6 de jul. de 2014

Pergunta: É justo sofrermos devido a um passado do qual não temos recordação?




            Cada criatura é herdeira de si própria e é ela quem constrói sua felicidade ou infelicidade, alegria ou dor e sofrimento. O presente é o resultado de ações do passado e o futuro, conseqüência das ações atuais. Esta é a finalidade maior da encarnação: promover a evolução espiritual do ser humano, e não o sofrimento, o resgate. Muitas vezes, a dor e o sofrimento servem para nos fazer despertar, ver a vida de maneira diferente, mudar nossos valores, não sendo os mesmos resgate de ações equivocadas anteriores.

            Deus não castiga nenhuma de suas criaturas, sendo Ele a bondade absoluta. As adversidades, as provações e angústias que sofremos não são enviadas por Deus, que ama a todos os seus filhos, são o resultado da Lei de Causa e Efeito. Os nossos sofrimentos são causados por nossas próprias ações, seja na vida presente ou em vidas passadas. A semeadura é livre, mas a colheita obrigatória, o que significa que somos livres para agir da maneira que quisermos, porém não podemos escapar dos efeitos causados por nossos atos. Isso explica por que pessoas com excelentes qualidades morais e conduta exemplar, passam , às vezes por terríveis provações, a ponto de julgarem-se injustiçadas por Deus e não saberem o motivo do sofrimento. O fato é que esses sofrimentos são a conseqüência não de atos presentes mas de atos passados. O esquecimento do passado, quando da reencarnação, é sinal da misericórdia e bondade divina que nos possibilita recomeçar com as marcas psicológicas do passado atenuadas. As lembranças de vidas passadas poderiam reviver cenas desagradáveis, comprometedoras, despertar velhos ódios e sentimentos de vingança, ou recordações de atos vergonhosos. Kardec explica que “o esquecimento temporário é um benefício da Providência”. A experiência é, muitas vezes, adquirida por rudes provações e terríveis expiações cuja lembrança seria muito penosa e viria somar-se às angústias das tribulações da vida presente.

            Assim, de encarnação em encarnação, de expiação em expiação e Espírito vai desfazendo-se de imperfeições (que causam sofrimento), de defeitos e vícios adquiridos ao longo das múltiplas existências, até atingir a pureza total e a perfeição, quando então não estará mais sujeito à reencarnação. 

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