blog. Você pode valorizar as necessidades e desejos de outras pessoas acima das suas e se sentir automaticamente mal quando não for capaz de acompanhar esse padrão.
Exemplo: Dizer não a um relacionamento ruim ou terminar quando a outra pessoa quiser ficar em casa.
6.) Revivendo a infância ou experiências passadas
Ações que você fez em seus dias mais jovens podem vir a assombrá-lo no presente. Essas ações não pareciam tão ruins naquela época, mas em seu nível atual de consciência, você as acha ruins.
Exemplo: Você era um valentão nos dias de aula e causou mágoa a alguém de quem se arrepende agora.
5 dicas para você saber como se livrar do sentimento de culpa
Por que você quer viver com culpa? Não serve a nenhum propósito, exceto para fazer você se sentir infeliz.
Você pode ver que a sua mente se torna seu verdadeiro inimigo na medida em que continua reforçando sentimentos de culpa sobre coisas que você fez no passado?
Você pode usar esses ponteiros simples para impedir a mente de vitimá-lo pela culpa:
1.) O passado não define o seu presente
Se você estiver disposto a ser realmente honesto, verá que o passado é apenas memória.
Você reforça isso pensando no seu presente.
O que você é agora não é o que você era no passado. Na realidade você é uma pessoa diferente todos os dias e a cada momento. A culpa só pode surgir quando você se associa com quem você era no passado.
2.) “Errado” é apenas uma ideia
Na verdade, não há nada certo ou errado. Tudo é apenas uma manifestação neste mundo de forma.
As circunstâncias são neutras até que a mente as rotule. Você pode simplesmente ignorar sua mente quando ela tenta fazer você se sentir culpado.
Saiba que sua mente é apenas um computador que está executando um script condicionado.
Pare de ter uma consciência culpada ao saber que é apenas uma ideia da mente.
3.) “Perdoa-os porque não sabem o que fazem”
Um belo ponteiro dado por Jesus que pode ser aplicado em nossas vidas.
Todas as nossas ações são inconscientemente impulsionadas pelo instinto ou impulso. Podemos nos perdoar por estarmos inconscientes? Claro, não há nada pessoal sobre a inconsciência humana. A vida é perdoadora para sempre.
4.) Você pode aprender sem se sentir culpado
Então você fez algo “errado”. Será que serve algum propósito para se punir continuamente por isso?
Por que não usar a experiência para se tornar mais maduro? Tudo na vida é uma abertura para o crescimento.
Abrace a mensagem de que sua culpa lhe traz, mas não associe com o sentimento.
Seu coração está sempre disposto a perdoar, é a mente que sempre joga o jogo da culpa.
5.) Torne-se consciente de suas crenças
A culpa pode facilmente fornecer uma oportunidade de crescimento.
Olhe profundamente para perceber a crença disfuncional ou o pensamento que faz com que você se sinta culpado e esteja aberto o suficiente para ver através de sua tolice. Todas as crenças são basicamente bobas.
A culpa também pode nos ajudar a nos tornar mais justos e virtuosos, desde que não nos iludamos.
A maior virtude é permanecer fiel ao nosso coração e não à nossa mente. Mas perdoe-se primeiro antes de esperar aprender alguma coisa com a experiência.
Sempre que você costuma se sentir culpado, apenas dê um passo para trás e procure a crença em sua “mente” que faz você sentir que fez algo errado. Então perceba que uma crença é apenas um “condicionamento mental” passado. Não há verdade definitiva em uma crença, é apenas uma ideia. Essa compreensão simples libera você da culpa.
Poucos de nós são simples o suficiente em nossas mentes para entender essa verdade. No fundo, todos nós queremos parar de nos sentir culpados porque isso corrói nosso estado emocional. Então, vamos estudar a culpa com mais detalhes.
Entenda qual a verdadeira razão desse sentimento para depois saber como lidar com a culpa
A culpa é sentida quando você percebe que fez algo errado (de acordo com seus padrões / crenças pessoais).
Sua mente compara o que você fez com sua “moral / crenças” e chega a um veredicto de que você está errado.
A ideia da sua mente de certo e errado (padrões morais) vem do seu condicionamento – isso inclui o condicionamento de dentro e de fora de você. Condicionado de fora vem do que você aprendeu com seus pais, professores ou amigos. A menos que você se torne consciente desse condicionamento, você pode ficar preso em bloqueios mentais e de medo.
Eventualmente, todas as crenças criadas pelo condicionamento são apenas idéias. Eles são apenas uma falsa perspectiva que você carrega em sua mente que você usa para se julgar.
Quando você se julga como estando “errado”, você se sente culpado. Este julgamento vem da nossa mente. Seu “coração” lhe permite saber quando você está perdido, mas não o julga por isso.
Como se livrar do sentimento de culpa e a propensão a ter esse sentimento?
É importante notar que alguns de nós estão propensos a sentir mais culpa do que outros.
Podemos nos criticar por coisas muito pequenas, pois haverá outros que não se sentirão culpados nem mesmo por alguns grandes crimes cometidos.
Tomemos por exemplo os ditadores que governaram muitas nações. Você realmente acha que eles se sentiram culpados por cometer todos esses crimes? Você pode ter certeza de que não.
Se você tem uma alma sensível, você está fadado a sentir mais culpa do que alguém que não é tão sensível. De fato, há estudos que sugerem que pessoas propensas à culpa têm mais empatia e são capazes de decifrar facilmente as emoções e o estado de espírito das outras pessoas.
O sentimento de culpa e o Espiritismo
Para explicarmos o sentimento de culpa na visão espírita, vamos recorrer ao texto do material intitulado “No Mundo Maior – cap.12 – Enfermidade Estranha ” do Grupo de Estudo André Luiz (Outubro de 2003):
A Sabedoria Divina permitiu assim que através desta essência divina, o nosso Espírito tivesse uma verdadeira sentinela vigilante a nos orientar incessantemente, que costumeiramente denominamos “nossa consciência”, ou “voz da consciência”.
