15 de mai. de 2015

SALVE JORGE? SALVE A FÉ RACIOCINADA!


Hoje se celebra o dia de São Jorge em várias partes do mundo e me peguei refletindo sobre estas figuras que estiveram entre nós, com dores, dificuldades, momentos de raiva e etc.
Respeito muito as crenças, mas não podemos deixar de ajudar as pessoas a se desprenderem destes costumes ou pelo menos realizá-los com mais consciência. Que no caso específico deste "santo", pudéssemos vencer em nós os dragões do egoísmo, orgulho, inveja e etc.

Os chamados “santos” das igrejas espalhadas pelo mundo, foram homens e mulheres que existiram de verdade, tanto que possuem registros de sua passagem pela nossa história documentada. Eles conduziram bem sua vida na Terra com atitudes de amor e caridade que são exemplos aos seus devotos. Pena que a maioria não segue esses exemplos de amor ao próximo, lembram-se deles apenas para pedir: emprego, curas, resolução de problemas financeiros , problemas no casamento, pedir, pedir..., etc.

A Irmã Dulce por exemplo, socorria os pobres e doentes e construiu um hospital para eles. Foi recetemente beatificada e poderá em breve ser canonizada pela Igreja. Será que alguém seguirá seu exemplo? Será que ela ficaria feliz em receber velas, preces e peregrinações ou quem sabe ela gostaria mesmo é de ver chegar aos pobres, donativos para seu hospital, cestas básicas, roupas, sapatos, remédios, voluntários, etc.?
É comovente ver a fé das pessoas mais simples e ignorantes, mas os que já conseguem entender o verdadeiro sentido da fé (...”a fé sem obras é morta”...), devem mudar seu modo de pensar e agir para que possamos mudar séculos de ignorância. Só assim cresceremos e ajudaremos os que convivem conosco a crescer. Se continuarmos agindo assim, o mundo nunca irá mudar porque nós não mudaremos o nosso mundo interno.

Enquanto isso, muitos comercializam diversos objetos de consumo em nome dos “santos” (camisetas, santinhos, medalhinhas e escapulários, posters, orações milagrosas, imagens de todo tipo, etc.)
Precisamos lembrar que Jesus repreendeu o comércio no templo religioso. Este é o que pensamos, sem querer impor ou ir contra quem pensa e age de maneira diferente, queremos abrir para colocar luz na análise. Sabemos que estamos marcando passo há séculos porque nos acomodamos com certos dogmas e rituais religiosos que acreditamos que possam agradar a Deus sem perceber que o que agrada a Ele é a nossa mudança de atitudes no dia-a-dia ! Por isso, vemos pessoas com crucifixo no peito, freqüentando cultos religiosos, lendo Bíblia, etc., porém, fazendo uso de drogas lícitas e ilícitas, se prostituindo e levando pessoas a se prostituir de maneira direta e indireta, enganando, adulterando, roubando, enfim, lesando o próximo e a si mesmo, enganando eleitores. 

Onde localizar a origem dos desvios da razão humana? A origem desse desequilíbrio reside nos erros adotados pelas estruturas das institiuições religiosas, nas várias igrejas que se fundaram nas concepções do Cristianismo. Ocultando a verdade para que prevalecessem seus interesses econômicos. As seitas religiosas operaram o desvirtuamento da fé, fixando a sua atividade, por absoluta ausência de colaboração com o raciocínio, no caminho infinito de conquistas da vida, tornando seus seguidores em fantoches manipuláveis.


Sem esclarecimento muitos continuarão a desabafar com sacerdotes e estes continuarão iludindo as pessoas dizendo que, com algumas preces repetitivas e decoradas os pecadores estarão perdoados dos pecados, sem orientá-las para pedir perdão à quem foi por eles ofendido. Por isso, as pessoas voltam a “pecar”, porque assim é muito fácil ser perdoado por um “atravessador” da relação criada entre ofendido e ofensor; eles continuarão a acreditar que a cerimônia religiosa é mais importante do que a convivência do casal dentro do lar, do  que o respeito de um pelo outro e pelos filhos; continuarão acreditando que rituaisé mais importante do que ajudar aquela criança a crescer como  cristão consciente em suas atitudes, palavras e pensamentos, etc.

A evolução espiritual é o objetivo, sem o conhecimento continuaremos fazendo barganha com Deus, Jesus, Maria e outros, através das promessas: “se eu te der isso, espero que você me dê aquilo”; continuaremos retribuindo algum bem que cremos ter recebido, oferecendo os joelhos esfolados nas promessas pagas, nas caminhadas com cruzes nas costas, com os dízimos absurdos e mal administrados, ao invés de retribuir o bem recebido fazendo bem ao próximo e a nós mesmos, procurando mudar nossas atitudes, crescendo e amadurecendo de forma consciente para sabermos lidar com a vida e seus desafios em nosso dia-a-dia!

Nas casas espíritas, alguns dos nossos companheiros ainda persistem em cultos paralelos, porque ainda não conseguiram entender o verdadeiro sentido da fé raciocinada, da fé que muda-nos e transforma-nos o interior, nos dando forças para tentarmos mesmo cheio de limitações, praticá-la em sua pureza.
Entendemos que nós espíritas, participamos destes cultos durante várias encarnações e ainda não é fácil, nos livrarmos destes costumes. Mesmo assim, devemos ter clareza e compreensão do que é fé prática, para podermos auxiliar muitos irmãos que frequentam nossas casas a se livrarem destes costumes, que ainda os fazem acreditar que os médiuns da casa irão livrá-los dos problemas, que a água fluídificada curará suas mazelas, que tomando passes magnéticos todos os dias se livraram dos maus olhados e feitiçarias e não que, a sua reforma íntima o fará crescer e se aproximar cada dia mais desses que hoje consideram santos.

Renato Mayrink

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