14 de mar. de 2019

O colorido das diferenças



Prestávamos muito a atenção quando a palestrante que fazia as reflexões de abertura dos trabalhos na casa espírita nos contava de um trabalhador antigo que quando descobria que alguém pensava diferente dele, fazia questão de sentar ao lado da pessoa e começar a refletir sobre as divergências. Ele achava estimulante e instrutivo porque ambos aprendiam um pouco e havia um mútuo respeito e admiração. Não havia lugar para desavença com aquele irmão, porque para ele o diferente era interessante.

Imagine se as flores fossem todas iguais, se o céu fosse da mesma cor que as árvores, se todas as pessoas tivessem a mesma cor de cabelos, a mesma opinião, que monotonia seria a vida. Ninguém iria aprender nada novo.

Mas Deus foi muito sábio. Colocou pessoas diferentes juntas para colorirem o planeta, cada uma com a sua vibração e colaboração, aprendendo umas com as outras. Colocou uma natureza que enche os olhos de tantas cores e vibrações.

Mas quando achamos que o outro precisa pensar igualzinho a nós, não aceitando o seu ponto de vista, acabamos gerando um duelo, demonstrando um profundo orgulho.

Quando éramos crianças, a mãe era “o juiz”, apaziguando os irmãos com as punições ou decidindo com quem estava a razão e fazendo com que o errado reconhecesse o seu erro e pedisse perdão.

Mas quando adultos, se divergimos dos amigos ou familiares, não teremos a mãe para resolver a polêmica.

Teremos que usar de bom senso e respeito, pois o pensamento humano é livre.

No Livro dos Espíritos, no capítulo X – Lei de Liberdade, dentro do subtítulo Liberdade de Consciência, temos a questão 833: Há no homem qualquer coisa que escape a todo o constrangimento, e pela qual ele goze de uma liberdade absoluta? – É pelo pensamento que o homem goza de uma liberdade sem limites, porque o pensamento não conhece entraves. Pode impedir-se a sua manifestação, mas não aniquilá-lo.

Graças a Deus temos a liberdade de pensarmos e decidirmos o que quisermos, então porque não respeitamos este direito do outro também?

Será que o errado somos nós? Ou, será que queremos impedir que o outro sofra, mas quem nos deu este poder? Será que não é o projeto dele de amadurecimento através do sofrimento? Somos os poderosos que e mudaremos o projeto reecarnatório dele? Será que o outro vai acreditar na nossa verdade? Será que apesar de termos fatos óbvios nas mãos não estamos querendo impor o nosso ponto de vista? É delicada a situação.

Aquela pessoa descrita no primeiro parágrafo, que gostava de falar com os que tinham opinião diferente, não era agressiva, era bem interessada e com a inocência de uma criança curiosa. Não invadia as pessoas, porque havia vestígios de tentativa de convencimento.

Porque será que as mães resolvem as brigas dos filhos, na maior parte dos casos? Não será porque os filhos a amam e acreditam nela?

Porque será que Cristo perguntava aos discípulos: Tu me amas?

Os que amavam a Cristo o escutavam, sabiam que Ele falava a verdade pela grandeza de Seu Espírito? Alguém ouviu falar de Cristo ter imposto alguma coisa?

Então, neste mundo cheio de gente pensando diferente, continuamos voltando à mesma tecla de Jesus que só nos pedia para que nos amássemos.

Quem fala com amor e respeito é escutado com respeito e amor. Se não concordar conosco, não tem problema. Todos somos diferentes mesmo. O nosso irmão é tão livre como nós.

O Jasmim branco exala um perfume diferente da rosa vermelha, que é linda também. Que lindo isso!

Maria Lúcia Garbini Gonçalves

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