6 de ago. de 2019

O PASSE


113. Quais os tipos de passe?
Essa questão é problemática. Muitos autores preferem criar suas próprias nomenclaturas. De nossa parte, consideraremos apenas as mais usuais: passe magnético, onde somente o passista, nesse caso dito “magnetizador”, atua como a fonte dos fluidos a serem doados, não havendo portanto a influência espiritual; passe espiritual, cuja origem dos fluidos é primordialmente espiritual; e passe misto, também conhecido como passe espírita, onde atuam de forma colaborativa o passista e o Espírito, embora o passista não esteja propriamente mediunizado, podendo inclusive haver a adição de fluidos vegetais previamente manipulados pela Espiritualidade. Este último tem sido utilizado de forma mais ampla nas casas espíritas, e é o que recomendamos. (Veja questões 132 a 135)
114. O que é passe magnético?
É a doação de fluidos originada exclusivamente de um ou mais doadores encarnados, chamados de “magnetizadores”. Embora usado em algumas casas espíritas, e ter seus benefícios já confirmados pela experiência, não é tão difundido quanto o passe dito misto. Digno de nota é o fato de Allan Kardec ter sido aluno da escola de Mesmer, famoso estudioso do Magnetismo no século XIX, segundo consta em alguns registros históricos. (Veja questões 1 e 4)
115. O que é passe espiritual?
É o passe cuja origem é espiritual. Não há, neste caso, participação de criatura encarnada, embora os Espíritos possam naturalmente manipular fluidos animais para o fim almejado. O passe espiritual não é idêntico ao passe misto, em virtude da participação ativa do passista que este requer.
116. O que é passe misto?
O passe misto pode ser considerado como a soma do passe magnético e do passe espiritual, unindo as qualidades de ambos. Nesse caso, tanto há doação de energia espiritual por parte dos Espíritos encarnados e desencarnados, como manipulação de fluidos animais, vegetais e outros que desconhecemos, por parte da Espiritualidade que coordena o trabalho. É o passe mais praticado nas casas espíritas, por envolver a equipe de tarefeiros encarnados, subordinada à equipe espiritual. (Veja questão 49)
117. O passe cura?
Não. O passe atua como paliativo que alivia as dores físicas e/ ou morais sofridas pelo paciente, e lhe reanima espiritualmente para continuar a enfrentar os testes da vida de forma mais tranqüila. Naturalmente a eficácia do passe está vinculada ao esforço do paciente em superar- se. (Veja questão 92)
118. O passe é placebo?
Não. O Magnetismo é ciência já largamente comprovada, não se tratando pois de mera questão de crença. Podemos, modernamente, verificar com clareza a radiação emitida pelos seres vivos através de vários métodos, dentre os quais destaca- se como dos mais conhecidos a fotografia da aura energética, também chamada de kirliangrafia. Os efeitos magnéticos do passe são uma realidade que pode ser comprovada. Dessa forma, o passe não é placebo. (Veja questões 13 e 15)
119. Qual a finalidade de se aplicar passes em objetos?
Os objetos, assim como os corpos vivos, têm uma aura magnética que os reveste, sendo esta passível de ser magnetizada positiva ou negativamente. Quando alguém toca no objeto, é natural ocorrer a interação dos campos magnéticos, transmitindo- se assim parcela das características de tais campos de um para outro. O mais comum nas casas espíritas é a magnetização da água, dita “água fluida”, ao passo de magnetização de roupas e outros objetos é fato mais raro.
120. Deve-se dar passe antes das reuniões mediúnicas?
O passe na reunião mediúnica é mais utilizado durante ou após os trabalhos, embora encontremos casas que o ministrem antes do início. Durante a reunião os passes podem atuar de duas formas básicas: sustentação fluídica de uma manifestação ou dispersão de fluidos após alguma entidade ainda sofredora ter se servido do médium, causando- lhe fadiga. Após a reunião, costuma- se utilizar o passe tanto para dispersão de fluidos como para energização dos médiuns, em quem geralmente o desgaste é maior. O passe antes do início das reuniões mediúnicas pode ser aplicado no intuito de relaxar os companheiros para melhor receptividade mental na tarefa em questão.
