13 de jul. de 2014

Razão



            Aldous Huxley, conhecido escritor contemporâneo, que em várias de suas obras tratou de temas espiritualistas, assim se expressou na obra Os Demônios de Loudon: “Quando um orador, valendo-se apenas da magia da palavra e de uma bela voz, persuade sua audiência da justeza de uma causa indigna, ficamos profundamente chocados. Deveríamos nos sentir da mesma forma sempre que nos deparamos com os mesmos artifícios descabidos, utilizados para persuadir as pessoas quanto à justeza de uma boa causa. A crença gerada pode ser desejável, mas os recursos utilizados para isso estão intrinsecamente errados, e aqueles que empregam os estratagemas da oratória a fim de incluir crenças justas são culpados por servir-se dos menos recomendáveis recursos da natureza humana. Exercitando seu funesto dom da palavra, eles aprofundam o estupor semicataléptico no qual vive a maioria dos seres humanos e do qual é intenção e finalidade de toda verdadeira filosofia e de toda religião verdadeiramente espiritual libertá-los.” 

            O Espiritismo sempre se dirigiu à razão, apoiando-se no terreno firme da observação e do controle. 

            A fé espírita é raciocinada.

            Reencarnação, causa e efeito, progresso incessante e ação providencial divina não são conceitos meramente especulativos, formulados por algum líder religioso para compor um quadro coerente da vida, mas decorrem de informações obtidas no plano espiritual, através da mediunidade, submetidas a critérios de lógica e universalidade.

            Por isso, desde a Codificação, o Espiritismo falou ao sentimento, destacando a excelência do amor mas dirigiu-se, também, ao entendimento, mostrando a sabedoria das leis divinas.

            Por outro lado, simplicidade, clareza e objetividade, tônicas da mensagem espírita, sempre se refletiram na prática espírita, em que somos invariavelmente convidados ao discernimento e a uma tomada de posição consciente, e pessoal, diante de qualquer proposta ou acontecimento. É assim uma doutrina por que por sua própria natureza não pode ser imposta a ninguém por exigir uma adesão íntima decorrente da reflexão e do amadurecimento que nos pede.

            A Doutrina Espírita se caracteriza, deste modo, conforme as palavras de Huxley, como uma verdadeira filosofia e uma religião espiritual pois busca libertar-se da ilusão e da ignorância, mostrando que a nossa natureza é espiritual, que encontramos sempre as consequências do que fazemos e que a felicidade desejada por todos, somente é possível através do bem.

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