7 de jun. de 2019

O Livro dos Espíritos e a História



Poucas vezes avaliamos a luta heróica para se divulgar e implantar uma idéia. Por exemplo: quando
lemos
O Livro dos Espíritos não fazemos idéia da extraordinária jornada do pensamento humano para
chegar até este ponto.
Esta jornada teve início com a chegada do homem na Terra, desde as épocas mais recuadas, passando
pelas várias idades da humanidade, como a idade da pedra polida, pré-história, a invenção da escrita,
pelas outras fases como a litolatria, a fitolatria, a zoologia, o politeísmo, o Código de Hamurabi, o
Monoteísmo de Moisés com o seu código de Talião - olho por olho - dente por dente, trazendo os
princípios da justiça, e a defesa do mais fraco contra a força do mais forte, com o Torá.
Surge, então, a era dos profetas hebreus, com suas linguagens austeras, implantando a justiça pelo medo
do castigo. A história foi pisada pelas patas dos cavalos dos bárbaros, como Tarmelão, Gengis Khan, e
brilhou no ferro das espadas de grandes conquistadores, como Alexandre, Amílcar Barca, Anibal, Júlio
César.
Espalhou-se pelo mundo com as legiões romanas, e consagrou altares nos sacrifícios de vários cultos, de
Baal a Jeová, de Zeus a Júpiter. Passou por corações mansos e pacíficos como Buda, Confucio,
 

 
culminando numa manjedoura com Jesus de Nazaré, que, ao caminhar pelas estradas do mundo, deixou
desprender-se de suas sandálias poeira de estrelas, que nunca mais puderam ser apagadas.
Veio depois a diáspora e os judeus se espalharam pelo mundo, levando em seus corações as esperanças
de uma pátria. Maomé surge no Levante e ergue o estandarte do islamismo.
Depois aconteceu a terrível nódoa das cruzadas, e mais à frente a negra noite da idade média, com o
Tribunal da Santa Inquisição, quando, em nome de Jesus de Nazaré, que deu sua própria vida para
iluminar o mundo, torturou-se e matou-se em defesa da fé e da salvação das almas
Coisa maravilhosa foi a invenção da imprensa e a reforma protestante, marcos indeléveis desta
caminhada, pois, sem elas, não haveria o Espiritismo
Nesta caminhada fabulosa veio a revolução francesa, os Iluministas e grandes inteligências. Infelizmente
houve, também, a mancha da escravidão negra e o colonialismo explorador das nações fortes sobre as
fracas, até que o plano espiritual determina que os espíritos invadam a Terra, e surge a primeira ponta de
lança desta invasão a aldeia de Hidesvylle, com as meninas Fox e o espírito Charles Rosma.
É chegado o momento! Em abril de 1857 é lançada em Paris a primeira edição deste livro que agora
compulsamos e consultamos em nossa língua, com todas as facilidades e toda a liberdade. Mas para
chegar a esse direito de ser livre, quanto sangue foi derramado, quantos morreram, quantas fogueiras da
intolerância foram acesas e alimentadas com a carne humana, e com os ideais daqueles que caminham à
frente da humanidade
Por tanto, meu amigo e minha amiga; reverencie este livro! Ame-o profundamente, pois ele não é
somente um livro impresso, é toda uma história apaixonante e de extrema coragem. Se você penetrá-lo
com o seu olhar, além das suas páginas, verá todo esse caminhar da humanidade. Depois dele ainda
aconteceram muitas guerras, e duas conflagrações mundiais, mas com certeza, você que o leu e meditou
nos seus ensinamentos, já não é mais o mesmo
Agora você sabe de onde veio, o que faz na Terra e para onde vai quando deixá-la. Hoje você sabe que a
morte não existe, pois esse livro matou a morte, e agora você sabe que é imortal, e porque, mas
sobretudo para quê
Apure a sua audição parapsiquica, encoste seus ouvidos espirituais na capa deste livro e ouvirá os
gemidos da história, o sibilar das flechas, o tropel dos cavalos, o bater das ondas no casco dos navios de
Colombo, o troar dos canhões, as terríveis explosões atômicas sobre Iroshima e Nagazaki, o lamento dos
negros nos porões dos navios negreiros, os discursos de Sócrates e Platão, o cântico dos anjos: Glória a
Deus Nas Alturas e Paz na Terra, e Boa Vontade para com os homens. Mas sobretudo o Sermão da
Montanha, as bem aventuranças..
Você ainda pode ser o mesmo? NÃO! Nunca mais!
 


Por Amílcar Del Chiaro Filho

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