18 de mai. de 2012

Informativo


“Estudo, disciplina, trabalho e
amor ao próximo”



INFORMATIVO



Boletim informativo do Grupo Espírita Caminho de Damasco – Ano XIV nº163, abril e maio de 2012.



Editorial

Queridos leitores, infelizmente os problemas operacionais mencionados no último número de nosso informativo, ainda não foram solucionados. Assim como o anterior, este número será referente ao bimenstre abril e maio do corrente ano.
Esperamos em breve, com a ajuda do Alto, normalizarmos a nossa edição mensal.
Oferecemos neste número: os artigos: “Psicopatas: visão médica e espírita” e “A Morte do Suicídio”. Finalizando temos o poema de Auta de Souza “Carta a minha Mãe”

Muita Paz!
Psicopatas: visão médica e espírita

Luiz Antônio de Paiva*

As personalidades psicopáticas causam perplexidade no mundo social e científico. O termo vem do grego psique (mente) mais pathos (doença), ou seja, mente doentia. Entretanto, em sentido estrito nada têm de doentes. Quando muito poderiam ser chamados de diferentes. Não vivem num mundo à parte, não tem alucinações ou delírios e compreendem perfeitamente a diferença entre o certo e o errado.


Podem ser médicos, políticos, advogados, líderes religiosos (pasmem!), jornalistas ou terem qualquer profissão, pois suas inteligências em termos de aptidões intelectuais são normais e não raro superiores. Já as inteligências emocional e espiritual constituem outra realidade.

Muitos associam psicopatia com criminalidade, com os famosos “serial Killers” ou assassinos em série. Conquanto estes sejam de fato psicopatas, nem todos os psicopatas são criminosos na acepção do termo, mesmo possuindo diminuto senso moral nos casos mais atenuados.

Antes mesmo do aparecimento dos novos instrumentos de pesquisa por neuroimagem, psiquiatras e psicólogos já haviam traçado um perfil da psicopatia a que hoje dá-se o nome de Transtorno da Personalidade Anti-Social. Basicamente um padrão de conduta de desrespeito e violação dos direitos alheios, incapacidade de empatizar com o outro, isto é, colocar-se no seu lugar, com uma série de comportamentos que vai do logro, da mentira, da agressividade até a ausência de remorso e crueldade para com animais e pessoas. Este padrão pode ser observado  já na infância, mas quase sempre no princípio da adolescência.

Os pesquisadores em neurociências atribuem a psicopatia a estruturas cerebrais anômalas ou disfuncionais. O Dr. Kent Kiehl dedicou-se inteiramente ao estudo do cérebro dos psicopatas em presídios, tentando determinar as diferenças existentes com os cérebros das pessoas normais. Eles correspondem a 5% da população carcerária e a 1% da população em geral. Chegou a montar na Universidade do Novo México, Estados Unidos, o maior banco de imagens de cérebros de psicopatas já criado. Reuniu imagens principalmente obtidas pela Ressonância Nuclear Funcional Magnética, inclusive com imagens de experimentos das reações cerebrais a estímulos específicos.

O Dr. Kiehl constatou a existência de diferenças significativas no sistema límbico, responsável pela recepção e processamento das emoções, especificamente numa de suas estruturas mais importantes, as amígdalas cerebrais. Estas estruturas são intermediárias na expressão de emoções fortes como ira, medo, ansiedade, raiva, pânico etc.

As amígdalas são moduladas em sua reatividade e função pelos lobos frontais que julgam o significado das emoções e a atitude a tomar. Constituem a sede do raciocínio superior e, segundo o espírito André Luiz, sede do nosso Eu Superior, casa do superego. Ora, verificou-se que nos psicopatas as amígdalas são 17% menores, bem como possuem ligação e comunicação deficitária com os lobos frontais. É compreensível, portanto, do ponto de vista neurofisiológico, que os psicopatas dificilmente entrem em ansiedade, sintam o mesmo nível de medo ou tenham remorso. Os criminosos do grupo por isso não temeriam ou teriam escrúpulos em cometer atos cruéis, ou sequer entrariam em ansiedade quando mentem e manipulam as pessoas e circunstâncias.

