5 de fev. de 2012

Enfermidade e Mente.



Ninguém poderá dizer que toda enfer­midade, a rigor, esteja vinculada aos pro­cessos de elaboração da vida mental, mas todos podemos garantir que os processos de elaboração da vida mental guardam positi­va influenciação sobre todas as doenças.


Há moléstias que têm, sem dúvida, fun­ção preponderante nos serviços de purifica­ção do espírito, surgindo com a criatura no berço ou seguindo-a, por anos a fio, na dire­ção do túmulo.


As inibições congeniais, as mutilações imprevistas e as enfermidades dificilmente curáveis catalogam-se, indiscutivelmente, na tabela das provações necessárias, como cer­tos medicamentos imprescindíveis figuram na ficha de socorro ao doente; contudo, os sintomas patológicos na experiência comum, em maioria esmagadora, decorrem dos refle­xos infelizes da mente sobre o veículo de nossas manifestações, operando desajustes nos implementos que o compõem.


Toda emoção violenta sobre o corpo é semelhante a martelada forte sobre a engre­nagem de máquina sensível, e toda aflição amimalhada é como ferrugem destruidora, prejudicando-lhe o funcionamento.


Sabe hoje a medicina que toda tensão mental acarreta distúrbios de importância no corpo físico.


Estabelecido o conflito espiritual, quase sempre as glândulas salivares paralisam as suas secreções, e o estômago, entrando em espasmo, nega-se à produção de ácido clorí­drico, provocando perturbações digestivas a se expressarem na chamada colite mucosa.


Atingido esse fenômeno primário que, muita vez, abre a porta a temíveis calamidades orgânicas, os desajustamentos gastrintestinais repetidos acabam arruinando os proces­sos da nutrição que interessam o estímulo nervoso, determinando variados sintomas, desde a mais leve irritação da membrana gástrica até a loucura de abordagem com­plexa.


O pensamento sombrio adoece o corpo são e agrava os males do corpo enfermo.


Se não é aconselhável envenenar o apa­relho fisiológico pela ingestão de substâncias que o aprisionem ao vício, é imperioso evitar os desregramentos da alma que lhe impõem desequilíbrios aviltantes, quais sejam aqueles hauridos nas decepções e nos dissabores que adotamos por flagelo cons­tante do campo íntimo.


Cultivar melindres e desgostos, irrita­ção e mágoa é o mesmo que semear espi­nheiros magnéticos e adubá-los no solo emo­tivo de nossa existência, é intoxicar, por conta própria, a tessitura da vestimenta cor­pórea, estragando os centros de nossa vida profunda e arrasando, conseqüentemente, sangue e nervos, glândulas e vísceras do corpo que a Divina Providência nos concede entre os homens, com vistas ao desenvolvimento de nossas faculdades para a Vida Eterna.


Guardemos, assim, compreensão e pa­ciência, bondade infatigável e tolerância construtiva em todos os passos da senda, porque somente ao preço de nossa incessan­te renovação mental para o bem, com o apoio do estudo nobre e do serviço constante, é que superaremos o domínio da enfermidade, aproveitando os dons do Senhor e evitando os reflexos letais que se fazem acompanhar do suicídio indireto.



Emmanuel
- Do livro “Pensamento e Vida” – Francisco Cândido Xavier

Nenhum comentário:

Postar um comentário