Um dos temas que mais suscita dúvida e curiosidade, por parte dos estudiosos da ciência espírita, é a questão do bebê de proveta. Chamo atenção para alguns ângulos do tema, propiciando elementos de reflexão.
Oficialmente, as noticias que temos da primeira criança não concebida "in vitro", isto é, no útero, mas "in vitro", ou seja, em laboratório, nasceu na Inglaterra No Brasil, o primeiro bebê de proveta data de 1984, havendo muito mistério em torno de experiências anteriores. Até maio e 1992, segundo o diretor da Santa Casa de são Paulo, o aludido centro já havia acompanhado 375 casos de bebês de proveta.
As inseminações artificiais humanas são classificadas em dois grupos: inseminações homólogas e heterólogas. Chamam-se homólogas quando feitas com material do próprio casal, sejam "in vivo", quando se colhe o sêmen do marido e se inocula no útero da esposa, ou "in vitro", quando a fecundação se dá na proveta laboratorial e se injeta posteriormente o embrião obtido no útero da mesma mulher que o doou o óvulo.
As inseminações artificiais humanas heterólogas são aquelas em que o material não é do próprio casal. Se o problema estiver no útero ou no ovário da esposa, será preciso captar óvulo de uma doadora, inseminá-los "in vitro" com o espermatozoide do interessado transferir o resultado para uma mãe de aluguel que poderá ser a doadora de óvulo ou, ainda, uma outra pessoa. Quando o problema é do marido, há a possibilidade de se recorrer ao sêmen de um doador, às vezes colhido previamente e congelado.
A indagação que naturalmente vem´`a mente dos estudiosos da ciência ou filosofia espírita é: como ficaria a situação do espírito reencarnado em condição tão diversas do mecanismo natural? Além do especto ético-moral das situações mencionadas.
Que a ciência marcha celeremente para conquistas cada vez mais surpreendente na área do controle da reprodução humana é incontestável. Inevitável, também, que as dificuldades da infertilidade a nublar a felicidade dos casais sejam superadas cada vez mais. Lícito e lógico que casais que desejam ter filhos procurem os recursos existentes. Lícitas e lógicas também as pesquisas científicas desenvolvidas a esse respeito dos limites éticos e morais acerca das incursões da Ciência em terreno tão delicado.
O Plano Espiritual, atento à evolução tecnológica nessa área, encaminha à reencarnação, nessas condições construídas, aqueles espíritos que carmicamente se afinizam com as circunstâncias A Lei de sintonia de vibrações, e a Lei de causa e efeito sempre se cumprirão, independentemente das manipulações humanas. Embora não se isente de responsabilidades ou autores de situações anômalas criadas, sempre serão atraídas, por sintonia psíquica com seu padrão energético-vibratório, as entidades que, por nível espiritual, "mereçam" passar por situações dessa natureza.
Como a mulher tem de 8% a 20% de chance de engravidar, conforme os pesquisadores de inseminação artificial, por ciclo de tentativas, o médico, às vezes, opta pelo congelamento de embriões, e a inseminação operando-se com sucesso, é comum "sobrarem" alguns embriões. Ironicamente, alguns religiosos aconselham À Ciência que sejam eles jogados no lixo. No Brasil, a tendência é seguir os padrões mundiais, que seria o de guardá-los por três anos.
sabemos, pelos estudos e revelações psicográficas, que nem todo desenvolvimento embrionário é acompanhado pela fixação de um espírito. (ver questão nº 356 de O livro dos Espíritos, de Allan Kardec). É possível a união de duas células germinativas pelo estímulo de sua energia vital, sem o comando do modelo extrafísico (um espírito reencarnado). Quando isso ocorre no organismo feminino o molde energético é fornecido pela força mental do desejo de mulher de engravidar.
É verdade, no entanto, que esses organismos não sobrevivem ao nascer. Da mesma forma, sem a presença do modelo organizador biológico (perispírito), embriões serão simplesmente grupos de células sem um "ser" dentro delas. Fazemos estas considerações para lembrarmos que em alguns embriões laboratoriais pode simplesmente nada existir, sob o ponto de vista espiritual. Assim, nenhum espírito estaria preso durante os três anos de congelamento, nem em embriões mantidos ou futuramente desenvolvidos até completar os nove meses. Tal fato, embora possa, neste século, parecer ficção, no próximo poderá deixar de sê-lo.
Por outro lado, é possível também que entidades espirituais me desiquilíbrio e sintonizadas na frequência vibratória das consequências dessas experiências possam ser atraídas para esses embriões. O modelo energético das mesmas, aliado À força mental dos interessados nas experiências, reterá os espíritos às células embrionárias.
Se é verdade que ninguém sofre ou passa a vivenciar situações que não mereçam em função de seu passado longínquo, também é verdade que ao criarmos as condições de sofrimento estaremos sendo corresponsáveis por ele.
Com relação a bancos de sêmen doação de óvulos e outras situações semelhantes, não poderemos nos manter radicalmente contrários às iniciativas da ciência médica. Urge, no entanto, que a conscientização ética seja basilar na dinâmica de todas essas iniciativas.
Que a comercialização indiscriminadas, se houver, seja afastada desses recursos, principalmente com relação a doadores de células e mãe de aluguel. Sobretudo, faz-se necessário ter-se conhecimento da existência do espírito, sua sobrevivência e o mecanismo da encarnação (reencarnação), ligando-o ao óvulo antes de ser fecundado, e toda a dinâmica do processo e trocas energética-mentais entre o espírito da mãe, seja ela de aluguel ou não, e o reencarnante.
A escolha por micromanipulação de um espermatozoide determina a impossibilidade de ação da natureza, que ofereceria mais de 200 milhões de espermatozoide como opções à escolha por sintonia do espírito ou óvulo a que se imanta antes da fecundação, visando atrair célula masculina mais afim com seu nível energético.
Não pretendemos aqui dar as respostas definitivas a tais questões, mesmo por que a Espiritualidade ainda deverá, oportunamente, nos oferecer outra informações a respeito, que, sem dúvida, deverão ser analisadas com critérios.
Meditemos sobre o assunto, não nos fechando aos avanços científicos tal qual avestruzes que não enxergam, por mergulhar suas cabeças sob a terra (dogmaticamente), mas também não nos tornando simplórios deslumbrados pelas luzes feéricas e hipnotizantes da tecnologia moderna, perdendo o senso de equilíbrio e deixando de fazer as conexões com os conhecimentos e informações transcendentais de que já dispomos.
Matéria publicada na Revista Cristã de Espiritismo - ano X - ed. 8
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