Quando cometemos um erro, uma falta ou não cumprimos com nossos deveres, segundo os referenciais que já desenvolvemos em nosso Eu interior (nosso Espírito), nossa consciência nos dá um sinal, um alarme, um aviso, notificando-nos que estamos em desacordo com estes referenciais e sendo assim, estamos em divergência de conduta real / conduta possível.
Normalmente, devido a nossa imperfeição, não estamos atentos o necessário para identificarmos estes sinais ou alertas, e na maioria das vezes ignoramos, não valorizamos, não escutamos, não reconhecemos, desprezamos, fugimos às vezes intencionalmente, direcionamos nossa atenção para outras alternativas, nos esquivamos entre outras atitudes que não levem em consideração esta “voz da consciência”.
E assim, de erro em erro, vamos levando a vida, esquivando-se dos sinais, às vezes com facilidade outras vezes com mais dificuldade, mas, parece que esta voz vai ganhando espaço e força dentro de nós.
Num determinado instante da vida, talvez pelas reincidências sucessivas nos mesmos erros esse sinal ou alerta passa a encontrar eco dentro de nós, passa a repercutir de maneira efetiva, ganhando valor e significado.
E aos poucos a intensidade desta consciência vai ficando muito desconfortável, e cada vez mais se torna difícil de fugir ou esquivar-se, gerando verdadeiro conflito, via de regra, associado a sofrimento efetivo, e surge, então, o sentimento de culpa.
O sentimento de culpa se caracteriza por um ciclo vicioso mental, que induz a uma estagnação, onde não conseguimos nos desvencilhar, conduzindo-nos a autopunição, e nem sempre identificamos o erro ou o ponto divergente e nos perdemos em desequilíbrio.
Naturalmente, decorrem processos negativos, tais quais a depressão, angustia, tristeza, desanimo, abatimento, isolamento, agressividade, entre outros, caminhando para a obsessão e seus distúrbios psicossomáticos.
Ao constatarmos a ocorrência do sentimento de culpa, busquemos ajuda da espiritualidade, dos amigos, dos recursos de assistência na Doutrina Espírita, mas identifiquemos o erro, arrependamo-nos das faltas cometidas, através do auto-perdão e aceitemos nossa inferioridade sem reclamar, resignando-nos da expiação, mas aproveitemos a provação para torna-la significativa, buscando a reparação sem mais demora.
Aprendamos a servir ao próximo, exercitando nossa capacidade de amar, pois assim tornaremos possível combater nossos defeitos e aprimorar nossas qualidades, reduzindo a possibilidade de errar, cada vez mais.
Situações comuns que nos fazem sentir culpados e dificultam saber como lidar com o sentimento de culpa
Alguns exemplos comuns do dia a dia de situações que nos fazem sentir culpados são os seguintes:
1.) Auto-estima
Isso tem que estar no topo da lista e de fato engloba a motivação que nos leva a cometer a ação que nos causa culpa. Auto-estima de qualquer tipo geralmente acaba nos tornando culpados.
Exemplo: participar de uma fantasia, fumar, beber, fazer sexo ou mesmo comer (o que você acha que não deveria estar comendo).
2.) Traição, trapaça ou corrupção
Todos nós fomos criados em um código de conduta que valoriza muito a honestidade. Então, quando mentimos ou nos enganamos, nos sentimos profundamente culpados por dentro. Mesmo os criminosos mais endurecidos sentem uma pontada de culpa dentro deles por fazer algo antiético. Quando crianças nos disseram que somos “ruins” porque roubamos ou mentimos. Esse condicionamento permanece na mente.
3.) Sentir-se inútil
Nossa sociedade tem doutrinado a importância da “Atividade” tão profundamente na psique de cada criança que ela cresce se sentindo culpada por relaxar.
Exemplo: Se você simplesmente ficar em um dia de semana, começará a sentir uma pontada de culpa dentro de você sabendo que há muitas pessoas se arrastando em seu trabalho. As pessoas até se sentem culpadas se não estão estressadas, sentem que não estão fazendo o suficiente.
4.) ficar com raiva
Muitas pessoas se sentem culpadas por seus estados emocionais. A raiva é um grande “não” nos livros de muitas mentes. Claro que a raiva é uma emoção negativa porque causa sofrimento eventualmente. Nos sentimos terríveis sobre nós mesmos depois de um episódio de raiva, e essa culpa parece surgir do coração.
Exemplo: Gritar com alguém no estacionamento por ser lento e depois perceber que não foi culpa deles.
5.) Dizendo Não
Dizer não a alguém pode causar uma enorme culpa em nós. Isso é especialmente verdadeiro se você tiver um elemento de “agradar as pessoas” em seu blog. Você pode valorizar as necessidades e desejos de outras pessoas acima das suas e se sentir automaticamente mal quando não for capaz de acompanhar esse padrão.
Exemplo: Dizer não a um relacionamento ruim ou terminar quando a outra pessoa quiser ficar em casa.
6.) Revivendo a infância ou experiências passadas
Ações que você fez em seus dias mais jovens podem vir a assombrá-lo no presente. Essas ações não pareciam tão ruins naquela época, mas em seu nível atual de consciência, você as acha ruins.
Exemplo: Você era um valentão nos dias de aula e causou mágoa a alguém de quem se arrepende agora.
5 dicas para você saber como se livrar do sentimento de culpa
Por que você quer viver com culpa? Não serve a nenhum propósito, exceto para fazer você se sentir infeliz.
Você pode ver que a sua mente se torna seu verdadeiro inimigo na medida em que continua reforçando sentimentos de culpa sobre coisas que você fez no passado?
Você pode usar esses ponteiros simples para impedir a mente de vitimá-lo pela culpa:
1.) O passado não define o seu presente
Se você estiver disposto a ser realmente honesto, verá que o passado é apenas memória.
Você reforça isso pensando no seu presente.
O que você é agora não é o que você era no passado. Na realidade você é uma pessoa diferente todos os dias e a cada momento. A culpa só pode surgir quando você se associa com quem você era no passado.
2.) “Errado” é apenas uma ideia
Na verdade, não há nada certo ou errado. Tudo é apenas uma manifestação neste mundo de forma.
