“Estudo, disciplina, trabalho e
amor ao próximo”
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INFORMATIVO
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Boletim informativo do Grupo Espírita Caminho de
Damasco – Ano XV nº173, junho de 2013.
Editorial
O
Informativo GECAD deste mês de junho traz para os queridos leitores, uma
série de artigos para reflexão e divulgação.
Assuntos
como a pouca frequência nas casas espíritas, evangelização infantil nas
instituições, a culpa e nossa responsabilidade perante os nossos atos, e
mediunidade, são trazidos ao debate por autores espíritas conhecidos e
interessados em nos auxiliar a entender os múltiplos problemas que
enfrentamos em nossa vida pessoal e em sociedade.
Boa
leitura e aproveitem!
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Centros Espíritas vazios
Extraído do Jornal O Verbo –
junho/2013.
“Companheiros, com justa razão, têm manifestado preocupação com
alguns Centros Espíritas vazios, ou seja, pouco frequentados”. Evidentemente
que não se pode generalizar, já que muitos outros apresentam excelente média
de frequentadores em suas concorridas reuniões. Contudo, quais os motivos de,
talvez, a maioria dos grupos Espíritas não estar conseguindo agregar, em suas
reuniões, significativo número de frequentadores regulares? De minha parte,
apenas com o propósito de colaborar com os que vêm estudando o assunto,
naturalmente preocupados com o futuro do Movimento, tomarei a liberdade de
enumerar algumas das razões que consigo vislumbrar: 1 – Falta de
exemplificação da Mensagem por parte de suas lideranças, que mantêm
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considerável distância dos frequentadores da Casa – às vezes, sequer
os cumprimenta.
2 – Dirigentes centralizadores, que, por ciúme de seus cargos, não
concedem espaço para trabalhar àqueles que estão chegando pela agora.
3 – Reuniões excessivamente teóricas, priorizando a prática
mediúnica em detrimento à prática das tarefas assistenciais, que consideram
secundárias.
4 – Ausência de intercâmbio com outros grupos e seareiros, na
crítica sistemática contra médiuns e oradores com opiniões divergentes de seus
diretores personalistas.
5 – Falta de incentivo aos jovens na Mocidade Espírita, que,
praticamente, está se extinguindo.
6 – Pouco ou quase nenhum apoio à Evangelização Infantil, à qual
não se destina indispensável investimento humano e espiritual.
7 – Diretores que não se preocupam em formar novos colaboradores
da Causa.
8 – Ingerência dos Órgãos Unificadores que apontam o problema, mas
não se dispõem auxiliar para que sejam devidamente solucionados.
9 – Carência de verdadeira fraternidade nas reuniões, promovendo
necessária abertura aos companheiros que se dedicam à Arte Espírita, tornando a
referidas reuniões menos cansativas e rotineiras.
10 – Falta de palestras doutrinárias cujos temas, deixando de ser
maçantes e repetitivos, sejam apresentados com certa leveza, interessando a
todos.
11 – Buscar a periferia, na certeza de que somente o trabalho na
periferia fortalece o Centro.
Foi assim que o Espiritismo cresceu no Brasil!
12 – Tornar o próprio ambiente físico do Centro mais agradável –
iluminado e florido, por exemplo! Reunião espírita não é velório!
13 – Não falar em Kardec sem falar em Jesus, e não falar em Jesus
e Kardec sem falar em Chico Xavier.
14 – Não pregar moralismo.
15 – Semear e semear,
incansavelmente, sem ter pressa de colher.
RELIGIÃO NA EDUCAÇÃO E
EVANGELIZAÇÃO
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Educar, segundo Allan Kardec, é
criar caracteres, ou seja, caráter para ser empregado no dia-a-dia
precavendo-se das distorções ético-morais e espirituais.
