17 de mai. de 2019

Catástrofes naturais


Catástrofes que dizimaram centenas e milhares de pessoas têm assolado o planeta nestes últimos tempos e é comum ouvir que se trata do fim dos tempos. Reflitamos sob a ótica espírita.

Consta em O Livro dos Espíritos profunda pesquisa realizada por Allan Kardec sobre este tema, questões 737 e seguintes: os flagelos destruidores.

Allan Kardec ao discorrer na questão 741 esclarece quais seriam os flagelos estudados e os enumera da seguinte forma: “Entre os flagelos destruidores, naturais e independentes do homem, devem ser colocados em primeira linha a peste, a fome, as inundações, as intempéries fatais à produção da terra”. Notamos que a última enumeração abarca todas as hipóteses do que vem acontecendo atualmente, tais como tsunamis, terremotos e furacões. Portanto, estão aí elencados todos, todos os acontecimentos naturais cujas notícias nos assustam hoje em dia.

O insigne Codificador preocupado com o assunto perquire no Plano Maior qual a necessidade de tais acontecimentos, e como resposta obtém que são necessários para o adiantamento mais ligeiro.

Sob este aspecto podemos considerar sim, que se trata de uma indicação do período de transição por que passa a Terra. Sim, estamos sendo catapultados adiante. Tais fenômenos servem para impulsionar a humanidade à frente. Por exemplo: os cientistas estudam freneticamente para encontrar uma forma de se prever os furacões, e a cada período do ano em que as atividades climáticas favorecem, a humanidade consegue aumentar o tempo de previsão, salvando desta forma muitas vidas e até preservando patrimônio.

Mas devemos parar por aqui. As ilações sobre o fim dos tempos facilmente nos levam a pensar nas previsões do Médico Nostradamus, ou mesmo nas predições bíblicas do apocalipse do evangelista João. Não se trata disso. O grande número de mortes se deve, em primeiro lugar, ao acúmulo populacional em áreas sujeitas a estes fenômenos.

Por óbvio, sendo o contingente humano maior vivendo sob a sombra de um vulcão, por exemplo, no Vesúvio, na península Itálica, naturalmente serão maiores as baixas humanas, caso o mesmo volte à atividade. No ano de 79 de nossa era, estima-se que houve uma mortandade de 2.000 pessoas em Pompeia e Herculano. Hoje vivem cerca de 600.000 pessoas somente em Pompeia.

Para o Espírito é indiferente, quer a morte se dê nestas situações ou em decorrência de um acidente doméstico. Diz o Mestre de Lyon em comentário à questão e resposta número 738: “Quer a morte se verifique por um flagelo ou por uma causa ordinária, não se pode escapar a ela quando soa a hora da partida: a única diferença é que no primeiro caso parte um grande número ao mesmo tempo”.

Devemos ter muito cuidado para não sermos traídos pela falsa ideia de que o mundo vai acabar, na visão apocalíptica de Hollywood. Pois isso, o susto, o medo e o assombro nos impedem do mais comezinho ato Cristão quando nos deparamos com a notícia sensacionalista, qual seja dirigir preces aos que acabaram de deixar o exílio terrestre, regressando à pátria verdadeira, numa situação inesperada e abrupta, com sensível prejuízo ao período de perturbação.

Ora, ao invés de considerarmos o fim dos tempos, proponho fazermos as malas recheadas de tesouros que os ladrões não roubam, nem as traças corroem, pois a morte do corpo, isso, sim, é certo.

Silas Lourenço

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