As circunstâncias são neutras até que a mente as rotule. Você pode simplesmente ignorar sua mente quando ela tenta fazer você se sentir culpado.
Saiba que sua mente é apenas um computador que está executando um script condicionado.
Pare de ter uma consciência culpada ao saber que é apenas uma ideia da mente.
3.) “Perdoa-os porque não sabem o que fazem”
Um belo ponteiro dado por Jesus que pode ser aplicado em nossas vidas.
Todas as nossas ações são inconscientemente impulsionadas pelo instinto ou impulso. Podemos nos perdoar por estarmos inconscientes? Claro, não há nada pessoal sobre a inconsciência humana. A vida é perdoadora para sempre.
4.) Você pode aprender sem se sentir culpado
Então você fez algo “errado”. Será que serve algum propósito para se punir continuamente por isso?
Por que não usar a experiência para se tornar mais maduro? Tudo na vida é uma abertura para o crescimento.
Abrace a mensagem de que sua culpa lhe traz, mas não associe com o sentimento.
Seu coração está sempre disposto a perdoar, é a mente que sempre joga o jogo da culpa.
5.) Torne-se consciente de suas crenças
A culpa pode facilmente fornecer uma oportunidade de crescimento.
Olhe profundamente para perceber a crença disfuncional ou o pensamento que faz com que você se sinta culpado e esteja aberto o suficiente para ver através de sua tolice. Todas as crenças são basicamente bobas.
A culpa também pode nos ajudar a nos tornar mais justos e virtuosos, desde que não nos iludamos.
A maior virtude é permanecer fiel ao nosso coração e não à nossa mente. Mas perdoe-se primeiro antes de esperar aprender alguma coisa com a experiência.
28 de out. de 2016
A degeneração do Espiritismo
Dalmo Duque dos Santos
O Cristianismo, cuja pureza doutrinária do Evangelho e simplicidade de organização funcional dos primeiros núcleos cristãos foi conquistando lenta e seguramente a sociedade de sua época, sofreu com o tempo um desgaste ideológico. Corrompeu-se por força dos interesses políticos, financeiros e institucionais. Os novos adeptos e seus líderes, não conseguindo penetrar na essência do Evangelho, que é regeneração, ou seja, o mergulho doloroso no mundo interior e a reversão das atitudes exteriores, adaptaram o mesmo às suas conveniências psico-sociais, atacando suas idéias mais contundentes à moral animalizada, alimentando os mecanismos de defesa da mente, fazendo concessões às fraquezas dos adeptos e desviando-os para o comodismo dos disfarces rituais exteriores. Repressão de forças espirituais espontâneas e idéias consideradas ameaçadoras ao clero, como a mediunidade e a reencarnação; a falsificação de tradições e a adoção do sincretismo do costumes bárbaros, foram as principais estratégias dessa clericalização do cristianismo.
O resultado de tudo isso é bem conhecido: dois milênios de intolerâncias, violências, atraso espiritual, perpetuação das injustiças sociais, agravamento de compromissos com a lei de ação e reação e forte comprometimento da regeneração do nosso planeta.
Com o Espiritismo não está sendo muito diferente.
Apesar das advertências dos Espíritos e do próprio Allan Kardec quanto aos períodos históricos e tendências do movimento, os espíritas insistem em cometer os mesmos erros do passado. Os mesmos erros porque provavelmente somos as mesmas almas que rejeitaram e desviaram o Cristianismo da sua vocação e agora posamos de puristas ortodoxos, inimigos ocultos do Espírito da Verdade.
Negligentes com a oração e a vigilância, cedemos constantemente aos tentáculos do poder e da vaidade. Desprezamos a toda hora a idéia do “amai-vos e instruí-vos”, entendendo-a egoisticamente, ora como fortalecimento intelectual competitivo, ora como o afrouxamento dos valores doutrinários. Não conseguindo nos adaptar ao Espiritismo, compreendendo e vivenciando suas verdades, vamos aos poucos adaptando a doutrina aos nosso limites, corrompendo os textos da codificação, ignorando a experiência histórica de Allan Kardec e dos seus colaboradores, trazendo para os centros espíritas práticas dogmáticas das nossas preferências religiosas, hábitos políticos das agremiações que freqüentamos e mais comumente a interferência negativas dos nossos caprichos e vaidades pessoais.
Como os primeiros cristãos, também lutamos pelo crescimento de nossas instituições, deixando-nos seduzir pelo mundo exterior e imitando os grupos já pervertidos, construindo palácios arquitetônicos, cuja finalidade sempre foi causar impressão aos olhos e a falsa idéia de prestígio político; e dentro deles praticamos as mesmas façanhas da deslealdade, das rivalidades, das perseguições aos desafetos, da auto-afirmação e liderança autoritária, de crítica e boicote às idéias que não concordamos.
E, finalmente, cultivamos uma equívoca concepção de unificação, esperando ingenuamente que a nossas idéias e grupos sejam majoritários num Grande Órgão Dirigente do Espiritismo Mundial, do nosso imaginário, e muitas outras tolices e fantasias que nem vale a pena enumerar aqui.
E assim caminhamos, unidos em nossas displicências e divididos nas responsabilidades. Preferimos esquecer figuras exemplares que atuaram na Sociedade Espírita de Paris quando ignoramos nossa história sabiamente registrada na Revista Espírita. Deixamos de lado líderes agregadores – ainda que divergências normais e toleráveis existissem entre eles – para ouvir e nos deixar dominar por um disfarçado clero institucional, comando por vozes medíocres e ciumentas, figueiras estéreis, sofistas encantadores e improdutivos, enfim, velhas almas e velhas tendências, vinho azedo e frutas podres em nossos mais caros celeiros doutrinários.
Mas como evitar esse processo de corrupção e, em alguns casos notórios, de contaminação e má conduta? Como reverter a situação para reconduzir essas experiências para os rumos verdadeiramente espíritas? O que fazer com as más instituições, com os maus dirigentes, os maus médiuns, maus comunicadores, enfim os maus espíritas? Devemos identificá-los e expulsá-los dos nossos quadros? Devemos denunciá-los e discriminá-los como fazia a Inquisição com os acusados de heresia?
