12 de jun. de 2013

O órgão mais perigoso do corpo humano.

O jovem e recém casado casal estava feliz. Ele, dedicado empregado de uma boa empresa, crescia profissionalmente. Ela, dedicada dona de casa, à tarde sempre recebia o marido com muito carinho, a casa sempre limpa e uma bela refeição.

 Já tinham conseguido comprar sua própria casa e, agora, planejavam "providenciar" o herdeiro. Certo dia, ao chegar no escritório, o marido encontrou sobre sua mesa, um bilhete anônimo que dizia: "Tome cuidado! Sua esposa está lhe traindo!"

 Sem entender e sem acreditar, nem comentou com sua esposa. Mas guardou o bilhete e a semente da dúvida foi plantada. Passado alguns dias, ele encontrou um novo bilhete sobre sua mesa. "Estou lhe avisando. Tome cuidado com sua esposa. Ela não é a "santinha" que você acredita. Eu a vi entrando em uma casa de prostituição acompanhada de um homem bem mais velho." Dizia este novo bilhete, também anônimo.

Novos bilhetes ele encontrou e à todos quase ignorou. Apenas os guardou. Eis então, que um "colega" de trabalho, muito seu "amigo", resolveu assumir a autoria dos bilhetes e disse, - Olha, tenho tentado lhe avisar. Sua esposa está lhe traindo. Eu a vi recebendo o tal senhor, bem mais velho que ela, em sua própria casa. Ela o recebeu pela porta da cozinha.

Trocaram abraços e carícias. Depois ele entrou e, passado algum tempo, saíram e foram até uma casa de prostituição. Você vive dizendo que sua esposa é ótima, que é isso, que é aquilo. A coisa não é bem assim, meu amigo. E tanto disse que deixou o jovem bastante perturbado. Ele foi para casa, entrou sorrateiramente, mas não encontrou a esposa em casa. Mais perturbado ainda, saiu perambulando pela cidade, principalmente em região onde havia casas de prostituição.

Passou por uma loja de armas e fez a besteira de comprar uma. Duas horas de busca, resolveu voltar para casa. Novamente, entrou sorrateiramente, pé ante pé... Percebeu que sua esposa estava no quarto. A porta ligeiramente aberta, não permitia ver o interior, mas deu para ouvir ela dizer, - Oh meu amor. Como esperei por este dia... Agora, nada nos separará! Ele não esperou mais. Empunhando a arma, deu um chute na porta e atirou.

O tiro certeiro, matou a jovem esposa e o belo cachorrinho que ela tinha ao colo. E ele, muito tarde, foi informado que ela estava há dias esperando o cachorrinho desmamar para levá-lo para casa. Ficou sabendo também, que um tio de sua esposa, homem dedicado ao bem, gostava de ajudar prostitutas. - Estas mulheres sofrem muito com esta coisa de vender o próprio corpo para sobreviver. Costumava dizer o tio. E a jovem esposa, que amava o tio, tinha passado a acompanhá-lo nas visitas fraternais que fazia.

E foi assim que terminou a história de um feliz casal, vítima da maledicência, principal munição do órgão mais perigoso do corpo humano: a língua, que pode ser ferramenta de construção ou de destruição; de carinho, afeto e amor ou de ódio, vingança e morte. É muito importante saber usá-la.

Marco Aurélio Rocha

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