15 de nov. de 2021

Culpa e Perdão por Divaldo Franco

 



Na Psicologia Contemporânea, duas palavras foram substituídas: culpa e pecado.

Anteriormente, a mentalidade medieval havia estabelecido que nós somos herdeiros do pecado da desobediência e consequentemente do pecado da carne, da coabitação carnal, do pecado da rebeldia, em que vimos configurados na desobediência de Eva e Adão naturalmente a sua humanização na mitologia e depois a perversidade de Caim. Temos mais essa herança arquetípica do que a do Amor de Deus, do Éden, que é o estado interior. A Mitologia localizou o Éden na Mesopotâmia, e Deus localizou no nosso mundo interior. 'O reino dos céus está dentro de vós' e a bondade de Abel, mas as criaturas que nos mandaram a mensagem ideológica, por serem mais instintos do que a razão, eram mais punitivas do que amorosas e criaram o símbolo do pecado e da culpa. Nessas duas colocações de comportamento (pecado e culpa) abriu-se um espaço para castigo e punição e os remédios para tais condutas.

A Idade Média esteve repleta de punidores, mas Jesus mandou o Consolador para enxugar nossas lágrimas de uma forma muito especial, enxugando nossas lágrimas, erradicando o foco, as consequências e as causas fomentadoras das mágoas. Diante disso, não somos nem culpados e nem pecadores. Somos responsáveis e, quando assumimos a responsabilidade pelos atos praticados, não nos pesa a culpa e o processo, assim deixa de ser punitivo e se torna reparador.

Em "O Céu e o Inferno", cap. 7 Kardec destaca no Código Penal da Vida Futura, o mais belo código penalógico da humanidade sobre a vida dos desencarnados, a partir da nossa conduta terrestre.

Todos nós erramos e temos o direito de errar. Logo após o erro que é uma experiência, passamos inevitavelmente por três fases. Como somos pessoas inteligentes e responsáveis, ao nos darmos conta do erro, arrependemo-nos, mas isto só não basta.

O arrependimento é a conscientização entre o Ego e o Self. A ponte que estabeleço entre o Ego, aquilo que apresento e o Ser real que Sou.

Dou-me conta de que não deveria ter feito, porém eu fiz. Lamento mas dentro da Psicologia Moderna lamentar sem se queixar já é saudável; suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação, só a reparação, contudo, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa.

A ação responsável diante da vida exige que reparemos o desamor, transformando tal atitude em atos de amor.

Autor: Divaldo Franco

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