O que fazer com os livros que consideramos impuros ou inconvenientes ao movimento?: devemos queimá-los em praça pública, censurá-los em nossas bibliotecas ou então deixar que a própria comunidade espírita pratique o livre arbítrio e aprenda a fazer escolhas corretas e adequadas às suas necessidades?
O Espiritismo foi certamente uma doutrina elaborada por Espíritos Superiores e isto nos deixa tranqüilos quanto ao seu futuro doutrinário. Mas o seu movimento vem sendo feito por seres humanos, espíritos ainda imaturos e inexperientes. Isso realmente tem nos deixado muito preocupados, pois sabemos que, hoje, os inimigos do Espiritismo estão entre os próprios espíritas.
27 de mai. de 2014
O ESPIRITISMO NÃO FAZ MILAGRES!
De maneira racional a Doutrina Espírita esclarece os "milagres" de acordo com as leis naturais
“(...) O Espiritismo vem, a seu turno, fazer o que
cada ciência fez no seu advento: revelar
novas leis e explicar os fenômenos
na alçada dessas leis”.
cada ciência fez no seu advento: revelar
novas leis e explicar os fenômenos
na alçada dessas leis”.
Allan Kardec
Certa feita, um eclesiástico dirigiu a seguinte pergunta ao Mestre Lionês: “Todos aqueles que tiveram missão de Deus de ensinar a verdade aos homens, provaram sua missão por milagres. Por quais milagres provais a verdade de vosso ensinamento?”
A resposta de Kardec não se fez esperar 2:
“(...) Confessamos – humildemente -, que não temos o menor milagre a oferecer; dizemos mais: O Espiritismo não se apoia sobre nenhum fato miraculoso; seus adeptos nunca fizeram e não têm a pretensão de fazer nenhum milagre; não se creem bastante dignos para que, à sua voz, Deus mude a ordem eterna das coisas. O Espiritismo constata um fato material, o da manifestação das almas ou Espíritos. Esse fato é real, sim ou não? Aí está toda a questão; ora, nesse fato, admitindo como verdadeiro, nada há de miraculoso. Como as manifestações desse gênero, tais como as visões, aparições e outras, ocorreram em todos os tempos, assim como atestam as histórias, sagradas e profanas, e os livros de todas as religiões, outrora puderam passar por sobrenaturais; mas hoje que se lhes conhece a causa, que se sabe que se produzem em virtude de certas leis, sabe-se também que lhes falta o caráter essencial dos fatos miraculosos, o de fazer exceção à lei comum.
Essas manifestações, observadas em nossos dias com mais cuidado do que na antigüidade, observadas sobretudo sem prevenção, e com a ajuda de investigações tão minuciosas quanto as que se aplicam no estudo das ciências, têm por consequência provar, de maneira irrecusável, a existência de um princípio inteligente fora da matéria, sua sobrevivência aos corpos, sua individualidade depois da morte, sua imortalidade, seu futuro feliz ou infeliz, por conseguinte, a base de todas as religiões.
Se a verdade não fosse provada senão por milagres, poder-se-ia perguntar: Por que os sacerdotes do Egito, que estavam no erro, reproduziram diante do Faraó aquilo que Moisés fez? Por que Apolônio de Tiana, que era pagão, curava pelo toque, devolvia a visão aos cegos, a palavra aos mudos, predizia as coisas futuras e via o que se passava à distância? O próprio Cristo não disse: "Haverá falsos profetas que farão prodígios"? Um de nossos amigos, depois de uma fervorosa prece ao seu Espírito protetor, foi curado quase instantaneamente de uma enfermidade, muito grave e muito antiga, que resistia a todos os remédios; para ele o fato era verdadeiramente miraculoso; mas, como ele acreditava nos Espíritos, um cura, a quem contou a coisa, disse-lhe que o diabo também pode fazer milagres. "Nesse caso, disse esse amigo, se foi o diabo que me curou, é ao diabo que devo agradecer."
Os prodígios e os milagres não são, pois, o privilégio exclusivo da verdade, uma vez que o próprio diabo pode fazê-los.
(...) Há no Espiritismo duas coisas: o fato da existência dos Espíritos e de suas manifestações, e a doutrina que disso decorre. O primeiro ponto não pode ser posto em dúvida senão por aqueles que não viram ou que não quiseram ver; quanto ao segundo, a questão é saber se essa doutrina é justa ou falsa: é um resultado de apreciação.
Os Espíritas não dizem, pois: "Eis uma doutrina saída da boca do próprio Deus, revelada a um único homem por meios prodigiosos, e que é preciso impor ao gênero humano." Eles dizem, ao contrário: "Eis uma doutrina que não é nossa, e da qual não reivindicamos o mérito; nós a adotamos porque a achamos racional. Atribuí-lhe a origem que quiserdes: de Deus, dos Espíritos ou dos homens; examinai-a; se ela vos convém, adotai-a; caso contrário, ponde-a de lado."
Não se pode ser menos absoluto!
O Espiritismo não vem, pois, intrometer-se na religião; ele não se impõe; não vem forçar a consciência, não mais dos católicos do que dos protestantes, dos judeus; ele se apresenta e diz: "Adotai-me, se me achais bom."
É culpa dos Espíritas se o acham bom? Se nele se encontra a solução do que se procurava em vão alhures? Se nele se haurem consolações que tornam felizes, que dissipam os terrores do futuro, acalmam as angústias da dúvida e dão coragem para o presente? Não se dirige àqueles a quem as crenças católicas ou outras bastam, mas àqueles que elas não satisfazem completamente, ou que desertaram; em lugar de não mais crer em nada, os conduz a crerem em alguma coisa, e a crer com fervor.
