30 de jun. de 2011

Pergunta que não se cala.


Alguém gostaria de ser jogado vivo numa lata de lixo? Todos nós, no início da vida, já fomos embriões. E você, já se imaginou como um deles, em tempo de caça às células-tronco? Bem, o fato é que já existe pena de morte no Brasil. A decisão do Supremo Tribunal Federal, autorizando o amplo uso de células-tronco embrionárias para pesquisa e para vários usos médicos, a partir de 29de maio de 2008, é uma frontal violação do direito humano à vida e ao crescimento.

Para algum leitor que não saiba bem o que são células-tronco embrionárias, desejo esclarecer o seu significado: primeiramente, todos nós já fomos células embrionárias. Quando nossos genitores nos geraram, éramos apenas quatro células vanguardeiras do tamanho de uma cabecinha de alfinete, que, em seguida, foram se multiplicando com impressionante precisão. Então, a pergunta bem clara que emerge dessa circunstância é: - Você gostaria de ser um embrião arrancado do ventre de sua mãe? Ou, então, esta outra indagação: - “Estes cientistas, pesquisadores ou doutores que vão utilizar as células-tronco para suas tarefas científicas, eles gostariam de ter sido tais células?” Alguém, neste mundo, gostaria de ficar como embrião, congelado em tubos com temperatura de 195 graus negativos, anos e anos a fio? É o que já fazem nos laboratórios.

O embrião é uma vida completa, no sentido da própria expansão. Mesmo quando essas células são congeladas, para serem mantidas vivas, após a ejaculação que fertiliza o óvulo, já ocorre violência desrespeitosa contra as leis harmoniosas da natureza, considerando os mistérios da dignidade da vida criada por Deus. Um embrião é uma criança em miniatura e a criança transforma-se em adulto. Se uma pessoa, por exemplo, completou 50 anos, a idade dela é 50 anos e 9 meses, por que viveu desde a geração do embrião que um dia ela foi. A constatação é que o homem não aprendeu a lidar com o conhecimento e com as forças espirituais que presidem a nossa caminhada neste planeta.

Interesses ocultos

Nesta crucial questão, é importante saber que, por traz da máscara de preocupação moral com as indefesas células-tronco, vicejam poderosos interesses econômico-financeiros, como as verbas oficiais, a venda de produtos de laboratório, e a compra de células-tronco, até pela internet, e tudo com ou sem legalidade. Também estão envolvidos os medicamentos e as cooperativas médicas, algumas indústrias, bem como a captação e o tratamento e congelamento embrionário para formação de tecidos orgânicos, neurais ou ósseos. A lista se estende e duplica. Tudo vira comércio ou exploração, em diversos sentidos. E todos esses movimentos, implantados no lodacento terreno das ambições humanas irrefletidas, passam ao largo do mandamento Divino que nos ordena: - “Não Matar”. Todos têm direito à vida, maiormente em se referindo aos humanos, dotados de espírito imortal.

Sim, sou uma pessoa com convicções religiosas, mas, até certa idade, fui ateu. Compreendo e aceito que a maioria dos membros da comunidade científica seja ateísta, de conformidade com os valores terrenos e experimentais. Contudo, o tempo futuro certamente mostrará, aos nossos juízes e legisladores, quão perigoso e nefasto é abrir uma larga porteira para o genocídio de embriões que deveriam ser protegidos pelos líderes, cientistas e governantes. Os mistérios do genoma humano ainda não estão totalmente desvendados. Sempre há e haverá recursos para anular leis profundamente equivocadas. As lições virão.

Sei também que um simples artigo de jornal não vai modificar tão delicada questão, mas, valeu e vale a pena o posicionamento nessa singular batalha, na qual os poderosos da vida estão lançando sombras de longa ação e duração. Lutar pelos princípios Divinos é preciso.

Mãe, me tiraste a vida, mas eu a perdôo

Assisti, pela internet, ao vídeo de um crime hediondo que devo comentar. A dura realidade que se me apresentou aos olhos me deprimiu, repercutindo dolorosamente até o fundo de minhas entranhas. Acompanhar as cenas que se defrontam aos olhos do coração é como descer às profundidades de um poço onde estagiam as mais torpes baixezas humanas. Nunca vi cenas mais horripilantes. Já no início, aparecem imagens de partes de um feto humano de 14 semanas sendo sugado por um potente aspirador: diluído em líquido amniótico e sangue, emergiam, vagina abaixo, pedaços de órgãos e de um pequeno antebraço, em um cruel abortamento. Logo em seguida, foi extraída uma minúscula mão, depois o corpo e, por fim, através de um estreito tubo, veio uma cabecinha preta sem pescoço. A pessoa que fez o abortamento embrulhou os restos sanguinolentos num plástico que, logo após, foi jogado num balde de lixo.

O horror que ali surge é intraduzível em palavras, Deus meu! Um crime silencioso, albergado pela clandestinidade impune, praticado com indisfarçável frieza e perversidade. Os cientistas lúcidos e éticos sabem que a vida humana começa no instante da concepção no útero materno. Durante os nove meses de gestação, o bebê se desenvolve indefeso, pois a única proteção com que conta é a vontade da genitora. Se esta falhar, qualquer que seja o motivo, o feto perde a vida; tais crimes, socialmente aceitos pela maioria de pessoas não-éticas, são praticados aos milhões, pelo Brasil e pelo mundo afora, sendo que, em vários países, ao abrigo de legislação permissiva.

Crime frio e perverso

Desse vídeo, registrei o clamor virtual de um feto consignando à súplica dirigida à mãezinha que renunciou à gravidez qual se fora um desertor que foge do combate. Leiamos: “Mãe, eu me sentia tão seguro e feliz ouvindo o timbre da tua voz / mesmo sabendo que determinaste a minha morte / embora não justifique teu crime, eu te perdôo / eu não imaginava que poderia haver tanta dor / quando me desmembraram aos pedaços por sucção sanguinária / aí não pude mais lutar contra a máquina monstruosa / e tudo se apagou em dor”.

Eu convido cada um dos leitores que me lêem no site www.abort73.com, bem como vejam o filme em português intitulado “O grito silencioso”. Antigamente, quando não havia meios anticoncepcionais, sobreexistia, nas comunidades humanas, um surdo consentimento cúmplice em abortamentos. Hoje, contudo, tendo em vista os vários recursos que evitam a gravidez não desejada ou não programada, grande é o sentimento de culpa das mães que assassinam o fruto de seu ventre, eliminando uma vida que lhe foi doada por Deus e da qual ela é simples instrumento gerador para a multiplicação da vida. Entre os crimes hediondos citados pela ONU, estão a guerra, a pena de morte, o aborto e a eutanásia. Nos Estados Unidos, ocorrem 1 milhão e 500 mil abortos a cada ano, ao preço de R$ 700,00 cada um, praticado por extensa rede de clínicas naquele país. Pode isso causar espanto em muitos, mas é a pura verdade. Essa é a civilização do prazer e das escolhas irresponsáveis que precisamos mudar.

Finalmente, aquela que tem solução e caminhos que são predominantemente morais é a Doutrina Espírita kardecista, baseada nos Evangelhos de Jesus; Archote de Luz infinita para a humanidade que povoa o planeta terrestre em estágio de provas, expiações e aprendizado; tesouro incalculável, honra, oportunidade e glória para todos nós.


Fernando Ós

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