Evangelizar é ministrar os ensinamentos
contidos nos Evangelhos de Jesus, o Cristo, que em última instância, são os
mandamentos naturais contidos no Código Divino, pulverizados no seio da
humanidade em doses homeopáticas desde quando o ser humano surgiu na face da
Terra.
Pelo exposto é imperioso que antes de
evangelizar, tem-se que educar.
No plano material, dentre os espíritos
encarnados, a função primordial dos pais de família é educar. Entendo família
como esse cadinho de amor onde o Pai da vida coloca seus filhos sob a
orientação educacional dos pais para que educadores e educados quando
regressarem à Pátria Maior, no mais além, cheguem lá melhores do
que quando vieram para cá, no aquém.
Nessas circunstâncias, surge então uma
recíproca entre direitos e deveres familiares.
Os genitores, por serem os educadores
titulares, têm o dever de dar aos
rebentos: guarda, proteção, sustentação, segurança, equilíbrio e
educação, inclusive religiosa. Eles têm o direito a tudo isso.
Entretanto, quando atingirem a madureza, se seus pais estão em
dificuldades, o compromisso inverte. Agora são os filhos que têm o dever de
lhes proporcionarem as condicionantes elencadas com exceção da educação. Em
lugar desta poderá entrar a instrução, se for o caso.
Nesse raciocínio, não é exagero
admitir-se que na educação familial, a religião exerce papel muito importante.
O que vale dizer, que seria ideal se a família elegesse uma religião para
complementar a educação dada a quem de direito. Agora vêm as
tradicionais perguntas.
Uma: - Qual seria a melhor religião, indicada para
essa importante tarefa?
A resposta é simples e direta: “aquela cuja filosofia vier
de encontro às necessidades educacionais, disciplinares, éticas e morais dos
pais, de acordo com seus conhecimentos, e que venha auxiliar na
convivência fraterna dentre os integrantes do clã”.
Quanto à denominação e origem, ficam
subordinadas ao propósito filosófico a que elas direcionem suas atividades cuja
condicionante imperativa é a união em torno dos mandamentos contidos na
Lei do Amor.
Outra pergunta: - Quando seria o momento para falar ou levar
o filho nas casas religiosas?
O exemplo é a melhor forma de educar e evangelizar.
Para ensinar religião não exige necessariamente que os pais
sejam religiosos ou freqüentem tal ou qual templo. Todavia, é de bom
costume e tradição que se pertença uma agremiação religiosa que ensina e
pratica o bem, a caridade e o amor.
Culpa e Responsabilidade
Dr. Alírio de Cerqueira Filho
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A culpa que sentimos é resultado de séculos de condicionamento
dentro do pensamento judaico-cristão, aliás uma distorção do pensamento
cristão, que intrinsecamente, não estabelecia a culpa e a punição como
posteriormente acabou acontecendo. Por esse pensamento tudo o que fazemos e que
não está dentro dos padrões rígidos dessa pseudomoral instituída é um pecado e
deve ser punido violentamente. Durante séculos esse pensamento oriundo do
judaísmo; do olho por olho, dente por dente, manipulado e distorcido pelas
doutrinas "cristãs" por interesse próprio vem imperando dentro da
cultura ocidental. Eu digo distorcido, pois se observarmos os Evangelhos, o
Cristo jamais se referiu ao erro dessa forma como as várias religiões cristãs
durante séculos pregaram, a do pecado e da punição por ele. Basta analisar as
passagens na qual ele se refere a mulher adúltera, quando ele disse que
atirasse a primeira pedra aquele que não tinha pecados, o momento de encontro
com a mulher hemorroísa, a sua postura com Maria de Magdala e perceberemos que
ele via o erro de uma maneira natural, fazendo parte das experiências de
evolução do ser humano..
Mas
infelizmente as suas palavras foram distorcidas e durante séculos este
pensamento deturpado tem imperado, como ainda hoje, na cultura ocidental a
ponto do mesmo ainda estar imerso no inconsciente coletivo da nossa cultura.