O Dr. Kent Kiehl, por outro lado, constatou que os psicopatas não violentos, representados pelos estelionatários e escroques de todo tipo, embora tendo suas amígdalas 17% menores têm a comunicação destas com os lobos frontais de maneira íntegra e perfeita. Na sociedade há inúmeros psicopatas de sucesso, pois têm inteligência acima da média, têm boa percepção de si mesmos, ótima capacidade executiva e excelente reação ao estresse, não entrando em ansiedade nas situações mais complicadas. É certo, porém, que deixam muito a desejar no campo da ética. São os criminosos do colarinho branco e os profissionais brilhantes, mas sem escrúpulos.

Concluem os pesquisadores que o cérebro seria mais ou menos moral conforme os genes e a influência do ambiente: 50% para cada um.

Ao balizarmos o nosso pensamento pelo referencial organicista-materialista, sem colocarmos na equação o espírito imortal, este sim o detentor dos valores da personalidade, homem nenhum seria responsável por nada, pois suas ações seriam expressões do determinismo biológico, sobre as quais não teria, virtualmente, controle algum.

Outra é a visão do Espiritismo, que considera a personalidade atual como o resultado da interação espírito-corpo físico e ambiente. O espírito ao reencarnar-se atrai os gametas dotados do patrimônio genético que merece e de que necessita. Mesmo após a fecundação influi extraordinariamente nos mecanismos de controle da expressão gênica, plasmando, por assim dizer, o futuro corpo físico. Exerce igual influência após o nascimento, tendo o tecido cerebral especial neuroplasticidade para receber a cunhagem de sua íntima natureza e posição evolutiva. Os psicopatas seriam espíritos atrasados evolutivamente, seja pelo seu pouco tempo na fase hominal, seja pela sua voluntária estagnação evolutiva, presos nos descaminhos dos excessos passionais, da delinqüência e da revolta, ainda que intelectualmente atilados e desenvolvidos.

Seus cérebros refletem esta realidade que imprimiram indelevelmente através da interação espírito-matéria. Receberam do ambiente o que mereceram pela Lei de Causa e efeito, o que contribui, por outro tanto, na configuração de suas naturezas de relativa insensibilidade emocional e de ausência de maturidade do senso moral.

* Luiz Paiva é médico psiquiatra e atual Vice-Presidente da AME-GO.





A MORTE DO SUICÍDIO


A grande ilusão do suicido está na pessoa, desconhecendo a realidade espiritual, fugir de um problema, pensando que, com a morte do corpo físico, tudo se acaba.