Pergunta-se sobre que milagre nós nos apoiamos para crer a Doutrina Espírita boa. Nós a cremos boa, não só porque é nossa opinião, mas porque milhões de outros pensam como nós; porque ela conduz a crer aqueles que não creem; dá coragem nas misérias da vida. O milagre?! É a rapidez de sua propagação, estranha nos fatos das doutrinas filosóficas; foi por ter, em alguns anos, feito a volta ao mundo, e estar implantada em todos os países e em todas as classes da sociedade; foi por ter progredido, apesar de tudo o que se fez para detê-la, de ultrapassar as barreiras que se lhe opôs; de encontrar um acréscimo de forças nas próprias barreiras. Está aí o caráter de uma utopia? Uma ideia falsa pode encontrar alguns partidários, mas nunca tem senão uma existência efêmera e circunscrita; perde terreno em lugar de ganhá-lo, ao passo que o Espiritismo ganha-o em lugar de perdê-lo. Quando é visto germinar por todas as partes, acolhido por toda a parte como um benefício da Providência, é que ali está o dedo da Providência; eis o verdadeiro milagre, e nós o cremos suficiente para assegurar o seu futuro.
(...) Considerai o Espiritismo, se o quiserdes, não como uma revelação divina, mas como a expressão de uma opinião pessoal, a tal ou tal Espírito, a questão é saber se ela é boa ou má, justa ou falsa, racional ou ilógica. A que se reportar para isso? É ao julgamento de um indivíduo? De alguns indivíduos mesmo? Não; porque, dominados pelos preconceitos, as ideias preconcebidas, ou os interesses pessoais, podem se enganar. O único, o verdadeiro juiz, é o público, porque ali não há o interesse de associação. Além disso, nas massas há um bom senso inato que não se engana. A lógica sã diz que a adoção de uma ideia, ou de um princípio, pela opinião geral, é uma prova de que ela repousa sobre um fundo de verdade.
(...) Em resumo: O Espiritismo, para se estabelecer, não reivindica a ação de nenhum milagre; não quer, em nada, mudar a ordem das coisas; procurou e encontrou a causa de certos fenômenos, erradamente reputados como sobrenaturais; em lugar de se apoiar no sobrenatural, repudia-o por sua própria conta; dirige-se ao coração e à razão; a lógica lhe abre o caminho”.
1 de mai. de 2014
APOMETRIA NÃO É ESPIRITISMO!
MAS O QUE É APOMETRIA?
A resposta que encontramos foi a seguinte: “Apometria é um conjunto de princípios e técnicas de tratamento espiritual baseado no desdobramento e na separação dos múltiplos corpos e níveis do ser humano. Trata as personalidades de vidas passadas e desdobramentos da vida atual, chamada de subpersonalidades. Desfaz também trabalhos de magia, trata e encaminha espíritos obsessores, auto-obsessões e energias diversas. Como se fosse uma desobsessão mais objetiva e direta.”
A resposta que encontramos foi a seguinte: “Apometria é um conjunto de princípios e técnicas de tratamento espiritual baseado no desdobramento e na separação dos múltiplos corpos e níveis do ser humano. Trata as personalidades de vidas passadas e desdobramentos da vida atual, chamada de subpersonalidades. Desfaz também trabalhos de magia, trata e encaminha espíritos obsessores, auto-obsessões e energias diversas. Como se fosse uma desobsessão mais objetiva e direta.”
Como vimos, a apometria fala de "MÚLTIPLOS CORPOS ESPIRITUAIS", e para a Doutrina existe apenas um “CORPO SUTIL OU ESPIRITUAL”, ou seja, O PERISPÍRITO; ela fala do perdão quase instantâneo, por parte de adversários (obsessores) seculares e que desfaz trabalhos de magia, após serem submetidos à técnica, contrariando a própria natureza humana e a necessidade de reforma íntima pedida por Jesus. Pois, quando Jesus retirava um obsessor recomendava: “VÁ E NÃO PEQUES MAIS.” Com esta recomendação, Ele pedia que a pessoa moralizasse seu comportamento. Porque são as chagas da alma que atraem e dão campo de ação aos obsessores.
Se apenas retirarmos o obsessor, a pessoa não buscará saber por que o atraiu ou como conseguirá afastá-lo, ou seja, não buscará a reforma íntima. E quanto a vidas passadas, a Doutrina explica que “Se Deus nos deu o esquecimento das vidas passadas, algum motivo justo tem”, e ao nos reformarmos, estaremos superando, automaticamente, as dores do presente que são conseqüência do passado. Logo se observa, ao estudarmos o assunto, que se trata de uma técnica que adota conceitos de crenças orientais e princípios do ramatisismo. E tais conceitos e princípios não são espíritas e sim espiritualistas.
Divaldo Pereira Franco, durante uma larga entrevista, no programa Presença Espírita da Rádio Boa Nova, de Guarulhos (SP), em Agosto/2001, a partir de uma pergunta a ele dirigida, afirma:
"NÃO IREI ENTRAR NO MÉRITO NEM NO ESTUDO DA APOMETRIA, PORQUE EU NÃO SOU APÔMETRA, EU SOU ESPÍRITA. O QUE POSSO DIZER É QUE A APOMETRIA, SEGUNDO OS APÔMETRAS, NÃO É ESPIRITISMO, PORQUANTO AS SUAS PRÁTICAS ESTÃO EM TOTAL DESACORDO COM AS RECOMENDAÇÕES DE “O LIVRO DOS MÉDIUNS”. NÃO EXAMINAREMOS AQUI O MÉRITO OU DEMÉRITO PORQUE EU NÃO PRATICO A APOMETRIA, MAS, SEGUNDO A PRESUNÇÃO DE ALGUNS, ESTE MÉTODO É UM PASSO AVANÇADO DO MOVIMENTO ESPÍRITA NO QUAL ALLAN KARDEC ESTARIA ULTRAPASSADO. E QUE ALLAN KARDEC FOI A PROPOSTA PARA O SÉCULO DEZENOVE E PARTE DO SÉCULO VINTE E A APOMETRIA É UM DEGRAU MAIS EVOLUIDO, NO QUAL ALLAN KARDEC ENCONTRA-SE TOTALMENTE ULTRAPASSADO, TESE COM A QUAL, NA CONDIÇÃO DE ESPÍRITA, EU NÃO CONCORDO EM ABSOLUTO.”
