15 de jul. de 2014

Uma reflexão para o movimento espírita



            Inegavelmente percebemos, nos últimos anos, um crescimento notável nas ações desenvolvidas pelo movimento espírita. A cada dia surgem novas propostas de divulgação através de novos periódicos, programas de rádio e televisão, mídia eletrônica, conferências em locais públicos, seminários, workshops; os próprios meios de comunicação não comprometidos com o Espiritismo estão explorando o tema, cada vez de forma mais profunda, em documentários, entrevistas, reportagens, novelas e filmes.

            Isso confirma a frase de Allan Kardec1 “o Espiritismo está no ar”, abalisando as previsões dos Espíritos de que seus princípios básicos iriam naturalmente incorporar-se no conhecimento humano por estar em conformidade com a Lei Natural.

            Mundo espiritual, mediunidade, lei de causa e efeito, vida após a vida, pluralidade das existências não são mais considerados, por uma grande parte das pessoas, temas místicos ou teorias sem fundamento, mas assuntos de profunda seriedade filosófica, com graves consequências para o ser humano.

            A reencarnação, aos poucos, está deixando de ser uma ideia exclusiva das religiões e, através das pesquisas científicas, assumindo o seu verdadeiro aspecto: uma lei biológica natural que todo ser humano está sujeito.

            Quando Kardec codificou a Doutrina Espírita publicando o Livro dos Espíritos, foi baseando em intenso estudo, experiências metodológicas, cientificando-nos de que se algum princípio fosse comprovadamente ultrapassado pela ciência, a doutrina deveria se modificar neste ponto. Viu-se muita tentativa nesse sentido, mas o Espiritismo até hoje se mantém intacto na sua base teórico-prática.

            O Espiritismo no Brasil já teve sua fase empírica, fenomenológica, cujo objetivo era, através do processo mediúnico, chamar a atenção das pessoas. Hoje a fase é de consolidação e estudo, convidando o indivíduo para, através do conhecimento e da razão, assumir a postura de responsabilidade frente a sua própria reforma moral.

            Isso faz refletir na nunca demasiada necessidade de mantermos a Doutrina Espírita nos seus racionais princípios doutrinários, não permitindo a inclusão de novas teorias de cunho pseudocientíficos, que procuram denegrir a imagem da ciência espírita e toda sua respeitabilidade.

            O espírita individualmente, e o movimento espírita organizado, tem o compromisso impostergável de manter a Doutrina Espírita como foi recebida através das obras da Codificação. Livre de misticismos, de falsidades, de dogmas inquestionáveis, de líderes 'santificados', levada de forma pura e gratuita a todos que a buscarem. Isso só será conquistado quando o espiritista reconhecer o papel fundamental da Doutrina em sua vida e no mundo, comprometendo-se com o estudo e o trabalho edificante na Casa Espírita.


1KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. cap. 3 item 30.

Nenhum comentário:

Postar um comentário