27 de fev. de 2013

O MÉDIUM É UM MISSIONÁRIO? - Divaldo Franco

 

 
De modo geral, não. Raros são os medianeiros que, no mundo, se encontram investidos de mandato mediúnico, ou seja, desempenhando a sua tarefa no campo da mediunidade, dela fazendo um apostolado.
Quase sempre, os médiuns são almas que, através da oportunidade que o serviço mediúnico lhes enseja, resgatar pesados débitos cármicos, sem, é claro, nos referirmos àqueles que, ao invés de fazerem da mediunidade um degrau de ascensão, convertem-no em um motivo a mais de queda (os que cobram, os que intermediam para a maldade, etc).
Poderíamos, por outro lado, afirmar que, no cumprimento do dever que lhe compete, todo médium, sem que seja um espírito missionário, desempenha a missão de sublimar o próprio destino, levando-se em conta que até uma semente, no coração da terra é chamada à tarefa da germinação em que nenhuma outra lhe poderá substituir o esforço.
Para que sempre trabalhe com proveito, dando à sua faculdade medianímica uma finalidade útil, nenhum médium deve se acreditar superior aos demais, prevalecendo-se de sua condição na exaltação de si mesmo. Portanto, para a grande maioria, mediunidade é dever, do qual, infelizmente, muitos desertam (abandonam), notadamente os que desejariam ser médiuns para seu exclusivo deleite, olvidando (esquecendo) que os genuínos embaixadores celestes no mundo sempre foram os que mais sofreram e os que mais serviram.
A idéia de que seja um espírito missionário, pode, não raro, fascinar o médium, induzindo-o a processos obsessivos de longa duração e inutilizá-lo para o trabalho compatível com a sua capacidade.
Ansiando pelo mediunato, muitos medianeiros inconscientemente desprezam os diminutos recursos medianímicos de que são dotados.

Exemplo de mediunidade exercida para ressarcir débito: Yvonne do Amaral Pereira, dedicou-se com afinco ao trabalho com suicidas, através da psicografia e do desdobramento, por ter cometido, algumas vezes, esse ato insano em outras existências. Escreveu vários livros, dentre eles "Memórias de um suicida", pelo espírito de Camilo Castelo Branco. Seu exemplo de prudência e bom senso, guardando a obra por quase trinta anos para certificar-se de quanto ali foi escrito, mereceu de Chico Xavier, que mui sabiamente a designou "Uma Heroína Silenciosa". Foram quase 84 anos de apostolado mediúnico.

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