Então, apesar de respeitarmos o ponto de vista dos apômetras, os espíritas não adotam esta técnica de desdobramento, até porque em Espiritismo não há técnicas. E antes de aceitarmos conceitos novos dentro da Doutrina, consultemos algumas obras de fontes seguras. Exemplo: Ao final dos livros "Instruções Psicofônicas" e "Vozes do Grande Além", de mensagens recebidas por Francisco C. Xavier, em trabalhos de desobsessão, nos anos de 1952 a 1956, em Pedro Leopoldo, há boletins anuais, com estatísticas dos atendimentos, onde se vê que é muito pequeno o percentual de recuperação plena.
E lembremos de que estes trabalhos mediúnicos contavam com a presença do maior médium da história da Humanidade - Francisco Cândido Xavier! Vejamos algumas afirmações seguras:
Manoel Philomeno de Miranda/ Divaldo Pereira Franco, em "Loucura e Obsessão", afirma à página 14:
"A CURA DAS OBSESSÕES, CONFORME OCORRE NO CASO DA LOUCURA, É DE DIFÍCIL CURSO E NEM SEMPRE RÁPIDA, ESTANDO A DEPENDER DE MÚLTIPLOS FATORES, ESPECIALMENTE, DA RENOVAÇÃO, PARA MELHORA, DO PACIENTE (...).” Allan Kardec, em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", capítulo 28, item 84, diz: "Observação. – A CURA DAS OBSESSÕES GRAVES REQUER MUITA PACIÊNCIA, PERSEVERANÇA E DEVOTAMENTO.” Albino Teixeira/Francisco C. Xavier, em "Paz e Renovação", indaga, no capítulo 48 (Obsessão e Cura), à página 135: "EM QUALQUER PROGRESSO OU DESENVOLVIMENTO DE AQUISIÇÕES DO MUNDO, NADA SE OBTÉM SEM PACIÊNCIA, AMOR, EDUCAÇÃO E SERVIÇO; COMO QUEREIS, MEUS IRMÃOS DA TERRA, QUE A OBSESSÃO – QUE É FREQUENTEMENTE DESEQUILÍBRIO CRONIFICADO DA ALMA – VENHA A DESAPARECER SEM PACIÊNCIA, AMOR, EDUCAÇÃO E SERVIÇO, DE UM DIA PARA OUTRO?”
Bastam estas citações, eminentemente doutrinárias, para saber que a cura das obsessões não se faz com um toque de mágica, de uma hora para outra. Quem já participou dos trabalhos de desobsessão "espírita" sabe bem o que estamos falando. Nossa razão não aceita tanta facilidade - eis que não admite seja possível transformação tão rápida em Espíritos que cultivam o ódio tão intensamente.
Podemos lembrar o obsessor que perseguiu Divaldo Franco por mais ou menos 30 anos. Pensemos:
“SE ELE TEVE DIFICULDADE PARA AFASTAR O OBSESSOR, É SINAL QUE NEM SEMPRE É FÁCIL E RÁPIDO TAL RESULTADO.”
Explica Divaldo: “(...) TENHO CERTEZA DE QUE AQUELES QUE ADOTAM ESSES MÉTODOS NOVOS, PRIMEIRO, NÃO CONHECEM AS BASES KARDEQUIANAS, E, AO CONHECEREM-NAS, NUNCA AS VIVENCIARÃO PARA TEREM CERTEZA. ENTÃO, SE ALGUÉM PREFERE A APOMETRIA, DIVORCIE-SE DO ESPIRITISMO. É UM DIREITO! MAS NÃO MISTURE, PARA NÃO CONFUNDIR. (...) NÃO TEMOS NADA CONTRA A APOMETRIA, AS CORRENTES MENTO-MAGNÉTICAS, AQUELAS OUTRAS DE NOMES MUITO ESDRÚXULOS E PSEUDOCIENTÍFICOS. MAS COMO ESPÍRITAS, NÓS DEVEMOS CUIDAR DA PROPOSTA ESPÍRITA. (...)
Então, temos por obrigação explicar que a mediunidade não é patrimônio exclusivo da Doutrina Espírita e muitas práticas alheias ao Espiritismo a utilizam. Assim acontece com a desobsessão, os católicos chamam de “exorcismo”; os protestantes “descarrego”; os apometras de "apometria", os espíritas de "desobsessão", etc., e cada qual tem seu método.
Por isso é dever de todo espírita estudar profundamente as obras básicas, para que possamos preservar a pureza doutrinária. O Codificador, referindo-se ao Espiritismo, indaga-nos: "COMO PRETENDER-SE EM ALGUMAS HORAS ADQUIRIR A CIÊNCIA DO INFINITO.” Os diversos cultos religiosos existentes merecem nosso respeito, mas nem por isso vamos adotar seus rituais e práticas exteriores, por considerá-los contrários aos princípios básicos da Doutrina Espírita. Concluímos que falta o conhecimento da Doutrina Espírita. Não basta a freqüência à Casa Espírita.
É indispensável estudá-la, incessante, incansavelmente. Seu aprendizado exige esforços. Percebe-se, claramente, que a Doutrina Espírita é uma ilustre desconhecida de boa parte dos 'ESPÍRITAS', especialmente quanto à sua parte teórica. Reconhecemos haver pessoas sinceras, com elevados sentimentos, que enveredam por esses outros caminhos; mas sabemos que não bastam os bons sentimentos, como bem nos recomenda o Espírito da Verdade, em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", 6º capítulo, item 5: "ESPÍRITAS, AMAI-VOS, ESTE O PRIMEIRO ENSINAMENTO; INSTRUÍ-VOS, ESTE O SEGUNDO.” Portanto, urge estudar a Doutrina Espírita, para melhor aplicá-la.
Indispensável estabelecer critérios mais rigorosos quanto à admissão de participantes às reuniões mediúnicas. Allan Kardec era extremamente rigoroso para admitir freqüentadores às reuniões ditas experimentais. Há dois meios fundamentais ao aprimoramento das reuniões mediúnicas: estudo e reforma íntima. O Espiritismo constitui-se numa doutrina completa, em seus aspectos moral, religioso, filosófico e científico, com suas raízes no Evangelho de Jesus Cristo, representando o Cristianismo Redivivo.