Com as pesquisas espíritas, desde 1857 até aos dias de hoje, englobando uma componente experimental, uma filosofia e outra moral, não é mais possível, desconhecer a realidade da imortalidade do Espírito, em experiências, nos dias que correm, por parte de cientistas, psiquiatras, psicólogos, entre outros, que vêm confirmar aquilo que a Doutrina Espírita descobriu: a vida continua no plano extra físico, e colheremos conforme tivermos semeado, ao nível dos pensamentos, dos sentimentos e das atitudes.
A reencarnação, sendo uma crença de cerca de 2/3 da população mundial, vem explicar muitas das causas das dessemelhanças de oportunidades existentes entre os seres humanos, nos mais variados palcos da vida (veja-se “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec).
Outrora uma crença, hoje é uma realidade demonstrada, pesquisada até à exaustão, e que muitos preconizam que será mais uma lei a anexar à biologia, muito em breve.
Se partirmos do pressuposto, (mesmo não assumindo a veracidade das evidências científicas existentes), de que a reencarnação é uma realidade, fácil é deduzir-se que o suicida, à semelhança dos demais, também reencarnará, também voltará ao corpo de carne, com vista à sua evolução moral e intelectual, esquecendo temporariamente vidas passadas, de modo a que tais lembranças não perturbem a sua capacidade e oportunidade de se regenerar moralmente.
Uma pessoa que se suicide, não só destrói o seu corpo físico, como afeta o tecido celular do seu corpo espiritual (perispírito), que será o molde energético do futuro corpo quando dA futura reencarnação. Todos sabemos que, se um molde tiver assimetrias, a peça, seja ela de barro ou não, sairá com as assimetrias do molde. Também acontece com o Espírito. Quando ele reencarna, traz a sua matriz energética (o corpo espiritual), que pode vir equilibrada ou desequilibrada. Se o Espírito se encontrar sob a pressão da culpa, do desânimo, da baixa auto-estima, o seu estado vibratório não será harmônico, potencializando o problema que ele criou com o suicídio. Assim, alguém que se suicidou com veneno, pode vir a desencadear problemas muito graves em torno dos órgãos do aparelho digestivo. Se alguém atentou contra a sua vida com uma arma de fogo, por exemplo, um tiro na cabeça, poderá reencarnar com hidrocefalia, surdez, cegueira, ou outros problemas, de acordo com os centros energéticos que tal ato tenha afetado.

Uma pessoa que se suicide, não só destrói o seu corpo físico,
como afeta o tecido celular do seu corpo espiritual (perispírito),
que será o molde energético do futuro corpo,
 quando da futura reencarnação

Não estamos perante um castigo divino, mas sim, perante uma lei de causalidade, de causa e efeito, onde cada um recolhe, nos escaninhos da alma, tudo o que semeou outrora, de bom e de menos bom. Cada dificuldade é, pois, uma oportunidade de retificação, de aprendizagem, de evolução, e o Espírito que reencarna com uma determinada limitação, aprenderá a valorizar aquilo que desperdiçou numa vida passada.
Dizem-nos os bons Espíritos, que os suicidas quando reencarnados, podem voltar a ter tendências a tal ato, tendo de passar por todas as provas das quais fugiram em vida passada, tal como o aluno que, não estudando, perde o ano, tem de repetir as mesmas matérias, até que passe no exame.
Analisando à luz da Doutrina Espírita (ou Espiritismo), o suicídio é uma quimera, e é importante esclarecer que, os efeitos nefastos de tal ato, não se enquadram apenas na frustração de não ter morrido, e nas demais consequências abordadas nos artigos anteriores, como também, se projetam na vida seguinte, podendo ser fator inibitório na articulação do novo corpo carnal, nessa futura reencarnação.
A Doutrina Espírita vem demonstrar à humanidade que somos seres imortais, que tudo se rege sob a batuta de uma inteligência suprema, que é possível comunicar com aqueles que já demandaram a pátria espiritual, que a reencarnação é uma realidade, e que os mundos são de um modo geral habitados por seres inteligentes, com diversas corporeidades, conforme a atmosfera de cada planeta.



Carta a minha mãe

Quis visitar-te o anônimo jazigo

Em que a humildade em paz se nos revela,

Contemplo a cruz, antiga sentinela

Erguida ao lado de um cipreste amigo.

Busco a memória e vejo-te comigo;

Estamos sob o verde da aquarela,

Teu sorriso na túnica singela

É luz brilhando neste doce abrigo.

Recordo o ouro, Mãe, que não quiseste,

Subindo para os sóis do lar Celeste

Para ensinar as trilhas da ascensão.

Venho falar-te, em prece enternecida

Do amor imenso que me deste à vida,

Nas saudades sem fim do coração.
Auta de Souza
(Soneto recebido pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião pública do Grupo Espírita da Prece, na noite de 12 de março de 1989, em Uberaba, Minas Gerais)


"I" Até a próxima!

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