30 de ago. de 2014

COMO FICAM OS TRAFICANTES DE DROGAS NA VIDA ESPIRITUAL?



 

O problema do tóxico está agora sensibilizando nossas autoridades, que partem para uma campanha de grande envergadura visando principalmente combater o vício e o tráfico nas escolas brasileiras. É justamente nas escolas que o traficante encontra bom público consumidor receptivo à mensagem do vício que lhe é levada, inicialmente, de uma forma camuflada, apresentada como uma experiência que deve ser feita para que o jovem possa pertencer à classe dos "pra frente".

Na medida de nossas possibilidades, procuramos dar uma visão sumária do problema do tóxico do ponto de vista espírita. De início abordaremos a figura do traficante: um indivíduo que está construindo o maior dos "infernos" para si próprio. Partindo-se do princípio de que toda ação trará, inevitavelmente, uma reação, o traficante de tóxicos, que pela sua ação é um destruidor da saúde alheia, sofrerá fatalmente um processo destruidor de sua saúde orgânica e mental que poderá se estender a muitos de seus familiares. 

Esse processo mórbido, a reação a uma ação mórbida, geralmente não o atinge na presente encarnação. Como assumiu o tráfico de entorpecentes conscientemente, utilizando sua própria vontade, assume uma responsabilidade consciente, um compromisso espiritual que não desaparece com a simples morte do corpo. Um compromisso que não fica retido às portas do túmulo. É a própria consciência, a mente imortal, que carregará consigo esse compromisso para a grande viagem do além-túmulo.

É possível que o traficante consiga ganhar muito dinheiro com esse comércio vil, e, em decorrência, possa deixar recursos para o custeio de pomposas cerimônias fúnebres; pode até deixar vultosas somas, em prescrição testamentária, destinadas a obras filantrópicas. A cerimônia fúnebre. Oficiada por representantes de qualquer crença religiosa, de nada lhe servirá: pelo contrário, em alguns casos aumentará a aflição de seu Espírito pois lhe soará como mais uma vil transação; a compra de uma paz que ele jamais semeou quando encarnado. 

Os recursos que deixa para obras filantrópicas pouco aliviarão suas penas; são como o tratamento hospitalar que se dá a uma criança raquítica após a havermos levado à exaustão física por lhe temos negado o leite. O benefício que essas obras trarão a seu Espírito sofredor será o bálsamo da prece sincera daqueles que estão agora sendo assistidos. Essa prece, a lembrança amiga, cairá sobre seu Espírito como a chuva que leva o pó de um velho telhado; mostrará toda a extensão do mal que cometeu e o concitará ao arrependimento. Vindo o arrependimento, começa toda uma série de expiações, de reparações.

O traficante de tóxico, arrependido, volta à nova encarnação. E como será a aparência desse faltoso? Poderá retornar apresentando as mais variadas manifestações de doença. Por exemplo, poderá vir com o sistema nervoso totalmente abalado, para aprender a valorizar o sublime patrimônio do controle emotivo que ele tão bem soube destruir nos outros; poderá reencarnar débil mental, ou simplesmente paralítico, já que na vida anterior utilizou as pernas em andanças destruidoras distribuindo drogas que paralisaram o raciocínio de milhares de pessoas. 

Enfim, a Sublime Justiça de Deus, que é infalível, saberá como punir esse devedor. E como Justiça Sublime, saberá aplicar a punição que, ao mesmo tempo, será um poderoso corretivo. É essa Justiça que exige o pagamento do último ceitil, da última moeda, da dívida contraída com o Criador. Dívida representada pelo mal que cometeu a outras criaturas.

Pode o Espírito do faltoso, no plano espiritual e arrependido do mal que cometeu, desejar já na próxima reencarnação recuperar parte dos indivíduos que transviou; é possível que a Providência Divina permita. E ele reencarnará de forma que, a partir do próprio lar, começará a receber, reencarnados como filhos ou parentes afins, os Espíritos que viciou na vida anterior. E todos eles também virão refletindo o vício, trazendo consigo forte dose de debilidade mental ou emotiva. De qualquer forma, tudo o que destruiu, ele terá de reconstruir, podendo essa reconstrução lhe custar dezenas de reencarnações de sofrimento.

Muitos perguntarão: se isto ocorre ao Espírito que se arrepende logo, o que acontece àquele que se recusa a arrepender-se? A resposta pode ser dada a partir de uma afirmação de Jesus ("A cada um será dado segundo suas obras"); como sua obra foi má, e ele teima em não reconhecê-la como tal, ficará recebendo os efeitos desse mal em seu Espírito até que se disponha a repará-la. Em suma: retardará sua libertação e permanecerá por mais tempo no verdadeiro inferno construído por sua própria consciência culpada. 

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