Portanto, não basta afirmar-se espírita e utilizar a mediunidade para que uma prática seja considerada espírita; Que as orientações dos Espíritos Superiores que acompanham o Movimento Espírita no Brasil são muito claras quanto à fidelidade aos princípios codificados por Allan Kardec; Que a orientação, a experiência e a prática dos médiuns mais amadurecidos como Francisco Cândido Xavier e Divaldo Pereira Franco, entre outros, tem demonstrado sempre a necessidade de vigilância com relação à preservação da pureza dos princípios básicos da Doutrina Espírita.
O espírito Nora no livro “Aconteceu na Casa Espírita” alerta: “UMA DAS ARMAS QUE OS INIMIGOS DA PAZ CERTAMENTE UTILIZARÃO, SERÃO MODISMOS. HAVERÃO DE EXPLORAR TODOS OS TIPOS DE CRENÇAS POPULARES, AGITANDO ONDAS DE NOVIDADES DOUTRINÁRIAS.”
Então, se porventura “doutores” em Espiritismo te solicitarem alterações drásticas, propondo implantações de novas idéias, acolhe-os com simpatia, respeitando-lhes o modo de pensar, esclarecendo-os quanto possível sem, contudo incorporar nas atividades da Casa, o que não esteja em absoluto acordo com as obras básicas.
Nós espíritas não somos contra a Apometria, mas a doutrina espírita já tem seu método de desobsessão. Gostaríamos que as casas espíritas que dão cursos de Apometria, dessem cursos de coisas mais importante para o "espírito" que somos. Como cursos que explique: O que é doença; como ficamos doentes; como nos previnir das doenças; o que é obsessão; como previnir da obsessão; quem são os obsessores; como lidar com eles; etc. Estamos atacando o efeito sem explicar a causa.
Até quando atrairemos para os centros espíritas pessoas que buscam somente os fenômenos espíritas? O tempo de transição pede mudanças comportamentais e não de métodos desobsessivos ou seja lá a moda do momento. Em que os espíritas estão ajudando neste esclarecimento e nesta mudança? Consultemos nossa consciência.
2 de dez. de 2013
ESPIRITISMO: CIÊNCIA E ESTUDO VENCENDO O MISTICISMOS E CRENDICES!
Todo misticismo e crendices são parte de algumas filosofias espiritualistas tais como Umbanda, Candomblé, Quimbanda, etc, não da filosofia espírita. O Espiritismo nos diz que os Espíritos só são divididos segundo o seu nível evolutivo - intelectual e moral - e por isso se distinguem. A cor, a raça, a profissão, o sexo, a cor do cabelo, o nome, a brancura dos dentes, a lisura da pele, nada disso faz com que um Espírito seja diferente do outro na óptica espírita.
Por isso o Espiritismo, embora reconheça, cientificamente, as diferenças e particularidades raciais em termos de cultura, de lutas coletivas históricas, etc, mostra-nos que cada Espírito é uma individualidade, assexuada, sem cor, sem raça, que só se distingue dos outros por sua elevação espiritual, por nada mais. O Espiritismo respeita profundamente aqueles que, por qualquer motivo, pensem diferentemente, mas não assume para si, pelas questões acima, essa diferenciação.
Podemos recomendar um livro excepcional sobre o assunto. Chama-se "Loucura e Obsessão", do Espírito Manoel Philomeno de Miranda, psicografia do médium Divaldo Pereira Franco, editora FEB. Nesse livro achará explicações preciosíssimas sobre a visão de um Espírito do quilate de Manoel Philomeno e Dr. Bezerra de Menezes sobre os trabalhos executados numa casa de caridade afro-brasileira. É belíssimo.
Vemos que nenhum caractere físico indica qualquer diferenciação no plano espiritual em termos de evolução. O que quer dizer isso? Há Espíritos de grande evolução que se mostram como homens, mulheres; loiros, morenos, amarelos, negros, mulatos, mamelucos, etc.
Há grupamentos espiritualistas que, por governar neles o alcoolismo, a falta de estudos, a falta de trabalho no bem, etc, logicamente os Espíritos que se apresentam serão simpáticos a eles, ou seja, Espíritos inferiores. Se apresentarão de acordo com suas crenças - Ogum, Iemanjá, Pai Preto, Vovó, Criança, etc - mas serão Espíritos tão ignorantes quanto o grupo chamou pela sua falta de disciplina.
Por outro lado - e sobre esses o livro que indicamos fala - há grupamentos espiritualistas em que as entidades espirituais, apresentando-se sob os mesmos nomes - para não lhes chocar a crença ou mesmo por compartilharem dela - apresentam comunicações úteis, boas e de rara beleza e sabedoria. Por vezes falam de forma simples, com o linguajar típico, mas seu conteúdo é puro, voltado ao bem.
Analisemos agora o factor das oferendas materiais. Da mesma forma temos, em suma, dois grupos de Espíritos que pedem tais oferendas - porque há grupamentos afro-brasileiros que não mais trabalham com oferendas materiais. Vamos analisá-los separadamente, novamente, só que agora de ordem inversa.
Para ilustrar nossas colocações vamos contar a história de um espírita
que, quando moço, no romper de sua mediunidade, foi levado a um terreiro de
Umbanda e foi se consultar com um preto-velho: "Quando cheguei à casa, estava o médium incorporado sentado e uma fila de pessoas para conversar com a entidade. Essa entidade falava de uma forma bem típica dos escravos, dava estalos como passes, recomendava que se acendesse uma vela para fazer uma oração. Quando chegou a minha vez a voz dela transmutou e me disse: 'Meu amigo, não preciso falar do jeito que eu falo, fui um homem muito culto, muito instruído, mas durante o período da escravidão estive aprendendo o amor, que para mim foi a lição mais preciosa. Seu lugar, meu amigo, não é aqui. Você precisa procurar uma Casa Espírita, tem um trabalho a fazer. E quanto à sua pergunta, não, não é necessário que aquela senhora acenda uma vela. Poderia ser um pedaço de papel ou nada, mas se eu disse a ela: Ora, ela não vai orar. Se eu disser: Acende uma vela e ora, ela vai orar, e a vela será somente um dinheiro gasto por uma boa causa. Agora, meu filho, vai em paz'. Saí do local sem dizer uma palavra e graças a essa entidade, que até hoje me visita, pude estar com vocês hoje."