Isso faz com que a culpa esteja impregnada em nós mesmos.
Analisemos
as razões para isso, à luz da psicologia transpessoal. Esta ciência tem
estudado inúmeras questões que tem atormentado o ser humano durante séculos as
quais não se encontram explicações dentro da ciência materialista/reducionista.
A explicação mais plausível para a culpa que muitas pessoas trazem e que são
inexplicáveis no momento atual, pois estas não fizeram nada que justifique ou
explique estas culpas é que elas cometeram estas ações pelas quais sentem culpa
em seu passado espiritual. Pelos estudos que tem sido feito pelos pesquisadores
no mundo inteiro a reencarnação é um fato. Isso explicaria estas culpas imensas
que muitas vezes as pessoas sentem, sem razão aparente. Isso acontece devido a
séculos passando por experiências, nas quais vivenciamos muito intensamente,
este paradigma judáico-cristão distorcido. Por isso a culpa ainda persegue
muita gente, mesmo quando temos tudo, teoricamente, para nos libertar dela.
O que fazer
para se libertar da culpa? Só existe um caminho para libertar a nossa
consciência; assumindo a responsabilidade pela nossa vida. É necessário
refletir que o erro faz parte da evolução natural de todas as pessoas. Quando
cometemos um erro, analisando-se aqui o erro, como sendo algo que contraria a
lei de amor, isto é, uma atitude de desamor ou pseudo-amor, por nós mesmos ou a
outras pessoas, a natureza, o cosmos. Muitas vezes dentro do paradigma
judáico-cristão distorcido, muitas coisas que são tidas como erros ou pecados,
não o são, dentro da lei de amor. Então quando cometemos um erro, estamos
assumindo uma postura egóica. Esta atitude errada pode acontecer por ignorância
ou por desprezo ao que é correto, que está dentro dos princípios da lei de
amor. Toda atitude equivocada tem a sua conseqüência.
Torna-se
fundamental para a libertação da culpa, que é uma atitude inconseqüente, pois
não corrigimos com ela o erro cometido, assumir a responsabilidade pelo erro e
buscar reparar as suas conseqüências. Com isso estaremos aprendendo com o erro
e isso faz com que evoluamos, diferentemente da culpa e da punição que lhe é
conseqüente, na qual a pessoa simplesmente se pune pelo erro e se acha uma
vítima por tê-lo cometido, sem assumir o aprendizado dele decorrente.
Resumindo,
todas as vezes que sentirmos culpa por algo que tenhamos feito ou que
simplesmente nos achemos culpados mesmo que não haja uma razão aparente, é
necessário refletir fazendo a nós mesmos estas perguntas: o que posso tirar de
aprendizado desta experiência? como posso agir para reparar as conseqüências
dos meus atos? Com isso estaremos assumindo a responsabilidade pela nossa vida
e conquistando a nossa felicidade.
Outro efeito importante da meditação é a paz
interior, um refúgio onde você pode escapar da turbulência do seu dia-a-dia. O
hábito de meditar diariamente vai lhe ajudar a desligar-se do estresse e trará
calma e energia para você enfrentar melhor os desafios que têm em sua vida.
DE QUEM É
A MEDIUNIDADE?
Wilson
Focássio
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Muitas pessoas portadoras de
mediunidade se encontram em dúvida sobre a necessidade ou não de desenvolver
essa aptidão.