121. Deve- se dar passe durante as reuniões mediúnicas?
Não há regra. Depende principalmente de como aplicar o passe. É comum depararmo-nos, em reuniões mediúnicas, com situações em que o médium se esforça por não permitir a manifestação de determinada entidade que se encontra descontrolada em excesso por algum motivo. Tais manifestações perturbam a reunião, além de fatigar o medianeiro. Ocorre que companheiros responsáveis pela tarefa do passe durante a reunião, algumas vezes, aplicam passes de energização nos médiuns, procurando auxiliar- lhes. Não raro, o passista – naturalmente bem intencionado – está cometendo o engano de prover os recursos de base para que o fenômeno venha a ser continuado. Pelo que temos observado e aprendido, a aproximação das mãos ou o direcionamento do pensamento (mesmo sem qualquer movimento do corpo) com o objetivo de se fornecer fluidos à região próxima à nuca sensibiliza bastante o médium, facilitando- lhe o processo de vinculação psíquica e conseguinte manifestação. Assim, sugere- se observar a diferença básica entre a aplicação dispersiva e a energizante, de forma a se trabalhar corretamente durante as reuniões mediúnicas. (Veja questões 122 e 135)
122. Deve- se dar passe após as reuniões mediúnicas?
Não há regra. Sugere- se que apenas os companheiros que se encontrem mais fatigados sejam atendidos, para que não se “vicie” o tarefeiro a receber sempre o passe, sem qualquer tipo de cogitação quanto à necessidade ou não de recebê-lo. (Veja questão 135)
123. Em qual corpo atua o passe?
Em todos. Entendemos que há duas parcelas energéticas no passe: a espiritual e a animal. A segunda, animal, serve de suporte à primeira, como se fosse um “carrinho de mão”. Os Espíritos encarnados, assim como os desencarnados excessivamente vinculados à matéria, ainda necessitam deste “veículo” de transporte (fluido animal) para captar os fluidos espirituais, que nesse caso ficam impregnados no fluido animal. Esse também é um dos motivos pelos quais as reuniões ditas de “desobsessão” necessitam do componente humano (encarnado). Os fluidos animais, semi- materiais, que transportam as energias espirituais canalizadas no passe encontram ressonância maior com o perispírito, razão pela qual este corpo capta em primeiro lugar as vibrações da fluidoterapia, vindo a distribuí-las posteriormente aos outros corpos. (Veja questão 106)
124. O passe afeta o corpo físico?
Sim. Sendo o perispírito, ou corpo espiritual, ligado ao corpo físico, naturalmente esse recebe as impressões captadas por aquele. Ocorre que, pelo fato de muitas pessoas não sentirem imediatamente os resultados do passe, como queriam, não se acredita em sua eficácia, contribuindo, de fato, para que tais energias sejam atenuadas, diminuindo sua ação. Em termos da Medicina convencional, podemos comparar um tratamento fluidoterápico a uma terapia homeopática, que em princípio passa mais tempo “despercebida”, atingindo, no entanto, as causas profundas do problema. (Veja questão 123)
125. Existe relação entre o passe e o africanismo?
Espiritismo não é africanismo, assim como as religiões africanistas, tais com a Umbanda, Candomblé e outras, não são Espiritismo. Não obstante, boa parte das religiões africanistas, senão todas, assim como o Espiritismo, tem trabalhos de fluidoterapia.
126. Há bibliografia recomendada para o estudo do passe?
Evitando enumerar livros em excesso, citemos apenas quatro: “O Passe – seu estudo, suas técnicas, sua prática”, de Jacob Melo, FEB; “O Passe Magnético – seus fundamentos e sua aplicação”, Salvador Gentile, IDE; “Missionários da Luz”, capítulo 19, André Luiz/ Francisco Cândido Xavier, FEB e “Conduta Espírita”, lição 28, André Luiz / Waldo Vieira, FEB. (Veja questão 47)

Por: Eugênio Lysei Junior

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