4 de ago. de 2014

FANATISMO RELIGIOSO! ESPÍRITAS, NÃO COMETAM O MESMO ERRO!



 As religiões, pelo seu caráter transcendental,  foram, muito mais que a política, as grandes formadoras de adeptos fanáticos. Isso se explica porque a palavra fanatismo - do latim fanaticus -, que vem de fanum = templo, lugar consagrado, significa aquele que era o possuído pelo deus.  Assim, fanatismo é a cega obediência a uma ideia, servida com zelo obstinado, até exercer violência para obrigar outros a segui-la e punir quem não está disposto a abraçá-la.

A consequência imediata do fanatismo religioso é o sectarismo, que encarcera a liberdade de consciência, pretendendo uma liberdade dirigida na espera do pensamento, que torna o homem escravo de postulados que lhe proíbem a expansão da alma pela ideia e pela razão. 

O fanático é a antítese do herói e do entusiasta. Enquanto o  herói e o entusiasta lutam por uma causa justa, o fanático assume uma atitude de intolerância às ideias alheias. O herói e o entusiasta podem até morrer pela causa que defendem, mas jamais o fazem para aumentar o número de prosélitos. O fanático, contrariamente, não recusa meios violentos e até cruéis para os conseguir.   

Os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos, em que os próprios homens se transformam em bombas, é digno de lembrança. Pergunta-se: o que está por trás dessa resolução? Não é o fanatismo religioso? Se um líder faz a nossa cabeça, dizendo-nos que praticando tal ato nós seremos arrebatados ao céu, a sua ordem será imediatamente colocada em prática. 

E os Espíritas? Estão eles isentos do fanatismo? 

Como o fanatismo está geralmente ligado ao dogmatismo, isto é, à crença numa verdade ou num sistema de verdades que, uma vez aceitas, não devem mais ser postas em discussão e rejeitam a discussão com outros, é possível que o Espírita esteja sendo fanático, sem o perceber.  



Allan Kardec, por exemplo, em O Livro dos Médiuns, fala-nos dos médiuns que só querem receber um único Espírito, dos que não aceitam críticas em suas mensagens e daqueles outros que só querem  pensar pela própria cabeça. Diz-nos ainda que essas são as causas da obsessão e da fascinação: o começo de um monoideísmo, uma ideia fixa. 

Urge tomarmos consciência de nossas ações. Quantas não são as vezes que queremos impor as nossas ideias ao grupo que frequentamos? Lembremo-nos do provérbio que diz: "Todo o excesso é prejudicial". Procuremos sempre o meio termo como nos aconselhava o filósofo Aristóteles, que colocava a  virtude no meio, ou seja, entre o excesso para mais e o excesso para menos. Não a colocava como uma média, mas como o ponto de equilíbrio entre os excessos.  

Nós espíritas, devemos ter a sensibilidade de não entrarmos nesta mesma sintonia, transformando a doutrina espírita em uma obra fechada e determinista. Somos o consolador, e devemos sempre estarmos de braços abertos aos que chegam a nós, prontos a apoiar e jamais julgar quem quer que chegue as nossas instituições. 

Temos o dever de orientar e esclarecer que casa espírita não faz milagres, não resolve problemas obsessivos sem a sua mudança de postura perante a vida, que água fluidificada e passes magnéticos constantes, não lhe transformarão em pessoas melhores, e sim, a busca diária pelo crescimento moral. 

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