A
mediunidade poderá ser comparada a um rio perdido na planície, como explica
E.Armond. Se ele continuar solto, sem destino, poderá causar enchentes e
provocar distúrbios ao meio ambiente. Entretanto, se
prudentemente alargamos suas margens, desviarmos seu trajeto fazendo-o tão
somente correr no seu leito, ele ficará forte e poderá, agora, organizado,
gerar energia, fazer irrigação, em fim, ser útil à coletividade. Assim é a
mediunidade. Uma força que está dentro do médium que poderá ser desenvolvida ao
“deus dará”, porém por prudência, seria melhor que organizássemos esse
desenvolvimento, pois só assim poderias ter certeza que seria uma faculdade
responsável. Muitas pessoas possuem essa aptidão já em fase adiantada de
desenvolvimento e procuram se afastar dos locais onde devem usar essa aptidão
exatamente porque temem que indo uma primeira vez, não podem deixar de ir
jamais. Vale lembrar que a mediunidade não é um atributo das doutrinas, ou seja,
nenhuma doutrina é dona da mediunidade. Ela é de propriedade do médium, das
pessoas que a porta, pois foi a própria pessoa que antes de encarnar pediu essa
faculdade a fim de lhe auxiliar no progresso nesta atual encarnação. Qualquer
religião poderá fazer uso da mediunidade como um excelente acessório de
desenvolvimento do ser humano.
As pessoas
mal informadas acham que a mediunidade pertence à doutrina Espírita. Na
realidade o espiritismo aproveita as pessoas que tem essa aptidão a fim de
elaborar um trabalho social de intercâmbio com o Plano Espiritual, com a
finalidade de dar um consolo a quem estiver necessitado. A Igreja Católica vale
lembrar, até o ano 325 d.C. praticava a mediunidade, pois essa era a orientação
dos seguidores do Cristo. Depois do concílio de Nicea, no citado ano, a cúpula
da igreja resolveu não se utilizar mais dessa excelente ferramenta de trabalho,
e passou a nortear os passos dos seus fiéis sob outra ótica religiosa. É
oportuno salientar que uma ambulância poderá ser útil se colocada a serviço do
bem, nos hospitais no transporte a doentes, entretanto, se ela ficar jogada à
margem da estrada, certamente ficará a mercê de ferrugem e de ladrões. Existem
dois tipos de mediunidade:
Mediunidade
tarefa e mediunidade natural, esta conquistada.
O homem do
futuro, aquele que habitará a Terra quando esta for elevada da categoria de
REGENERADA, será um médium por excelência. Todos serão médiuns no futuro. A
conquista da mediunidade é algo demorada, pois demanda muito desenvolvimento
psíquico e, principalmente moral. Por isso a mediunidade natural
é mais difícil e é rara por estes momentos. Já a mediunidade tarefa é mais
comum, pois ela nos é ofertada pelo Plano Espiritual para que possamos, através
do bom senso, mais rapidamente liquidarmos nossos débitos das vidas passadas e,
quiçá os deslizes desta própria encarnação. Essa mediunidade, tarefa, por ser
“emprestada” não só nos será tirada, como também nos será cobrado o seu bom uso
enquanto esteve sob nosso domínio. Portanto, lembramos aos senhores médiuns
que, antes de encarnar essa aptidão foi pelos senhores solicitada ao Plano
Espiritual para que com maior rapidez e segurança pudessem estabelecer a tomada
de seu próprio crescimento. As restrições que o nosso cérebro sofre enquanto
estamos encarnados não nos permite lembrarmos daquilo que é tratado em outro
plano de vida. Em vista de tal esquecimento, o jovem que chega a maturidade, ou
seja, quando chega o momento de usar tal ferramenta, vê-se cercado pelos
compromissos da vida material e coloca sua aptidão mediúnica de lado. O simples
esquecimento não o liberta do compromisso, por isso sempre será prudente que as
pessoas que possuem uma sensibilidade mais aguçada procurem saber se possuem ou
não a faculdade mediúnica. A mediunidade é uma coisa muito simples, não
exigindo maiores preocupações aos seus portadores, porém, assim como o rio é
simples, há der se dar atenção para ela, pois se assim não for, através do
sofrimento a cobrança certamente virá. Para encerrar este
comentário, enfatizam-se outras doutrinas praticam a mediunidade e que ela não
é um atributo exclusivo da Doutrina Espírita.
A mediunidade pertence a quem a
porta e não a uma doutrina.
"I" Até a próxima!
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