19 de jun. de 2019

Kardec e Darwin



Kardec e Darwin foram dois grandes cientistas que vieram ao mundo no alvorecer do Século 19. O
primeiro, um médico francês e aluno de Pestalozzi, foi o Codificador do Espiritismo, o segundo era um
naturalista e fisiologista inglês. Kardec pesquisou a evolução dos espíritos, Darwin, a dos corpos
biológicos.
Nós somos espíritos imortais. E o Nazareno disse que nós devemos buscar a perfeição de Deus, o Pai.
Nós somos hoje os espíritos dos homens de ontem, inclusive os dos homens das cavernas. E depois de
inúmeras reencarnações, chegamos à evolução e perfeição em que nos encontramos atualmente. Se não
houvesse evolução e as reencarnações que a possibilitam, seríamos forçados a pensar que Deus foi
muito injusto com aqueles espíritos de outrora dos homens da caverna, que só teriam vivido mais como
bichos do que como seres humanos propriamente ditos! A evolução é, pois, uma lei natural tão real como
o é a da Gravidade, e é até sagrada.
A Igreja, como afirma o sábio francês padre François Brune, acredita na vida após a morte, ou a chamada
vida eterna, mas na prática, tem agido como se ela não existisse, pois não a estuda, e é até contrária ao
seu estudo. A mesma coisa se pode dizer dos nossos irmãos protestantes. Isso nos faz lembrar do que o
Mestre afirmou, ao referir-se aos sacerdotes judeus de sua época: "Não entram no reino dos céus, e não
deixam outros entrarem!". É necessário, pois, que os católicos e protestantes despertem também para o
estudo do espírito, e não só do corpo, como vêm fazendo há séculos, pois o espírito é mais importante do
que o corpo. "A carne para nada aproveita, o que importa é o espírito que dá vida" (João 6, 63).
Foi revolucionário o livro de Darwin: "Da Origem das Espécies" (1859), principalmente porque ele entrou

em choque com as idéias da interpretação literal da Bíblia, quando a exegese e a hermenêutica ainda
eram muito elementares e tímidas. A Igreja estava, pois, sem força moral para enfrentar aquele poderoso
materialismo efervescente, após a Revolução Francesa, o que se agravava mais ainda pelo fato de ela
estar, justamente naquela época, deixando a Inquisição. Foi quando surgiram também os não menos
revolucionários livros científicos e espiritualistas de Kardec, entre eles o "O Livro dos Espíritos" (1857), os
quais deram um verdadeiro "chega-pra-lá" nas idéias materialistas e anti-religiosas de Darwin e de seus
contemporâneos Marx e Compte. Por isso dizemos com o escritor e pastor presbiteriano do Rio de
Janeiro, Neemias Marien": "O maior reformador do Cristianismo não é Lutero, mas Allan Kardec." De fato,
até Kardec, não se tinha feito ainda um estudo racional e científico da Bíblia.
Darwin foi um dos grandes cientistas da evolução da vida material, e Kardec o foi da evolução da vida do
espírito na matéria e fora da matéria!
*Autor do livro "A Face Oculta das Religiões" (Ed.Martin Claret) 


  Por José Reis Chaves

Nenhum comentário:

Postar um comentário