Essa é uma pequena história verídica que ilustra o porquê alguns Espíritos Superiores, trabalhadores de alguns grupamentos sérios, indicam certos acompanhamentos materiais para as pessoas - que não estariam preparadas ainda para desvincular-se mentalmente dos objetos. O que temos visto é que - e isso é dito no livro indicado - após algum tempo é dito à pessoa que o que ela faz é desnecessário, recomendada a leitura da obra de Kardec para desvincular o pensamento já preparado de tais ideias materiais.
Podemos recomendar um livro excepcional sobre o assunto. Chama-se "Loucura e Obsessão", do Espírito Manoel Philomeno de Miranda, psicografia do médium Divaldo Pereira Franco, editora FEB. Nesse livro achará explicações preciosíssimas sobre a visão de um Espírito do quilate de Manoel Philomeno e Dr. Bezerra de Menezes sobre os trabalhos executados numa casa de caridade afro-brasileira. É belíssimo.
Vemos que nenhum caractere físico indica qualquer diferenciação no plano espiritual em termos de evolução. O que quer dizer isso? Há Espíritos de grande evolução que se mostram como homens, mulheres; loiros, morenos, amarelos, negros, mulatos, mamelucos, etc.
Há grupamentos espiritualistas que, por governar neles o alcoolismo, a falta de estudos, a falta de trabalho no bem, etc, logicamente os Espíritos que se apresentam serão simpáticos a eles, ou seja, Espíritos inferiores. Se apresentarão de acordo com suas crenças - Ogum, Iemanjá, Pai Preto, Vovó, Criança, etc - mas serão Espíritos tão ignorantes quanto o grupo chamou pela sua falta de disciplina.
Por outro lado - e sobre esses o livro que indicamos fala - há grupamentos espiritualistas em que as entidades espirituais, apresentando-se sob os mesmos nomes - para não lhes chocar a crença ou mesmo por compartilharem dela - apresentam comunicações úteis, boas e de rara beleza e sabedoria. Por vezes falam de forma simples, com o linguajar típico, mas seu conteúdo é puro, voltado ao bem.
Analisemos agora o factor das oferendas materiais. Da mesma forma temos, em suma, dois grupos de Espíritos que pedem tais oferendas - porque há grupamentos afro-brasileiros que não mais trabalham com oferendas materiais. Vamos analisá-los separadamente, novamente, só que agora de ordem inversa.
Para ilustrar nossas colocações vamos contar a história de um espírita
que, quando moço, no romper de sua mediunidade, foi levado a um terreiro de
Umbanda e foi se consultar com um preto-velho: "Quando cheguei à casa, estava o médium incorporado sentado e uma fila de pessoas para conversar com a entidade. Essa entidade falava de uma forma bem típica dos escravos, dava estalos como passes, recomendava que se acendesse uma vela para fazer uma oração. Quando chegou a minha vez a voz dela transmutou e me disse: 'Meu amigo, não preciso falar do jeito que eu falo, fui um homem muito culto, muito instruído, mas durante o período da escravidão estive aprendendo o amor, que para mim foi a lição mais preciosa. Seu lugar, meu amigo, não é aqui. Você precisa procurar uma Casa Espírita, tem um trabalho a fazer. E quanto à sua pergunta, não, não é necessário que aquela senhora acenda uma vela. Poderia ser um pedaço de papel ou nada, mas se eu disse a ela: Ora, ela não vai orar. Se eu disser: Acende uma vela e ora, ela vai orar, e a vela será somente um dinheiro gasto por uma boa causa. Agora, meu filho, vai em paz'. Saí do local sem dizer uma palavra e graças a essa entidade, que até hoje me visita, pude estar com vocês hoje."
Essa é uma pequena história verídica que ilustra o porquê alguns Espíritos Superiores, trabalhadores de alguns grupamentos sérios, indicam certos acompanhamentos materiais para as pessoas - que não estariam preparadas ainda para desvincular-se mentalmente dos objetos. O que temos visto é que - e isso é dito no livro indicado - após algum tempo é dito à pessoa que o que ela faz é desnecessário, recomendada a leitura da obra de Kardec para desvincular o pensamento já preparado de tais ideias materiais.
Vamos ao outro lado, que se subdivide em dois.
No caso de um Espírito que realmente acredita na oferenda material. Não podemos deixar de citar que toda matéria tem emanações fluídicas grosseiras que podem ser utilizados pelos Espíritos. Tais fluidos são completamente captáveis na natureza de maneira natural automática pelo pensamento dos Espíritos Superiores que coadunam esse fluidos para se juntarem a outros em processos de intervenção física, não necessitando para isso que seja feita qualquer tipo de oferenda. Mas Espíritos ainda imperfeitos utilizam-se de tais fluidos, porque não sabem manipular outros, para uma intervenção física na matéria. Logicamente essa intervenção acontece seguindo a Lei de Deus, que contém a Lei de Afinidade Fluídica.
Mais uma vez aqui vemos Espíritos bem e mal intencionados. Os bem intencionados utilizam-se de tais fluidos - e recomendam tais atitudes - porque realmente sua compreensão não lhes permite alçar o âmbito do pensamento, mantendo-se vinculados à esfera física. Utilizam-nos para o bem segundo o seu entendimento.
Os mal intencionados utilizam os fluidos para o mal. De tudo isso, o que podemos concluir?
1) Nenhuma evidência física pode caracterizar a elevação espiritual de um Espírito
2) Um pedido de oferenda material pode esconder por trás uma série de intenções e uma série de circunstâncias
3) O Espiritismo mostra-nos que tais manipulações, na óptica do Espírito, são completamente desnecessárias, mas respeita aqueles que pensem diferentemente.
Fonte: Fórum Espírita.
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